UM (IM)PREVISÍVEL PANORAMA…

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pinheiros-x-bauruAcompanhei pela TV e pelas mídias os playoffs deste NBB 10, assim como uma boa parte dos comentários apostos nos blogs e sites especializados, sendo inclusive informado por um deles, que uma era estava se esgotando, acabando, a era Spurs, sucumbida pelo “novo basquetebol”, o da chutação dos três pontos, da incontrolável velocidade, dos triplos duplos, do exacerbado individualismo, do resultado acima de tudo, todo um corolário de evidências(?), as quais tornavam a continuidade vencedora da equipe texana improvável, segundo a ótica do articulista. Porém, o mais emblemático de tudo é o fato de seu técnico ter sido escolhido para comandar a equipe de seu país para o próximo ciclo olímpico e os mundiais, e que em se tratando de um líder “superado” pelo “modernoso” e incensado modismo, não se coadunará  com tão decisivo momento do grande jogo, deixando no ar uma questão – Afinal, como explicar tamanha blasfêmia, emoldurando um modismo que muito em breve fenecerá ante sistemas defensivos ensaiando o devido troco, num modus operandi permanente, quando ante uma evolução sistêmica ofensiva, é gerada outra defensiva, alternada e sucessivamente, conotando ao grande jogo sua permanente evolução, fruto perene da tradição?…

Em se tratando de basquetebol nacional, a continuidade da mesmice endêmica em sua forma mais devastadora, estratificou de vez, apesar de alguns  tímidos avanços de uma ou duas equipes, que evoluíram um pouco além da hoje aceita dupla armação, e a tríade de alas pivôs ágeis e mais rápidos pela maioria das equipes, adaptando o inamovível sistema único, com sua indefectível classificação de jogadores de 1 a 5, a um movimento sistematicamente criticado e combatido aqui nesta humilde trincheira, desde a efetiva e exitosa aplicação do sistema de dupla armação e três alas pivôs pela equipe do Saldanha da Gama no NBB 2, fato incontestável e inegável, apesar de omitido,mas hoje oportunisticamente (mal) adaptado por quase todos, salvo uma ou duas exceções no âmbito da mídia especializada…

Para o turno semifinal quatro franquias se defrontarão apresentando algumas particularidades, como a do Flamengo, talvez a que mais se aproxima daquele sistema, contando com três muito bons armadores, e uma plêiade de homens altos de grande mobilidade e qualidade, pecando somente pela teimosa mecanização tática de seu estrategista, amarrado a jogadas de passo marcado, de uma previsível prancheta, e de uma excessiva liberação dos chutes de três, absolutamente desnecessários em sua maioria, perante o efetivo e dominador jogo interno de que é possuída. Se liberta dessas amarras, dificilmente poderá ser derrotada, a não ser que sucumba ao jogo particular dos três americanos do Mogi, que constituem quase que uma equipe dentro da equipe, com movimentos e atitudes que ferem muitas vezes os desígnios táticos de seu estrategista, perdendo-se muitas vezes pela ausência de sintonia entre ambos, fator decisivo em algumas derrotas…

Paulistano, líder do desvario convergente no mais alto grau, se marcado e contestado efetivamente fora do perímetro, sendo oportunizado somente nas penetrações, onde poderá encontrar fortíssimos bloqueios, enfrentará grandes problemas contra Bauru, uma equipe que pelos sérios desfalques que sofreu, a começar por seu melhor jogador, o Alex, somente se sairá a contento se pausar e ritmar seu jogo, defendendo o perímetro com dedicação e muita paciência, e se utilizar ao máximo do seu forte jogo interno, duelando com o também forte bloqueio de seu adversário…

As duas equipes, ou pelo menos uma delas, que passarão ao playoff final, poderão encerrar de uma vez por todas este ciclo vicioso que nos tem amargado grandes retrocessos e insucessos técnico táticos, principalmente nas grandes competições internacionais, onde a hemorragia dos três pontos alcançou o pico máximo de sua desditosa evolução, numa autofágica influência, principalmente na formação de base, quem sabe apresentando algo de novo, evoluído, corajoso e determinante, onde o sistema de dupla armação e três alas pivôs interagindo permanentemente fora e dentro do perímetro, consiga atingir a tão sonhada fluidez coletivista, onde a criatividade e o improviso alcance sua forma mais efetiva e brilhante, antítese da saraivada descontrolada e suicida de dezenas de bolinhas lançadas das formas mais bizarras, inconsequentes e irresponsáveis. Somente lamento, e muito, me ter sido vetada  participação neste processo que iniciei na direção da humilde equipe do Saldanha, com conceitos e princípios didático pedagógicos estudados, pesquisados e profundamente adequados a nossa realidade de país carente de cultura e educação, que após oito anos não encontrou respostas convincentes ao desafio  feito a todos aqueles, que ao contrário de mim, tiveram e ainda tem as infindáveis oportunidades de lá estarem, apesar dos erros e equívocos que cometem até hoje, principalmente ao tentar adaptar seu absurdo sistema único àquela proposta, e não partir para desenvolvê-la com coragem e determinação, como deveria sê-lo, pois ao contrário do que apregoam os arautos midiáticos de que”as pranchetas falam”, muito pelo contrário, falseiam conhecimentos e domínio do grande jogo, estabelecendo o verdadeiro óbice do basquetebol nacional, a compreensão e a dimensão de um grande, grandíssimo jogo.

Amém.

yagoooEm tempo – Que maldade e falta do mais primário bom senso, lançar mais um de nossos escassos e imaturos prospectos a uma aventura mercantilista bem ao gosto dos que o empresariam, quando, ao contrário de australianos e canadenses, que os forjam no basquete universitário americano, auferindo no mínimo uma educação de qualidade, aumentam o poderio de suas seleções, e abrem algumas portas no hegemônico universo da NBA. Mas como o importante e básico é a grana em jogo, que se danem os princípios…

Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.



2 comentários

  1. Lauriberto Brocco 28.04.2018

    Concordo em genero, numero e grau, inclusive com o em tempo.

  2. Basquete Brasil 22.05.2018

    Entao somos dois, talvez os unicos Brocco.

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