OS 400 mil…

 

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Nesta noite esse humilde blog atingiu a marca de 400 mil leitores, a partir do artigo 500, quando a pagina foi reestruturada e passou a computar os acessos diretos. É uma marca que muito nos deixa feliz, principalmente por se tratar de um blog de basquetebol que enfoca as atividades técnicas, táticas, administrativas e políticas do grande jogo no país, porém sem deixar de mencionar, complementarmente, a modalidade no plano internacional, e ainda reservando um bom espaço a assuntos educacionais e culturais.

Mas a grande e preciosa conquista é que o mesmo somente menciona e publica comentários e colaborações devidamente identificadas, assinadas com responsabilidade e isenção, promovendo debates e discussões de caráter democrático, onde o contraditório pauta o equilíbrio e o bom senso discursivo.

Claro, que por conta destas simples regras de convivência, seria impossível atingir as colossais marcas de acessos que premiam outros blogs da modalidade, que permitem o anonimato em seus comentários, mantendo-os na primazia estatística desde sempre…

Mas algo tem de ser dito ao atingir tão significativa marca, a afirmação de que em nenhum momento nestes 10 anos de atividade, pretendi me situar como dono de verdades, ou sabedor de tudo a respeito do grande jogo, e sim, reportar aos fieis leitores toda uma experiência e vivência de quem se encontra dentro de uma quadra e de uma sala de aula trabalhando, pesquisando, planejando e competindo em todas as etapas, da base a elite, no masculino e feminino, na escola, no clube e na universidade, onde lecionei na formação de professores e técnicos, ao longo dos mais de 50 anos de batente, e que aos 75 ainda me mantenho atuante e trabalhador, acenando irmamente às novas gerações através uma larga experiência e vivência no grande jogo.

Nesta noite, assistindo à premiação da artista Jane Fonda pelo Instituto Americano de Cinema, por sua permanente luta como artista, produtora, escritora e engajada politicamente, guardei de seu discurso de agradecimento essa jóia de pensamento, que de certa forma se conecta com minha forma também de ser e ver o mundo ao redor, disse ela após confessar que o seu maior erro de vida foi o de não ter perguntado o suficiente para aqueles que foram importantes em sua formação, afirmando ao se despedir: “É muito mais importante estar permanentemente interessada, do que ser interessante”…

Sempre afirmei aos meus alunos, de que nível fossem,  não estar ali para sorrir para ninguém, e sim para instruir, ensinar e provocar idéias e reações, que são os aspectos cruciais em suas formações, pedagógicas, didáticas, técnicas, e acima de tudo éticas e de caráter…

Por tudo isso, só tenho que agradecer essa honrosa audiência, prometendo manter esse humilde veículo de idéias ativo enquanto forças tiver, apesar de pouco ainda saber, e muito ainda por aprender, apreender e divulgar, sempre e sempre…

Obrigado a todos.

Amém.

Foto – Clique na mesma para ampliá-la.

 

DE 2006 A 2014, O QUE MUDOU?…

Num momento em que se clama pela implantação de uma política voltada ao desenvolvimento do esporte nacional, principalmente no âmbito escolar, retorno um pouco no tempo, quando do segundo ano de publicação desse humilde blog, para republicar um artigo que bem retratava as deficiências da modalidade dentro de um contexto comum a todas as demais, principalmente quanto a ausência de movimentos associativos que liderassem professores e técnicos em suas jornadas, em vez de conselhos que ousam tutelá-los com vistas estritamente econômicas e de interesses corporativos, atrelados que se encontram com a indústria do corpo que ajudaram desde sempre a implantar.

Nada evoluímos desde aquela época, sendo o nosso país um dos poucos onde associações de técnicos inexistem, deixando-nos de fora de órgãos internacionais que muito poderiam nos ajudar na retomada dos caminhos perdidos para o arrivismo e o apadrinhamento político e injusto. Vale a pena recordar um tempo, não tão distante assim, quando iniciávamos a já longa travessia vista através essa trincheira, pertencente a todos aqueles que realmente amam o grande jogo. E já nos aproximamos do artigo 1200, graças aos deuses que também teimam em amá-lo…

