DIFÍCIL, MUITO DIFÍCIL…

P1110807-001P1110808-001P1110812-001P1110819-001P1110821-001P1110826-001P1110828-001P1110829-001Sem dúvida nenhuma, fica difícil, muito difícil escrever algo sobre uma monocórdia mesmice, como num carrossel que se repete sem princípio e fim, fazendo desabar toda e qualquer esperança que algo de novo transponha a ciclópica muralha de mediocridade que esmaga e minimiza o grande jogo entre nós, e o mais emblemático, visando a competição máxima do desporto mundial a ser realizada em solo tupiniquim no próximo ano…

Terminado o Pan Americano, onde conseguiram ensaiar um modelo de sistema de jogo promissor, pela fluidez e boa movimentação de toda a equipe a cada ação ofensiva, temperada por um posicionamento defensivo combativo e contestador, praticado com entrega e compromisso por jogadores tidos como de segundo escalão pelos especializados, assistimos agora, nesta importante Copa América o desmoronamento do trabalho antes realizado, como se auto punindo pela tentativa de superar o escravagista sistema único…

…Que reaparece fulgurante, numa orgiástica ciranda de 1 x 1, muito bem vinda pela turma das bolinhas, que é a única arma que pensam dominar, mas que se apagam quando contestados com precisão e firmeza, ações que enfrentam nas competições de alto nível, numa situação oposta às frágeis defesas do nosso badalado NBB…

Passam os anos e não aprendem, por não cobrados, ou ensinados e orientados a sistemas dinâmicos, onde toda a equipe se movimenta em quadra, por todo o tempo, dentro e fora do perímetro, atacando e defendendo intensa e dedicadamente por toda a partida, e não em “momentos” do jogo, com pleno domínio dos fundamentos individuais e coletivos, que deveriam ser praticados por todos, independente de posições, idade, estatura e experiência de jogo, aprendendo, reaprendendo, descobrindo e redescobrindo olvidadas técnicas, novos gestuais, atualizando conhecimentos, aprimorando seu ferramental de trabalho desde sempre…

Acredito que nesse jogo contra o México colimamos todos os erros que nos são comuns e companheiros dentro do sistema de jogo que praticam, o único que conhecem, o único que os estrategistas lhes impuseram, limitando decisivamente as habilidades necessárias a escalada de novos sistemas, que não se renovam desde o NBB2

Então, acredito que as poucas imagens aqui postadas refletem a dura realidade, mais uma vez manifesta nesse jogo perdido para a mesmice endêmica que nos sufoca aqui e lá fora, o que é bem pior. Temo para 2016, o que seria um desastre de difícil reparação, ainda mais sob o comando e liderança (?) de uma administração caótica da CBB, e de uma teimosa estagnação técnico tática da grande maioria das franquias da LNB/NBA…

Amém.

 

A OBTUSA REPETIÇÃO…

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Houve um jogo contra a Republica Dominicana, dirigida por um célebre técnico universitário americano, com staff e tudo, mas completamente afogado por uma equipe caótica taticamente, apesar de ter alguns bons jogadores, e que só não venceu o jogo por causa do péssimo segundo quarto que praticou contra uma seleção brasileira mais perdida taticamente ainda, já se fazendo merecedora de uma bússola a ser distribuída para cada um de seus integrantes, dentro e fora da quadra, tal a qualidade às avessas apresentada até o momento …

Triste de ver e de tentar acompanhar um jogo completo, onde pontuais cochilos se impõem ante tanta mediocridade, tanta mesmice de punhos, chifres e correlatos, quase sempre mal formulados e executados, onde a escapatória via bolinha de três se impõe permanente e altaneira desde sempre…

E nada muda, numa repetição irritante de erros de fundamentos, apagando de vez a boa apresentação feita no pan americano de onde saiu vencedora, quando apresentou um basquete digno de ser visto e revisado, mas que infelizmente sossobrou logo na competição definidora de suas aspirações para 2016, que se apresenta decepcionante e altamente preocupante…

Mas Paulo, a turma da NBA vai estar presente no RIO 2016, está esquecendo?…

Claro que não, mas será que dentro desse esquema coletivista decantado aos quatro ventos promoverão nosso soerguimento internacional? Olha, tenho serias dúvidas, a não ser que mudem a forma de jogar, radicalmente, pois será a única saída para enfrentar e vencer as forças que aqui aportarão, que se enfrentadas da mesma forma como jogam, poucas ou nenhuma chance teremos dentro de casa, com absoluta certeza…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

