UNIFORMES E ADERÊÇOS III.
Hoje,pela primeira vez publico uma foto no texto do blog,e o faço numa homenagem ao que fomos e representamos para o basquetebol do país e do mundo.Na foto estão jogadores que nos deram dois campeonatos mundiais e duas medalhas olímpicas.Isso mesmo,já fomos campeões a nivel mundial ,e como nossos atuais campeões mundiais e olímpicos no Voleibol,salta
aos olhos uma imagem de atletas despojados de tatuagens,tranças tribais,penduricalhos , uniformes ridículos e inadequados, mais repletos de qualidades técnicas, individuais e coletivas,que os tornaram inesquecíveis pela qualidade de seu jogo, e como jogavam! No entanto,desde que milito no basquete, jamais soube que algum deles tenha sido requisitado para transmitir seus conhecimentos e experiências às novas gerações de seleções nacionais. Naquela época tinhamos nossa maneira de jogar, e de nos impôr nas competições internacionais. Não imitávamos canhestramente modelos estrangeiros, pois tinhamos e desenvolvíamos o nosso próprio modelo, de jogarmos em velocidade, de termos ótimos mestres na arte de ensinar os fundamentos, e formidáveis técnicos nas estratégias e táticas do jogo.Eramos imitados, eramos profundamente respeitados.Hoje, em nome de uma criminosa globalização, praticamos um jogo pasteurizado,jogado por tribos trajando suas absurdas idumentárias,e não equipes,estigmatizado por técnicos engessados em principios que roubam nossa vocação à criatividade, que pode ser,sim senhores,responsável se bem ensinada,dirigida e direcionada,mas que necessita de bons líderes voltados ao espirito e ao conhecimento do jogo,profundo,metódico,qualificado,patriótico.E quando digo patriótico,reafirmo a urgente necessidade de voltarmos a nos orgulhar de trajarmos nossas cores,nossos símbolos, de cultuarmos nossos heróis, para que sirvam como parâmetros aos nossos jovens, para não os vermos envergando camisetas de bulls, suns e congêneres. O exemplo do voleibol prova a exequibilidade do que afirmo, e podemos começar pelos uniformes de jogo, porque não?O que impede que nos trajemos como o voleibol?Que barreira esta que não pode ser transposta?No O Globo deste 5 de junho, o grande cronista Luis Fernando Veríssimo publicou em sua coluna o artigo “Calções e calçõeszinhos”,na qual afirma:”O risivelmente fora de moda hoje é o curtinho.Significando a inconstância do gosto humano,o poder dos fabricantes de material esportivo que faturam com a inconstância e talvez até uma anomalia sociológica…”E mais adiante :”Felizmente a tendência para encompridar,do futebol e do basquete, não chegou a outros esportes”. Todo o artigo é uma ode ao bom gosto em seu texto formidável. Um dos aspectos mais importantes na formação do caráter de um jovem é o pleno conhecimento que devemos incutir no mesmo sobre sua identidade no âmbito da sociedade em que vive e trabalha.
Se essa,em nome de uma globalização totalmente à serviço de intesses exógenos, rouba esse pleno conhecimento, o anula e retira sua participação endógena, ou seja, afasta-o dos mais imediatos interesses de seu proprio país. Chegamos a uma encruzilhada, e o caminho a ser escolhido será de transcedental importância para o futuro de nosso basquetebol. Mencionei os uniformes e aderêços como um exemplo dos grandes males que nos afligem, fundamentados na má cópia de experiências e influências alheias, do engessamento cultural de nossos técnicos e da pusilânimidade de grande parte de nossos dirigentes e políticos,que teimam em fazer do esporte suas tribunas e trampolins para aventuras criminosas e anti-patrióticas, anos-luz distantes dos exemplos dados no passado por atletas de verdade, representados por cinco deles ai ao lado retratados. A eles,Vitor,Amaury,Succar,Rosa Branca,Wlamir, minhas humildes e sinceras homenagens.