200 ARTIGOS DE LUTA.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006 por Paulo Murilo

Em setembro de 2004 iniciei a publicação deste blog, que agora, dois anos depois chega aos duzentos artigos, doze dos quais serão a base do primeiro livro que estou produzindo sobre os fundamentos do jogo. Acredito que tenha ajudado com um pouco da minha experiência nas quadras para o entendimento desta magnifica modalidade esportiva, e na esperança de que a mesma se soerga entre nós. E hoje, um tanto fora do aspecto festivo pelo duo centésimo artigo, tento entender como pessoas que se dizem sérias se deixam levar pela paixão ao emitirem opiniões e testemunhos enganosos. Um subtítulo? FALEM A VERDADE, POR FAVOR.
Assisti perplexo ao programa Arena Esportiva de ontem no Sportv, todo ele dedicado ao basquetebol, no qual ouvi absurdos perpetrados por dois técnicos convidados, sendo um deles o da seleção brasileira. Num momento do programa falou-se sobre a importância da criação de uma associação de técnicos, como as existentes nos países que dominam a modalidade na atualidade.E o testemunho do selecionador nacional foi de um desconhecimento assustador. Afirmou que com o falecimento do Daiuto( na realidade o Prof.Moacir Daiuto, técnico, escritor e diretor da EEFUSP), a associação de técnicos por ele fundada, praticamente deixou de existir, e que só recentemente uma outra associação, a APROBAS, dirigida pelo Tácito(?), tenta se estabelecer, mas que somente uns poucos pagam sua anuidade. Todas ,informações completamente falsas. Quem idealizou, ajudou a fundar e participou na redação do estatuto da primeira associação de técnicos de basquetebol em nosso país, fui eu, quando do Campeonato Mundial Feminino em São Paulo em 1971 . Naquela ocasião, paralelamente à um curso de atualização técnica patrocinado pela FIBA e pela CBB, com a presença de um elevado número de técnicos de todo o país, a idéia lançada por mim teve imediata aceitação, e logo uma comissão designada por todos em votação, da qual fiz parte, foi destacada para a elaboração do estatuto da ANATEBA-Associação Nacional de Técnicos de Basquetebol, que nascia nas dependências do DEFE na Água Branca. Na promulgação do estatuto e da ata de fundação propuseram os técnicos presentes e fundadores que eu assumisse a presidência, a qual declinei com o argumento de que a associação iniciaria seu trabalho em conflito com a direção da CBB, da qual divergia profundamente. Sugeri então o nome do grande técnico Antenor Horta, tendo como vice-presidente o Prof.Moacir Daiuto. O desportista Jack Fontenelle assumiria o setor financeiro e eu, dada à insistência dos técnicos assumiria a secretaria da nóvel entidade. A ANATEBA foi um sucesso imediato, contando de saída com mais de 120 associados, dos mais diversos estados do país. Publicou 5 revistas, e lançou o mini-basquete no Brasil, além de organizar cursos de atualização em vários estados. Mas aos poucos, a CBB minou a associação, que via como concorrente, e que sem sua ajuda logística deixou de existir. Em 1976, quando cursava o mestrado de Ed.Fisica na USP, em um dos sábados desportivos que a EEF organizava para reciclar os técnicos de SP, e na presença de mais de 150 deles, propus, mais uma vez, a recriação da ANATEBA, que foi rebatizada de ABRASTEBA- Associação Brasileira de Técnica de Basquetebol, sendo eleito para a presidência o Prof.Moacir Daiuto, que era o diretor da EEFUSP, ficando comigo a vice-presidência. Seis meses mais tarde, sem que tivesse sido sequer comunicado e sem votação em assembléia, fui afastado do cargo, pois era o único não paulista na direção da associação. Sucedeu ao Prof.Daiuto o Prof. Guilherme Kroll, até o encerramento de suas atividades, pois o suporte logístico dado pela EEF cessou com o falecimento do Prof.Daiuto. Très anos atrás fui à fundação da APROBAS (Associação dos Profissionais de Basquetebol) em São Paulo, como o único carioca presente, doando à nova entidade todo o material que possuia sobre a pioneira ANATEBA. Paguei duas anuidades e jamais recebi um recibo ou carteira que me situasse como sócio colaborador e pagante. Também, nos anos 80 organizei e fundei a Associação de Técnicos de Basquetebol do Rio de Janeiro, que teve como seu primeiro e único presidente o técnico Ary Vidal, e como vice-presidente o técnico Waldyr Boccardo. Logo, não procedem as informações dadas pelo técnico da seleção brasileira, assim como não reconheço nele competência para vir a público inovar com ideias que nasceram, floresceram, e foram aniquiladas pelo perigo que pseudamente representavam para a entidade mater, a CBB, que ora representa,e é apoiado, mesmo após o triste papel que fizeram no mundial, o que jamais ocorreria se entre nós existisse uma associação que promovesse o mérito como fator intrínseco para a direção de nossas seleções, da categoria que fosse. Também tive o desprazer de ouvir comentários oportunistas do outro técnico convidado, que carece de um mínimo de conhecimento sobre muitos dos assuntos ali expostos à discussão por um arguto mediador, e que deixou no ar uma névoa de desconfiança sobre a seriedade de muitas colocações discutidas ao sabor de muita rasgação de seda, no apoio explicito ao continuísmo do atual técnico da seleção, que em sua opinião é o único com competência para o cargo, abrindo vasto campo para futuras composições comissionadas. Salvaram-se as opiniões sensatas e objetivas da grande atleta Hortência, o que veio corroborar quão importante foi sua trajetória e influência para o nosso basquetebol, premiada que foi no Hall of Fame. Sinto, que ao sabor das circunstâncias um tanto nebulosas que pairam sobre o atual momento basquetebolistico brasileiro, começam a emergir falsos e oportunistas lideres, empunhando bandeiras que jamais desfraldaram, tentando assumir papeis que não merecem por despreparo, movidos pela vaidade e pelo princípio do que “se colar, colou”.
Que as boas cabeças pensantes do nosso basquete não se deixem levar por marqueteiros e seus oportunos seguidores, e que saiam de suas redomas e assumam seus papéis de direito, sob pena de nos vermos enredados em mais um longo e tenebroso inverno. Faço, como desde sempre venho fazendo,a minha parte, e espero que façam o mesmo e infinitamente melhor.
PS- Dedico este duo centésimo artigo ao Melk, pelos seus 10 anos de lutas e mais de 500 artigos publicados.Um abração.

9 comentários

  1. Fábio 31.08.2006 ·

    Caro Prof. Paulo

    Concordo com o que diz em respeito à formação de base, seria por ela que as mudanças efetivas e duradouras poderiam surgir para reerguer nosso basquete no cenário competitivo.

    Gostaria de perguntar-lhe se estará participando do Congresso Mundial de basquete que ocorrerá em São Paulo nos dias 08,09 e 10/09, precedendo o Campeonato Mundial Feminino.

    Grato

    Fábio

  2. Basquete Brasil 31.08.2006 ·

    Prezado Fabio,só fui saber do Congresso quando os prazos para a apresentação de trabalhos tinham se esgotados.Mas dando uma olhada nos temas livres que serão apresentados,vi que somente 20% versam sobre o jogo em si,e os restantes 80% praticamente ficaram à cargo de médicos, fisioterapeutas, psicólogos, administradores, etc,etc.Como sempre,falam todos,menos os técnicos.Aliás,as palestras estarão à cargo dos integrantes das comissões técnicas da CBB, o que em nada me interessam.Quem realmente tem algo a dizer sobre basquetebol jamais seriam convidados, ainda mais em um Congresso Internacional.Pena, pois muita gente boa ficará de fora.Mesmo assim,pretendia dar uma passada por lá,mas quando vi o preço da inscrição
    (200,00)tirei meu time de campo. Por esse prêço compro bons livros e não perco o meu precioso tempo.Se tinha algo para falar? Meu Deus,o artigo de hoje é o de nº200, e creio que alguns deles somaram algo de positivo para a causa do basquete.É isso ai caro Fabio,vida que segue.Um abraço,Paulo Murilo.

  3. Renato Padovani Tognolo 31.08.2006 ·

    Olá Professor,

    Parabéns pelos 200 artigos e pela perseverança.

    Não acompanhei o debate no SporTV e também nunca estive perto da história das associações de técnicos do basquete nacional para poder tomar partido na questão colocada.

    Mas acho que o Lula querer colocar o tema nessa hora é um diversionismo inútil, pra enganar trouxas.

    Na hora do vexame sempre aparecem as desculpas e as soluções mágicas. Via de regra estas soluções não têm nada a ver com o problema e chegam pra confundir, não pra explicar: na política está cheio disso, é só ver que cada vez que aparece um escândalo novo de corrupção, ressucita a tal “Reforma Política” (sobre o tema ver excelente artigo de Claudio W. Abramo postado no Blog do Noblat)

    A importância de termos associação de técnicos, assim como o estudo e intercâmbio, é inegável. Mas no contexto do fracasso no mundial, o técnico da seleção apenas desvia o foco do que realmente interessa: os erros cometidos pela CBB e pela comissão técnica comandada por ele na preparação e comando da seleção brasileira.

