CAVALO DE TRÓIA.
-“Olha cara, a situação política está no momento a nosso favor, já que 18 federações estão sob nosso controle, e daquelas 9 que votaram contra podemos comprar umas duas. Mas o que assusta um pouco é essa rebeldia dos clubes paulistas de preferirem seu campeonato regional ao nosso nacional! E é ai que mora o perigo. Se eles forem mais longe, por exemplo, votando contra você na próxima eleição da federação ficaremos mal, e você sabe porque, já que liderança de locomotiva é a que traciona e influencia vagões.Vamos fazer o seguinte: Rompa comigo, sem maiores detalhes, simplesmente por algumas divergências, se alie, de preferência com aquele dirigente de pavio curto da liga(arghh!)concorrente, vençam as eleições, antes que se antecipem em vencê-la sem você, e depois da barra limpa nos reencontraremos e nos reconciliaremos pelo bem do basquete. Você deve concordar que será uma cena pungente e de alto teor dramático, e a imprensa irá adorar, afinal, ela é que nos projeta e corteja. Ah, e as chaves dos cofres continuarão penduradas nas correntinhas em volta de nossos pescoços. Mãos à obra, pois raposas que se prezam unem-se para sobreviver”.
Terá sido mais ou menos esta a combinação, corriqueira entre pares de políticos escaldados pelas práticas de sobrevivência, nessa selva emaranhada de golpes baixos e alianças espúrias. E se o dirigente da atabalhoada liga cair nessa bem urdida e genial trama, aí mesmo que nada restará para ser modificado no futuro, a não ser a solidificação do que ai está e ficará ad perpetuum. Nesse tipo de combate, não se dá trégua a inimigo, principalmente àquele que de repente, mais do que de repente, se bandeia para o lado contrário por”divergências pessoais”, mesmo sendo a eminência parda do poder central. Trata-se de um autêntico “Cavalo de Tróia”, artimanha genial dos grandes guerreiros gregos da antiguidade para aniquilar a cidade inimiga, e que agora pretende ser recriada pelo grego melhor que um presente, para se manter no poder. Cair nessa será o passaporte definitivo e irrevogável de uma viagem sem volta nas tênues,porém reais possibilidades de mudanças na direção do basquete brasileiro.
Aprendam de uma vez por todas que nem sempre o combate justo vence as guerras, e sim a percepção antecipativa do que pretende o inimigo, As raposas felpudas são mestras nessa área. Lutando com a cabeça,e não com a emoção poderão, quem sabe,enfim vencer. É isso aí. Amém.