A DURA (E MAIS QUE PREVISÍVEL) REALIDADE…

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Frente a tão desalentador quadro, o que esperar dessa seleção, que tem bons jogadores, mas que patinam equivocados dentro de um sistema híbrido de jogo, que abraça a dupla armação, promove hipotéticas movimentações de alas pivôs no âmbito do perímetro interno, porém sem abandonar os dogmas do sistema único, onde um dos armadores se transforma em ala, e um cincão joga solitariamente de costas para a cesta, numa formula caduca e que se caracteriza como antítese do tão propalado coletivismo, ausente por força da indecisão de optar entre o padrão estabelecido, e a nova proposta patrocinada por um mais ainda indeciso técnico, que a vê ruir exatamente por saber ser impossível mudanças por parte de jogadores vacinados pelo sistema único, assim como seus super estimados assistentes doidos para pranchetarem em seu lugar…

Aliás, não consta que nenhum deles tenha se empenhado em sugerir uma efetiva desconstrução técnica baseada nos fundamentos individuais e coletivos dos jogadores, voltados à nova realidade pretendida, ou mesmo por parte do hermano, no que seria a única maneira de fazer frente ao novo, inusitado e corajoso ato de jogar o grande jogo, de uma forma como fazem nossos rivais, mais ou menos na trilha do que vêem realizando os americanos desde o inicio da era Coach K, a qual divulgo incansavelmente anos a fio por esse humilde blog, e por que não, dentro da quadra também…

Isso porque, não basta, mesmo, incutir uma nova forma de jogar, frontalmente diversa ao que os jogadores praticam desde sempre, sem mexer com suas bases de aprendizado e fixação de novos princípios e preceitos de jogo (sim, os adultos podem aprender também, por que não?), sem, e isso é definitivo, mexer com sua estrutura pessoal, técnica, tática e emocional. Mas para isso se torna necessário alguns imprescindíveis valores, a começar pela plena decisão de mudança, profunda e decisiva, onde adaptações híbridas não sejam toleradas, principalmente na fase desconstrutiva, e a busca responsável e absolutamente precisa de objetivos propostos e estudados com afinco e dedicação, por todos, técnicos e jogadores, e claro, o mais importante de todos, a competência e o profundo conhecimento para torná-los factíveis…

Honestamente, não acredito que a vinda dos luminares ligados à NBA tornarão esse quadro reversível, se adotarem, todos, o sistema que pensam dominar, o sistema único, ou mesmo o sistema híbrido que ora ensaiam, isso porque, em se tratando de 1 x1, que é a tônica do SU, e para o qual foi criado e desenvolvido pela matriz, nossos adversários mais diretos são superiores pelo maior domínio dos fundamentos individuais, e tanto isso é verdade, que os maiores praticantes do grande jogo, o subverteram nos últimos mundiais e olimpíadas, restando para os demais competidores a brecha de algo diferenciado, claro, se quiserem vencê-lo, e que é exatamente a proposta por que luto, repito, aqui dessa humilde trincheira, e na quadra quando me deram oportunidade, pois vejo ser a única maneira de nos impormos novamente no cenário do basquetebol mundial. Foi exatamente o que fez o volei com a sua escola brasileira, misto da europeia e asiática, e que teve no saudoso Paulo Matta o seu precursor, hoje tão esquecido por quem usufruiu (e são muitos…) de sua pródiga ação visionária…

Logo mais vamos ver como nos saímos na preparação para 2016 contra os dominicanos, esperando que repitam um pouquinho do Pan, senão…

Amém.

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ATUALIZANDO…

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Defasado estou com os artigos, bem sei e me desculpo, mas urge que terminem as obras aqui em casa, pois conviver com poeira e entulho, dia e noite, não faz bem a ninguém alérgico como eu, não mesmo…

Mas, está ficando bonita a minha casa, trinta e oito anos depois de construída sem uma reforma sequer, salva que foi de um leilão espúrio seis anos atrás. Mesmo com o pouco tempo disponível para o blog, não posso ignorar o que vai acontecendo no dia a dia do nosso basquetebol, mais ainda em vésperas de uma olimpíada em terra tupiniquim, a qual assistirei pela TV, e alguns jogos classificatórios que consegui comprar entradas, pois uma credencial solicitada (pelo Basquete Brasil, e sendo jornalista formado, professor e técnico especializado que sou) sequer teve resposta, mas nada que me impeça de comentar a competição, a não ser que “cortem” meu sinal de HDTV…

Então, falemos do grande jogo, que aliás, tem ficado um tanto pequeno entre nós, infelizmente, a começar com o “torpor coletivo” de que, enfim, descobrimos o glorioso caminho direcionado ao éden do basquetebol mundial, onde aguns jovens jogadores, reservas em suas equipes do NBB, são contratados por franquias da NBA, onde são mandados para equipes de desenvolvimento, numa evidente contradição dos princípios técnicos que regem a grande liga, pois o critério biotipológico tão incensado por aqui, carece de lógica se comparado com o padrão atlético dos enormes jogadores advindos das universidades, e de países que levam a serio o desporto oriundo da escola, desde a adolescência, logo, algo mais ligado à parceria NBA/LNB tenha a ver com tanto interesse por jovens carentes do mais elementar requisito para o acesso ao basquete americano, o pleno domínio dos fundamentos do jogo, interessante, e instigante, não?…