    Na minha opinião, ao gastar tempo e saliva para estimular e propagar esta idéia, Lula perde a chance de dar uma contribuição real e maior para o basquete nacional, que é a de admitir os erros, pedir demissão, e abrir espaço para que um trabalho na seleção seja conduzido por princípios diferentes dos vigentes. Se fizesse isso, aos meus olhos, cresceria como pessoa e como profissional. Ganhar e perder faz parte do jogo, pouco me importa que tenha voltado do mundial em 14o lugar ou coisa que o valha. Me mata é saber que ele “faria tudo de novo, do mesmo jeito”.

    – Renato

  4. Melchiades Filho 31.08.2006 ·

    Paulo, escrevo para agradecer duplamente. Obrigado pelo blog, um canto precioso que continuo a visitar mesmo depois de me afastar da coluna na Folha, e obrigado pela “homenagem” no final do texto desta semana, que me emocionou bastante. Toda a força para você e para aqueles que resistem e não deixam de questionar os imbecis que treinam (sic) as seleções brasileiras. Quando o basquete vai se livrar desses balofos incompetentes? Até!

  5. Miguel Palmier 31.08.2006 ·

    Niterói, 31 de Agosto de 2006
    Caro Mestre;
    Leitor assíduo de seu Blog, não poderia deixar de parabenizá-lo pelo duo centésimo artigo; Artigos que na maioria das vezes, me fazem repensar conceitos, analisar atitudes e por fim tentar entender um pouco mais do nosso esporte, melhorando a minha prática como Técnico de Basquetebol.
    Peço perdão por ter acompanhado tanto tempo sem ter me pronunciado,(tenho as minhas razões), li por uma ou duas vezes os seus clamores por debate neste blog, mas creia, não sou somente eu que acompanho sem dar opinião, muitos de nós acompanhamos. Tenho por princípio não comentar nada na internet pois esta tem o poder de transformar imbecis e despreparados em gênios, e gênios em pessoas comuns, assim como a televisão.
    Nesta discussão sobre Associações, reuniões, congressos, palestras e grupos de estudos, tenho boas e más recordações. Uma das boas recordações foi lhe conhecer e participar da criação da ATEBERJ em Dezembro de 1984, na Barra da Tijuca, em uma iniciativa sua e do Prof. Paulo Cesar Motta, cujo certificado de participante guardo até hoje com muito carinho.
    Com a minha carreira iniciada em 82 como treinador, com puro empirismo, foi daí que entendi que o Basquetebol é uma “ciência” e que deveria gastar muitas horas estudando para tentar me aprimorar.
    Tenho até hoje as revistas do VIII estágio sul-americano de técnicos em basquetebol realizado em Novembro de 1987 pela BRASTEBA.
    A outra foi quando voltei do meu trabalho em Goiânia onde dirigi o Universo/Ajax, vencendo 33 partidas oficiais das 34 disputadas, conquistando três títulos e sendo demitido logo depois, porque eu não tinha NOME, e nem era ex-jogador da seleção brasileira (quem assumiu o cargo foi o Carioquinha). Naturalmente esta não foi a parte boa, mas me fez crer que era chegada a hora de dar continuidade a sua ideia de fazer um pouco mais, tentar fazer com que todos vissem a nós como profissionais de basquetebol e nos respeitassem, a parte boa foi quando voltei ao Rio de Janeiro e encontrei o Prof. Guilherme Kroll, que me convidou para coordenar junto com ele, com o Prof. Marinho e o Prof. Orlando Asumpção, o Grupo de Estudos de Basquetebol, denominado GEB. Tínhamos uma sala no Maracanãzinho e chegamos a promover várias palestras e clinicas no ginásio de treinamento do Maracanãzinho e depois na Vila Olímpica da Mangueira, inclusive com o Prof. Lula Ferreira, técnico da Seleção Nacional. Por questões pessoais me afastei, e o Prof. Marinho também, ficando somente o Prof. Guilherme Kroll e o Prof. Orlando Asumpção, sozinhos nesta luta.
    Uma das conquistas que eles alcançaram , foi a de no ano de 2004, só poderem dirigir equipes de basquetebol aqueles que tivessem feito o curso em parceria com o CREF, onde se qualificaram vários treinadores que não tinham o curso completo de Educação Física. Sei que o Sr. é contra isto, mas pelo menos foi feito algo.
    Bem, esta introdução foi para mais ou menos o Sr. saber quem esta lhe escrevendo pois creio que não se lembre da minha figura.
    Desde da criação da ATEBERJ, discuto com os treinadores da minha geração a necessidade que temos de nos reunir e discutir basquetebol formalmente, pois só discutimos e nos falamos informalmente, mas vários fatores influenciam nesta questão, e a principal delas é a VAIDADE.
    Tive a felicidade de trabalhar com Miguel Angelo e Flor Melendez, na minha opinião dois dos treinadores com quem trabalhei mais preocupados em discutir basquetebol, e o mais importante disto tudo, eles não tinham um pingo de vaidade de dizer que viam as coisas de uma forma e que através da discussão do assunto passaram a ver de outra forma. Também trabalhei com outros grandes nomes que prefiro não declinar aqui, que não queriam nem saber, faziam o que estavam acostumados, e não ouviam e muito menos debatiam; E é aí que quero chegar. Cheios de si e de vaidade jamais tinham a cabeça aberta para outras opiniões. A MAIORIA DE NÓS TREINADORES É ASSIM. Não discutem porque não tem conteúdo, ou porque estão cheios de sí e acham que já sabem tudo, mas no discurso NÃO, dizem sempre que estão abertos e que estão aprendendo ainda, vai ver no íntimo! Entendo isto como o maior problema dos treinadores de hoje. Na clinica do Obradovich aqui no Rio escutei de um treinador contemporâneo meu, que tudo que ele disse (Obradovich) ele já sabia. Santo Deus. Ouvi e calei-me.
    E assim outras pérolas, que não perderei tempo aqui em declinar.
    Sobre a questão da mais nova associação APROBRAS, sou um dos primeiros filiados, não estive no ato da fundação, mas participei da I Clínica Nacional de treinadores, e realmente, do Rio de Janeiro somente eu e o Prof. Marcio Andrade (Bronquinha) é que estávamos presentes, assim como uma clínica de uma semana, com o recém vice-campeão olímpico Rubem Mangnano em Mogi das Cruzes, depois sumiram, nem um e-mail mandaram, cito isto para mostrar qual o interesse que os treinadores do nosso querido estado, principalmente, tem em se reciclar e aprender. A pouco mais de seis meses o treinador da seleção de Porto Rico, Julio Toro, esteve no Rio de Janeiro de férias, e a Federação de Basquetebol do Rio abriu inscrições para uma clínica de dois dias com ele, requisitos necessários, R$ 50,00 para inscrição e mais de 50 pessoas interessadas. Amplamente divulgada e com tempo hábil para a inscrição, 15 pessoas se interessaram. Será que este treinador não teria nada a nos passar, depois de 20 e poucos anos treinando o selecionado de Porto Rico? Ou nós estamos c… e andando para o basquetebol?
    A verdade é que o basquetebol não tem PLANO DE CARREIRA, enquanto a maioria das profissões tem.
    Não é qualquer um que pode construir uma ponte, não é qualquer um que pode dar atendimento na saúde……
    Traçar metas, objetivos, sustentar uma família sendo treinador de basquetebol!!!!!!!!!!!
    Daqui a dez anos estarei no nível tal e poderei ser treinador senior se eu quiser, ou poderei me dedicar a base!!!!!! Com um salário de mais ou menos tanto!!!!!! Meu Deus, até na mais antigas das profissões se consegue
    ter uma previsão de vida!!!!
    Conosco não. Se quisermos ter acesso a estudos, internet, viajar para clínicas e palestras temos que:1-Ser de uma família rica, 2-Casar com uma mulher rica, 3-Dar aulas de Educação Física em 4 ou 5 escolas, e por aí vai, porque o que ganhamos e projetamos para a nossa carreira dificilmente nos proporcionará isto, e não é só agora, não, isto vem de longe, me contava outro dia, num bom bate papo, outro grande mestre Prof. Waldir Boccardo, que por muitas vezes só tinha na geladeira ovos e arroz pois apostava tudo na sua formação!!!!!
    Não é possível passarmos 30 anos e as coisas continuarem na mesma.
    E não adianta dizer que quem é bom sempre terá emprego, pois aqui, no Basquetebol, quem tem emprego é o amigo do amigo, ou fez um lob tremendo para conseguir este emprego.
    “O BASQUETEBOL BRASILEIRO VAI MAL PORQUE OS TREINADORES VÃO MAL, E PORQUE NOSSOS DIRIGENTES NÃO ENTENDEM NADA X NADA DO ESPORTE”.
    Os dirigentes na maioria são pais de atletas, que passados os anos de jogos do seus filhos somem das quadras, e vão cuidar das suas vidas.
    Ser treinador de basquetebol aqui no Rio de Janeiro de categoria de base hoje é BICO, pois aqueles que estão lá, não se interessam em estudar nada, tampouco ganham suficiente para se interessar por isto, e as aulas no colégio, ou outra atividade qualquer, se tornam mais importantes do que a dedicação ao clube e a sua equipe. A última geração de interessados em estudar e ter prazer de “fazer” jogador foi a minha, onde posso citar de relance quinze a vinte treinadores comprometidos com isto.
    Agora sobre o leite derramado choram os incautos, vem um mix de treinador /comentarista, dizer em alto e bom som na Sportv que TENTOU fazer reuniões e congressos com treinadores, e esbarrou na vaidade, ele só pode estar de brincadeira….. Atirou a esmo e acertou na mosca. Nunca ouvi dizer ou vi este Sr. dando uma clínica para treinadores. Ou ao menos que tenha estado presente em uma. Que tenha chamado tres ou quatro treinadores para uma reunião para discutir basquetebol, pode até ser, mas se houve não foi divulgado e não foi aberto a todos do basquetebol. E mais “BATER EM MORTO” é o que ele está tentando fazer, levantando uma bandeira que NUNCA FOI A DELE.
    Enfim, urge que as Federações e a CBB, tomem as rédeas da formação porque por nós mesmos jamais seremos capazes de chegar a um denominador comum. Uma Federação e uma Confederação com credibilidade, que acredite que o grande “PULO DO GATO” é a capacitação do profissional, e um plano de carreira. Quando digo tomar as rédeas é fazer como na Argentina, na Espanha ou na Itália, que para dirigir uma equipe da 3ª divisão vc. tem que ter um nível, para dirigir uma equipe da 2ª divisão vc. tem que ter outro nível e também assim na 1ª divisão. E só a CBB e as Federações podem fazer isto, pois elas são normativas e fiscalizadoras do nosso esporte, é que dão credenciais para qualquer um dirigir basquete, só um adendo, aqui no Rio tivemos durante um bom tempo um dono de botequim que era treinador, porque financiava seu time!!!!!! E nós que dedicamos as nossas vidas ao Basquetebol?
    Então por esta e outras que afirmo só com uma norma das Federações e Confederação com planos de CAPACITAÇÃO E CARREIRA bem estruturados é que iremos melhorar o Basquetebol brasileiro e responder a pergunta do ex-atleta Marcos Abdala Leite (Marquinhos), na sua coluna de hoje no site Basketbrasil,
    ONDE ESTÃO OS GRANDES TREINADORES?
    Acrescentaria:
    ONDE ESTÃO OS GRANDES DIRIGENTES?
    Não gosto de escrever, porque sou sincero (sem malícia; puro-Dic. Aurélio) sem ser politicamente correto(o que todos os comentaristas/treinadores hoje nas TVs tentam ser), e com isto arrisco meu pescoço e um emprego futuro, é assim que as coisas funcionam Mestre. Se falar um pouco mais abertamente, vc. não presta para dirigir algumas equipes, compreendo meus colegas de profissão. Mas hoje, deixei por um instante, de me calar, e não é em tom amargo, alguns poderiam dizer, mas é em tom de crítica, para que as coisas possam melhorar, não para mim que já estou mais para o final da carreira do que para o início, mas para esta garotada que ainda sonha EM SER TREINADOR DE BASQUETEBOL.
    Era isto que tinha a dizer grande MESTRE. Muito Obrigado.
    Quem quiser ler um pouco mais sobre isto entre no site do Prof. Marinho e leia o Texto:
    “Técnico de Basquete: Profissão madrastra”, texto do dia 19/07/2005.
    site http://www.bbheart.com.br
    Prof.Miguel Palmier.
    Em 1ºTécnico de Basquetebol
    Em 2ºProfessor da rede estadual de ensino.

