A classificatória para os mundiais sub 17 masculino e feminino finalizaram no México, e as equipes brasileiras ficaram de fora com a quinta colocação, sendo derrotadas de forma arrasadora por Canadá (92 x 53 no masculino e 82 x 56 no feminino), Argentina (98 x 52 no masculino) e vexaminosa por Porto Rico (74 x 67 no feminino), e República Dominicana.(74 x 66 no masculino), e finalmente 56 x 54 contra a Argentina no feminino. Os dois primeiros representantes de escolas bem definidas e evoluídas do grande jogo, os segundos, pequenos países, com população numericamente equivalente a um estado de São Paulo. Por sorte não cruzamos com os Estados Unidos, no que teria sido um massacre de proporções inenarráveis, tanto para os rapazes, como para as meninas, ambos indefesos no que concerne ao absurdo desconhecimento dos fundamentos básicos do jogo, individuais e coletivos do lado feminino, e sofrível pelo masculino, praticados de forma precária e equivocada no aspecto tático, onde a força física e destemperada velocidade, se antepunha a técnica e ao raciocínio, já que privados da matéria básica para exequibilizá-los, os fundamentos…
Derrotas por 46 e 39 pontos para argentinos e canadenses, e no decisivo jogo contra os dominicanos por 8 pontos no masculino, assim como os 26 pontos contra o Canadá, e 7 e 2 pontos contra Porto Rico e Argentina no feminino, determinaram a ausência das seleções chaves na renovação do basquetebol nacional dos Mundiais na Espanha e Hungria no próximo ano, determinando um desastroso atraso na evolução da modalidade no país, fruto, não mais maduro, e sim podre, de “ novas filosofias”, implantadas por sobre muitas outras, década após década de desmando, protecionismo, escolhas políticas e interesseiras, de gente mal preparada e pior formada, porém pródiga em currículos vencedores, a custa de muitas peneiras por sobre o trabalho braçal de muitos, propositalmente esquecidos, pincelando jovens equipes assim montadas com defesas zonais, centrando jogo em oportunos gigantes, mais adiante descartados, mas a tempo de proporcionarem títulos mirins, infantis e infantos, ou sub´s 12, 13 e 14 pelas atuais conotações, alçando “ grandes e vencedores técnicos” ao mercado estelar, com “ merecedoras” passagens por seleções estaduais e nacionais…
Meninos e meninas lá chegam, uns por merecimento, a maioria por indicação corporativista, mas todos carentes dos fundamentos mais básicos, porém corrompidos por sistemas e jogadas que ensaiam realizar e fracassam, por não saber concretizá-las pela ausência, e mesmo desconhecimento das mais simples técnicas no trato do drible, do passe, da finta, da marcação, do rebote, dos arremessos, mas bombardeados por desconexos e oportunistas rabiscos em midiáticas pranchetas, gritos e esgares vindo das laterais da quadra e nos pedidos de tempo, simulacros de comando, já que despidos de conhecimento real do grande jogo, equivocadamente confundido com parcos e para lá de medíocres “ filosofias, novas filosofias”, engodo, ousado e oportunista engodo de como se apropriar de um desporto cuja complexidade sempre filtrou seus líderes pelo estudo, pesquisa e trabalho paciente e confiável, onde o passar dos anos os tornavam competentes no trato com os mais jovens, errando muito pouco, acertando muitas vezes, vencendo ou perdendo, consciente e responsavelmente, e não se eximindo culpando antecessores, como os dirigentes o fazem comumente, esquecendo que quando de suas conquistas e posses federativas e confederativas, esses jovens eram mais jovens ainda…
Como num moto contínuo, continuaremos a enganação pela renovação dos comando técnicos a cargo dos protegidos, apaniguados e de Q.I. elevado, numa cornucópia de filosofias, avançados sistemas, científicas preparações, e o pior de todos os mundos, a idéia estratificada de formatação e padronização de conceitos absurdos e perdedores, porém repletos de escambo e trocas políticas, na defesa hercúlea de um nicho profissional (?), como capitanias hereditárias, inamovíveis, pétreas, nas quais uma ENTB oscilou ao sabor do interesse de uns poucos, do nicho, nascimento, efêmera existência e morte de um (in) alcansável sonho…
Ao perdurarem, jamais sairemos dessa mesmice endêmica, burra e abjeta, em que lançaram o grande, grandíssimo jogo, neste imenso injusto e desigual país…
Que os deuses se apiedem de nós…
Amém.
