NEM TUDO É INVESTIMENTO…

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P1160377Na primeira partida a diferença foi de 17 pontos, nessa agora foi de 14, quem sabe na próxima baixe para um dígito, dando adeus ao NBB 10, que é o que acontecerá se a primeira colocada na fase classificatória não dirimir os erros repetidos em ambos os confrontos, contra Mogi, que nas palavras do seu melhor jogador, o Shamell, venceu como uma equipe coesa, sem protagonistas, etc,etc…inclusive elogiando a comissão técnica pela excelente estratégia escolhida e aplicada por todos (testemunho este discutível, por se tratar de um jogador sempre em litígio com seus técnicos), indistintamente, testemunho que discordo de pronto, pois o que se viu, repetindo o primeiro confronto, foi a disposição enérgica e decisiva e bem particular do trio americano, secundado por um Jimmy efetivo na defesa e presente no ataque, quase sempre complementando as jogadas e competentes bloqueios da trinca afinadíssima nos fundamentos, não fossem eles egressos da melhor escola de formação de base dentre todos os países que jogam e amam o grande jogo, e também por um Caio ainda muito limitado fisicamente, porém razoavelmente efetivo no combate direto a um Varejão mais limitado ainda…

P1160371P1160368A equipe do Flamengo decisivamente se perdeu pela indefinição tática de que é utente, a começar pela perda, na fase mais decisiva, da prestação técnico tática de seus dois pivôs em plena forma, o J.Batista e o Rhett, vitimizados por uma rotação secundária pela vinda do Varejão, bastante longe da condição técnica e física que ostentou na NBA, sobrando mais ainda para o Alexandre, claramente deslocado no sistema adaptado para atender os minutos obrigatórios (?) destinados ao renomado jogador, culminando com a maior de todas as perdas, por equívocos estratégicos (sim, estratégicos, e não táticos) na figura de seu melhor jogador, o Marcos, restando o trunfo derradeiro pela força anotadora, o Marcelo, que fortemente contestado pouco pode fazer. A equipe, com tantos talentos, possuidora, segundo o técnico Guerra, de um ferramental muito superior à da sua equipe, que tem menos, porém boas ferramentas também, viu-se, de repente, utilizando três armadores em quadra, propondo maior velocidade ofensiva, se perdendo mais ainda pela volúpia da trinca, tentando resolver a grave situação com arremessos irreais de “10 pontos” (foram 10/31 contra 9/25 de Mogi), como que abdicando do projeto sistêmico de sua equipe…

Para o terceiro jogo, decisivo na continuidade da competição, ou volta ao seu modo particular de jogar, mesmo sendo o sistema único, com a dupla armação mais do que testada, e a trinca alta composta de jogadores em plena forma física e técnica, afastando compadrios contratuais, ou não, com uma rotação definida pelas exigências do jogo, e não pela exposição de um poderio não tão determinante que julga ter, a equipe flamenguista poderá alcançar um respiro, uma chance de vencer a partida, ou levar um 3 x 0 nada recomendável a um investimento tido como vencedor. Os paulistas, com sua equipe dentro da equipe, tem todos os ases de manga sobre a mesa, clara e decisivamente pronta para a final. Façam as apostas, e os blefes também…

 

Amém.

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OS DOIS PRIMEIROS…

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P1160345E não deu outra, no primeiro jogo do playoff semifinal, a equipe do Flamengo abriu mão do seu enorme potencial ofensivo interno, para duelar com Mogi nas bolas de três, e se deu mal, ainda mais quando se viu contestado em suas 8/28 tentativas (Mogi arremessou 10/31), e assistiu seu adversário, mesmo abusando dos longos arremessos, investir mais vezes no jogo interno (19/33), em anteposição as suas 14/37 tentativas, e aqui vai mais um lembrete que estou cansado de fazer – bastariam optar pelos dois pontos em metade das bolas perdidas de três, no caso seriam 10 tentativas, para engrossar o caldo para a equipe paulista, mas com seu estrategista torcendo ardorosamente ao lado da quadra para que as bolinhas por ele consentidas caíssem, nada poderia ser feito, ou mudado, com ou sem discurso da prancheta. Às vezes, um pequeno exercício aritmético vence jogos, algo simples demais para gênios profundos e eruditos da estratégia…

P1160358P1160362No outro jogo, quase o mesmo panorama, pois o Paulistano, artífice da “nova realidade” do basquetebol tupiniquim, convergiu como de costume (16/31 de 2 pontos e 13/36 de 3), indo a linha do lance livre somente nove vezes (7/9), numa clara demonstração da quase total ausência defensiva do Bauru, permitindo 36 bolinhas absolutamente livres, sofrendo por conseguinte 13 acertos de 3 pontos, contra seus 7/23 de 3, e 15/35 nos 2 pontos, diferença capital para sua derrota por somente 6 pontos (78 x 72). Também, e a exemplo do outro jogo, bastaria ter trocado a metade dos erros nos 3 (11 tentativas) por bolas de 2 pontos, para vencer uma partida em que atuava seriamente desfalcado, originando uma rotação limite, contra um adversário completo…

Infelizmente, e por mais uma vez, testemunhamos o quanto ainda falta de discernimento e estudo verdadeiro do grande jogo por parte de nossos jovens estrategistas, no que concerne a estratégia verdadeira de jogo, que pouco tem a ver com sistema de jogo, pois como é padronizado e formatado por todas as equipes, torna-as altamente previsíveis em seus movimentos básicos, origem da mesmice endêmica em que vivem e produzem um tipo de jogo medíocre, monocórdio, desprovido de criatividade e improviso responsável, onde o padrão coletivista cede terreno ao individualismo desvairado nas penetrações, e principalmente na chutação de três…

Até o momento, com duas partidas realizadas, foram arremessadas 64/136 bolas de 2, e 38/118 de 3, e não duvido nada que com mais algumas, chutarão mais de 3 do que de 2, afinal está em marcha a redenção do basquetebol nacional nas gloriosas asas dos pombos…sem asas, sob a égide de “geniais” estrategistas com suas mágicas pranchetas…

Amém.

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