  6. André Luis 31.08.2006 ·

    Prof Paulo, eu sempre enviava email p/ O MElk e dizia para ele que no basquete ha “herois da resistencia” que lutam contra este continuismo na CBB. Agora pude descobrir o senhor. Parabéns e continue assim

  7. Reny Simão 31.08.2006 ·

    Prezado Professor

    Meus cumprimentos pelo 200º artigo publicado.
    Também assisti o programa com o técnico da Seleção. Como ele disse no início que assumia a culpa e que não iria justificar, mas explicar o que ocorreu, fiquei curioso e acompanhei o programa até o final. Mas, não sei se é pelo fato de eu ser leigo, acabei não ouvindo (ou não entendendo) explicação nenhuma.
    Um abraço

    Reny

  8. GIL GUADRON 01.09.2006 ·

    FELICITACIONES POR EL ARTICULO NUMERO 200.
    ATENTAMENTE.
    GIL OVIDIO GUADRON

  9. Basquete Brasil 03.09.2006 ·

    Prezado Renato,Obrigado pelas felicitações.Você não perdeu grande coisa não vendo o programa do Sportv, com as esperadas e manjadas desculpas.Agora,as associações de técnicos e jogadores são importantes,mas e antes,quando todos eles comandavam o basquete brasileiro,não eram?Tudo papo furado.Continue contestando, é importante.Um abraço,Paulo Murilo.