Foto – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.
Ao término do Campeonato Mundial Feminino Sub 19 na Hungria, a equipe brasileira ficou na décima sexta e última posição, sem uma vitória sequer, e ostentando a derrota com maior número de pontos na competição, com exatos 61 pontos para a equipe quinta colocada, a Espanha. Também sofreu uma tremenda derrota para a França por 32 pontos de diferença. Uma diagnose mais precisa foi aqui publicada no último artigoaqui publicado…
Por que volto a tão constrangedor assunto? Simplesmente por constatar algo que foge a uma simplificada análise de caso, o mais corriqueiro, aquele sobre a qual não deveria pairar quaisquer dúvidas, principalmente técnica. A equipe em questão teve uma preparação iniciada em dezembro do ano passado, sob a responsabilidade de uma comissão de técnicos escolhida pelo treinador principal, José Neto, que inclusive, instaurou no preparo das seleções de base femininas, o que denominou de uma “nova filosofia” de trabalho, a ser empregada em todas as divisões de base nacionais. Muito se falou, divulgou na mídia, como algo realmente inovador, sob o manto das mais altas e atuais tecnologias, tanto no preparo físico, como no técnico tático, despertando um enorme interesse dentro da comunidade basqueteira…
Porém, o que se viu na Hungria foi um imenso desastre, onde a equipe sub 19, constituída daquelas jogadoras a um passo de ingressar na divisão principal, não só da seleção do país, como nos clubes que disputam a LFB, atendendo a necessária e estratégica renovação de seus quadros, quando uma indagação logo se avoluma – renovação com jogadoras em sua maioria desprovidas de técnica individual e coletiva, com algumas delas muito acima do peso corporal, dispersivas e absolutamente incapazes de levarem a bom termo filosofias e sistemas equivocados de jogo?…
Pois muito bem, essa mesma comissão, liderada pelo mesmo técnico que falhou bisonhamente no preparo e na competição da sub 19. é o mesmo que embarcou ontem para o México na direção da sub 16, talvez a divisão ,mais importante para a renovação necessária e prometida pela “nova filosofia” instalada na CBB, visando o soerguimento do basquetebol feminino brasileiro, deixando no ar uma incrédula sensação de que algo de muito errado, equivocado e enganoso vem acontecendo no âmago do basquetebol feminino, algo como o desmonte definitivo do que venha a ser liderança lastreada e fundamentada no mérito, defenestrado pelo Q.I. político e carreirista, colocando em risco real e possivelmente incontornável uma renovação chave para o basquete feminino, pois não teríamos avançado um centímetro sequer na direção formativa de uma geração que continuaria altamente carente da mais basilar exigência do jogo, o domínio de seus fundamentos individuais e coletivos, fator que tende a ser repetido no México, a exemplo do lamentavelmente ocorrido na Hungria uma semana atrás…
Fica pairando no ar uma objetiva e premente interrogação – Por que as seleções de base brasileiras, em ambos os sexos, sofrem tantos desgastes por conta de “filosofias” que se sucedem ano após ano, sempre criadas e veiculadas na vasta e prolixa teoria, em contraste com suas perdas, algumas vexaminosas, práticas de campo, sempre patrocinadas e levadas a termo por um mesmo, repetitivo e monocórdio grupo, subsidiado por uma CBB omissa aos rogos daqueles que realmente entendem e estudam o grande jogo, ansiosos para, ao menos, serem ouvidos, analisados e julgados por pares coerentes as reais necessidades na formação de base de nossos jovens, espalhados e desassistidos neste imenso, desigual e injusto país, sujeitando aqueles poucos ungidos, aos ditames interesseiros e desqualificados de uma seleção de equivocados “entendidos” do grande jogo, minúsculo para a esmagadora maioria deles, noves fora as pranchetas que empunham arrogantes e vazios de conteúdo, por menor e coerente que seja…
Já não peço e rogo nada aos deuses, creio que cansados de tanta incúria e ignorância, e somente ainda mantenho uma nesguinha de esperança de que um milagre venha a ocorrer no caminhar trôpego destes jovens, os nada culpados pelas “filosofias” a que são obrigados a seguir…
A CBB trabalha desde o ano passado com a Seleção sub-19, somando três etapas de preparação para a Copa do Mundo. Em dezembro do ano passado, foi realizado um Camp de treinos com meninas com idade para a Copa do Mundo. Depois, o time se reuniu em Araraquara para os trabalhos visando a Copa América. Como o torneio foi cancelado e o Brasil se classificou para a Copa do Mundo pelo ranking, o período serviu de treinamento. E agora, em Barueri, finalizou mais duas semanas de treino, definindo as 12 atletas que viajaram para o torneio.
