ALEGRIA E TRISTEZA…

Foi um bom jogo, bom mesmo, apesar dos 33 erros de fundamentos, 10 para Franca, 23 para Bauru, cometidos pela enorme pressão defensiva, por ambas as equipes, desnudando uma de nossas maiores deficiências, os sistemáticos erros no drible e nos passes quando submetidos a fortes e muito próximas defesas, e nesse pormenor a ausência do Ricardo Fischer foi decisiva para o Bauru, que viu sua dupla armação que vinha se impondo nos últimos jogos desmontada, sobrecarregando o Larry em demasia.

Mas algo de muito positivo ocorreu no transcurso do jogo, a clara opção pelo jogo interior por parte de ambas as equipes, num duelo realmente impactante, somente quebrado por alguns arremessos de três forçados e desequilibrados, mostrando que o hábito das bolinhas ainda resistirá por um longo tempo, até que uma conscientização de nossos jogadores, inclusive os mais jovens, no sentido de valorizarem os arremessos mais precisos e eficientes, substitua com vantagens os imprecisos longos arremessos, deixando-os para os verdadeiros especialistas nos mesmos, que são muito poucos.

Um jogo do NBB, num playoff, que apresenta valores como 22/45 arremessos de dois pontos e 6/18 de três para Franca e 19/32 e 5/17 para Bauru respectivamente, nos deixa esperançoso de que aos poucos estaremos superando e estancando a hemorragia dos três, pois 35 bolinhas comparadas à media de mais de 50 arremessadas por nossas melhores equipes durante toda a competição, sinalize no sentido de que podemos, e muito bem, otimizar cada ataque realizado nesse nível, nos aproximando das melhores medias internacionais, e até mesmo as superando se investirmos num preparo mais aprimorado dos fundamentos, principalmente na base, pois talento e material humano de ótima qualidade possuímos desde sempre.

Um outro fator chama a atenção, quando a retomada do jogo interior recebe um novo e forte investimento por parte de algumas equipes, a presença de valores altamente aptos ao mesmo, em altura, velocidade, flexibilidade, e um bem razoável controle dos fundamentos, basicamente os do drible, da finta, do passe e da defesa, rápida e antecipativa.

No jogo de hoje, Teichmann, Lucas, Leo, Jhonatan, Pilar, André, provaram o quanto de talento pode desabrochar quando inseridos num sistema de jogo que os incentivem às penetrações com e sem a bola, às fintas, às levadas de bola nas transições, à defesa antecipada e até mesmo pressionada por toda a quadra, e em alguns casos ajudando na armação, como o Teichmann e o Pilar.

Enfim, pivôs moveis, ou se quiserem, alas pivôs, podem se tornar uma efetiva e evolutiva opção de jogo, apoiados por uma dupla armação interagindo com os mesmos desde o perímetro externo, assim como constituindo esses dois segmentos num forte e confiável conceito defensivo, fundamentado na velocidade e no posicionamento antecipativo e pressionado.

Fico alegre e otimista frente a esta nova tendência, corajosa e inteligentemente utilizada por algumas equipes, como as do bom jogo de hoje, assim como fico imensamente triste por não me ser permitido participar dessa evolução que, temerária, porém visionariamente iniciei no Saldanha no NBB2.

Vida que segue, porque o mais importante, graças aos deuses, está acontecendo, ainda a tempo para enfrentarmos 2016 com algum sucesso.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

Foto 1 – Pressão na armação adversária, excelente medida de retardo.

Foto 2 – Defesa antecipativa e pressionada, pena que sem flutuação lateralizada  relacionada à linha da bola.

Foto 3 – Excelente ataque dos pivôs de alta mobilidade de Franca.

Foto 4 – Pressão continua de Franca.

Foto 5 – Jogo interior de Bauru.

Foto 6 – Inadequado arremesso de três num momento critico do jogo.

Foto 7 – Idem por parte de Bauru.

Foto 8 – E 1 ponto vence o jogo…

 



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