    Prezado Melk,creio que fiz minhas as palavras de todo basqueteiro que se preze.Uma pequena homenagem para um grande e guerreiro articulista.Ainda nos conheceremos pessoalmente.Um abração,Paulo Murilo.

    Prezado André, agradeço os parabéns.Paulo Murilo.

    Prezado Miguel,sua mensagem me emocionou, pois reflete a grande verdade escamoteada de todos nós,o verdadeiro abismo em que foi lançado o grande jogo.Se essa é a crua realidade dos nossos técnicos,o que esperar de progressos para a modalidade?No entanto
    ,o fato de sua revolta se dar nesse momento crucial por que passamos,gera um sopro de esperança de que dias melhores poderão vir a ocorrer,mas que exigirá de todos nós uma grande carga de trabalho e dedicação.Estamos na luta.Um abraço, Paulo Murilo.

    Prezado Reny,obrigado pelos parabéns,e não se sinta só por não entender as explicações dos participantes do programa, pois ninguém,de sã consciência poderia entender.Um abraço,Paulo Murilo.

    Caro Gil,obrigado,contando sempre com a sua amizade,Paulo Murilo.

 

 

 

MAIS TORTO AINDA…

 

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Houve uma época em que eu vivia com uma câmera na mão, fosse fotográfica ou cinematográfica, sempre registrando esportes, complementando minha formação acadêmica na educação física. Registrei basquetebol, voleibol com o Paulo Matta, o grande pioneiro do que aí está, não sendo reverenciado, sequer lembrado, e a natação com Roberto Pavel e a Maria Lenk.

Vídeo só fui ter acesso em 1971 no Mundial Feminino de Basquetebol em São Paulo, quando convenci a Fotótica, a grande firma paulista que se rivalizava com a Cinótica, a gravar o jogo contra as coreanas, em um pesadíssimo equipamento Sony, mostrado naquela noite no hotel onde a seleção estava instalada, mas que bem antes do jogo assistiu a um copião em 16mm que montei na Líder Cinematográfica do jogo entre a França e a mesma Coréia realizado na véspera em Brasília, que filmei e peguei carona no avião das delegações vindo sentado no fundo do corredor, e no chão até o Rio, de onde embarquei na mesma noite para SP com o copião na mão.

Tratava-se de um projeto da Assessoria Técnica de Ensino da EEFD/UFRJ, criada e dirigida por mim e pelo Prof. Alfredo de Faria Junior no campus da Praia Vermelha, onde se originou o único filme conhecido de basquetebol feito no país, e que recuperei em vídeo, contado no artigo Enfim, salvo…

            Mas porque tantas reminiscências? Bem, foi uma época em que convivi estreitamente com o voleibol, ajudando o Prof. Paulo Matta em suas incursões cinematográficas pioneiras, das quais um aspirante a técnico, o Bebeto de Freitas, mais tarde grande campeão, inclusive mundial, muito se beneficiou com suas viradas de noite no apartamento do Paulo vendo e revendo filmes em 8mm, super 8mm, 16mm e vídeos em rolo. Hoje, ambos foram devidamente esquecidos e marginalizados pela turma que sempre se encontrava na EEFEx, onde até hoje treina, e conseguindo de forma política não muito bem explicada, reverter o pioneiro patrocínio do Banco do Brasil no basquetebol, num também pioneiro projeto do Prof. Heleno Fonseca Lima, grande técnico daquela modalidade e graduado funcionário daquele banco, fator que catapultou o vôlei, econômica e financeiramente, ao estágio hoje ostentado.

Na mesma época, o hoje poderoso (?) presidente do COB, Arthur Nuzman, fazia palestras para desportistas para assumir a Federação de Volei do RJ, numa jornada em tudo parecida a do Eduardo Viana “Caixa d’Água” da Silva pela Federação de Futebol. Assisti a uma dessas palestras no Instituto Bennet com o Prof. Raimundo Nonato, mais tarde Diretor Técnico da CBB junto ao Prof. Renato Brito Cunha, seu presidente. Nessa palestra o cunho empresarial já era visível no projeto, que se concretizou rapidamente, e se solidificou na Confederação quando do aporte financeiro do Banco do Brasil.

Bem, de lá para cá todos conhecem muito bem o roteiro percorrido, onde o desporto foi transformado em negócio, grande negócio, que infeliz, ou felizmente, vem se tornando público através a mídia de uma forma geral, desnudando um santo que havia sido regiamente paramentado e alimentado com vultosas verbas públicas.

Quando publiquei o artigo O Dedo Torto, foquei um outro lado da questão, o ético, que muito foi deformado frente aos interesses maiores, não só para os dirigentes, mas para jogadores e técnicos também. Foi um chute (ou cortada) no traseiro de uma modalidade que, ao contrario do que sempre foi propalado, não se massificou, e nem pretendeu fazê-lo, para mergulhar de cabeça no universo da alta competição, onde importantes conquistas técnico táticas foram alcançadas, através o talento de ótimos técnicos, e o emprego de muitas e pródigas verbas, inclusive com um Centro de Treinamento também construído com as mesmas, por sobre uma modalidade que em numero de participantes internacionais sequer chega perto do basquetebol, tolhido em seus patrocínios, e aviltado por mais de vinte anos de administrações espúrias e facciosas, numa travessia que tem sido mantida pelos poderosos do vôlei incrustados no comando do desporto nacional, a quem em hipótese alguma interessa o soerguimento do mesmo, única modalidade capaz de superar seu atual e discutível domínio, daí a facilidade com que verbas do Ministério dos Esportes foram e são direcionadas para a manutenção da corriola que lá se encontra, e sempre sob o vetusto manto do grande e poderoso presidente do COB.

Se uma varredura em regra fosse acionada no desporto nacional, muitos dos desmandos e equívocos acontecidos poderiam ser dirimidos, mudando o foco das formidáveis verbas alocadas nos últimos vinte anos, e que fizeram a independência financeira de muita gente auto elegida como importante, secundarizando interesses de uma nação que se debate em tantas  indefinições e precariedade educacional, na saúde, segurança e transportes, onde um desporto saudável, escolar e mesmo clubístico, poderia ajudar a sanar a maioria das mazelas existentes, dando lugar a um país realmente olímpico, e não essa trágica realidade de um país cultuador do corpo para a riqueza avassaladora das holdings que administram academias por todo o país, a quem não interessa o desporto escolar em cima de um universo cada vez mais jovem, seus clientes em potencial, e a quem não interessa, e nunca interessou massificação de atividades lúdicas e pré competitivas voltadas à juventude brasileira, que é um direito constitucional seu.