Metodologia implementada
Desde a sua chegada, em junho de 2019, José Neto implementou uma metodologia única para o basquete feminino. Assim, desde as Seleções de base, o Brasil joga com o mesmo conceito, e todos os treinadores da comissão técnica, Virgil Lopez, João Camargo, Dyego Maranini, Bruna Rodrigues e Claudio Lisboa trabalham sob os mesmos conceitos quando estão com as Seleções de base. O próprio José Neto, por exemplo, esteve por uma semana com a Seleção feminina sub-19 ao lado de Dyego, que comandou a equipe na Copa do Mundo que terminou na última semana com a impossibilidade da vinda de João Camargo, por conta da LBF.
– Quando iniciamos os trabalhos com o basquete feminino na CBB, iniciamos também a implementação de uma nova metodologia de trabalho com as seleções brasileiras, de todas as categorias. A ideia é criar uma maneira de jogar em que as atletas possam transitar em todas as categorias usando os mesmos conceitos de jogo, mas principalmente criar uma cultura de treinamento valorizando os aspectos físico-técnicos necessários para o jogo de nível internacional – diz José Neto.
O treinador da Seleção principal complementa.
– Foram várias ações que realizamos para compartilhar esta nova metodologia. Sempre liderada pela gerente técnica Adriana Santos, inicialmente, os treinadores das categorias de base das seleções foram aqueles que estavam ligados direta ou indiretamente aos trabalhos com a seleção adulta onde aplicamos esta metodologia de trabalho. Virgil e Camargo como assistentes da seleção adulta, assumiram os trabalhos nas categorias de base. Chamamos também outros treinadores de categorias de base do nosso basquete feminino para que pudessem compor as comissões técnicas e assim também, podermos formar novos treinadores e treinadoras como foi com Dyego Cavalcanti, Claudio Lisboa, Bruna Rodrigues e agora aumentando este leque com Alessandra Minati, Adrianinha e Luciana Thomazini – cita José Neto.
O treinador lembra que o aspecto físico não foi esquecido, e justamente por isso a presença de Diego Falcão, preparador físico da Seleção feminina adulta, em todas as situações.
– Como o aspecto físico é importante nesta metodologia, fizemos o mesmo processo com o preparação física sendo liderada pelo Diego Falcao e nas categorias de base com seus assistentes Rafael Bernadelli e agora Priscila de Souza. Esta maneira de trabalhar foi oferecida para o conhecimento de todos os treinadores do Brasil através dos Grupos de Estudos realizados durante todas as etapas de treinamento da seleção adulta feminina em preparação para o Pan de Lima, AmeriCup 2019, Pré-Olímpico das Américas e Pré-Olímpico Mundial. Infelizmente não pudemos oferecer esta condição durante os treinamentos da Americup 2021 por conta dos protocolos de Covid. Outra maneira de oferecer o conhecimento desta metodologia a todos os treinadores e profissionais do basquete feminino foi através do projeto Adelante. Enfim, temos uma proposta bem fundamentada tendo como referência o trabalho de vários países de êxito na modalidade e com a consciência de que como todo processo, necessita de tempo para que o resultado seja consolidado.(…)
Fonte: Assessoria CBB
Como vemos acima, uma “nova filosofia metodológica” de preparação das seleções femininas foi implantada pelo experimentadíssimo técnico do basquetebol feminino José Neto, principalmente no trabalho de base, onde sua atuação de muitos anos (?) na categoria, alcançou reconhecimento nacional e internacional. Tal concentração de esforço e dedicação culminou com o resultado alcançado pela seleção sub 19 (categoria na ante sala da divisão principal) ao final do Campeonato Mundial na Hungria, vindo sendo preparada desde dezembro passado, onde alcançou o meritório último lugar entre as 16 equipes participantes, com sete derrotas e nenhuma vitória, tendo, inclusive, conquistado o recorde de derrota pela maior margem de pontos, louváveis 61 pontos contra a Espanha, 83 x 22 ( sétima colocada na competição), alcançando os incríveis e constrangedores números finais, agora expostos para análise de todos aqueles que ainda e teimosamente mantêm altas expectativas com “novas filosofias” atiradas ao vento, como se não existisse neste imenso, desigual e injusto país, pessoas preparadas e sensatas na percepção de engôdos