DIAGNOSE/CORREÇÃO…

Na formação dos futuros professores de Educação Física na UFRJ, quando dos estágios supervisionados e prática de ensino que os mesmos se submetiam para sua licenciatura, um dos itens de análise mais discutidos após as aulas dadas era aquele que quantificava sua capacitação de Diagnose/Correção, ou seja, a habilidade pedagógica de perceber erros e suas devidas correções no menor tempo possível. Sem dúvida alguma, treinávamos essa capacitação, que quanto mais estreita fosse, maior a qualificação do professor, ou mesmo o técnico, se seu encaminhamento fosse para o desporto.

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O ALTO PRÊÇO DA…

Ao final do desastre de hoje, o técnico da equipe brasileira se sai com essa: “O nosso banco reagiu muito bem, e marcou como devia, mas naquele ritmo não agüentaria até o final…”. Leu a bola de cristal errada, além de esquecer que aquela seria a única oportunidade de vencer dentro de um panorama técnico eivado de equívocos e intervenções erradas. Naqueles momentos, onde as reservas Natalia, Mamá, Karla, Chuca e Francilene, com seus físicos enxutos, velozes, elásticos, pressionavam as adversárias de forma avassaladora, reequilibrando uma partida que até aquele momento, por força da nossa lentidão defensiva, inadequação física, se comparada às longilíneas e velozes bielorussas, apontava nítida vantagem das mesmas ao levarem de vencida nossas jogadoras nos rebotes e na conquista de espaços vitais aos arremessos, tanto fora, como, e principalmente, dentro do perímetro. Era notória a incapacidade de nossas robustas pivôs nas disputas corpo a corpo pela ausência de velocidade, e pela teimosa insistência de fazerem um jogo interior de passes no ataque partindo de posições fixas, facilitando as rápidas interceptações das defensoras. Leia mais »

O QUE MAIS FALTA?…

O técnico Moncho Monsalve apresentou sua lista para o Pré-Olímpico, incluindo na mesma e de forma condicional o jogador Leandro, que terá até o próximo dia 16 para confirmar sua participação, após os exames clínicos que fará nos Estados Unidos à partir de amanhã. Caso não possa atender a convocação, um outro jogador que treina na seleção do Sul-Americano será chamado, provavelmente, segundo declarações suas, um ala.

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“DEU NO QUE DEU”…

Acabo de ler no blog do Fabio Balassiano ,“Da linha de 3”, que o Ricardo Probst foi convocado para os treinamentos da seleção brasileira, já que os homens altos Varejão, Nenê e Paulão ficaram impossibilitados por motivos de saúde, e que treinará na seleção B, sendo aproveitado na A se repetir suas recentes atuações na Super Copa.

Fez-se justiça, que tarda, mas não falha, ainda mais quando alicerçada em conceitos exclusivamente técnicos. De correto teria sido sua convocação direta para o grupo do Pré-Olímpico, e não para ter de passar por um estágio probatório condicional e nada impossível , excludente. Mas acredito firmemente, que se o ótimo jogador fizer sobressair sua enorme habilidade reboteira, eximir-se de aventurar nos três pontos, que é território e domínio dos cardeais ainda em ação, manter acesa sua inegável valentia na busca incansável da bola, servindo-a quantas vezes forem necessárias a seus companheiros finalizadores, marcar com eficiência o pivô adversário pela frente, como sabe fazer muito bem, e manter-se eficiente nos arremessos curtos e lances-livres, sem dúvida alguma ganhará a seleção um jogador com poder de rebote considerável. Torço para que tenha o merecido sucesso, que se faz merecedor por sua luta e persistência.

Mas, sempre um mas, tivemos nessa semana alguns capítulos da novela: “Leandro vai? Leandro não vai? Qual é a do Leandro? E que culminou com sua visita ao Moncho no treinamento da seleção B, aqui no Rio, onde afirma ter aparado as arestas no relacionamento dos dois.

Muitas historias e ilações têm vindo à público sobre a participação do Leandro no Pré-Olímpico, mas nenhuma foi mais esclarecedora do que a sua participação no programa da ESPN “Juca Kfouri entrevista”. Para quem gosta de ler nas entrelinhas, ainda mais quando as colocações do entrevistador são extremamente inteligentes, foi um prato cheio, principalmente quando perguntado, de forma até tímida, pelos fatos ocorridos em Las Vegas, e seu relacionamento com alguns jogadores daquela problemática equipe. Muito bem assessorado e orientado profissionalmente, o Leandro afirmou que a princípio teve alguns desencontros de pontos de vista com elementos da equipe, mais que superados, mas que nem tudo correu como desejava, e por isso “deu no que deu”.