Lá fora, no torneio em Porto Rico, a seleção parece ter voltado aos bons tempos da metralha de três, foram 12/57 nos três jogos disputados, quando venceu um, contra a Argentina e embarcaram na mesmice nos outros dois, contra Porto Rico (que haviam vencido de lavada no Pan, quando ensaiavam “um novo tempo”…), e o Canada, de forma a não deixar dúvidas quanto a oscilação comportamental e tática por que passa a equipe…

Oscilação essa causada pela dependência inconsciente pelo sistema único, por parte de jogadores que se iniciaram no grande jogo praticando-o desde sempre, da formação a elite, e que de repente se vêem perante “algo” que simplesmente não conseguem determinar, quanto mais se situar ante uma realidade a que são apresentados, jamais ensinada à partir da desconstrução do que conhecem e praticam, como numa engenharia reversa, que deveria ser aplicada através técnicas pedagógicas e didáticas específicas, claro, por quem conhece, ao menos, sobre o que tudo isso significa, começando pela base, e tendo continuidade na elite, sim senhores, na elite, como exemplo e incentivo verdadeiro às gerações que se sucederão, pois o ato de aprender jamais cessa na idade adulta, muito pelo contrário, se aguça e se permite claros e ambiciosos objetivos a serem alcançado, principalmente em se tratando de fundamentos individuais e coletivos…

Mas para tanto, novas formas de ver e jogar o grande jogo tem de ser implementadas, e não continuarmos a surfar o hibridismo do sistema único como base do proposto novo, corajoso, criativo e ousado sistema proprietário, único e aceito por todos, com certeza a única formula de enfrentarmos as grandes equipes, pelo inusitado, inesperado e realmente inovador, equilibrando a enorme supremacia ostentada pelas mesmas, lastreadas  em formações solidas de base, onde os fundamentos ditam as regras gerais do jogo, fator que temos de assumir seriamente daqui para frente, mais ainda se adotarmos uma posição contraria ao sistema único, para começar…

No entanto, não se trata de um projeto para 2016, tarde demais para sequer ser levado em seria consideração, e sim para os próximos dois ciclos olímpicos, ação lógica e honesta às nações culturais e educacionalmente desenvolvidas, únicas e derradeiras opções de desenvolvimento para esse enorme, injusto e cruel país, junto à sua reserva estratégica, seus jovens…

Mas nada que supere o mal caratismo de muitos que posam e discursam em nome de metas de supremacia olímpica baseadas em medalhas, medalhas em esportes oportunistas, mantidos a preços estratosféricos, numa cornucópia inesgotável de preciosos fundos federais, que tem enriquecido a muitos, e proposital e criminosamente omitindo a formação advinda das escolas, universo natural da iniciação, massificação das modalidades clássicas, aquelas que promovem a sociabilização e o processo educacional e cultural, que são tradicionais no país, como o atletismo, a natação, o basquete, o andebol, o futebol, o vôlei, o judo, todas a serem obrigatoriamente reintroduzidas nas escolas, como componentes das aulas de educação física, atividade hoje quase banida dos currículos do primeiro e segundo grau escolar, e desde sempre no ensino superior…

Lembro alguns artigos que postei cinco, seis anos atrás, aos quais sugiro uma leitura introspectiva, como fechamento desse longo artigo, pedindo, mais uma vez, desculpas pela falha na periodicidade do blog, que prometo reverter daqui para diante. São estes os artigos: Conceitos x Fundamentos ; Conceitos x Fundamentos II; De 2006 a 2014, o que mudou?

Boa leitura, obrigado a todos pela paciência.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e divulgação LNB. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

DUAS VISÕES DE UM PROBLEMA (OU O SINGELO JOGO)…

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Num recente comentário sobre o Encontro NBA em São Paulo, o jornalista Fabio Balassiano emitiu a opinião abaixo, e que de certa forma engloba uma quase unânime opinião de torcedores, dirigentes e mídia sobre o enfoque que deve ser dado ao NBB, mais agora com sua parceria com a grande liga do norte

(…) Quem viu as palestras e sabe da exigência da NBA com isso viu que o recado foi claro: é absolutamente imperativo que a LNB e os clubes comecem, para ontem, a tratar do basquete de forma profissional, de forma que faça o torcedor querer ir ao basquete como um “programa” e não apenas como um singelo “jogo”.(…)

Isto quer dizer, e se bem entendo, que a finalidade da ida do torcedor a um ginásio, tem como prioridade tomar parte de um programa, de um pacote de atrações, onde o basquete singelamente faz parte, mas onde, aqui em terra tupiniquim, ou acima do equador, acompanhado de hamburgueres, refrigerantes, pipocas, mascotes e insossas e rebolativas ladies?…

Ah, em tempo, esqueci os bazares de bugingangas, joguinhos de computadores, selfies com jogadores, e todo uma realidade consumista a disposição de quem pode e gosta de gastar pelo padrão de vida que levam, mas será essa a realidade por aqui?…