primários, arrivistas e aventureiros tentando ( e como tentam, já são três décadas de tentativas) fixar o nefasto “se colar, colou”, praga corrosiva, de Q.I. altíssimo, e que vem liquidando. não só a formação de base feminina, como a masculina também, através pseudas garantias técnicas, táticas, administrativas e cientificamente embasadas num corporativismo pétreo e hermético, de um grupelho que se apossou de uma verdade fundamentada na premissa de um basquetebol formatado e padronizado para todas as categorias, sob um comando central e único, numa escalada absurda e que raia a insanidade mental, pois afasta de saída, toda a possibilidade criativa e diversificada de uma modalidade de ampla complexidade, exigindo muita pesquisa, estudo e tempo, muito tempo de maturação, planejamento e trabalho constante, paciente e, acima de tudo, competente. Que é o que mais falta ao grande jogo, competência, criatividade, sensibilidade, que são as exigências necessárias aos grandes saltos, na descoberta de novos caminhos, de formas diferenciadas de jogar, e principalmente, de formar jogadores aptos para trilhá-lo, com conhecimentos bem fundamentados e extrema leitura comportamental, técnica e tática, perante uma atividade exigente, exclusiva e inclusiva ao mesmo tempo, única dentre os desportos coletivos, sendo por definição, o grande jogo…
Vamos aos números da “nova filosofia” alcançados na Hungria, após os sete jogos realizados:
-107/286 arremessos de 2 pontos – 37,4 %
-36/135 arremessos de 3 pontos – 26,6 %
-62/120 nos lances livres – 51,6%
-Erros de fundamentos – 179 (25,5 pj)
sendo 37 contra a França e 35 contra a Espanha.
-Perderam com o placar médio de 78.1 x 55,4.
-Jogos:
-França 84 x 52 Brasil
-Espanha 83 x 22 Brasil
-Coreia 80 x 74 Brasil
-REP checa 74 x 64 \\\\brasil
-Itália 71 x 43 Brasil
-Taipé 86 x 70 Brasil
-Argentina 69 x 63 Brasil
Fico imaginando o que aconteceria se a equipe brasileira jogasse contra os Estados Unidos, Austrália e Hungria, aliás, prefiro nem imaginar…
Por mais uma vez o previsível fracasso (tantos e outros tantos já foram), quanto tempo e dinheiro desperdiçados, incúria, tapeação. alpinismo técnico profissional, lastreado por politicagem federativa e confederativa, que definitivamente terá de ter um fim…
Podemos, ante estes números afiançar com segurança que as jogadoras da faixa que antecede a elite da modalidade, simplesmente não sabem jogar, pois erram canhestra e brutalmente nos fundamentos mais básicos (passes, dribles, domínio de bola, fintas, marcação, rebotes, equilíbrio), nos arremessos, com percentagens muito abaixo do exigido nesta categoria, ainda mais sendo uma seleção nacional, com parâmetros de 70% para os arremessos de 2 pontos, 60% para os de 3 pontos, 80% para os lances livres, e no máximo 10 erros de fundamentos por jogo, além de algumas delas estarem nitidamente muito acima do peso corporal. Tais parâmetros comparados aos números acima postados são estarrecedores, comprometedores, e acima, muito acima de tudo, irresponsáveis por parte de quem as ensinam, orientam e dirigem, segundo a “nova filosofia” implantada desde 2019…
Basquetebol é coisa séria, muito séria, para ser desfigurado e reimplantado com filosofias vãs e aventureiras, em tudo similar ao “chega e chuta” implantado num NBB e na LFB de tristes e contundentes memórias, para todos aqueles que realmente amam, estudam, planejam, pesquisam. ensinam, preparam, e administram o grande jogo a luz do novo, ousado, diferenciado e proprietária forma de jogar um jogo que já dominamos tempos atrás, não muito tempo, quando formávamos jogadores (as) de qualidade comprovada nacional e internacionalmente reconhecidos (as), por professores e técnicos gabaritados e altamente competentes, onde a prancheta não reinava, sequer existia, a não ser como base para chamadas e listas de materiais e suporte de documentação federativa, hoje cúmplice de maus desenhistas e especialistas em hieróglifos herméticos, tanto quanto a seita a que pertencem, chancelados pela osmótica influência de uma NBA que não está nem aí para o progresso do grande jogo entre nós, a não ser por seu interêsse econômico e hegemônico, sutilmente politizado…
