A DERROTADA (!) CONVERGÊNCIA…

 

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Sobe a bola, e o primeiro arremesso desferido foi um de três, pelo Bauru, que dali em diante sofreu uma corrida de 12 x 0 por parte de um Real Madrid nada disposto a se submeter a um novo bombardeio de fora sem contestá-lo devidamente, na mais do que prevista situação de jogo a ser enfrentada, mesmo ante um adversário que repetia a convergência do jogo anterior (14/29 de dois pontos e 10/28 de três), nada mudando taticamente, como que apostando na reedição vitoriosa da ante véspera…

Foi quando da primeira bola recebida aberta pelo pivô de três, que contestado tentou a finta driblando para dentro e… andou bisonhamente, chegando ao final com 1/4 de fora, que somado ao 0/2 do outro ala pivô, ficaram bem distantes dos 9/17  do primeiro e vitorioso jogo. mas, como numa compensação nas bolinhas, o armador Fisher conseguiu 5/8 nas benditas, para marcar o posicionamento convergente da equipe, que em momento algum encontrou um simples arremedo de jogo interior, mesmo com os bons pivôs que possui, que quando abastecidos eram deixados sozinhos frente ao combate defensivo, tendo seus companheiros abertos e parados assistindo o massacre…

O Real, sem seus dois armadores titulares, um machucado e outro infantilmente expulso, encontrou nos outros dois (que como toda equipe que utiliza a dupla armação, os tem em dobro…) substitutos a altura, principalmente o Lull, brilhante em quadra, sendo merecedor da indicação de MVP da competição…

Concluindo, a equipe espanhola fez o que devia para vencer o jogo final, contestando os pivôs de três fora do perímetro, não se preocupando muito com as investidas dos mesmos à cesta, pois são fracos nas fintas e drible em progressão, e mesmo lá fora conseguindo bloquear, ou alterar trajetórias dos demais arremessadores não muito altos, caso do Day, Alex e Gui, e somente se preocupando bastante com as velozes fintas e penetrações dos excelentes jovens Meindl e Fisher, que se bem trabalhados produzirão bastante num futuro próximo, inclusive na seleção, além de trabalharem bem dentro do perímetro paulista, e arremessar de fora sem a qualidade contestatória que apresentou durante toda a partida…

Desta feita, a convergência foi fragorosamente derrotada, e o pior, sem uma opção tática que a suprisse, numa seria falha estratégica, pois concedeu ao adversário uma solução mais simples, objetiva e óbvia possível, o avanço defensivo, anulando os pivôs de três, além de deixá-los fora dos rebotes (41/21), e somente preocupados com os bons fundamentos do Fisher, Meindl e o inesgotável Alex…

Preocupações que tenho? A implantação da convergência como carro chefe técnico e tático do nosso basquetebol, a negativa teimosa e pouco inteligente da dupla armação, com seu potencial abastecedor do jogo interno, além do vasto incremento defensivo, e o vazio absurdo e constrangedor do garrafão dos adversários, por parte de nossos pivôs, abandonados à própria sorte por seus companheiros, que simplesmente não sabem como agir e se comportar dentro do perímetro ofensivo interno, todos preocupados, ou instruídos a se situarem abertos a espera de um passe de dentro para fora para… Aleluia, a sagrada bolinha, que como vimos (e veremos cada vez mais) nem sempre caem, ainda mais quando competentemente contestadas, e o pior, sem apresentar soluções internas que as substituam, obrigação de toda equipe de alto nível competitivo. Como vemos, são preocupações demais…

Amém.

 Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

A VITORIOSA (?) CONVERGÊNCIA…

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E agora Paulo, quais seus argumentos sobre e contra a convergência tão debatida por você, e a dupla armação, diga ( ou justifique) lá…

É cara, frente a tão impactante resultado, e metendo 91 pontos numa equipe que não é qualquer uma, fica difícil, mas não impossível, explicar o que ocorreu de verdadeiro nesta partida surpreendente…

Vamos lá então, começando com um número que merengue nenhum ousaria sequer imaginar, ou seja, perder para uma equipe que arremessa 17/32 de dois pontos e 16/33 de três, onde dois de seus alas pivôs Jefferson e Hettsheimeir) atingem a marca de 9/17 lá de fora e 4/10 no garrafão, numa claríssima opção pelo jogo exterior, ao preço que fosse, o que levantou um comentário do Lulli, armador espanhol –  Eu acho que isso são desculpas, somos o Real Madrid e ninguém deve dar essas desculpas. Tivemos pouco tempo treinando todos juntos, mas jogamos juntos o ano passado. Sobre a marcação do pick and roll do Bauru, eles foram bem, alguns chutes de três caíram inclusive quando estavam bem defendidos – afirmou. Pelo comentário deduz-se que de forma alguma a sua equipe estava preparada pera enfrentar os pivôs de três de Bauru, sequer em pensamento, quanto mais na realidade de algo impensável para eles, que uma equipe atuasse numa decisão convergindo daquela forma, que quando vêem as bolinhas caírem, bem, fica muito difícil…