No entanto, será mesmo esse o retrato da realidade do basquete americano? Acredito que absolutamente não, e fortaleci esse ponto de vista desde a primeira vez que lá estive em 1966, quando me classifiquei a um estágio em universidades e escolas secundárias num concurso público patrocinado pela CBB e o Departamento de Estado norte americano. Foram três meses percorrendo instituições estudantis de Washington ao Novo México, de ônibus em pleno inverno, mas fotografando e filmando tudo que podia, com uma verba ínfima da CBB, material esse que divulguei em alguns estados brasileiros como contrapartida da viagem, que na ida, foi em avião cargueiro da FAB, junto ao Raimundo Nonato, outro classificado, e depois diretor técnico da CBB por muitos anos…

O que lá testemunhei foi um amor incontido pela modalidade, quase sagrado nas escolas secundárias, e mais ainda nas universidades, numa época em que a NBA e a ABA ensaiavam a mega indústria que se desenvolveria anos mais adiante, mas tendo, como até hoje, a estrutura estudantil como alicerce de suas conquistas…

E que público era aquele que enchia os ginásios, o de programa, ou de um singelo jogo de basquete? Sem dúvida alguma um público que admirava e venerava a técnica individual e coletiva de suas equipes, muitos deles ex praticantes, com fotos e troféus expostos nas entradas dos ginásios, demonstrando seu amor à tradição de suas escolas, logo, entendedores do grande jogo, ávidos e sempre prontos a testemunharem novas técnicas e avanços táticos, assim como a criação e desenvolvimento de estratégias administrativas, participativas e do jogo em si, mantenedores da grandeza que ostentam até os dias de hoje, ampliada pela enorme divulgação midiática da liga maior pelo mundo…

Então, pudemos nos conscientizar de que o grande vetor, a amalgama que unia toda aquela grandeza, foi, é e sempre será o domínio da técnica, dos fundamentos, da tática e da estratégia, todos esses predicados de domínio de um profissional, daquele que os dominam, pelo estudo, pela pesquisa, pela experimentação, pelo ensino, pela divulgação do grande jogo em sua terra, e hoje pelo mundo, o professor, o técnico, o head coach…

Singelo jogo? Sim, se considerarmos que investimos quase tudo em dirigentes, agentes, próceres, políticos, managers, marqueteiros, e muitos, muitos aspones, relegando o técnico, que é o mais importante elo da corrente de desenvolvimento do jogo, aquele que promove as técnicas, as táticas, ensinando-as desde sempre, mas que por aqui sofreu desvios consideráveis, através um terrível mecanismo, aquele de trocar deliberadamente o mérito pelo carreirismo político, pelo protecionismo com contrapartidas óbvias, pelo econômico no provisionamento de leigos distanciados do fator didático pedagógico, fundamental no preparo dos mais jovens, pelo drástico corte nos conteúdos teórico práticos desportivos dos currículos dos cursos de educação física, substituindo-os pelas disciplinas da área médica, originando a falência dos primeiros, e a ascensão dos segundos na “preparação” de atletas, em vez de jogadores…

Esse mesmo técnico, que em sua maioria que se transmudou em estrategista (as poucas exceções não contam…), dissociado do preparo nos fundamentos, mas especializado (?) em sistemas de jogo, em rebuscados esquemas em pranchetas, e acima de tudo frasista brilhante nas justificativas de derrotas, onde “foram os detalhes”, “a emotividade os derrotou”, “faltaram as pernas”, “as bolas não caíram”, “marcaram muito mal”, “perderam o ritmo de jogo”, e todo um corolário de desculpas pontuais, sem que em nenhum momento reconhecesse que simplesmente “falhara”…

Também, jamais admitiu um princípio elementar para o seu trabalho, o fato de que seus sistemas, simples ou complexos, em hipótese alguma funcionarão com jogadores falhos nos fundamentos, que são incapazes de corrigir, daí as trocas sistemáticas e repetitivas de jogadores de mesmas posições ao fim de cada temporada, num movimento monocórdio, repetitivo a todos, e a todas as franquias…

A mídia menciona sistemas de ataque e defesa, mas não esquematiza nem explica os mesmos à luz de um fundamentado conhecimento, a fim de esclarecer a todos aqueles que buscam um “programa”, o que deveriam entender e ajudar o grande jogo a ser mais do que um “singelo jogo de fim de noite”…