Urge uma mudança de rumo, radical, cirúrgica, estrutural, definitiva, pois não aguentaremos um novo ciclo olímpico professando mais um bestialógico transcendental, com “filosofias” de araque (será que conhecem o significado etimológico do termo?), interesseiras e irresponsáveis. Clamo, pela milésima vez, reúnam os verdadeiros técnicos e professores, encanecidos, experientes, em que cada fio de cabelo branco conta uma história de sobrevivência técnico desportiva, cujos calosos pés trilharam as pedregosas estradas de uma vida dedicada, vencedora, hoje humilhada por “galáticos heróis”, no jargão das ululantes e histéricas transmissões midiáticas, fabricantes de modais que se tatuam (técnicos inclusive…), xingam e se auto coreografam à margem das quadras, e dentro delas também, emulando grotescamente falsos líderes, falsos heróis, lá de fora, deixando de lado nossos verdadeiros líderes e heróis, esquecidos, tristemente esquecidos…
Agora mesmo um gênio da alta moda perpetrou um horrendo uniforme para as seleções nacionais, esquecendo e omitindo deliberadamente o ressurgimento do nosso listrado traje de luta, de vitórias, de campeonatos mundiais e olímpicos (perguntem aos argentinos porque não se desfazem do deles, listrados de azul e branco). Claro, afirmam serem os novos tempos, as “novas filosofias”, mas esquecem o básico, o fulcral, o berço, o abraço das tradições, princípio, meio e fim de todos aqueles que realmente, tem vergonha na cara, simplesmente, vergonha na cara, ao contrário dos muitos que aí estão…
Que os já desiludidos deuses nos ajudem.
Amém.
Fotos – Reproduções da Internet e TV, e divulgação Fiba.
Anos atrás dei um curso de atualização de basquetebol em Porto Alegre, para professores e técnicos de todo o estado, e que alcançou muito sucesso, gerando intensa troca de experiências, algumas bastante expressivas. Uma delas, foi quando fui perguntado sobre minha origem regional. Respondi que era de Vila Izabel, surpreendendo a todos que me consideravam carioca. Um dos presentes, curioso, perguntou onde ficava essa cidade, e em que estado do país. Minha resposta surpreendeu a todos, quando afirmei que, tendo nascido no antigo Distrito Federal, Rio de Janeiro, ter vivido na cidade estado da Guanabara, nascido com a ida do DF para Brasília, e que possivelmente terminaria meus dias no atual Rio de Janeiro, sem que nunca tenham perguntado, a mim e ao povo residente, se estavam de acordo, através um plebiscito previsto na Constituição, resolvi adotar o único local comum aos três estados, o bairro de Vila Izabel como origem do meu nascimento, logo, cidadão da Vila. Riram muito, mas concordaram com a minha escolha de origem. Menciono esse fato, porque daquele dia em diante, sempre que questionado sobre minha regionalidade afirmo ser de Vila Izabel, e para sempre carioca…
Também, venho defendendo teimosamente que se faça o tão desejado plebiscito (aliás, a população da Barra da Tijuca, majoritariamente na época, paulista e de outros estados, e com muitos estrangeiros, teve o direito a um quando propugnavam a separação da cidade do Rio de Janeiro, no que foram esmagados na pretensão). Então, porque negam, e sempre negaram esse direito a cariocas e fluminenses de opinarem democraticamente sobre a fusão imposta pelo regime militar? Leis e decretos da época foram caindo, e muitos ainda cairão, mas a fusão continua. Acredito seriamente que sendo desfeita, apesar dos enormes sacrifícios que os cariocas teriam de arcar, valeria a pena, e muito mais cedo do que muitos pensam, voltaríamos a ser o segundo estado mais rico e influente do país, mesmo sem o pré-sal, pois a atual e destruída cidade do Rio de Janeiro a época da fusão ostentava a riqueza de seu imenso turismo, os melhores hospitais, escolas, segurança e serviços, hoje pulverizados e empobrecido pela má política, roubalheira. favelização e dominado por milícias armadas e virtuais…
No O Globo de hoje, o colunista Merval Pereira aborda o assunto, mencionando um estudo, sugerindo a cidade do Rio de Janeiro como um segundo Distrito Federal, a imagem do que é estabelecido em muitos países, num artigo lapidar, abaixo transcrito. Me senti muito bem ao lê-lo, pois adoraria voltar a ostentar de bom grado minha regionalidade de cidadão nascido em Vila Izabel, bairro da maravilhosa cidade estado do Rio de Janeiro (vá lá Distrito Federal), ou mesmo Guanabara. Saberiamos nos organizar com a criatividade, a jovialidade, e a competência inconteste de um povo trabalhador e que ama a vida de verdade…