Se por alguns momentos o leitor considerar que me afastei do assunto central aqui exposto, acreditem, são todos fatores de uma mesma cadeia de interesses, que se sobrepõe desde as escolas, os clubes, e até a formação acadêmica dos futuros professores de educação física (jamais profissionais de ed. física, atrelados que estão a conselhos que viabilizam a indústria do corpo…), e cujas indefinições propiciam o aparecimento e quase perpetuação de indivíduos voltados aos interesses financeiros, jamais os educacionais, mas que pelas ações, veladas ou não, que praticam, ainda podem ser contestados, pois podem enterrar a verdade, matá-la, jamais…

Mais do que nunca, o dedo ficou tão torto…

Amém.

Foto – Reprodução de matéria publicada pelo jornal O Globo em 15/3/2014. Clique na mesma para ampliá-la.

OUTROS DOIS MOMENTOS…

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Primeiro – Num passado bem recente o jovem gigante externava em entrevistas de seu sonho em jogar nas alas, driblando e fintando em direção à cesta, e volta e meia concluindo de longa e meia distancias, mas…

Não eram esses os desígnios de seus “responsáveis”, e mesmo de seus orientadores e professores (?/$) técnicos, lá longe, em terras espanholas e americanas, que o limitavam aos brutais afazeres de um pivô de oficio, e inclusive o coagindo a reserva se fugisse das superiores e altas técnologias para transformá-lo num reboteiro exemplar…

No entanto, faltava um porém, que inclusive o remeteu de volta a Europa logo após se classificar no draft da NBA, a “necessidade estratégica” de  encorpar, massificar-se, a fim de resistir às battles under basket, tese defendida ao extremo pelos maiores “especialistas” da mídia tupiniquim, gênios do basquete, enciclopédias vivas da NBA, que destilam aulas magnas de conhecimentos muitas vezes risíveis, pela ausência de conteúdos teóricos, práticos, e acima de tudo, vivenciados nos campos do treino e da competição….

E a corda estourou em seu ponto mais frágil, reagindo negativamente à massificação “via ferros e complementos alimentares (?)”, e para tentar enganar àqueles que entendem do riscado, de verdade, se saem com a ridícula tese de que suas fortes dores nos joelhos não encontram uma explicação convincente, e que por isso estão indo para os Estados Unidos submeterem a jovem cobaia a exames mais precisos…

Mas o que fizeram (espero que possa ser revertido) foi em nome da cobiça financeira e de uma irresponsável e arriscada jogada comercial, abreviar a carreira promissora de um ala (ou mesmo um potente e ágil ala/pivô), que do alto de seus 2,14m, bem treinado nos fundamentos, estaria mais próximo de um futuro tecnicamente seguro, do que ser transformado em mais um brutamontes com suas articulações hiper pressionadas por quilos de, de que mesmo? Respondam vocês, os catedráticos do grande jogo, cada vez mais diminuído… Não por mim…

 

Segundo – Me perguntaram outro dia em um email, o que entendia, ou achava, da formação dos técnicos em nosso país, se comparada à formação na Europa e nos Estados Unidos, e qual o fator mais decisivo nessa diferença, se existente.

Fiquei de responder no mais breve espaço de tempo possível, dado aos afazeres mais prioritários no atual momento, quando enfim realizo uma exemplar revisão nos derradeiros parágrafos de um livro a muito prometido, pronto a bastante tempo, mas impossível de ter sido editado pelas dificuldades editoriais em se tratando de basquetebol. Fosse de MMA…

Mas como meu filho André Luis prometeu que o editaria através amigos comuns, fui à luta e creio tê-lo pronto muito em breve.

Então, voltando à pergunta a mim feita, lendo um artigo do Balassiano sobre o jogo de ontem entre Miami e Indiana pela NBA, ele menciona que a equipe vencedora, a de Indiana, se utilizou de um sistema de jogo baseado na “Old School”, para o qual a equipe do Miami não encontrou soluções defensivas contra dois pivôs enfiados no garrafão, que em conjunto com um ala ofensivo pontuaram para valer contra a grande equipe campeã da liga, e vencendo o jogo.

Então, respondo a questão enviada, com uma simples afirmativa, a de que toda a formação daqueles técnicos europeus e americanos sempre foi pautada pela Old School, base irrefutável e sólida de todo um sistema de ensino e aprendizagem acumulado com o passar de décadas, desde a criação do jogo em Springfield, enriquecido pela mais vasta literatura desportiva conhecida, e com uma produção acadêmica e cientifica do mais alto nível, valor e importância, e que está a disposição de todo aquele profissional disposto a conhecer de verdade o grande jogo.

A Old School foi e sempre será a Actual School, pois seus princípios eternos pautaram e pautarão hoje, e no futuro, o ensino, o treinamento, os sistemas, as estratégias, e acima de tudo os princípios éticos do grande jogo.

Infelizmente, por aqui em terrae brasilis, tradição, história, pleno e embasado conhecimento, sempre será rotulado de antiquado, ultrapassado, desatualizado, mas não para eles, e para alguns mais esclarecidos daqui mesmo, onde o novo, o contemporâneo, vigoram como uma verdade absoluta, porém destituída do suporte básico e fundamental da tradição, do rico passado, enfim, da Old School…

Amém.

 

Fotos – Divulgação Globoesporte.

 

BLACK BLOC, EU?…

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(SF) BasqueteBrasil: o blogueiro Black Bloc do basquete brasileiro analisa o impacto da NBA no Brasil.

 

Está ai na página do blog Homens Brancos Não Sabem Blogar, me colocando ao lado da turma mascarada que atanaza a policia se infiltrando nas pacíficas passeatas reinvidicatórias por todo o território nacional, depredando o patrimônio público e aterrorizando a população com sua violência e virulência.

Bem, mascarado nunca me apresentei, violento tampouco, virulento, creio que alguns me consideram dessa forma, mas quem?

Quem sabe aqueles que se apresentam como basqueteiros de primeira linha, mas que no fundo, bem lá no fundo odeiam o grande jogo por não compreenderem toda a sua dimensão de arte maior, de poderoso instrumento de educação, de cultura, de princípios de vida, de ética, de amor. Para estes sou virulento, mas não o suficiente para mantê-los afastados o suficiente para não magoar e ferir de morte o grande jogo, como têm tentado desde sempre, comprovando de forma clara e objetiva ser eles os virulentos, não eu, que somente abraço forte e indissoluvelmente o direito da indignação, o sagrado direito de me indignar.

Amém.

Foto – Reprodução de página de blog. Clique na mesma para ampliá-la

QUEM SEMEIA (E BEM)…

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“A NBA vai investir bastante aqui, e precisamos aproveitar isso…”(Jornalista Fabio Sormani durante a transmissão da Rede TV do jogo exibição da NBA).