Sou de um tempo que tínhamos dezesseis clubes trabalhando a base, além de muitas escolas, nos infantís, infanto juvenís, juvenís, aspirantes e adultos, sempre com ginásios cheios, onde em uma partida infanto juvenil, num sábado à tarde, podíamos ver técnicos dos adultos assistindo juntos a um sistema de dois armadores e três alas pivôs que eu já aplicava nos anos setenta no Fluminense, para depois do jogo irmos discutir a novidade numa rodada de cerveja, lá mesmo na Gávea, assim como ia quando possível assistir o Guilherme no Mackenzie dar aulas de defesa com seus juvenís, ou o Gleck no Fluminense se quiséssemos aprender como se contra atacava com eficiência, além de um Tude Sobrinho, Heleno Lima, Geraldo da Conceição (ainda hoje aos 90 anos ensinando em Brasília), Ary Vidal, Marcelo Cocada, Chocolate, Waldir Bocardo, Helinho, Valtinho, e muitos outros excelentes técnicos, cada um com seus sistemas de jogo, inéditos e criativos, e não essa pasteurização formatada e padronizada que nos impingem goela abaixo, numa mesmice endêmica e apavorante, e que se regala quando um argentino “inova” na defesa e no ataque, fatores que nos eram comuns num passado não tão distante assim, quando os hermanos jamais nos venciam em divisão alguma, e cujos últimos remanescentes foram afastados pelo absurdo corporativismo que nos implantaram. Nesse exato momento que escrevo o artigo vejo o técnico da seleção feminina ser excluído da partida com o Canada por reclamação da arbitragem, dando ao mesmo mais uma desculpa para a contundente derrota – “Foi a arbitragem”…

Enfim, ainda anseio ver o nosso torcedor ir aos jogos para apreciar seu produto final, o jogo, de boa qualidade técnica e tática, que é o que realmente deveria interessar, e sobrando tempo curtir o programão, regado a duvidosas promoções e dançarinas provocantes como as argentinas no jogo de hoje entre os hermanos e nossa seleção masculina pelo desafio internacional…

Com singeleza eu deixaria para comentar um dia em que o grande jogo se libertasse das amarras que o tolhem pela mediocridade institucionalizada, pelo corporativismo exacerbado, e pela negativa do novo, do insólito, do contraditório, na contra mão do que aí está, e bem sei, e muito, do que estou falando, mesmo…

Amém.

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Em tempo, a seleção feminina tomou um passeio do Canada, e a masculina perdeu feio para a Argentina, desculpada pela mídia especializada por ser uma etapa da preparação para um pré olímpico, já estando classificado para as olimpíadas.

 

O INDIVISÍVEL COMANDO…

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Jogo longo, duas prorrogações, muita emoção, luta, mas um jogo que tecnicamente deixou bastante a desejar, principalmente quanto a equipe brasileira, que não soube manter o nível alcançado no récem findo Pan Americano, onde praticou o basquete mais próximo do coletivismo pretendido desde sempre pelo técnico Magnano…

Sem dúvida, a equipe atingiu no Canadá o nível mais próximo do ideário do hermano, fortíssimo na defesa, e alta mobilidade na ofensiva, sem perder intensidade na duração das partidas, demonstrando excelentes progressos técnicos e táticos longamente ansiados por todos…

Mas no jogo de hoje aconteceram falhas que retroagiram a equipe no tempo, basicamente no sistema defensivo, onde a intensidade e combatividade  cedeu lugar à passividade e ausência de contestação aos arremessos de media e curta distâncias dos uruguaios, que por conta disso equilibraram e em determinados momentos lideraram o jogo, levando-o a duas prorrogações, cedendo a vitoria no minuto final da partida…

Por mais uma vez, como num vício mal curado, o abuso nas bolinhas de três (8/30) arrefeceu o coletivismo a pouco conquistado, tornando difícil um jogo que poderia ter vencido com alguma sobra se arremessasse menos de três, usasse mais seus pivôs e não perdesse 12 lances livres (21/33), além dos 15 erros de fundamentos, demasiados para uma seleção nacional…

Mais algo aconteceu de muito novo, inusitado, incomum desde que o técnico argentino assumiu a seleção, a delegação de poderes, ou seja, seus assistentes já ensaiam pitacos nos tempos pedidos, até o momento em que ele cedeu a um deles o comando total num dos tempos, se afastando, inclusive, do foco dos comentários, numa atitude incompreensivel a um head coach de sua envergadura, trajetória e conquistas, com reflexos imediatos e à médio prazo junto a equipe, seu comportamento e aceitação incondicional de sua liderança, fator básico para o sucesso do grupo…

Alguns poderão contestar esse meu posicionamento, mas lembro a todos que todo verdadeiro comando é indivisível nas decisões, principalmente num grande jogo como o basquetebol, o grande jogo, onde a solidão do comando não admite intromissões e palpites, aceitando sugestões quando solicitadas antes ou depois das partidas, nunca durante as mesmas, a fim de que a integridade dos sistemas propostos seja mantida, com coerência e absoluta precisão, fatores estes que se perderão junto a equipe se violentados por intromissões destituidas de fundamentação e notória experiência daqueles que as expõem…

Enfim, seria de bom grado que o premiado técnico pensasse melhor antes de abrir mão de seu comando, principalmente quanto a qualidade e qualificação de seus prepostos, afinal, é a integridade da seleção do país, que sabemos não ser o dele, que está em jogo, para o que der e vier, simples assim…

Em tempo, que barbaridade uma comissão técnica exceder em número o total de jogadores, noves fora os dirigentes e aspones agregados a equipe, demonstrando o quanto de desnecessários gastos  são feitos no momento seguinte a posse de uma vultosa verba federal. São 3 técnicos, 3 médicos, 2 preparadores físicos, 2 fisioterapeutas, 1 fisiologista, 1 nutricionista, 1 mordomo, numa exibição gratuita e exibicionista de nada, absolutamente nada, a não ser…bem todos vocês sabem…

Que os deuses nos protejam…

Amém.