De São Paulo o Fábio me abastece de artigos e estudos sobre o grande jogo, e numa enorme surpresa, o Gil se comunica dos Estados Unidos, descontando um grande lapso de tempo que nos afastou dos excelentes papos técnicos e vivenciais, tão importantes nestes obscuros tempos pandêmicos. De certa forma sentem meu afastamento gradual das sempre presentes linhas neste humilde blog, tão ou mais cansado da crescente falência do basquetebol entre nós, apesar dos ufanismos que o tem cercado de uns tempos para cá, em nada condizentes com a crua realidade em que se encontra, sem sequer se classificar em nenhuma modalidade nos recentes Jogos Olímpicos de Tóquio…
Falando sério, não fez falta nenhuma, pelo alto grau de demérito com que tem se comportado no cenário internacional, reflexo direto e indiscutível de sua nula importância num outro cenário, o tupiniquim, da base à elite. Triste, muito triste,apesar do não reconhecimento dessa realidade pelos poderes que o regem administrativa, técnica, tática, e pedagogicamente, num carrossel de equívocos e crassos erros, que de tanto se repetirem geraram uma mesmice endêmica que se tornou quase irreversível, pois não se preocupam seriamente nas correções de planejamento e rumos, novos e urgentes rumos a serem tomados, e que a cada temporada e ciclo olímpico, mais e mais se afastam do fulcral tempo de retorno, numa frenética busca de um avanço fadado ao fracasso, pois se fundamenta na negação dos pilares básicos do grande, grandíssimo jogo…
Quando repetidamente falo do tempo de retorno, o faço como testemunha participativa de um tempo em que formávamos grandes jogadores em grande quantidade, advindos de uma juventude ávida de saberes, exemplificada por verdadeiros ídolos da modalidade, alguns dos quais pertencem às galerias da fama internacional, reconhecidos e aplaudidos desde sempre, ensinados por professores e técnicos de verdade, e não pelos que se auto promovem surfando as ondas midiáticas e políticas de um valor nada condizente com a realidade digital que nos aproxima sem fronteiras de suas prestações em tempo real, sejam jogadores ou técnicos, noves fora aqueles responsáveis por suas falseadas projeções, os dirigentes, agentes, patrocinadores e a grande parte de uma mídia que, decisivamente, se convenceu da existência do grande jogo a partir de suas vindas ao mundo, num proposital e absurdo esquecimento de sua existência centenária, repleta de testemunhos gráficos, cinematográficos e vastíssima literatura, a mais extensa dos desportos coletivos, regiamente desprezada em nome de uma facciosa falácia criada, patrocinada e divulgada por quem, absolutamente nada entende de um jogo magistral, reduzido a “bolinhas de três”, enterradas “ ridículas”, e tocos “monstruosos”, transformando-o no pastiche criminoso que aí está, escancarado e vilipendiado, aí sim, em tempo real…
Enaltecem uma LDB, disputada por jogadores já pertencentes ao NBB, tomando espaço aos mais jovens, justamente aqueles que deveriam disputá-la integralmente, como campo prático de aprendizagem, mesmo com os absurdos e comprometedores índices de 32,5 erros de fundamentos por jogo ( se duvidam façam as contas), fruto direto de uma formação de base em que crianças de 9/10 anos se esforçam anatomicamente para arremessar da linha dos três pontos, muito antes de aprenderem e apreenderem a mecânica correta dos lançamentos de curta e média distâncias, como uma coordenada bandeja, que continuam a errar mais tarde quando assediados por uma defesa mais próxima. Quando nada aprendem da arte decisiva de defender sua cesta, repetindo erros crassos quando adultos, e o pior, sem correções em nenhuma das fases evolutivas, ou mesmo tropeçando e atropelando a bola em penetrações ofensivas destituídas das técnicas de controle corporal e manuseio correto e consciente de uma esfera, cujos comportamentos são totalmente desconhecidos pela esmagadora maioria deles. São exemplos de nossa falha estrutural , onde jogadas miraculosas e até mágicas se impõe ao pleno conhecimento da arte de ensinar gestual e tecnicamente um jovem a jogar e amar um jogo, e não toureia-lo na acepção do termo, onde a velocidade .descerebrada se antepõe ao raciocínio e a correta leitura do jogo, cerne e alma do bem jogar…