 

(…) “O Brasil é um mercado muito importante para a NBA, por ser líder na América do Sul e pelo potencial de sua economia, ao redor do mundo. No futuro, vejo a possibilidade de um jogo de temporada aqui.”(…) (Adam Silver, futuro presidente da NBA, na matéria A História em Quadra, do jornalista Claudio Nogueira, no O Globo de 12/10/2013).

 

Muitas outras matérias foram publicadas na mídia impressa, e fartamente divulgadas pela mídia televisiva, numa verdadeira romaria rumo ao templo sagrado (para a maioria delas) do basquete internacional, a onipresente NBA, mas que por motivos não esclarecidos, como deveriam ser, deixaram de lembrar que o jogo praticado por aquele potentado financeiro, pouco tem a ver com o praticado pelo restante dos países, sob a égide da FIBA, a começar pelos fatores econômico, social e político do mesmo, que o torna um modelo restrito à grande potência do norte, praticamente impossível de ser implementado fora de suas fronteiras, a não ser como consumidores de uma realidade como a de exibições comerciais como a que tivemos na Arena HSBC (que originariamente deveria ter sido batizada de Togo Renan Soares…).

Nesse quadro de altos interesses comerciais e financeiros futuros, toda uma logística vem sendo implementada pacientemente, desde os escritórios da grande Liga no país, a uma aparentemente modesta investida em clínicas e workshops técnicos, assim como surfando na crescente onda de blogs voltados às suas franquias, e mais recentemente com um site comercial de produtos das mesmas, culminando com a gigantesca promoção desse amistoso, quando deslocaram para cá um batalhão de profissionais – (…) “Nós não teríamos trazido tanta gente (cerca de 400 pessoas) e toda essa infraestrutura se não tivéssemos uma expectativa em relação ao mercado (…)” (da mesma matéria assinalada acima), e que agora menciona o fator massificação da modalidade como sua próxima tarefa (?), o que aliás sempre pensei ser da conta da CBB…

Por todos esses fatores, a figura de proa, emblemática até, para capitanear tão ambicioso projeto, teria de passar pelo Delfin, com sua influência junto aos jovens, como exemplo a ser seguido de jogador, cidadão e profissional dedicado, não fosse por um pormenor (?), o fator Oscar…

Que de tão poderoso junto à volúvel mídia, e mesmo sendo convidado pela Liga a ser homenageado por sua carreira e conquistas (mais recentemente sendo entronizado no Hall of Fame deles), não poupou os nebebianos pela negativa de servirem à seleção nacional, sentando a clava nos mesmos e tachando-os de “caloteiros”, numa explosão em hora das mais inadequadas para o projeto NBA, que de tal forma sentiu a pancada que o técnico do Wizards, Randy Wittman veio em socorro – Se as pessoas ficaram chateadas por causa da seleção nacional, eles deveriam me culpar. Isso (dispensa da seleção) era o que eu queria que ele fizesse. Então, se o Brasil tem que atribuir a culpa a alguém, não culpe o Nenê, mas me culpe – declarou o comandante em entrevista coletiva.(do blog Basketeria).

Sem dúvida alguma, um projeto de tal dimensão necessita ser lastreado por ícones da modalidade, principalmente os naturais do país visado, não sendo surpresa alguma que no próximo evento venham treinar, digo, jogar os Spurs e os Cavaliers, por motivos óbvios…

Mais ainda, preparemo-nos para uma avalanche de reportagens, tópicos, entrevistas, ensaios, sobre o segundo a segundo (minutos, horas, dias, semanas serão insuficientes) na vida dos gênios (que de vez em quando por aqui passam para “relaxar”), da grandeza das arenas, do conforto dos ambientes, e da qualidade, nem sempre presente, dos jogos, das equipes da icônica liga, em detrimento cada vez mais crescente da nossa, do nosso basquete, dos nossos jovens, cada vez mais distantes de uma boa e eficiente participação em 2016, que está logo ali na curva da próxima esquina de uma história dolorosa de ser contada…

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Finalmente, o jogo, mais do que amistoso, comercial até em seu desfecho cinematográfico numa bola perdida…de três!! Irônico, vamos concordar…e que nada apresentou do que o sistema único (vejam as fotos, ou o vídeo se gravaram), na formação e até nos “punhos” que tão bem e colonizadamente  adotamos…ah, e uma aplicação das regras onde conduções foram bem marcadas, mas as andadas colossais, nem pensar.

Termino apontando uma possibilidade nada desprezível, numa semana em que se noticia que todos os jogos da liga italiana serão transmitidos em rede aberta, cuja possibilidade, não de algo parecido, mas razoável, pudesse ser feito em nosso injusto país, como bem demonstrou a Rede TV, que se numa ação de mestre se aliasse à ESPN na transmissão aberta do esporte brasileiro, do basquete brasileiro, a quantas levaria o grande jogo e demais modalidades para junto dos jovens, e que lição que se faz já tardia, seria dada na potencia global que os esnoba e diminui desde sempre, em favor de MMA e automobilismo…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

A CONQUISTA…

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Enfim, o santo ficou definitivamente nú.

Tudo aquilo que predisse de longa data daqui desse humilde blog está acontecendo, num caminho possivelmente sem volta.

Reconquistar a identidade perdida ao longo das últimas duas décadas, de um profundo mergulho ao encontro dos estreitos e sufocantes amplexos de uma cultura oposta em quase tudo à nossa, acredito se tornar impraticável daqui para diante.

No próximo sábado, para o orgasmo coletivo de uma elite (?) endinheirada, mas que no fundo despreza (e que sequer talvez não conheça) o grande jogo, a não ser para se postar nos 300 lugares ao lado da quadra sob a luz dos holofotes e câmeras internacionais, na companhia de stars e globais convidados (duvido que dispensem um único cent que seja para ali gloriosamente estarem…) para engrandecer a grande noite, tendo como companhia os otários que deverão abrir seus fartos bolsos em troca da passageira notoriedade de uma midiática “noite histórica”…

No entorno, alguns milhares de fãs pagando ingressos a preços padrão NBA, para assistirem a avánt première do basquete a ser consumido em larga escala pela patuléia daqui para diante, e não aquele que tenta imitar a matriz sem um mínimo admissível dos padrões técnicos e econômicos da mesma, que são os fatores que mantêm a realidade tática, hoje globalizada da grande liga, solidamente implantada.