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A CONVENIENTE INCOERÊNCIA…

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O técnico Magnano perdeu dois jogadores na véspera do torneio preparatório para o Pré Olímpico, o armador Larry e o Hettsheimeir, seu pivô de três, que marca bem e pega rebote defensivo, e que poderia ser mais importante nos ofensivos se não fosse sua fixação nos arremessos de fora…

Muito bem, ficou a seleção desfalcada de dois bons defensores, principalmente no esquema sufocante implantado pelo hermano, e que deu bons resultados no Pan récem findo. E quem ele convoca para o lugar do grandão? O Giovanoni, que não marca, salta pouco mas arremessa bem quando solto, qualidade esta que parece o ter convencido, acima das outras duas, bem mais importantes para a equipe no aspecto defensivo…

Fica bem clara então sua disposição de fixar o Rafael na posição híbrida de pivô de três para futuras convocações, repetindo o erro clássico cometido contra o Olivia, irmão do Olivinha, duas décadas atrás, quando transformaram um promissor pivô de 2,11m em arremessador de fora, deixando-o a meio caminho das duas funções, fator que o relegou a um segundo plano na sua geração…

Mas, porque o Giovanoni, e não um outro pivô de marcação e rebote, brigador e participativo, como o Cipolini, o Murilo, ou mesmo o Gruber, que inclusive arremessa bem de fora, ou mesmo o Alex, que marca duro, porque o Giovanoni?…

Bem, prestigiar o presidente da associação dos jogadores, aquela mesma que aprova sem discussões as soturnas contas da CBB, parece ser uma oportuna política junto aos próceres cebebianos, que tem no cardeal um ótimo aliado, além, é claro, de sua propalada liderança junto aos jogadores…

No fim das contas, foi uma enorme incoerência do argentino frente a um sistema de jogo que penou para incutir nos jogadores, basicamente na defesa, e que se vê agora frente a um rombo previsível e palpável, mas que pode  e deve auferir dividendos, principalmente se não se der bem no Pré, não fosse tal decisão uma conveniente Incoerência, e das boas, mesmo…

Amém.

Foto – Divulgação CBB.

 

ALGUMAS CONSTATAÇÕES…

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Caramba Paulo, o basquete correndo solto e você com reminicências, qual é cara?

Bem, tenho uma casa em reforma, e depois das duas  primeiras rodadas da LDB apresentando 462 erros de fundamentos (são 24 equipes, uma delas a seleção brasileira sub 17), com média de 38,5 por partida, ou 19,2 por equipe (em um dos jogos foram 53 erros!!!), desisti de acompanhar tal torneio, voltando aos problemas da reforma, mais palatáveis, pois visa uma revitalização, o que não acontece numa liga, porta de entrada para a elite, mas que administra a mesmice endêmica daquela, e de onde saem jogadores para uma NBA que não os aproveitam na quadra, mas os promovem na mídia, como um vantajoso investimento na parceria com a LNB, onde promovem clinicas para técnicos e jogadores da LDB, que ainda mantêm o numero de mais de 35  erros de fundamentos por partida realizada…

Agora vem a convocação do hermano para a Copa América pré olímpica, prestigiando toda a equipe vencedora no Pan Americano, deixando a turma da NBA de fora, que para alguns é resultado da certeza de participação olímpica, já que a grana devida com o pendura no Mundial estará sendo coberta por patrocínios comerciais, e não por dinheiro público, mas que para mim reflete um aspecto fundamental para o argentino, o fato de ter sido a única equipe em que pode sedimentar seu projeto coletivista em ambos os setores, o ofensivo e o defensivo, numa participação vencedora no Pan, o que nunca conseguiu com a turma dos ranqueados, principalmente com os da NBA e os veteranos cardeais…

