PALESTRA DO PROF.JOSÉ CURADO(PORTUGAL)

IMPORTANTE PALESTRA

No próximo dia 26, sábado, às 10 horas da manhã, no auditório do Fluminense Futebol Clube nas Laranjeiras, o Prof. José Curado, ex-técnico da Seleção Portuguesa de Basquetebol, e do Sport Club Benfica, atual Presidente da Associação das Associações de Técnicos Desportivos de Portugal, fará uma palestra sobre a organização destas entidades, que tiveram seu início duas décadas atrás com a fundação e organização da Associação de Técnicos de Basquetebol de Portugal, da qual foi fundador e primeiro Presidente.

Será de enorme valor e importância acompanhar e tomar conhecimento de suas experiências no continente europeu, dado aos seus vastos conhecimentos na área técnico-administrativa desportiva, assim como sua eminente participação na Escola de Formação de Técnicos de Basquetebol de seu país.

Num momento de grande expectativa e cuidados sobre o futuro do basquetebol entre nós, ouvi-lo e arguí-lo sobre tão importante assunto, será a grande oportunidade que todos aqueles interessados no futuro da modalidade terão ao comparecerem à palestra.

O Blog Basquete Brasil e a futuramente implantada Associação de Técnicos de Basquetebol do Rio de Janeiro, na figura de seu organizador Prof.Byra Bello, convidam a todos os técnicos, jogadores, dirigentes, jornalistas e apaixonados pelo grande jogo a comparecerem e prestigiarem o evento.

A ODISSÉIA…

Bola ao alto, lançada torta pelo juiz, mas bem aproveitada pelo Spliter iniciando nosso primeiro ataque, quando chega às mãos do Marcelo na lateral e Pimba! Chute de três falho. Mas o recado estava dado, com menos de 10seg. de posse! Sou mais eu, e o”passe a mais” que se lixe. Fosse eu o técnico e ato contínuo ao recado o banco não seria suficientemente longo para que ele baixasse de sua arrogância. O que se viu daí para diante foi um desafio entre uma equipe com absoluto domínio dos fundamentos, ante uma outra que tentava um equilíbrio baseado no espírito de luta de alguns bons jogadores, como o Spliter, o Alex e o Huertas. Foi o bastante para manter o placar de um ponto a favor dos gregos ao final do quarto.

Daí para diante, o abismo que separa a qualidade técnica dos jogadores gregos dos nossos, onde a elevada estatura de armadores, alas e pivôs, não limitam os mesmos na execução dos fundamentos de drible, passes , fintas e rebotes, além dos arremessos certeiros, e mais além ainda no posicionamento defensivo irretocável, contrasta com nossas deficiências nos mesmos, de uma maneira absolutamente inquestionável, deixando no ar a pergunta que não quer calar: Onde estavam os técnicos que não os prepararam na formação? Que ambas as equipes praticavam o mesmo sistema de ataque, era uma constatação clara e transparente, porém com um senão, uma diferença primordial que os diferenciavam, a superioridade grega nos fundamentos, exeqüibilizando-o, e superando nossos ingentes esforços em tentativas estéreis em antepô-los.

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AGORA É QUE COMEÇA…

Acredito que até o presente momento, o grande adversário da seleção venha sendo a alimentação fornecida pelo hotel da delegação, pois já são três os casos de intoxicação estomacal que, segundo a reportagem do UOL-Basquete, tirararam o Moncho do sério, nas críticas dirigidas à CBB pela ausência de um nutricionista no controle dos alimentos fornecidos. É uma situação bastante séria, pois bastam algumas colheres de leite estragado (talvez o responsável pela intoxicação do Baby, segundo os médicos gregos que o atenderam), para derrubar meia equipe.

No mais, o treino contra os libaneses (que me desculpem a constatação…) somente teve importância para um ou outro jogador ainda inseguro em sua produção, que para alguns comentaristas é provocada pela pouca experiência internacional, mas para mim trata-se mesmo de deficiências nos fundamentos do jogo, haja visto que, mesmo ante uma fraquíssima seleção, a defesa fora do perímetro fracassou inúmeras vezes, principalmente no bloqueio de arremessos de três, e em muitos passes errados para os pivôs.

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CORAGEM E DECISÃO…

“Desejo a todos os jovens do Brasil que desejem seguir a carreira de jogador de basquete que sejam diferentes, acima de tudo e de todos, só assim vocês conseguirão entrar em uma quadra e serem alguém. Se forem iguais, a quadra os rejeitará, ali não é lugar para igualdades, abs, WM”.

