TROMBETEANDO O DESFECHO…

Dois meses e alguns dias nos separam da eleição na CBB, quando concorrem ao mandato três compadres de longuíssima data, claro, atualmente convenientemente rompidos no intuito de convencerem a ignara claque de que mudanças haverão de existir ao final do pleito, ao mesmo tempo em que a também conveniente animosidade que sugere diversidade de posicionamentos, afaste da competição chapas indesejáveis, já que fora do processo mafioso que os unem.

E um pequeno deslize no planejamento da corriola foi cometido hoje, para muitos, insignificante, mas elucidativo para os antenados nas ondas cerebrais de raposas felpudas que são, sempre prontas na defesa escamoteada e mimetizada de sua matilha. A CBB anunciou hoje a composição de todas as comissões técnicas das divisões de base para o próximo ciclo olímpico, tendo no comando os mesmíssimos supervisores e técnicos que nos premiaram nos últimos anos com a terceira posição no cenário sul americano. E o fizeram na mais absoluta certeza da continuidade do projeto, inclusive já estabelecendo o pré treinamento da seleção sub 16 feminina para o inicio de fevereiro, para um campeonato que se inicia em meados de junho.

E se o fizeram de forma tão detalhada, é porque tem a plena certeza da continuidade, seja qual for o compad…, digo, candidato vencedor, já que estamos tratando do segmento mais determinante e fundamental para o soerguimento do basquete brasileiro, que, infeliz e tragicamente parece que continuará sob o comando de tão incompetentes supervisões.

Tal continuidade técnico tática transparece num detalhe de planejamento, onde o técnico da equipe feminina sub 15 é o mesmo da sub 19, e outros dois nomes nas sub 16 e sub 17. Um mesmo técnico nas categorias limítrofes é a garantia que a supervisão tem, de que um mesmo processo de treinamento técnico tático será mantido, como numa linha de montagem, obedecendo a famosa e derrotada “filosofia de trabalho” que nos tem remetido a classificações secundárias nos últimos campeonatos.

E são esses mesmos caras que coordenam os cursos de aperfeiçoamento técnico pelos estados, onde engessam os novos técnicos com suas teorias totalmente voltadas a um só padrão de comportamento técnico, deixando de lado a diversidade técnica, que é a porta de entrada de novas concepções e de novos e formidáveis caminhos a serem trilhados. E ainda mantem a idéia absurda de que possuem a formula ideal para constituírem a Escola Nacional de Técnicos, o que seria o cerrar da lápide por cima do nosso agonizante basquetebol.

E o mais constrangedor é vermos na LNB o comando técnico entregue ao técnico que mais criticas sofreu pelos resultados alcançados nas competições classificatórias para os Jogos Olímpicos, e com o mesmo discurso das comissões da CBB, onde o foco Escola de Técnicos é o mesmo.

E mais, constituíram uma associação de técnicos com os quinze profissionais que dirigem as equipes no NBB, num clube fechado aos demais técnicos do país, que pelo que vemos continuarão fora das discussões mais decisivas para o futuro da modalidade, tais quais as deliberações sobre um código de ética, conselhos técnicos, grupos de estudos regionais, nacionais e internacionais, clinicas setoriais e de maior amplitude, políticas de apoio financeiro, classificações e níveis de técnicos, estudos estatísticos, publicações, internet, etc,etc. E o mais importante dentro da atualidade, do momento por que passamos, a constituição democrática, meritória e progressista de uma verdadeira Escola de Técnicos, e não um clube, mais um, de um grupo, do mesmo grupo, que se apossou do que consideram ser a verdade absoluta, a colonizada e subserviente opção pelo sistema único de jogo, aquele que paga milhões de dólares para ser seguido e assimilado pela juventude do mundo, aquele mesmo que tem agora um presidente, que mais do que nunca o utilizará como instrumento de fortíssima influência político desportiva, não fosse ele um inveterado basqueteiro.

Dois meses e alguns dias nos separam da eleição na CBB, e três dias do encerramento para inscrição de novas chapas concorrentes. E o que vemos até agora? Os três compadres absolutos na rinha, onde o que menos importará é o nome do vencedor, pois seja lá qual for tudo continuará na mesma, talvez com um setorzinho de mídia mais bem organizado, um segmento de estatísticas mais colorido, um arremedo de gerenciamento para greg..,desculpem, inglês ver, um cafezinho mais caprichado na recepção, e uma tremenda tsunami que cairá por cima de todos aqueles que sonham(ah, os sonhadores…) e almejam mudanças definitivas.

Mas que mudanças podem acontecer quando os mesmos personagens continuam no proscênio? E o pior, cercados pela mesma claque de chupins federativos? Ou será que ninguém ainda percebeu que os três compadres estão juntos na administração da CBB a mais de dez anos? E que tem, como sempre tiveram, como garantia de seus cargos o mesmo, o mesmíssimo colégio eleitoral de agora, com uma ou duas exceções? E foi exatamente por essa cristalina e mórbida realidade que propus a quarta via em dois artigos anteriores?

Contudo, não creio que o triste quadro eleitoral seja modificado, e que depois de maio algo seja significativamente mudado, já que os nomes ( não importa a classificação) foram, são e serão os mesmos por mais quatro anos, inclusive os das comissões técnicas, que já empunharam as trombetas anunciando o previsto e trágico desfecho.

Amém.



4 comentários

  1. Gilson 29.01.2009

    Não muda,sai o ladrão e no seu lugar entra seu cumplice…
    A CBB é uma vergonha,se o basquete está na situção que se encontra hoje a culpa é da CBB.

    Já teve campeonato brasileiro paralisado e sem definição de um campeão por causa de uma liminar,campeonato brasileiro SEM a participação da grande força dos clubes paulistas,Franca com o direito de disputar a Sul-Americana e a CBB interviu e tirou esse direito de Franca…
    È uma sujerada…
    A NBB é a esperança.

  2. Basquete Brasil 30.01.2009

    Prezado Gilson,vamos com mais calma,pois foi esta a arma que a turma da CBB utilizou pacientemente para chegar onde chegaram.Mas um dia isso tem de acabar, e quem sabe esse movimento iniciado pela NLB não concorra para as tão necessarias mudanças, concorda? Temos de trabalhar muito e por que não, pacientemente para retomar o rumo perdido, e se acreditarmos o conseguiremos.Fé e esperança. Um abraço,Paulo Murilo.

  3. Gilson 30.01.2009

    Concordo Paulo e é isso que todos nós esperamos,que tais erros nao se repitam e que occorram melhoras no nosso basquete…

  4. Basquete Brasil 31.01.2009

    Concordemos ser este o caminho a trilhar.Um abraço,Paulo Murilo.

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