PEQUENOS E INSTIGANTES TÓPICOS…
– Nosso técnico croata tem feito o que seu antecessor pouco fazia, ou seja, percorrer as quadras do país para observar de perto os valores que poderão defender a seleção nas próximas, muito próximas eliminatórias para o Campeonato Mundial, e que, tenho a mais absoluta certeza, o está deixando surpreso com o que está testemunhando, principalmente com a concepção de nossos estrategistas liberando geral uma artilharia boçal e irresponsável nos arremessos de três, todos sintonizados com a ausência defensiva fora do perímetro, responsável pela descomunal farra por parte de jogadores que se consideram especialistas neste crítico e especialíssimo arremesso (que a crítica midiática vem definindo hilariamente como um fundamento específico), transformando os jogos numa mera competição de tiro aos patos, errática, absurda e profundamente prejudicial ao grande jogo, principalmente ao servir de imagem e parâmetro aos jovens que se iniciam nesta complexa modalidade. Números assustadores o devem estar horrorizando, e temeroso frente ao enorme abacaxi que tem em mãos, que, talvez, o belo salário que aufere não compense o esforço descomunal de Prometeu que o espera, escalando um cume improvável de alcançar de acordo com a realidade que tem presenciado, como por exemplo os três últimos jogos do playoff paulista, onde foram arremessadas 102/183 bolas de dois, e 69/180 de três, sendo que na terceira partida de série foram cometidos 12/45 de três (18/27 de dois) pelo Paulistano, e 12/29 (16/26) respectivamente por Franca, numa desvairada orgia do que estão querendo implantar no país, como arremedo de um Warriors da matriz que idolatram beociamente. Com exemplos como estes, antevejo sérios problemas com um técnico que prioriza a defesa, o ritmo, os fundamentos, e por conseguinte o coletivismo, antítese do “chega e chuta” que tem presenciado, e mais claro ainda, as performances americanas em jogos onde são a maioria nas formações básicas, e o pior, sendo quase todos meia-boca, ocupando um precioso espaço aos jovens ansiosos por uma chance, mas importantes para estrategistas que lançam nas mãos deles as decisões, que omitem nos rachões disfarçados em treino, e os rabiscos desenfreados em suas midiáticas e enganosas pranchetas. Prevejo sérios problemas para o croata, mesmo hablando español…
– No entanto, a excelente conquista do sul americano sub 14 pela seleção masculina, tendo, inclusive, o MVP da competição, o Felipe Motta, filho e neto de ilustres basqueteiros, os Paulos Cesares Motta, dando seguimento a uma linhagem de brilhantes jogadores que foram, agora espelhados num jovem formado pela escola italiana, mas que optou defender o país de sua família, mesmo após se sagrar campeão italiano por uma equipe de Roma e ter seu nome cogitado para integrar a seleção daquele país, e na sua primeira participação internacional se sagra campeão e MVP da competição. A equipe brasileira, bem dirigida por uma técnica especializada na formação de base do EC Pinheiros, numa meritória indicação da CBB, merece todos os elogios, principalmente pelo fato de ser o primeiro degrau para o futuro de nossas seleções, e que as demais equipes de base sejam formadas e dirigidas por professores com o mesmo cabedal da técnica campeã, e não ungidos politica e compadrinhamente, como se tornou hábito nas administrações anteriores da CBB. Torço ardentemente que nas próximas seleções seja dado seguimento progressivo aos fundamentos do grande jogo, assim como sistemas ofensivos e defensivos diferenciados, a fim de dotar os jovens em sua ascensão etária, de um amplo cartel de conhecimentos técnico táticos, livrando-os das amarras asfixiantes de um sistema único, passando desta forma a servir de exemplo para a formação de base em escolas e clubes, onde a pluralidade de conhecimentos e leitura de jogo atinja o mais alto patamar para a prática de um basquetebol criativo, ousado e acima de tudo, vencedor…
– Também aconteceu o lançamento do NBB 10, com o anúncio das conquistas que catapultarão o grande jogo às grandes conquistas, começando com o depoimento dos eternos cardeais, o Marcelo, o Guilherme e o Alex, figuras ícones e dominantes, repetindo o discurso de sempre, acompanhando o grande progresso feérico e de marketing da LNB, com bola personalizada, atrações antes, durante e após os jogos, com as transmissões televisivas abertas, fechadas e via internet, com sofisticadas estatísticas, anunciantes e patrocinadores de peso, com equipes recheadas de americanos e uns poucos latinos, dolarizados e independentes tecnicamente como sempre, mas com um grave, gravíssimo senão, eterno e constrangedor senão, a manutenção corporativa de estrategistas compromissados com o sistema único, maciço, pétreo, inamovível, mantenedor do status técnico tático que aí está,escancarado e falido, porém alinhado a realidade de jogadores que se revezam pelas equipes, ano após ano, e americanos que se sentem à vontade por encontrarem o sistema de jogo que convivem em sua terra, intacto, cristalino, e de automática adaptação. Novidades neste campo, sim, a adoção da dupla armação, dos pivôs leves e ágeis, do jogo mais livre, numa imitação canhestra de algumas equipes da NBA, como o Warriors, adaptando-os às movimentações sacramentadas pelo sistema único, com seus chifres, punhos, etc.,porém nada parecido a algo de realmente novo, diferenciado, como o exemplar Saldanha do NBB2, e aqui refaço o desafio feito em 2010, jamais aceito pela comunidade de estrategistas tupiniquins. Pena que não me foi dada a alforria pelo castigo de inovar e vencer alguns luminares naquela lapidar ocasião, o que foi um brutal erro, já que poderíamos ter antecipado em sete anos a definitiva fuga de um sistema absurdo e equivocado, que nos teria ajudado a trilhar novos e corajosos rumos, com algo nosso e proprietário, e não essa mal ajambrada, porém conveniente, cópia da matriz…
– Finalmente, o que falta ao Ministério Público, a Polícia Federal, a Receita Federal para expurgar de vez esse momento mafioso e seus conhecidos utentes, que se apossou do desporto nacional nos últimos 30 anos, o que falta meus deuses?…
Amém.
Fotos – Reproduções da internet e do site CBB. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.
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