Dessa forma, o grande Wlamir Marques encerrou sua entrevista ao Jones Mayrink do blog Dunkover, onde expôs brilhantemente seus comentários à respeito do momento preocupante por que passa o basquete brasileiro.

E respeitosamente faria um adendo: E quando essa negativa igualdade ocorre entre todas as equipes internacionais, nacionais, regionais e municipais, onde é praticado um basquetebol clonificado num principio técnico-tático idêntico a todos, numa aceitação indiscutível e anacrônica?

Quando conheceremos algo de novo, aquele algo que impulsionará o grande jogo para fora deste imposto sistema globalizado?

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ENFIM,SALVO…

Na sexta-feira que passou experimentei um misto de alegria e alivio, por ter, depois de longos 5 anos, conseguido salvar o único filme didático, baseado num campeonato mundial aqui realizado, do desaparecimento total e irremediável. Quando coordenador do Laboratório de Tecnologia Educacional da EEFD/UFRJ em 1971, propus à CBB a realização conjunta de um documentário em 16mm, sobre o Campeonato Mundial Feminino que seria realizado naquele ano em São Paulo, com sub-sedes em Brasília e Niterói. A EEFD cederia o equipamento de filmagem e participaria de um rateio na compra de negativos e aluguel de estúdio de som, e a CBB com as despesas de revelação, copiagem, transporte e acomodações para as sedes dos jogos. Trato feito, fomos à luta, que não foi fácil, dada à precariedade dos equipamentos, uma simples câmera Paillard-Bolex, sem tripé, uma editora manual amadora, e um entusiasmo enorme.

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E NÃO DEU OUTRA…

E não deu outra, infelizmente. Bastou uma equipe pressionar de verdade nossos jogadores, em especial o Huertas e o Spliter, e pronto, o coletivismo quase desmoronou de todo.Passamos ao individualismo recalcitrante, para desespero do Moncho, que pela primeira vez esbravejou do banco, emitindo um eco que reverberou no ginásio praticamente vazio. Não fosse a qualidade incontestável do nosso armador, e da pujança reboteira na defesa, e a vaca teria ido pro brejo de vez. E de repente,um estafado Huertas praticamente tropeça na bola, sendo por uns pouquíssimos minutos( salvo engano, 3 ou 4 ) substituido pelo Fulvio que de cara, cercado por dois australianos perde a bola e a tranqüilidade por não agüentar o tranco, forçando a volta rápida do Huertas numa hora de decisão. E tudo isso lá pelos idos do segundo tempo.

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OS DESAFIOS DO MONCHO…

Quando o armador Huertas foi substituído pela primeira vez a 34seg. da metade do terceiro quarto, o técnico espanhol sinalizou sua predisposição de mantê-lo por muito ou todo o tempo de jogo quando a disputa for para valer, já que se convenceu de que o excelente armador não tem um substituto de seu quilate na equipe, e que praticamente todo o seu embasamento técnico-tático depende diretamente da produção daquele jogador, calejado nos embates físicos contra os duros e insistentes marcadores europeus, ao contrário do Fulvio, que se perde bastante quando assediado daquela forma, mas que é capaz de armar com eficiência quando a equipe adversária cai em uma marcação zonal, que foi o que ocorreu no jogo de hoje. Que a turma que preconiza a impossibilidade de um jogador “no basquete moderno” atuar por um longo tempo, se situe perante a crua realidade de que no caso de nossa seleção, não só ele, o Huertas, como o Spliter terão de se manter em quadra pelo maior espaço de tempo possível, se quisermos levar de vencida gregos, alemães e o outro adversário nas semi-finais. E que não esqueçam, que essa possibilidade é possível e viável no basquetebol FIBA, com quatro quartos de 10min.,e não quatro de 12, como na NBA.

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E A BOLA SUBIU…

E a seleção do Moncho estreou em terras européias. Para um primeiro embate saiu-se relativamente bem, pois lutou de igual para igual em grande parte da partida, mas, como já era esperado, apresentou as mesmas três deficiências que a tornam extremamente vulnerável contra equipes organizadas e cadenciadas, e com fortíssimo jogo fora do perímetro, basicamente nos arremessos de três pontos. Quais as três deficiências, que já se tornaram crônicas em nosso basquetebol?