E por que “deu no que deu? Pergunta que nem o Juca ousou fazer, já que foram fatos ocorridos entre quatro paredes de um vestiário muito diferente dos da NBA, que ele conota como uma das experiências inesquecíveis em sua carreira, com toda aquela mordomia de gatorades e barras energéticas à disposição, além, é claro, de seu nome gravado no armário dos uniformes de jogo.

E nesse ponto vem a pergunta que não foi feita, aquela que poria em pratos limpos o futuro disciplinador e ético das futuras seleções nacionais, aquela que determinaria o principio de comando, de prestígio, de liderança e respeito dos jogadores para com seus técnicos, somente vivenciada por quem participou intrinsecamente da mesma, mesmo sendo voto contrário, se é que o foi, mas que lá esteve, e cujo conteúdo foi divulgado pelo Marcos, penalizado e expurgado pelos companheiros e pela CBB por fazê-lo. O que ocorreu e foi determinado naquela reunião fechada? Foi a pergunta omitida, mas cuja possível resposta foi sutilmente mencionada num “deu no que deu”.

E após tantas versões, de achismos e interpretações válidas ou não, vemos nosso craque da NBA embarcar numa ponte aérea e vir encontrar o espanhol num treino da seleção B, e posar de pacificador, ante o perigo de ver ruir sua imagem de bom moço e bom caráter, que acredito possuir.

Mas, um penúltimo mas (nunca um último…), como agirá o técnico espanhol na direção de uma equipe que é capaz de se reunir para discutir habilitações de uma comissão técnica, em pleno Pré-Olímpico, determinando comportamentos e funções técnico-táticas, liderada por cardeais mais do que conhecidos, e que estarão no próximo e decisivo Pré?

Creio que a foto da Luciana Paschoal do O Globo, com a frieza de sua objetiva, demonstra na clareza dos semblantes expostos que desta vez ( assim contritamente espero…) o “deu no que deu” não torne a acontecer, pois se reuniões houverem, lá estará liderando-as o moncho carrancudo da foto.

Amém.

SELECIONÁVEIS…

“Quem tem paidrinho não

morre pagão”.

(filosofia popular)

Foto: Fernando Maia de O Globo.

ASSUNTANDO MAIS UMA VEZ…

Franca venceu a Super Copa com total merecimento, fechando um torneio com imenso sucesso de público, na contramão do Nacional com seus ginásios semi-desertos, inclusive o majestoso Maracanãzinho, ex-palco de decisões inesquecíveis num passado recente, onde clubes defendiam, e não alugavam , suas gloriosas camisas. Reafirmam os clubes-cidades paulistas seu poderio e grande comprometimento com o soerguimento do basquete brasileiro, somente faltando a integração, que se faz tardia, com os clubes dos demais estados na formação de uma Liga poderosa e politicamente forte, obrigando ao comando da CBB uma tomada de consciência e bom senso para sua implantação. Acredito seja esta uma solução factível e promissora para o futuro do grande jogo entre nós.

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NOSSA SELEÇÃO…

Logo mais, por volta das 19 horas teremos duas partidas que poderão ser as decisivas nos campeonatos paralelos mais importantes do basquete brasileiro, quando Flamengo e Brasília pelo Nacional, e Assis e Franca pela ABCB jogarão suas terceiras partidas, com Flamengo e Franca vencendo suas respectivas series por 2 x 0.

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ETAPA VENCIDA…

Chegam ao fim os dois campeonatos mais importantes do ano no cenário nacional, o Nacional da CBB e a Super Copa da ABCB, onde atestamos uma significativa mudança técnico-tática no cenário imutável dos últimos anos, a redescoberta da dupla armação, hoje empregada pela maioria absoluta dos clubes participantes dos dois torneios, numa demonstração importante de evolução e bom senso coletivo. Foi uma mudança muito mais forçada pela ausência de bons alas, engolfados que foram pela mediocridade do sistema de jogo único, adotado pela massa praticante do país, de todos os quadrantes e categorias, dos mirins ao adulto, onde as ações quase que na totalidade priorizavam o passe, em detrimento do drible e das fintas. Com o tempo o declínio destes fundamentos foram se tornando um lugar comum, principalmente entre os alas e os pivôs, salvando-se um ou outro armador, mais pela especificidade de suas ações, do que mais propriamente um produto de preparo apurado nos fundamentos. Armadores se destacam dos demais jogadores por uma particularidade imutável e de difícil, senão impossível restrição, o amor pela posse da bola, seu manuseio, pela descoberta de suas potencialidades, pelo descortino do improvável, pela importância tática, pela ausência de medo em controlá-la. São jogadores quase imunes ao poder ditatorial dos técnicos, como os felinos, que aceitam a presença humana, sem se deixar domesticar. Por isso são preciosos e fundamentais dentro de uma equipe, mesmo que liderada por um técnico antagônico a tanto e rival poder.

