FUNDAMENTOS? PRA QUE, SE TEMOS A SOLUÇÃO NA CHUTAÇÃO DE 3…

Meus deuses, que sacrifício assistir uma seleção claudicante, enfrentar uma outra do mesmo nível, porém um pouco melhorzinha nos fundamentos, e mesmo assim vencer um jogo num arrivista arremesso de 3 pontos no apagar das luzes, após uma epopéia dantesca de 45 erros (isso mesmo, 45!!!) de fundamentos para ambas (23/22), numa competição classificatória para uma vaga olímpica, e ainda ter de ler um discurso do estrategista da vez, se penitenciando de que não soube ajudar a seleção como deveria fazê-lo, após um mês de treinos e jogos amistosos, fora a preparação antecedente para os Jogos Pan Americanos, com praticamente todas as jogadoras agora presentes em Porto Rico…

Assistindo pequenos vídeos veiculados pela CBB (no site da CBB, e se não me engano o 33) sobre a preparação fundamental da equipe, o que se vê são movimentos de partes do sistema único de jogo, e não ensino e correção individualizada dos fundamentos de drible, fintas, defesa, passes, rebotes e arremessos, que são os aspectos técnicos mais prementes de aprendizagem, não só das selecionadas, como da totalidade das praticantes do grande jogo em nosso país, que se inspirariam no exemplo maior de os verem na seleção sendo ensinados, corrigidos e treinados, para se aplicarem ao trabalho exaustivo com a devoção e entrega pela busca das habilidades básicas e necessárias à prática correta do basquetebol…

Mas não, o que se ouviu na transmissão pela TV, foram os sugestivos e insistentes apelos da comentarista Hortência pela situação tática, que preconizava passes para a pivô da vez, a fim de que a mesma devolvesse a bola para fora do perímetro para propiciar um arremesso de três, numa proposição simplista frente a mais absoluta ausência de competência técnica e tática de fazê-la jogar em conjunto com as demais companheiras, quiçá dentro de um sistema, mesmo simples, de jogo incisivo, participativo, criativo, e não em rompantes individualizados sem o domínio competente do instrumental básico, a bola, tão maltratada e desconhecida pela maioria das componentes da equipe, e das adversárias também…

Arremessamos 11/34 de 2 pontos, 8/21 de 3, e 21/25 de Lances Livres, com as colombianas arremessando 17/41, 7/17 e 6/16 respectivamente, perdendo o jogo por 6 pontos, mesmo sendo mais eficientes dentro do garrafão brasileiro, chutando menos de 3, porém errando 10 Lances Livres, suficientes para vencer, o que não surpreenderia ninguém, frente a dura realidade da enxurrada de erros cometidas por ambas as equipes, seleções nacionais, frente a imperdoáveis 45 erros de fundamentos, noves fora pranchetas midiáticas, transmitindo mágicas táticas e posicionamentos a jogadoras que pouco, muito pouco conhecem e dominam seus instrumentos de trabalho, o corpo e aquela imponderável e volúvel esfera, a bola, sem os quais sistema nenhum será exequível no grande, grandíssimo jogo…

Fico temeroso com os resultados daqui para frente, quando adversários de maior poder técnico se defrontar com nossa obesa (física, técnica e administrativa) seleção, fruto da maior das ausências, o profundo e cansativo, porém necessário desgaste físico pela procura incessante do domínio técnico e corporal, advindo do conhecimento, treinamento e aperfeiçoamento da base fulcral do grande jogo, seus fundamentos…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV.



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