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O PROSAICO PONTINHO…

Na ronda de final de noite pelos excelentes blogs de basquete, leio no Basquete UOL a noticia de mais um fracasso da seleção brasileira no Chile, a derrota por 15 pontos ante a frágil Venezuela, encerrando uma participação pífia e constrangedora de uma seleção equivocada desde seu nascedouro. Não assisti o jogo, e creio até que não tenha sido transmitido, mas dois pequenos parágrafos da reportagem esclarecem muito bem o que ocorreu nas plagas andinas, vejamos:

– “Não demonstramos a mesma consistência na marcação que tivemos nas duas últimas partidas. Com isso, o nosso ataque também não conseguiu funcionar como deveria. Tínhamos time para chegar à final e conquistar o título. Infelizmente não foi possível. Cada um de nós trabalhou muito e não desistimos nunca, mas não deu. Agora é trabalhar para os próximos desafios do Brasil”, observou o ala Arthur.

-“Hoje a equipe não teve atitude defensiva. A Venezuela soube aproveitar todas as oportunidades que a nossa frágil marcação deu. O primeiro objetivo foi alcançado, que era a classificação para a Copa America. O segundo, que era o título, infelizmente não veio. De maneira geral, o time deu o máximo, lutou e não se entregou”, explicou o técnico Paulo Sampaio.

A primeira declaração define a derrota como resultado da ausência de consistência defensiva, presente, segundo o jogador nas duas últimas partidas, contra o Uruguai e a mesma Venezuela, vencedora na disputa do terceiro lugar. Creio, que tenha se enganado, ou queira enganar àqueles todos que acompanharam os jogos desta seleção, quando ficou absolutamente claro que o sistema defensivo inexistiu, tanto no aspecto individual (com poucas exceções…), como, e principalmente no todo coletivo. Simplesmente, essa equipe, em momento algum infringiu o mais tênue respeito nos adversários que enfrentou, e somente se classificou, em um ridículo e comprometedor quarto lugar, pela diferença de um ponto, um único e mísero ponto, num jogo emblemático contra a fraquíssima equipe do Chile. E se classificou com um saldo negativo de mais de 40 pontos! Então, que não me venham falar em consistência defensiva. Devem, isto sim, falarem em fraqueza no domínio dos fundamentos, entre os quais os de defesa, que deveriam ser urgentemente reciclados, para consubstanciarem os já presentes projetos de participação “para os próximos desafios do Brasil”, se merecedores forem após trabalharem muito e duro, de serem dignos de envergarem a camisa de uma seleção.

Quanto à segunda, cabe somente um comentário, mais propriamente um lembrete, originado daqueles formidáveis técnicos de antanho, que ao se dirigirem a um campeonato internacional, o faziam para conquistá-lo, como prioridade única, cujos aspectos classificatórios seriam conseqüência da intenção inicial, dimensionando-os dentro da atitude óbvia e natural de quem parte para vencer os obstáculos, e não condicioná-la a uma simplória e covarde opção classificatória. Dos três títulos em jogo, ouro, prata e bronze, ficamos com aquele ínfimo ponto, que nos classificou humilhantemente para uma Copa America, onde concepções técnico-táticas, administrativas e comportamentais terão de alçar patamares bem acima do vexame andino.

E para todos aqueles que ainda têm o desplante de apresentarem desculpas esfarrapadas, arrogantemente pensando estarem tratando com analfabetos no conhecimento do grande jogo, sugiro ingerirem boas doses daquele remédio indicado para tanta pretensão, salvo aqueles pouquíssimos jogadores que mantiveram o recato e o silêncio, marca dos verdadeiros jogadores de basquetebol.

Aí está a prescrição, com efeitos colaterais óbvios e duradouros.

Amém.

COMOVENTE OTIMISMO…

Dois jogos, duas vitorias. Dois dias atrás, contra a Venezuela, mesmo jogando muito mal na defesa, conseguiu a seleção passar raspando nos 10 pontos, onde a qualidade coletiva da equipe não se fez presente em nenhum momento da partida, salvando-se duas ou três atuações individuais, com o Drudi em relevo, dando continuidade ao seu desempenho linear e maduro dentro da competição, mesmo esquecido no banco por longo tempo. Ontem, necessitando vencer por uma margem de 22 pontos a fim de jogar a final, priorizou o ataque, numa situação em que a defesa deveria pautar o comportamento da equipe, como base para ações ofensivas mais seguras, e que garantissem passo a passo, a anulação da vantagem da equipe uruguaia. Esta, ao sentir a fragilidade defensiva dos brasileiros, deixou o tempo passar, trocando cestas sem muito esforço, sabedores, que mesmo perdendo não veriam ameaçada sua participação na final. Agora, o técnico de nossa seleção deve estar colhendo de si para consigo mesmo, as amargas declarações que proferiu após a fragorosa derrota para os argentinos, entre as quais-“Foi um jogo que não valia nada. Vencer a Venezuela e Uruguai sim”- Pois muito bem, venceu os dois e vai disputar o terceiro lugar, com a Venezuela…

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