OS “NOVOS CONCEITOS”…
“Do elenco brasileiro que vai disputar a Copa do Mundo da Espanha, três jogadores chegam à competição com status de estrelas da equipe. E todos da mesma posição. O trio de pivôs da NBA Tiago Splitter (Spurs), Nenê (Wizards) e Anderson Varejão (Cavs) promete dar muito trabalho às defesas adversárias. O moral está tão elevado que o técnico Rubén Magnano conseguiu implementar um novo conceito de jogo ao diminuir o número de arremessos do perímetro, passando a ser mais presente dentro do garrafão.
Como antídoto ao tripé, os oponentes tendem a observar mais esse setor e achar uma forma de não deixá-los jogar dentro da área pintada. Para não se tornar previsível e facilmente marcado, o Brasil vem treinando bastante a rotação de seu quinteto, fazendo a bola passar pelos “grandalhões” e ser devolvida rapidamente aos armadores ou laterais. Na cabeça de Magnano, esse tipo de lance será recorrente nas partidas, o que os tornam verdadeiros armadores.
– Com certeza, as equipes vão entrar em quadra pensando no garrafão do Brasil e, taticamente, vão tratar de fechá-lo. Esse garrafão tem que ter habilidade de fazer o time jogar. Curiosamente, o jogo pode vir de dentro para fora, ele vão fazer o retorno de jogo, falo entre aspas, pois não sei o que vai acontecer. Nem sempre vão pontuar, mas serão armadores. Assim como nossos jogadores têm que passar (a bola) para o garrafão, eles lá de dentro têm que ter a leitura de passar a bola para os que estão desmarcados – declarou Magnano.(…)
(Matéria do Globoesporte.com de 28/8/2014)
Como vemos, um “novo conceito” de jogo está sendo implementado pelo galardoado hermano junto à seleção que estréia amanhã na Copa do Mundo da Espanha contra a França, e que como ele mesmo afirma, diminue o número de arremessos do perímetro, passando a ser mais presente dentro do garrafão, conceito esse que de forma alguma me é desconhecido, ainda mais quando o desenvolvi e o utilizei nos últimos, vamos ser frugal, trinta anos, e que apresentei na breve experiência junto ao Saldanha da Gama no NBB2, tendo, na medida de minhas limitadas possibilidades econômicas, veiculado artigos e vídeos aqui publicados nesse humilde blog, onde nesses últimos quatro anos de afastamento compulsório das quadras, “teimei” à exaustão pelo aproveitamento de seus princípios inéditos em confronto com a mesmice endêmica de nossa formatada e padronizada maneira de jogar, sem qualquer resposta, inclusive quanto ao “desafio” que fiz quando do artigo 1000 aqui publicado.
Mas claro, agora, frente ao ineditismo tático formulado pelo comando de nossa seleção, gostaria de, por mais uma vez, colaborar com a mesma, da forma mais honesta e sincera possível, sugerindo a todos que revejam um dos vídeos daquela incrível equipe que dirigí nos idos de 2010, com sua, ai sim, inédita proposta de jogo, relacionada ao que hoje executa a nossa equipe nacional, para que analisem com isenção as definitivas, porém sutís, diferenças que ocorrem dentro do perímetro, no que concerne à movimentação dos homens altos, no âmago do sistema defensivo que enfrentavam, fator determinante de seu sucesso, e que deveria ser estudado frente às fugidias e pouco convincentes aberturas dos grandes pivôs, não como uma comparação de cunho negativo, e sim, como uma prova inconteste de sua exequibilidade prática e definitivamente estratégica, pois possibilita de forma concreta o jogo ambivalente, ou seja, de fora para dentro e vice versa, propiciando grandes e formidáveis espaços para os tiros de média, e até os de longa distâncias, quando pertinentes…
No conteúdo do recente artigo – Falando de Fluidez – faço menção a todos esses pormenores, aos quais agrego o video que sugeri ao início, e onde se encontram lá presentes alguns dos componentes dessa equipe que agora nos representa na Copa, torcendo para que se inspirem, por pouco que seja, de algo que foi provado em quadra, na competição, e não no imaginário de uma possibilidade tática, que muito pouco tem de agregada a um novo conceito…
Espero ter ajudado, de longe e do coercitivo exílio…
Amém.
Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.
Paulo, o “novo conceito de jogo” no qual se refere a reportagem é em relação ao que era adotado anteriormente pela seleção, e não que se trata de um estilo de jogo inédito no basquetebol mundial. Acredito que isso esteja bem claro na reportagem. Gosto dos seus textos e das críticas que vc faz, mas essa forçação de barra em querer, em todo post, falar desse “conceito de jogo” (que aliás você não é o inventor) é desnecessária e acaba por deixar seus textos muito repetitivos. Abs!
Prezado João, respondo ao seu comentário na forma de uma artigo no dia de hoje. Agradeço a oportunidade de fazê-lo inspirado em suas observações.
Um abraço, Paulo Murilo.