A PEQUENA ILHA…
Dois dias atrás já estava vivenciando uma desesperança atroz, quando a parte autora do processo propôs um acordo, pressionada pela exigência de algumas questões a serem respondidas à terceira vice presidência do TJRJ, as quais poderiam reverter o processo a meu favor. No entanto, por não se tratar de uma ação com efeito suspensivo, e de não me dar certeza de vitoria, e com prazos que muito excederiam a data da segunda praça, 19 do corrente, não tive alternativa e fui forçado a ceder ao acordo, draconiano, injusto, mas que me manteria a casa, e me daria tempo e espaço para uma ação futura de revisão e ressarcimento.
Ontem, data do aniversário de meu falecido pai, advogado de alta linhagem, a quem recorri mentalmente para que me ajudasse, fui de encontro a um acordo que já tinha como perdido. Assinei-o e me fiz dono do que sempre foi meu, e que estava prestes a perder, e cujo preço a pagar será longo e sacrificado. Estarei endividado com bancos e amigos por cinco longos anos, trabalhando muito para honrar as dividas que comprometeram todo o meu salário de aposentado.
No que trabalharei é uma incógnita, pois como técnico sei que dificilmente serei convidado, pois sofro de um mal para muitos contagioso, tenho conceitos diametralmente opostos aos da maioria daqueles que professam o treinamento no país, dono que sou dos meus próprios. Talvez volte à fotografia técnica e comercial, que pratiquei muitos anos atrás, já tendo livre transito dado pela minha filha, para transformar seu estúdio de dança em um de fotografia. Ou mesmo, continue na remessa de currículos pelo país afora para tentar voltar ao magistério, mesmo sabendo que não terei retribuição salarial justa à minha alta qualificação.
Enfim, tentarei de tudo para trabalhar a fim de saldar as dividas contraídas, com dedicação e esperança em dias melhores, os quais não se fariam presentes sem a ajuda e o socorro do Marcelo, do Fred, da Selma, do Marcos, do Reinaldo e do Lair, advogados dedicados dos quais serei eterno devedor.
Finalmente, continuarei a escrever esse humilde blog, com o tempo que me sobrar, num contraponto com a “formatação” da escola nacional de treinadores da CBB, onde estudarei uma forma mais abrangente para divulgar e difundir os mais diversos enfoques técnico táticos, de treinamento dos fundamentos, de administração esportiva, de bibliografias, vídeos e multimeios, para continuarem a ser o material alternativo e generalista dos jovens técnicos brasileiros que se insurgirem contra a criminosa pasteurização que se avizinha de forma contundente, já que insidiosamente presente nas famigeradas clinicas da CBB.
E quando esses pretensos luminares do basquete iniciarem a divulgação de assuntos, como a dupla armação, por exemplo, que todos saibam de onde beberam as idéias, pois uma escola nacional de treinadores, antes de tudo, necessita de enfoques precisos e fundamentados no estudo, na pesquisa, e nos longos, longuíssimos anos de muito trabalho, e uma destas pequenas ilhas de excelência e idéias que teimam em subsistir no país, se encontra aqui, no Basquete Brasil, mais propriamente, no www.paulomurilo.com. Com seus artigos democráticos, generalistas e desencadeadores de discussões e divergências, pólos de entrada à criatividade, ao bom senso e ao progresso do grande jogo. Padronização e formatações conceituais são armas da incompetência ditatorial, dos incompetentes, dos aventureiros e ditadores.
Vamos e continuemos a luta, poderá valer à pena.
Amém.
Paulo:
Que alegria el conocer que podra mantener su casa.
Un gran abrazo !!!
Gil y Luisa
Que é de vocês também, sempre que por aqui vierem, e de todos aqueles que me visitarem, onde as portas estarão sempre abertas, onde dividirei o pouco que tenho, sempre.Obrigado por sua amizade. Um abraço terno e irmão. Paulo.
Estou muito feliz , por saber que vc continuará na sua casa.
Torço muito por vc , e so tenho a agradecer , pois és o meu grande motivador , em eu continuar perseguindo meu sonho de ser treinador de basquete.
Um Grande Abraço Paulo Murilo, vc é um dos poucos treinadores que tem uma opniao diferenciada sobre basquete.
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Um Abraço do amigo Luciano.
Que bom, professor!
Nós que estamos torcendo pelo senhor sabemos que não é fácil, mas como chegou a uma ilha, mesmo que seja pequena, poderá tomar fôlego e terá mais condições de pensar só nas soluções, daqui para frente.
Continuamos aqui, mas ao seu lado.