E nesse ponto é que reside a sua grande dúvida, pois não é segredo nenhum para quem entende o grande jogo como deve ser entendido, técnica e  taticamente falando, que os três grandes pivôs que atuam na liga maior, em hipótese alguma produziram presença defensiva dentro e fora do perímetro, e ações coordenadas ofensivamente em competições pela seleção, se comparados com a turma que compôs a equipe do Pan, mais afiados e dispostos a contestarem seus adversários, dentro e fora do perímetro, assim como o Leandro jamais se pautou pelo jogo coletivo, individualista que é por formação. Huertas e Raul, provavelmente atuariam dentro do sistema proposto, mas teriam uma bela concorrência pela frente, principalmente se não se encaixarem defensivamente como os do Pan. Quanto ao Bebê, o Caboclo. e o Felício, sequer atuam entre os seniores da matriz, e sim em liga “de formação”, que teria de ser adquirida, pela lógica, em competições do NBB, fator que me deixa bastante curioso em conhecer os critérios para suas contratações, como por exemplo, o caso Felicio, terceiro reserva do Meynsee no Flamengo, e ele mesmo sem sucesso em sua tentativa junto a NBA. Seria de boa política que procurasse o agente do jovem reserva, e quem sabe…

Enfim, o hermano vai pensar muito para formar uma seleção que jogue o basquetebol que jogou no Canada, com jogadores de “segundo escalão” na opinião de muitos, mas que foi a única equipe que atingiu seu anseio de coletivismo, a única…

E como sempre afirmei, e por isso mesmo acho uma graça imensa toda essa movimentação em torno do impasse FIBA/CBB, onde o calote se manifestou sem que fosse surpresa para mim, sabedor que qualquer malfeito da direção cebebiana sempre será acobertada pela turma do COB e ME, altamente interessada e comprometida com o desporto elitizado, capitaneado pelo Voleibol, esporte original dos “gestores” olímpicos, e que em hipótese alguma deseja ver o basquetebol se soerguer para tornar a ser a segunda paixão nacional, e para tanto, manter a corriola incompetente da CBB,  torna-se imperioso, mesmo que custe alimentar o sorvedouro de verbas nas mãos insaciáveis dos donos dos “cargos de sacrifício” que mantêm com sofreguidão, despudor e sem vergonhice, que os merecemos aliás, pela omissão e mais sem vergonhice ainda da maioria dos 27 que os conduziram…

No mais, que todos os deuses, de plantão ou não, nos ajudem…

Amém.

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VENCERAM, E AGORA?…

P1110370-001P1110371-001P1110373-001P1110381-001P1110385-001P1110386-001P1110389-001P1110400-001Terminou, e venceu com méritos e boa sobra, e de tal forma que neste jogo final encontrou equilíbrio para sustar a desesperada reação de uma equipe canadense oscilante e dispersa. A seleção brasileira está de parabéns por dois determinantes aspectos, uma eficientíssima dupla armação, executada por todo o tempo e em todas as partidas, quebrando uma rotina de seu técnico desde que assumiu a direção da equipe de utilizar um único armador, e a convocação e  natural escalação de alas e pivôs ágeis, velozes e flexíveis, que interagiam entre si lá dentro da defesa canadense, brigando por todo o tempo, e municiando os arremessadores com precisos passes de dentro para fora do perímetro, como o certo a ser feito, retribuindo o apoio competente dos armadores no sentido inverso. Defensivamente se ajudaram por todo o tempo, com abnegação e entrega, numa admirável constatação de que é possível defender com mais técnica do que exclusivamente com esforço físico, como apregoam muitos que não simpatizam muito com o verdadeiro esforço, aquele em busca da técnica, acima de tudo. O hermano está de parabéns pelo trabalho, quase missionário, de convencer e preparar um grupo, sem os nomões de praxe, a praticar um basquete diferenciado e eficiente. Só que, a partir desse momento, visando um Pré Olímpico que poderá ser a única chance olímpica, se o impasse FIBA/CBB se mantiver irredutível, veremos como o inteligente técnico argentino constituirá a seleção para tão importante competição, onde encontrará um problemão para resolver, quem escalar para a constituição final da equipe…

Isso porque, tenho sérias dúvidas, e claro, ele também as terá, se jogadores mais rodados e fixados em seus modos, qualidades e vícios, por muitos anos de atividade imutável, se adaptarão a esse novo conceito de jogo, tão bem assimilado e desenvolvido por esse grupo agora campeão, quando uma retroação ao sistema único, em tudo e por tudo, romperia o princípio coletivista alcançado com tanto sacrifício, entrega e comprometimento…

Na armação, agora dupla, fica patente as presenças do Huertas e do Raul, com as duas outras vagas para serem disputadas pelo Rafael, Fisher, Larry e um surpreendente Benite, pois não vejo o Caboclo, que mesmo na NBA, não tem rodagem e técnica para superar a turma acima, e além do mais, o fator “manter o coletivismo” emanado da dupla armação, necessita de jogadores dispostos a adotá-lo, como fez o quarteto do Pan…

No campo dos homens grandes, o verdadeiro pepino para o hermano, e porque pepino? Pelo fato de ser o setor que mais resistirá ao novo conceito, principalmente pela turma da NBA, acostumada ao individualismo que marca aquela enorme liga, onde o 1 x 1 reina absoluto…

