O QUE COMENTAVAM EM 2010…
Nosso basquete está em alta, dizem os especialistas, subindo em audiência e presença (claro que na Arena da Barra não conta…), com transmissões nas TVs aberta e fechada, na WEB, em blogs (proporção de 20 -1 para a NBA), e até em alguns artigos na mídia impressa, ensaiando aqui e acolá um movimento de reconquista pelo segundo lugar na preferência popular, ainda precoce, mas que impressiona bastante…
Um destes veículos informativos, exatamente aquele incluído no painel da LNB, o Territõrio NBB, que discutia e reportava os aspectos técnicos e táticos das equipes, com suas seleções da rodada, entrevistas e editoriais, deixou de circular, sendo substituído por uma página denominada Chuá, graciosa e popularesca, mas que soma muito pouco, ou nada, para o desenvolvimento técnico do grande jogo, num momento pós olímpico decisivo para o crescimento da modalidade no ciclo que se inicia para 2020…
Tenho postado teimosa e seguidamente aqui nesse humilde blog, artigos técnicos, dos fundamentos às táticas, aos sistemas defensivos e ofensivos de jogo, sempre preconizando pelo novo, pelo inusitado, pelo criativo, pelo corajoso, levantando uma premissa, uma bandeira, defendendo a tese de que somente voltaremos ao cenário internacional no momento em que passemos a jogar de forma diferenciada do basquete globalizado e pasteurizado que aí está, largamente difundido pelas redes comprometidas com o modelo NBA, como se fosse o mesmo o supra sumo do jogo, quando o é pelo fator comercial e financeiro, poderoso e hegemônico, tornando-o inalcançável sob esses padrões…
Mas muito além das postagens aqui publicadas, um outro fator as enriqueciam, o fator prático em quadra sucedendo teorias estudadas e pesquisadas por muitos e muitos anos, em equipes de base e adultas, sempre divulgando e ensinando suas aplicações práticas, divulgando-as na medida do possível, pois tecnologias custam caro, estando além dos limitados recursos de um professor. Por isso, a página técnica da LNB faz tanta falta, pois de gracinhas bastam as transmissões e comentários da grande maioria da turma que pensa estar transmitindo um jogo, quando na realidade o tem transformado em um “alegre” momento de descontração, bem típico do pouco que entende e domina os meandros do grande jogo…
E foi numa das páginas daquele espaço perdido, que reencontrei uma matéria, sobre o até hoje, sete anos depois, único sistema de jogo que ousou quebrar a mesmice endêmica que já se instalava no NBB2, que é mantida, e agora, profundamente sedimentada, com pouquíssimas exceções, em nosso indigitado basquetebol, vítima indefesa dos estrategistas com suas infames pranchetas, da praga autofágica dos arremessos de três, da busca desenfreada pelas enterradas “monstros”, do corporativismo que elimina toda a possibilidade de quebra do que aí está implantado, mas que tenta copiar, ou adaptar, ou mesmo inventar soluções canhestras do que foi experimentado naquele NBB2. Estamos no NBB9, e pouco ou nada foi mudado de verdade, a não ser o olho gordo na vaga do hermano que se foi, para, enfim, gloriosamente inaugurar a era Curry entre nós, especializados que pensamos ser na fina arte do arremesso de fora, aquele que nivela talentos com medíocres, aqueles que transformam o grande jogo num concurso de tiro aos pombos, pela incapacidade de dominar os fundamentos, o drible, os passes, as fintas, os rebotes, a defesa, as corridas e paradas pluridirecionais, os bloqueios, o coletivismo, o conceito de equipe, e não do estrelismo a que estão levando o basquetebol, através daqueles que ainda teimam transformar um jogo coletivo em individual, era inaugurada no pós pan americano de Indianápolis, e hoje venerando sua continuidade “via Curry”. Por que preocupações com “detalhezinhos” como os tais fundamentos, se lá de fora tudo pode ser resolvido, ou não? Claro, claríssimo que se a grande maioria das equipes pensa dessa forma, a relação erro/acerto se torna bem distribuída, gerando esses monstrengos apelidados de “emocionantes e sensacionais” jogos, onde a técnica, noves fora…
Enfim, se esse é o caminho que a confraria corporativada destina para o nosso infeliz basquetebol, jamais o foi, e jamais será o meu, fato que um dia remoto de 2010 o Território NBB reconheceu ao publicar esse artigo lapidar…
E inserido no texto duas outras matérias são mencionadas e publicadas, que valem a pena recordar, junto a uma outra do Bala na Cesta , e essa outra que publiquei desafiando a turma a mudar nossa maneira de jogar, no que fui solenemente esnobado, mas “lembrado” com a adoção da dupla armação e os alas pivôs móveis, adaptados ao sistema único, bastante diferente à fluidez original que testei naquele NBB2. e que infelizmente não me foi permitido dar continuidade a um trabalho realmente inovador, que teria ajudado bastante no desenvolvimento tático do grande jogo em nosso pais, antecipando em cinco anos o que aplaudem hoje nas performances do Warriors no quesito fluidez ofensiva, porém sem a orgia dos três, que avidamente herdamos. Duvidam? Eu não, jamais, e o provei…
Amém.
Foto – Divulgação CBB, Clique na mesma duas vezes para ampliá-la.
Paulo :
Felicitarlo por su enorme entusiasmo para ayudar a modificar para bien , al basquetbol brasileiro.
Los juegos Olimpicos de Rio , le dieron completamente la razon…..razon tan vieja y eternal : Lo que aumentara la posibilidad de ganar — no son las jugadas magicas —, es el dominio de los fundamentos.
Colega entrenador..utilize el 90% de su entreno en fundamentos, que reproduzcan las posibles realidades a las que el jugador se enfrentara en un partido.
Un enorme abrazo.
Gil y Luisa.
Amigo Gil, nada mais triste do que ter razão a priori, fundamentada pela vivência, experiência e a noção precisa do que aconteceria com o legado da aventura irresponsável cometida meses atrás, ou seja, absolutamente nada, nada, tristemente…nada.
Mas a luta continua Gil, tem de continuar, até quando der, até quando os deuses permitirem.
Obrigado pela sua presença contínua aqui nessa trincheira livre e democrática.Um abração a vocês dois. Paulo.