CONVERGINDO E PERDENDO…

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No artigo passado comentei ser muito difícil uma equipe vencer uma competição convergindo sistematicamente seus arremessos, onde as bolinhas de três superam as de dois pontos, numa perda substancial de esforços e objetividade, que numa liga de elite não costuma perdoar tal exagero, ainda mais quando somada a uma permissividade defensiva que raia ao inacreditável para esse nível.

Num jogo em que 18/39 arremessos de três se sobrepuseram a 18/32 de dois (seu adversário arremessou 21/37 de dois e 9/23 de três), algo está bastante errado no sistema de jogo dessa equipe, onde seu mais emblemático jogador vem sendo o cestinha absoluto nas últimas partidas, vencendo ou perdendo-as, porém mantendo um discurso de que a equipe vem atuando mal, e que não entende os porquês de tal evidência…

Bem, para quem está de fora da quadra, e entende um pouco do grande jogo, e nem precisa ser muito, não pode aceitar que uma equipe com tão bons jogadores altos, raramente os utilizem, priorizando a chutação desenfreada de fora do perímetro, onde até estabeleceu um novo parâmetro especializado, o corner player, e transformou alas e pivôs em “especialistas de três”, duelando com as atiradeiras da equipe, como que buscando oportunidades de participação de um jogo em que normal e permanentemente são esquecidos, situando-os afastados da cesta, num prejuízo incalculável para o seu poder de rebotes.

Somando a essa realidade, uma oscilação defensiva permanente, acomodada e segura de que a vitória se constitui numa questão de tempo, frente a um tão seleto e qualitativo grupo, temos desenhado um cenário nada favorável à mesma, pois de algum tempo para cá, seus adversários vem optando pelo jogo interior, onde mais pesa a autossuficiência da maioria de seus integrantes, focados que se encontram em seu poderio ofensivo, bem para cá do perímetro externo.

E como a cereja de um bolo passado e a caminho do mofo, uma indefinição patente na trilha de comando, onde naquelas horas mais decisivas, ou um palavrório agressivo e desconexo que se choca com a descrença e ausência de interesse de comandados, ou a intromissão tática subalterna de algo exposto e criado naqueles momentos (fica muito clara a tendenciosa improvisação…) se choca com a realidade ali negada, a de quão frágil se manifesta a todos, dentro e fora do campo de jogo, a relação entre comando e comandados, naquelas mais prementes situações onde deveria ser forte e unida, e não deformada pelos inflados egos de ambas as partes, mas que mesmo assim, face a qualidade de muitos de seus integrantes, ainda se mantêm em uma luta desigual ante suas próprias e consentidas fraquezas.

Mesmo assim, torno a repetir, como tudo de mais atípico acontece no NBB, pode ser até que venham a ser campeões, apesar de tudo, e do discurso de seu mais festejado jogador, que sabe muito bem o que, de verdade, está acontecendo, já que profundamente inserido naquele contexto…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.



2 comentários

  1. Fábio/SP 20.04.2014

    Prof. Paulo,

    O quinto jogo da série São José x Palmeiras foi uma aberração de displicência, falta de cuidado e inteligências táticas, um “joga pra cima de qualquer jeito” feito por ambas as equipes, jogo feio, mal jogado, mal direcionado, desinteligente, fraco. Parecia uma competição de quem queria mais entregar para o adversário a vaga na outra fase. Ali ficou claro a mesma forma de jogar, descerebrada e sem a menor disciplina tática. Vexatório o Zanon ter que ficar pedindo aos atletas de São José que continuem no banco enquanto ele termina de falar… TODA HORA ISSO. Constrangedor, não? Já pela LBF, os tempos do Vendramini são verdadeiras aulas de precisão e objetividade nas informações. O senhor acompanhou os jogos? Abç

  2. Basquete Brasil 20.04.2014

    Fabio, concordo com suas observações, e o artigo que publico hoje aborda exatamente o seu ponto de vista. Sinceramente me preocupa o momento por que passa o nosso querido basquete, inundado por tanta mediocridade e arrivismo. E para piorar, ver o técnico de nossa seleção de pires na mão correndo atrás de jogadores que, com poucas exceções, realmente se interessam em defendê-la, porém, em se tratando de um emprego muito bem remunerado, deve ser preservado…
    Um abraço. Paulo.

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