Por tudo isso não fomos aos Jogos, em nenhuma categoria, e continuaremos a não ir se nos mantivermos inertes ante tanta picaretagem, estupidez e Q.I.´s políticos e covardes. Temos de redescobrir os verdadeiros professores e técnicos do grande jogo entre nós (que existem marginalizados), reuní-los em torno de uma grande mesa, para que formulem alguns e poderosos princípios de ensino e aprendizagem a serem divulgados nacionalmente, e não continuarem a ser propriedade vitalícia de um grupo que em hipótese alguma admite “largar o osso” de sua mediocridade, o nicho garantidor de seus salários, que já dura quase trinta anos de insucessos, desculpas e “pequenos detalhes”, quando eles mesmos são os nefastos “detalhes”. Em qualquer atividade educacional humana, a passagem do bastão se torna imperativa, mesmo que seja forçada a retroceder aos mais antigos e experientes mestres, como num ajuste de objetivos, quando os mais jovens aprenderão e apreenderão saberes e vivências adquiridas por todos aqueles que conheceram as íngremes e cortantes pedras de um caminho árduo e sacrificado da arte de ensinar, pensar, pesquisar, planejar e instruir todas, ou quase todas, as sutis nuances de uma atividade complexa como o basquetebol, que decididamente, não é para qualquer candidato a estrategista, muito menos quando sobraçando uma prancheta que, segundo muitos analistas, “falam”…só não sei o que…
Então, o que escrever sobre o basquetebol em Tóquio, senão atestar nada surpreso, comentaristas luminares deste imenso, injusto e desigual país, apontar da necessidade da equipe francesa jogar num 5 x 5 pausado e pensado, procurando o jogo interno e seguro, exatamente contrário às suas exigências nas equipes a que pertencem ou pertenceram, seguidores fiéis do chega e chuta institucionalizado em praticamente a maioria das equipes do NBB. pretensamente a forma de atuar dos americanos, o que é totalmente errôneo, pois os mesmos emergem e executam os fundamentos básicos com tanta maestria, que independem, num torneio de tiro curto, de sistemas “profundos e pranchetáveis”, para vencer a competição com sobras, mesmo perante o tropeço inicial contra o mesmo rival, a França, na partida final. Equipes como a Eslovénia e a Austrália compuseram a tabela das finais, onde a presença maciça dos que atuam na NBA fizeram a diferença, pelo domínio e conhecimento dos fundamentos básicos, fator primordial para toda equipe que anseia e pretende competir em alto nível. Com a formação capciosa que temos nas bases, masculina e feminina, exemplificada regiamente pela equipe americana na final com as japonesas, quando venceram fazendo jogar suas duas gigantes embaixo da cesta, ante a improvável defesa das pequenas orientais, lembrando muito a Semenova da antiga União Soviética, vencendo a todas as adversárias de forma absolutamente idêntica. Foi exatamente aquele soviético modêlo que forjou uma enorme plêiade de técnicos das divisões de base brasileiras, promovendo peneiras visando o aproveitamento do trabalho abnegado e duro dos que realmente iniciavam e formavam os jovens jogadores, defendendo zona, pressão contra as equipes fracas e lançando bolas e mais bolas para pivôs embaixo da cesta, a maioria dos quais priorizados pela estatura a outros mais baixos, porém mais talentosos, acumulando e “abrilhantando” currículos, visando única e exclusivamente as divisões adultas, resultando no que viemos acumulando desde sempre, na sucumbência do grande, pequeno para todos eles, jogo em nosso país, com alguns bons talentos naturais, porém frágeis naquele ponto mais nevrálgico, aquele em que apostam as grandes escolas internacionais, o pleno, consciente e efetivo domínio dos fundamentos do jogo…