Um abraço
Muito obrigado por tudo Luciano, e continue perseguindo seu sonho com afinco, pois tenho a certeza de que o alcançará.Continuarei na luta até o fim. Um abraço, Paulo Murilo.
Já estou tomando o fôlego necessário ao prosseguimento dos planos e encontros de soluções possiveis, prezado Reny. Sei que poderei sempre contar com seu apoio e incentivo, o que me deixa seguro de sua amizade, importante para mim. Um abraço, Paulo.
Admiro seu trabalho, e pesquisei sobre sua história de vida… todos aqui do Ceará que reconhecem-no o admiram por tudo que ja fez pelo basquete brasileiro… Boa sorte à você, e que possa um dia, quem sabe, vir aqui em nossa terra para poder realmente ensinar-nos.
Ah, e uma pequena pergunta, se não for incômodo demais…
Com 17 anos (farei 18 dezembro proximo) e 1,75 metros de altura, quais as características que poderiam me diferenciar como um jogador de basquete? Jogo a apenas um ano e meio, comecei como ala-armador, mas não tenho altura para tanto ;D agora treino para ser armador, mas tenho um pouco de dificuldade devido à grande diferença de altura do resto dos jogadores para a minha. Meu técnico (se é que se pode chamar de técnico alguém que escala um time lento e alto contra outro time extremamente rápido e que jogava com a tão defendida dupla armação, por vezes até colocando um terceiro armador com características mais voltadas ao arremesso) fala que eu devo me destacar unicamente pelos arremessos de fora, passes e velocidade no contra-ataque… estará ele certo?
Desculpe a grande extensão do comentário.
Diego
Fico comovido com seu comentario Diego, de uma terra berço de meu avô e pai, dai meu sobrenome, Iracema. Ficaria feliz se retornasse para uma clinica igual a que dei em 83, que foi um sucesso inesquecível.
Quanto à sua pergunta, apesar de ter somente três anos de prática, nada impede que você se aperfeiçoe na armação, mas necessitando muito treinamento e dedicação.
Quanto ao seu técnico, acima de tudo respeite-o, mesmo divergindo em alguns pormenores, pois a ética no trabalho é a mola propulsora do sucesso de uma equipe, da qual você faz parte. Do diálogo franco e democrático, respeitoso e leal, você poderá discutir posições e ajustes que beneficiem a equipe, mas jamais o confronto, fator responsável pela indisciplina e rebeldia.
Enfim, viva a sua idade com ardor, em busca da sabedoria propiciada pela atividade desportiva, sempre benéfica e positiva.
Um abraço, Paulo Murilo.
Ola Professor,
Estou muito contente com a noticia – apesar de tudo – Voce continuara em sua casa – seu templo!
Ate breve.
Walter
Nosso templo Walter, nosso templo. Um abração amigo, Paulo.
Muito obrigado mesmo professor, e uma pequena correção, são 18 meses de pratica, e não 3 anos. No treino de hoje conversei com ele sobre tais assuntos, respeitando sua decisão sempre.
Novamente obrigado, e até seu próximo post.
Professor, vim pouco por aqui por outros problemas.
E parabens Professor !
O senhor merece mesmo manter sua casa, fruto do seu esforço de vida.
E amigos não devem nada à outros amigos. Tenho certeza que quem conseguiu ajudar mais e de melhor forma ao senhor, o fez com total convicção de que amizade nao tem valor.
Um grande abraço e boa sorte com as novas empreitadas!
O senhor ainda tem muita gente para ensinar pelo mundo à fora !
Muito obrigado Henrique, fico comovido com seu apoio e amizade.Sim, estou em minha casa, endividado bem sei, mas feliz. Prometo continuar a luta, desigual, porém digna de um bom combate. Tenho fé num amanhã mais justo, democratico e pleno em esperanças. Sou um professor, irremediavelmente.
Um abraço, Paulo.
Bom saber do alívio em relação a sua casa. Estava viajando com Regina. Tendo mais tempo, você há de encontrar uma solução com tranquilidade. Forte abraço,Paulo e Regina.
Caros Paulo e Regina,sim, estou mais tranquilo, mas muito endividado. Procuro agora meios para trabalhar, preferencialmente no que sei fazer, no entanto, a barreira dos 70 é historicamente discriminatória em nosso meio, o que é lamentável, pois me encontro no melhor de minha produtividade intelectual, e mesmo fisica, claro, guardadas as devidas proporções.
Enfim, continuo na luta, feroz, mais com um teto por sobre minha cabeça, conquistado com trabalho honesto.
Obrigado pelo apoio desde sempre. Um abraço, Paulo.