PRONTIDÃO E INCÚRIA…

“O Rio está pronto, o povo brasileiro está pronto e eu estou pronto. Eu espero que o Comitê Olímpico Internacional reconheça esta oportunidade de inspirar mais de 180 milhões de jovens da América do Sul.”

Frases do Ministro do Esporte, Orlando Silva, em Londres, onde se encontra para promover a candidatura do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016.

O Sr.Ministro foi humilde ao não mencionar as demais prontidões tais como: Que nossas escolas estão prontas para fornecer voluntários cultos e bem preparados  para a organização dos jogos; que estes mesmos jovens se encontram em pleno processo de educação qualificada em nossas bem equipadas escolas, modelos para o mundo; que nossos professores estão em pleno exercício profissional dedicados exclusivamente às suas escolas, seus cursos de reciclagem, seus livros e pesquisas, percebendo salários condignos, e não sobraçando um laptop que nem desconfiam como funcionam; que a maioria de nossos atletas estão em pleno vigor de seu preparo futuro nestas mesmas escolas, em todo território brasileiro; que nossas patrióticas empresas de construção estão rigorosamente prontas para exequibilizarem e construírem os estádios e vilas olímpicas dentro de cotas viáveis às nossas disponibilidades econômicas, sem quaisquer resquícios de desvios e superfaturamentos; e que estas magníficas obras estarão prontas a servirem a população após os jogos, e não serem transformadas em inúteis paquidermes como o espolio do Pan; que as empresas estrangeiras envolvidas no planejamento dos jogos estão dentro dos mesmos padrões éticos e econômicos das nacionais,inclusive no aspecto do não superfaturamento a que estão acostumadas; que o padrão de saúde da população brasileira servirá de exemplo aos muitos milhares de visitantes que aqui aportarão nos jogos; que estes mesmos visitantes não serão vitimas da insegurança que transformou a cidade em refém da bandidagem; que os nossos 40 milhões de jovens dentre os 180 milhões mencionados pelo ministro se inspiram em verdades simples e objetivas, e não em um caudal de pseudo mentiras e pusilanimidades em nome de  um governo compromissado com os grandes negócios, e não com a educação básica de seu povo.

Enfim, faltou dizer, afirmar com veemência o total e absoluto compromisso com o povo, de que, em hipótese absolutamente nenhuma efetuaremos uma Olimpíada em nosso país sem que o mesmo esteja pronto, sólida e estrategicamente pronto, e que consultado após esta prontidão aceite tal evento, sabedor do quanto de sacrifícios e renuncias lhe custaram as prioridades básicas conquistadas, e o ônus maior de suas continuidades e evolução, onde princípios de pátria, ética, valores educacionais e culturais o fariam imune a desvarios e megalomanias de políticos despreparados e traidores dos mesmos, e a serviço de interesses diametralmente contrários a este mesmo povo, que no presente é covardemente alijado, por deseducação, incultura, falta de saúde e segurança, destas decisões. Mas esta singela verdade o ministro não menciona, e jamais mencionará.

Amém.

LIÇÃO BEM APRENDIDA…

E a lição foi muito bem aprendida, numa prova de grande humildade partindo dos mais conceituados praticantes do grande jogo, os americanos. Depois de seguidos fracassos nas maiores competições internacionais, mesmo que representados por grandes jogadores da NBA, resolveram se submeter aos ditames técnico-táticos do basquete internacional, com suas peculiaridades táticas e algumas regras conflitantes às empregadas e seguidas pela sua liga profissional, numa planejada reconstrução de hábitos e ações sedimentadas por anos de prática e árduas competições.

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NADA, NADINHA…

Dois meses atrás uma reportagem sobre a preparação das seleções brasileiras, apontava para um protocolo entre a CBB e uma universidade paulista, no intuito de promover testes e aferições físico-cardio-pulmonares que, segundo o mesmo, dariam aos técnicos e preparadores físicos condições de adequarem seus treinamentos na busca do melhor condicionamento atlético possível, fator determinante a altas performances das equipes.

Muito bem, testes e aferições feitas através espirometrias, controles e aferições cardíacas , débitos de oxigênio, dobras cutâneas, saltometros , pliometros, fadigas induzidas, e não sei mais quantas “pesquisas”, e o que temos visto de relevante perante tanto cientificismo de última hora? Em termos de basquetebol, de ciência do treinamento, planejamento, estratégia e fundamentação técnico-tática, rigorosamente nada. Como nada transparece do excesso de adiposidades nada atléticas de muitas jogadoras desta seleção, fazendo da lentidão ofensiva, e principalmente defensiva, um cartão de visitas às avessas de todos os “doutores” responsáveis pelos avanços tecnológicos trombeteados mercadologicamente pela mídia, também nada especializada. Quando muito, a lastimar o tempo precioso de treinamento perdido nas elucubrações megalomaníacas e oportunistas de uma turma de cientistas que nada, nadinha, sequer desconfia o que seja desporto de alta competição, e suas exigências especificas, basicamente no aspecto técnico e de execução do mesmo, um degrau acima de seus relativos conhecimentos de fisiologia laboratorial.

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O SOM DO SILÊNCIO…

Entrevistado logo após a derrota para a Coréia, o técnico da seleção brasileira foi sutil ao declarar que ofensivamente a equipe foi inoperante e cometeu um elevado número de erros, mas que defensivamente atingiu o índice de pontos concedidos à adversária, abaixo de 60 , no tempo normal de jogo, e que mesmo neste quesito falhara na prorrogação. Trocando em miúdos, sua estratégia defensiva foi exitosa ( para ele a prorrogação não conta), mas a equipe falhou ofensivamente, pela lentidão e imprecisão, faltando somente afirmar, mas deixando implícito, que a derrota deveu-se àqueles fatores dentro da quadra, e não no planejamento estratégico fora dela.

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DESFILANDO A ILUSÃO…

Daqui a dois dias estaremos sôfregos na frente da TV apreciando de longe a festança de abertura de mais uma Olimpíada. Cores, muito brilho e pompa descomunal, marcarão, como sempre marcaram, o inicio da mais importante efeméride do esporte mundial.

Veremos delegações minúsculas, até de um único participante, contrastando com o gigantismo das grandes potências, plenas de campeões, super treinamento, performances mais do que anunciadas e esperadas, graças ao milagre da informação tecnológica, distribuída pelos satélites globalizados. Constataremos daí para diante, os resultados de políticas educacionais e conseqüentemente desportivas, através recordes batidos e medalhas conquistadas, numa demonstração cabal de competência e fundamentação administrativa.

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