DANDO O QUE PENSAR…
Gostaria firmemente que a grande maioria daqueles que postam opiniões, conceitos, críticas e sugestões pela rede, dos articulistas aos leitores, anônimos ou não, que o fizessem criteriosamente, sem o apelo da emoção e das preferências clubísticas e pessoais, mas simplesmente técnicas, ou táticas se mais versados na modalidade, ou mesmo se pautando pelo bom senso, justo e realista…
Para tanto, sugiro veementemente que passada a pressão inicial do jogo, o revejam, se mais detalhistas, em câmera lenta, a fim de captar situações que, pela velocidade das ações, passam despercebidas pelos menos experientes, claro, exceto aqueles que dominam a fundamentação do grande jogo, e que posso adiantar, não são os notórios estrategistas de plantão…
Então, qual ou quais fatores permitiram à nossa seleção auferir um resultado favorável no início de uma dura competição, enfrentando uma rival dilacerada por ausências de muito peso, ao contrário da nossa, completa, segundo seus responsáveis?…
Dois foram os fatores preponderantes à vitória, a saber:
– O domínio do garrafão defensivo, em muito beneficiado pela opção francesa pelo jogo interno com excesso de preciosismos nas definições de jogadas, claramente direcionadas à provocação de faltas pessoais dos nossos grandões, e que ocorreram, porém em menor número do que esperavam, e que não encontraram contra partida em seu próprio garrafão, vide os números de lances livres cobrados por ambas (13/16 franceses, 14/24 nossos, com sua proverbial falência executiva, 58%!!), numa claríssima opção pelo jogo de exclusão com vista aos tão importantes e determinantes rebotes, empatados nas defesas, e prioritários, para nós no ataque (4/26 deles, 16/26 do lado de cá), com um pormenor determinante, o dito “jogo sujo” de nossos gigantes, numa ação muito bem concatenada de mútua ajuda nos bloqueios físicos de proteção à bola, fundamento coletivo muito bem executado pela trinca da NBA, afinada com as enormes exigências a que são submetidos naquela poderosa liga, vamos conceituar assim, “varreção” de oponentes no momento dos rebotes, foi o fator primeiro de nossa supremacia pela posse da bola, e que seria mais contundente não fosse nossas conhecidas falhas nas oposições e contestações fora do perímetro, e que graças aos deuses encontrou na determinação francesa pelo jogo de choque interior, a oportunidade que nos foi oferecida para encaminhar a vitoria, justa por sinal.
– Em decorrência direta da enorme batalha sob as cestas, um espaço generoso se abriu para os armadores, dos dois lados, que economizaram suas bolinhas (6/19 deles, 5/16 nossas) em prol da alimentação do jogo interno, até o momento em que o mesmo se tornou congestionado, não pela ansiada fluidez, mas pelo imobilismo tático nosso, e o preciosismo nas conclusões deles…
Exatamente nesse pormenor é que se fez presente o oportunismo do Huertas, com suas curtas conclusões e lances livres definitivos, demonstrando, por mais uma vez, ser o sistema tático brasileiro ainda muito crú nos deslocamentos interiores de nossos grandes pivôs, deixando poucas opções externas, pela indefinição tática nas ações conjuntas dos armadores, muito afastados entre si, provocando, em muitas oportunidades, o deslocamento de um dos pivôs para fora do perímetro a fim de tentarem corta luzes, que poderiam perfeitamente serem executados pelos armadores, mantendo os homens grandes em suas estratégicas posições, o mais próximo possível da cesta.
Enfim, veio a vitória importante para uma classificação às quartas, mas deixando dúvidas quando confrontados com defesas mais fortes e pressionadas, assim como quando se depararem com ofensivas mais bem distribuídas entre ações externas e internas, quando o espírito coletivista tão comemorado, encontrará sua redenção, ou não…
Em tempo, fica no ar uma instigante pergunta, ou colocação, ao fato da presença quase clandestina em quadra do Marcelo e do Guilherme, que ocupam um espaço precioso a novos jogadores, realidades concretas esquecidas na convocação, soando e falseando em muito os critérios “técnicos” de uma convocação equivocada, por política, que bem parece ser…
Espero que a seleção se encontre, ou encontre o coletivismo apregoado aos ventos, basicamente quando se defrontar com a turma mais pesada mais a frente, de verdade…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e ter acesso às legendas.
NOTA IMPORTANTE – Somente posto esse artigo agora (14:15) pela queda da internet em minha região desde a noite de ontem, desculpem.