LOUCURAS DE MARÇO, ANÉIS E…CATS.
Computador consertado, estruturado, clarificado e limpo de poeiras internas e externas, pronto para mais uma coletânea de artigos nem sempre pertinentes ao querido basquetebol, esquecido pela mídia e minimizado pela maioria de nossos cronistas, exceto por uma plêiade de blogueiros de primeira qualidade. Então, vamos à luta!
Foi uma semana repleta de jogos, dos mais variados matizes, aqui e lá fora, sobressaindo-se os da NCAA em seu março de loucuras. Vimos bons jogos e outros nem tanto, com duas ou três equipes realmente diferenciadas, num universo que prima pelo sistema do passing game, enquadrado pela posse de bola de 35 segundos, onde a estrela maior e absoluta é a comissão técnica das equipes, secundadas por alguns bons e promissores jogadores, principalmente aqueles que divergem na quadra de alguns esquemas desenhados nas pranchetas de alguns técnicos que se acham, e até são considerados pela imprensa de seu país, acima de qualquer julgamento. Nada mais constrangedor do que a exibição ostensiva de um anel de campeão, através movimentos declaradamente ensaiados, seja na direção da equipe, seja nas entrevistas, e até observando “distraidamente” um jogo, por parte do vaidoso Rick Pitino, que tem como carro-chefe de sua atuação a exigência da marcação pressão toda a quadra por todo o tempo de uma partida. Fora isso, tome de passing game, como a maioria de seus colegas. A globalização desse sistema tem na NCAA todo o embasamento de que precisa a NBA para mantê-lo e desenvolvê-lo no mais alto nível possível. Mas justiça seja feita, em matéria de fundamentos o basquete universitário americano ainda se mantém como uma das grandes escolas no mundo, o que garante a concepção e execução do sistema único de jogo.
Mas, para justificar a regra, pelo menos duas equipes “destoaram” da mesmice reinante, UCLA e Florida, exatamente as finalistas do ano passado, com suas equipes de altíssima movimentação, ótima defesa, e constante troca de funções na quadra, provando que jogadores que dominam os fundamentos, pivôs, alas ou armadores, se destacam muito além de um sistema de jogo, mesmo que este seja o indefectível PG.
Alguns excelentes jogadores se destacaram nas diversas equipes, principalmente os armadores, que é, e sempre foi a grande arma dos norte-americanos no concerto internacional, ainda mais quando têm de manter uma equipe sob controle a cada ataque de 35 segundos, assim como têm de liderar suas defesas pelos mesmos 35 segundos ante seus adversários. Claro, que ao saltarem para as competições cujo tempo limite é o de 24 segundos, esse treinamento físico, técnico e mental fazem dos mesmos jogadores com altíssimo grau de controle e leitura do jogo. Por isso, sempre propugnei que fosse adotado em nosso país os limites de 40 segundos para categorias até os infantis, e 35 segundos para infanto e juvenis, Daí para diante os 24 segundos seriam adotados. Seria uma atitude de respeito ao desenvolvimento gradual por que passam todos os jovens em sua maturação física e mental, dando aos mesmos a oportunidade de um aprendizado seguro e dentro do ritmo de cada um.
Para esta semana, com os 16 classificados poderemos assistir jogos mais equilibrados, mas não muito diferentes taticamente falando, dos que até agora foram jogados, e torço para que, não só UCLA e Florida, sejam aquelas mais diferenciadas, e que outras mais apresentem algo de realmente novo. Duvido que isso possa ocorrer, já que a globalização e pasteurização do grande jogo é passagem de ida na terra do Uncle Sam.
Por aqui, seguem os campeonatos regionais e o nacional, e agora a liga sul-americana, que tratarei mais adiante.
E para não dizerem que de repente deixei passar algo inusitado, posso afiançar que depois de lidar com jovens por quase 50 anos, lutar pela lisura das competições e respeito às leis do jogo, não me contenho com os 18 anos do Greg Oden, que me parece um homem para lá dos 25 anos, como o LeBron, fator que fazem deles tão mais produtivos que seus companheiros de “faixa etária”. Desculpem, mais também eles sabem produzir autênticos e felpudos cats, e anabolizados. Um luxo.