Mas, eis que surge no estreito horizonte do nosso anseio de grandeza, uma tênue nesga de esperança num breve futuro, o agora explicito e escancarado vínculo NBA/ENTB, para padronizar e formatar definitivamente nosso amanhã técnico tático, nos moldes da liga de um país que necessita conquistar novos mercados, muito mais agora que estão à beira de uma moratória econômica que influenciará em muito a economia mundial, e que se materializará numa clinica com três dos mais graduados técnicos das duas franquias aqui presentes, com a duração, pasmem, de 60 minutos (18:30 às 19:30hs no ginásio do Flamengo), num feito que em muito ultrapassa os 4 dias que duram os cursos de habilitação da ENTB. Trata-se de algo único, uma clinica com três renomados técnicos com 60 min de duração, fantástico…

Mais do que nunca se solidificam e estreitam os laços que pretendem implantar definitivamente a cultura basquetebolistica da turma lá de cima aqui em baixo, mesmo após um Eurobasket que em muitos aspectos diferem da mesma, mas que também vão sendo sufocados pela força midiática de uma modalidade alvo para os grandes talentos mundiais, sequiosos em abiscoitar um naquinho que seja da cornucópia financeira de um outro jogo, que certamente não é o que foi idealizado pelo  James Naismith, vide o testemunho do técnico do Chicago, Tom Thibodeau ao adentrar no ginásio rubro negro: (…)“que o ginásio do Flamengo lembrava os mais antigos dos Estados Unidos, onde ainda se faz basquete na essência, com paixão” (…)– (trecho da matéria publicada no Bala da Cesta de hoje).

No entanto, o que mais cala fundo aqui para esse velho professor e técnico, é constatar a grande quantidade de patrocinadores dispostos a bancar essa escalada puramente comercial, e suas extensões para um futuro imediato, e bem às vésperas de uma competição olímpica em nossas fronteiras, numa clara demonstração de que LNB, NBB e que tais nada representam de importante para eles, que poderiam até mencionar o baixo nível técnico apresentado em nossas competições internas, com evidentes reflexos internacionais para não os apoiarem, mas nada que justifique a babação incontida, caipira e colonizada a um produto que em nada e por nada representa nossa identidade, mas que tudo fará para minimizá-la ao máximo, pois afinal de contas, mercado é para ser conquistado e mantido, custe o que custar.

E nesse louco carrossel de interesses, ficamos nós à mercê de uma realidade exógena, acolhida por nossa elite de técnicos, satisfeita com os padrões emanados da matriz (e agora repassados com sofreguidão pela ENTB), contritos em suas limitações e pouca ou nenhuma vontade, ou mesmo coragem em subverter tal panorama, acomodados e solícitos que estão com as migalhas que lhe são oferecidas, aceitando-as caninamente, quando poderiam, pelo menos ousar, estudar, pesquisar, inovar, tentando se libertar de grilhões (quem sabe até abrindo caminho para bons patrocínios), que não nos tem levado a lugar nenhum, a não ser à Arena no sábado, pagando uma baba de ingresso, talvez empunhando um daqueles ridículos cilindros de plástico para aplaudir, e lá do alto da torrinha gritar a plenos pulmões, e em inglês – Defense, defense, defense…

Choro de tristeza só em pensar nessa cena, aqui na minha amada terra carioca.

Mas lá no fundo dos meus mais caros anseios, aceito a dura realidade, a de que merecemos tudo isso, e talvez, muito mais…

Amém.

Fotos – Reproduções da mídia (O Globo, pagina 31 em 9/10/2013) e Databasket. Clique nas mesmas para ampliá-las.

O ENCONTRO…

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Um velho mestre uma vez me disse – Paulo, educação imediatista é uma

fraude, pois somente num futuro além do nosso conhecimento os fundamentos de uma boa e consistente educação florescerão no âmago daqueles alunos que privaram e absorveram de seu conhecimento, quando perante situações de vida ela os ajudarão a transpor os inevitáveis obstáculos que lhes são confrontados.

Em outras palavras, a educação é um investimento a longo prazo, mas de resultados seguros se bem ministrada.

E foi o que testemunhei ontem num encontro de jogadores que dirigi 15 anos atrás no Barra da Tijuca Basquete Clube, que me convidaram junto ao Prof. Paulo Cezar Motta, também um jogador dirigido por mim nos anos sessenta e fundador comigo do clube em questão, e o Prof. Antonio Carlos Pulga, para recordarmos um tempo que ficou na lembrança de todos, como algo de muito importante para suas vidas cidadãs que hoje ostentam com orgulho.

Lá estavam quase todos no Clube Novo Leblon, felizes e sadios, vencedores em suas vidas profissionais e familiares, muitos casados e já pais, mas saudosos de um tempo pós adolescente cheio de incertezas e dúvidas, mas repleto de lembranças épicas e de amizades indeléveis., forjadas no duro treinamento e nas competições mais duras e exigentes ainda. Foram muito unidos e continuam a sê-lo, com orgulho e prazer, permitindo que eu e o Paulo façamos parte desse poderoso circulo de vida passada, presente, e que sem dúvida alguma se estenderá no futuro.

Saí do encontro renovado de emoções e uma certeza inabalável de que o investimento foi válido, muito válido, e que preço algum no mundo pagaria o orgulho que ambos, eu e o Paulo, ostentávamos ao final do encontro, pelo qual agradeço de coração.

Pena as ausências do Prof. José Geraldo, assistente técnico daquela equipe, do Valerio, André, William, Leonardo, Fábio, Fred, Jobson, que por motivos vários não puderam lá estar.

Caros amigos, foi um privilégio tê-los como alunos, jogadores, hoje cidadãos e homens de bem. Obrigado.

Amém.

Fotos – Clique nas mesmas para ampliá-las.

OSCAR…

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O grande Amauri Pasos o definiu magistralmente como o único jogador  no mundo que conseguiu transformar um jogo coletivo em individual, e por conta dessa notável e única façanha, se tornou merecedor de pertencer aos dois Hall of  Fame, o da FIBA e o de Springfield, numa categoria que dificilmente encontrará sucessores, apesar dos esforços de um Kobe Briant, seu admirador e seguidor desde a infância na Itália.

Como jogador de equipe jamais se equiparou tecnicamente aos grandes que o antecederam, e ainda irão constar da formidável galeria daquelas duas emblemáticas instituições, mas como pontuador envolto pelas equipes que atuaram para si, foi imbatível, atingindo os píncaros da fama e a gloria agora tornada realidade.

Foi único e continuará sendo através da história em sua passagem à condição de mito, individual, jamais coletivo, do grande jogo.

Amém.

Foto (Gabriel Fricke) Clique na mesma para ampliá-la.

PUXA, 350 MIL VISITAS…

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Para um pequeno e humilde blog que fala e discute técnicas de basquetebol, parece um milagre ser visitado por tanta gente. Agradeço a todos de coração, e espero continuar sendo prestigiado aqui nessa trincheira, básica e profundamente democrática, na perene luta pelo soerguimento do grande jogo que tanto amamos.

         Muito obrigado.

         Amém.