O que vimos acontecer foi uma adaptação do sistema único, onde alas improdutivos, por não treinados e preparados nos fundamentos, foram substituídos por armadores, que com suas habilidades agilizaram e preencheram o tal sistema com melhores passes, dribles e fintas, abrindo um enorme leque de opções a arremessos mais livres de marcação e muito mais equilibrados. E apareceram, e como apareceram, muitos bons armadores, desde a formação recente, inspirados pela novidade da dupla armação, levando os técnicos à adotarem , com inegáveis vantagens para o nosso basquetebol.

Acredito que a tendência daqui para diante passe pela necessidade de prepararmos nossos alas da mesma forma com que preparamos armadores, para daqui um médio prazo tenhamos alas com habilidades fundamentais de armadores, aliadas à estatura , mantendo a velocidade daqueles, na constituição de uma nova e promissora geração de bons praticantes do grande jogo.

Um outro momento será o responsável pela movimentação e flexibilização dos pivôs, a fim de poderem se inserir em sistemas que priorizem o deslocamento constante, em vez do imobilismo reinante, marca registrada da maioria dos pivôs brasileiros.

Estas duas etapas, concomitantes ou não, fatalmente tropeçarão na vontade dos técnicos em evoluírem ou se manterem em seus berços intocáveis e de acomodação consentida, facilitadora de um comportamento distante do estudo e da pesquisa, pré-requisitos inseparáveis da profissão que abraçaram.

No entanto, a etapa mais importante a ser vencida e vivenciada, é a da adoção de novos sistemas, onde a mobilidade constante e ininterrupta de jogadores bem preparados nos fundamentos, somente se viabilizará se substituir totalmente o que se emprega nos dias de hoje, um jogo de passes, movimentação inócua lateralizada e arremessos despropositados, e muitos outros no limite dos 24 segundos, em tentativas desequilibradas, técnica e taticamente falando.

Estes novos sistemas deverão primar pela ação simultânea de dois setores estanques na concepção, porém comunicantes na conclusão , ou seja, a armação em todos os setores fora do perímetro, somente possível pela coordenação entre os armadores, o trabalho em deslocamentos constantes dos três homens altos dentro do perímetro, e a conexão inteligente e incisiva entre esses dois compartimentos, numa mistura sofisticada pela simplicidade, já que somente viável se executada por jogadores plenamente preparados nos fundamentos do jogo.

Algumas equipes, que mesmo ainda profundamente ligadas ao sistema tradicional, conseguem, pela criatividade e habilidade de seus armadores e uns ainda poucos bons alas, executar um basquete bem próximo do que propomos, mais ainda distante do que sonhamos, mas que mesmo assim tentam abrir caminho a novos tempos e novas concepções. Franca, Flamengo, Paulistano, Assis, Minas, Brasilia, tateiam esses caminhos, e se dedicarem tempo, paciência e curiosidade técnica, sem dúvida alguma descortinarão um novo caminho que nos levará a um futuro melhor e mais bem jogado.

A etapa da dupla armação está sendo vencida. Tentemos a segunda, preparando melhores alas e mais dinâmicos, rápidos e flexíveis pivôs, provocando e incentivando uma era de criatividade e produtividade, retirando um poder quase absolutista de técnicos que teimam em participar de todas as ações da equipe, ofensivas e defensivas, como se fosse possível um pedido de tempo a cada movimentação da equipe, restringindo o livre e responsável arbítrio de seus jogadores, que no frigir dos ovos são os responsáveis diretos pelo jogo dentro da quadra, quando vivenciá-lo em todas as suas proporções aplaina o caminho do entendimento coletivo nos porquês das derrotas e nas perspectivas das vitorias, tornando-os responsáveis e cúmplices de um trabalho, e não marionetes de um poder fora da quadra.

E bons ares já se fazem sentir, quando pranchetas já vem sendo substituídas por conversas olho no olho, apesar de alguns técnicos ainda não abandonarem o habito dos palavrões, das mímicas ridículas ao lado da quadra e da pressão descabida nas arbitragens, transmitidos pelos absurdos microfones de lapela e por câmeras exclusivas, focalizando exemplos nada educativos para a juventude que os assistem pelo país afora.

Torço honestamente que as etapas acima descritas sejam ultrapassadas, para o bem e o progresso do nosso tão maltratado basquetebol.

Amém.

SISTEMAS – ESTRATÉGIAS…

Retomamos a série Sistemas, que tanto interesse despertou entre os técnicos, com debates intensos e altamente produtivos. O tema proposto é o da estratégia, assim definida no Dicionário Aurélio :

Estratégia sf.(…) 2. Arte de aplicar os meios disponíveis ou explorar condições favoráveis com vista a objetivos específicos.

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