Virei madrugadas sem conta apreciando a grande competição, da vela ao boxe, do atletismo ao vôlei, e por que não, do remo ao ciclismo, prestigiando os grandes atletas, vibrando e torcendo por todos, na ginástica no surf e no skating, e muitos outros, somente triste em atestar a justiça de nossa não presença no grande jogo, onde se fossemos, estaríamos nesse momento confirmando da forma mais contundente e trágica que o momento do chega e chuta, da autofagia das bolinhas, do advento das “peças” intercambiáveis, da ciranda monocórdia de estrategistas e suas mimetizadas pranchetas, de transmissões midiáticas apopléticas e ufanistas, de comentários dúbios e desprovidos de confiabilidade, de projeções prospectivas de jovens despreparados rumo a liga maior, provocadas por interesses de agentes que não estão nem aí para o basquete brasileiro (analisem nossos prospectos nos últimos dez anos), e sim para os lucros possíveis a serem alcançados, não importando a que preço for, sim absolutamente sim, estaríamos agora diluindo mágoas e vertendo lágrimas de jacaré (quem sabe o da vacina terraplanista…), que sim, tem de acabar, de uma vez por todas, TEM DE ACABAR, como?…
Sugiro alguns pontos, a saber:
– Que de alguma forma preparemos os jovens professores e técnicos através um currículomais extenso nas escolas de educação física, com o retorno dos seis semestres dos desportos mais ligados às escolas (futebol, basquetebol, voleibol, handebol, atletismo, natação, ginástica, judô), grade esta que foi minimizada por disciplinas da área biomédica, quando da bem planejada, articulada e veiculada passagem dos cursos dos centros de ciências humanas (onde são formados e licenciados os professores, e não provisionados por Cref´s), para a biomédica, numa tacada magistral visando a indústria do culto ao corpo, originando. com a desculpa do benefício salutar, o mega negócio que se transformou na imensidão de academias. verdadeiras holdings, que para as quais, a educação física e desportiva escolar tornou-se obstáculo para o mais rentável grupamento a ser conquistado, os jovens adolescentes.
– Que adotássemos algumas regras nos períodos da formação de base, a exemplo de alguns países, adequando a conquista das habilidades básicas inerentes ao jogo, a fim de priorizarmos o ensino dos fundamentos da forma mais ampla possível, e exemplifico com dois aspectos objetivos:
1- Defesa – proibição de defesas zonais até os 16 anos da formação.
– aumentos nos tempos de posse de bola de 35 seg para os
jovens até os 13 anos, e 30 seg até os 15 anos.
– encerramento de qualquer partida que excedesse os 30
pontos até a idade de 13 anos.
2- Ataque -Proibição dos arremessos de três pontos até a idade de 15
anos, liberando-os dai ´para diante, assim como a posse
dos 24 seg.
– Que na idade até os 13 anos, fosse adotada as regras do
mini basquete, principalmente a regra que somente
permite que cada jogador participe no máximo de dois
quartos sucessivos, e que pelo menos todo jogador
participe de um quarto obrigatoriamente, usando bolas
e cesta adaptadas a sua biotipologia.
São pequenas e factíveis adaptações que de saída obrigariam os professores e técnicos a ensinar o jogo de forma harmônica, respeitando os ciclos físicos e emocionais de cada jovem, que são naturalmente variáveis, e onde a maior conquista seria a evolução técnica de cada um em seu próprio ritmo, e não a vitória a qualquer custo, que somente beneficia currículos profissionais. A capacitação de cada técnico evoluiria pelo número de jovens que acendessem as divisões superiores, e a qualificação dos mesmos em seleções municipais, estaduais e federais, sendo avaliados anualmente dentro deste parâmetro, a ser regulamentado, ou seja, seria avaliado e promovido pela qualificação dos jovens orientados, e não pura e simplesmente por títulos conquistados. Sem dúvida evoluiriamos de forma consistente no adequado preparo de nossos jovens, democrática e tecnicamente.
Com uma competente EBTN, promovendo um ensino/aprendizagem de qualidade superior na base da modalidade (o que nunca conseguiram), alcançariamos em duas gerações uma evolução plausível ao formarmos e termos uma base razoavelmente sólida nos fundamentos individuais e coletivos, sem formatações e padronizações técnico táticas, tão usuais no presente, passado que tem sido equivocado e frustrante, vislumbrando um futuro ainda pior, pois o reflexo do que aí está já não engana ninguém, e somente beneficia aqueles que no fundo odeiam o grande jogo, por não compreendê-lo, e por conseguinte, aviltando-o na negação de sua imensa grandeza…
Um ciclo se inicia, mudaremos? Torço para que sim, mesmo que lá no fundo dos meus ativos e lúcidos 81 anos, duvido dos que aí estão ditando regras, se já não bastasse essa criminosa e virulenta pandemia, que em breve passará. Quanto a eles, sei não…
Amém.
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