DEZOITO ANOS DE BASQUETE BRASIL-CHUTAÇAO DE TRÊS X BANDEJAS…

Diferentes épocas, porém o mesmo amor pelo grande jogo, comemorando os 18 anos do Basquete Brasil.

Meus Deuses, o blog completou dezoito anos de existência no dia 11 do mês passado, e nada publiquei, erro imperdoável, segundo o crítico amigo de sempre, a quem me penitencio, por sua canina cobrança e zêlo por esse humilde e democrático instrumento de consulta e debate pelo grande jogo, neste imenso, desigual e injusto país. E aqui de Florianópolis, onde visito meu filho André, basqueteiro de raiz, publico esse artigo comemorativo(?).

E começo tentando complementar o último artigo publicado, que merecia uma conclusão mais enfática, frente ao resultado alcançado por nossa seleção, numa derrota previsível, por conta de uma realidade que nos acompanha a três décadas, que em tempo algum mereceu uma abordagem técnico/tática por parte dos mandatários do grande jogo no país, mais preocupados com a cartelização grupal, mantenedora de seus nichos majoritariamente políticos, e minimamente desportivos, se é que existem…

Perdemos uma decisão, frente a uma lógica irreparável, pois teimamos em nos manter aferrados ao sistema único de jogo, em concomitância a uma aberração nominada de Uma nova Filosofia de Jogo, onde o Chega e Chuta das bolinhas de três, foi implantado em nossa forma de jogar, desde a formação de base até as seleções municipais, estaduais e nacionais. O resultado da Copa América, espelha com fidedignidade essa terrível realidade, na qual a corriqueira desculpa dos Detalhes, corrobora com sobras o pavoroso limbo em que nos encontramos na cena internacional do grande jogo…

Neste jogo em particular, ficaram provadas duas situações bem diferentes, quando tratamos de formação de base, treinamento formal, sistemas de jogo e estratégia para grandes competições, numa escala de valores progressiva e de cunho didático pedagógico exigente e altamente profissional, agregando valores e conhecimentos pelo mérito, e nunca pela recomendação político interesseira. Diferimos do basquetebol argentino e mundial, exatamente pelos fatores acima mencionados, pois ainda professamos o apadrinhamento corporativista na escolha da maioria de nossos técnicos, a partir mesmo das divisões de base, e declaradamente nas divisões superiores, com seleções inclusas… 

Logo, os resultados de cunho internacional, refletem uma realidade irretocável de como jogamos o grande jogo, e essa decisão, mais do que qualquer outro argumento que se deseje mencionar, demonstrou com sobras o quanto e como vimos praticando a modalidade desde as últimas três décadas. Deduzimos que chutação de três é a porta de entrada para as grandes competições, que a velocidade extremada, da defesa para o ataque, e o acúmulo de preparo fisioterápico são os esteios do propalado Basquete Moderno, esquecendo e até omitindo a fundamentação básica na formação e manutenção de todos os jogadores, fatores que minimizados os tornam incapazes de executar sistemas de jogo, sejam eles quais forem, sintetizar e assimilar e sequer visualizar informações, geralmente advindas de pranchetas incompreensíveis, que na esmagadora maioria das vezes se apresentam herméticas, e muito distantes da realidade dos treinos, onde as verdades do jogo são equacionadas, analisadas, discutidas e finalmente aceitas por todos, igual e democraticamente aceitas, e porconseguinte levadas a prática…

Última tentativa brasileira…de três!
Última tentativa argentina…de bandeja!

Concluindo, perdemos no momento da verdade, o último minuto do jogo, porque arremessamos as duas últimas bolas, coerentes ao que nos foi implantado por uma corriola que age e pensa saber tudo do grande jogo, com bolinhas fantásticas, geniais, de três, enquanto os argentinas, no mesmo tempo final de jogo, matou nossas pretensões com duas simplórias, porém definitivas bandejas de dois pontos, articuladas por dois excelentes armadores, e concluídas por dois de seus alas pivôs, optando por arremessos de alta confiabilidade e reconhecida precisão, concluindo no ápice sua forte formação de base, sua meticulosa preparação de professores e técnicos do grande jogo, enquanto nosotros embarcamos na Filosofia do Basquete Moderno, do Chega e Chuta irresponsável, na escolha política de técnicos despreparados, porém absolutamente crentes de serem os melhores do mundo, ladeando, incentivando e obrigando jogadores que também se acham os arquétipos da era definitiva das bolinhas de três. Infelizmente, duas bandejas (movimentos menores, se comparados as portentosas bolinhas) derrubaram tão tristes e irresponsáveis falácias…

Será que algum dia despertemos deste abissal pesadelo? 

Amém.

Fotos- Reproduçoes da TV e arquivo pessoal. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.



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