Neste Pan, três deles se sobressairam, o Hettsheimeir, o Mendl, e principalmente o Augusto, e com um admirável espírito agregador, o Rafael Mineiro, todos estes em confronto com o verdadeiro batalhão do lado de lá, a saber: Nenê, Spliter, Leandro, Varejão (esse somente para 2016), Alex, Marcos, Bebê, Felício, Faverani…

J.P.Batista, Alexandre e Toledo, me parece com menores chances, frente ao estrelismo do lado de lá, apesar de terem composto com brilho esta lutadora equipe. De qualquer forma, acredito ser o foco do problema, a manutenção do sempre ansiado, e agora presente coletivismo, que deve ser continuado, desenvolvido e ampliado, mas que só será factível se for mantido o sistema agora adotado, com uma dupla e consistente armação, e homens altos dispostos a se movimentar permanentemente dentro do perímetro, com velocidade, agilidade e inteligência, fatores ausentes até este emblemático Pan…

Mas algo se projeta, indiscutivelmente, que a grande revolução veio através a mudança de um conceito estratificado de jogo, substituído por um outro, que tanto insisti em defender, e mesmo utilizar por décadas e num breve, porém significativo NBB2. Que seja competentemente continuado, por ser muito bom e eficiente, talvez o único que se coadune com o justo desejo do hermano pelo jogo coletivo e solidário…

Amém.

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UM CONCEITO DE JOGO DIFÍCIL DE SER IMPLANTADO…

P1110318-001P1110319-001P1110321-001P1110327-001P1110337-001P1110338-001P1110348-001P1110349-001Termina o jogo contra a Republica Dominicana, duríssimo, numa ascendente iniciada contra os Estados Unidos ontem, quando frente a uma equipe montada pela internet, numa mistura de universitários, jogadores que atuam fora do país, e um ou dois que atuam, ou atuaram na NBA, mantiveram em menor escala a pujante exibição contra Porto Rico, e a morna vitoria contra a Venezuela, num ritmo menos intenso, principalmente defensivo, fator que a fez levar 83 pontos, inadmissível para uma equipe que pretende fazer de sua defesa a base de suas vitorias nessa competição…

A se destacar, mais uma vez, a eficiente dupla armação liderada por um Benite preciso nos arremessos, calmo, objetivo e eficiente na coordenação ofensiva e no equilíbrio defensivo, num jogo de placar baixo (68 x 62), exatamente pelo empenho blocante de ambas as equipes, empenhadas na defesa dura e incondicional. Venceu a seleção pelo melhor aproveitamento das bolas longas (5/21 contra 2/16), já que o jogo interior foi absolutamente igual (19/40 e 19/43 para os dominicanos), e perdendo nos lances livres (15/22 e 18/22), confirmando a igualdade pontuadora sob intensa pressão defensiva interna, advindo dai a pequena e decisiva vantagem obtida nas bolas longas, lideradas pelo especializado armador Benite…

No entanto,devemos salientar o quanto tem oscilado a seleção frente a nova maneira de jogar, quando em inúmeras ocasiões um dos pivôs recebe a bola de costas para a cesta e o restante da equipe paralisa sua movimentação, como que esperando o que irá fazer seu companheiro, cercado e pressionado até em dobra, torcendo para que devolva a bola para um longo arremesso, como que uma marca indelével pelos anos e anos de aventura lá de fora…

Nessas situações, mais do que nunca a movimentação deveria ser mantida, dentro e fora do perímetro, numa ação sem a bola, porém fundamental para a abertura de espaços dentro e fora do mesmo, confundindo a marcação e aliviando a pressão no pivô de posse da bola. Trata-se do ponto fulcral do sistema de dupla armação e três pivôs móveis agindo e interagindo dentro e fora das zonas ofensivas, onde todos participam e se entreajudam com e sem a posse da bola…

No entanto, reconheço ser este patamar de difícil aprendizado por uma geração solidamente  estabelecida no sistema único, necessitando de um período reconstrutivo em uma relativamente longa etapa de treinamento, claro, se for este o objetivo a ser alcançado frente ao novo conceito de jogar, onde a criatividade e profunda leitura de jogo dotará a todos de um arsenal de jogadas nascidas de situações pontuais e irrepetíveis, e não pré desenhadas e exigidas através uma prancheta limitadora e coercitiva. Correções podem e devem ser feitas pela direção técnica, porém dirigidas à percepção exógena de ações defensivas e ofensivas dos adversários, não captadas pelos jogadores em quadra no calor das disputas. Sua ação básica e profunda se desenvolve nos treinos, minuciosos, estudados e coerentes…

Finalmente, vamos aguardar o jogo decisivo de hoje, onde uma defesa forte e um ataque solidário terão de ser desenvolvidos para a conquista da medalha, mas para tanto os jogadores terão de se despir dos arroubos individuais e personalistas, trabalhando em conjunto e com solidária entrega…

Amém.

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