Mais do que clara a óbvia opção dos europeus para o segundo jogo, caírem em cima da dupla, obrigando-a a cortar para a cesta, onde seus fundamentos não são lá essas coisas, em contraste ao Meindl e o Alex que batem com vontade lá para dentro, permanecendo os dois grandões e mais o Gui, mais afeitos às bolinhas, e tudo isso sem contar com uma dupla armação poderosa, com o Fisher e o Boracin,em nenhum momento acionada pelo técnico Guerra, frente a permanente dupla espanhola,  em tudo e por tudo capaz de acionar os pivôs bem lá dentro, para ai sim, voltar a bola de dentro para fora na busca de arremessos, que não serão tão abundantes como o do jogo em que bateram os campeões europeus, que terão de contestá-las no nascedouro, se quiserem retornar com o caneco…

Mais o que mais me impressionou foi a verdadeira festa protagonizada pelo célebre Oscar, assistindo embevecido a continuidade de seu modo de atuar fundamentado nas bolas de três, onde convergências não importam, desde que elas caiam, ou sejam permitidas por defesas amorfas e preguiçosas, mesmo que compostas por campeões europeus, asiáticos ou marcianos…

Somente advirto que defender fora do perímetro exige mais técnica do que vontade e raça, exige sólidos fundamentos e banco a altura de titulares, o que os espanhois tem de sobra, conforme demonstraram na euroliga, duvidando muito que “banquem” de novo a liberdade que deram ao Bauru, que tem de se preparar para vencer na cozinha espanhola, e para tanto somente uma dupla armação que os sufoquem em todo o perímetro, permitiria que os rápidos pivôs lá sejam lançados em vantagem, para de 2 em 2, e eventuais, livres e equilibradas bolinhas possam sair em vantagem, a não ser que vejam liberados os espaços que encontraram, podendo repetir mais uma vitoriosa convergência,  que levou o Nocioni a comentar que nunca enfrentou na Europa ou nos Estados Unidos uma equipe que atuasse daquela forma, e que para tanto uns ajustes defensivos tem de ser providenciados.

Fico curioso no que vai dar, de verdade, mas não a ponto de repetir um comentário na rede que afirma não importar se o Bauru perca de 30 ou 40 pontos, pois já provou ser capaz de enfrentar os melhores…

Bem, como o técnico Laso diz estar no intervalo de um longo jogo, onde a vitória por mais de um ponto o torna campeão, prefiro acreditar que o bom senso tático, resultante de uma bem montada estratégia de jogo, se faça presente e atuante por parte dos paulistas, para ai sim, confirmar, ou não, se a convergência é a nossa proposta para 2016, no que seria … Digam vocês.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

ANÁLISES E EQUÍVOCOS…

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Olhando bem essa primeira foto, constata-se o grande equivoco que ela representa, pois o grande Gasol nada representaria sem o apoio decisivo de seus armadores, isso mesmo, armadores no plural, que em determinados momentos da final eram três, todos abrindo os caminhos para a evolução triunfal do ala pivô, com seus arremessos curtos de alta precisão, seus ganchos tecnicamente corretos e as mil e umas bandejas, frutos de seu exemplar posicionamento nos rebotes, tudo isso no ataque, pois na defesa, sua velocidade aliada a de seus companheiros, antecedia as jogadas e ações dos adversários, que sucumbiam frente, não só ao grande jogador, mas ante toda uma equipe empenhada em…isso mesmo, defender, contestar dentro e fora do perímetro com antecipação, e por isso mesmo, vencer com todos os méritos…

Indo mais além, teria sido essa a foto que retrataria um jogador, não com um 4 na camisa, e sim um 14, conterrâneo nosso, que foi um dos dois únicos a tentar transformar um jogo coletivo em individual, estando um deles no limiar de encerrar sua carreira no Lakers…

A segunda foto, repete o que a maioria de nossos entendidos teima em negar, a inexistência de diferenças entre armadores,  onde 1 e 2 representam apenas posições dentro do sistema único, que é o ícone tático para essa turma, quando, na realidade de algumas das equipes de ponta no mundo FIBA, e uma ou duas NBA, exercem as mesmíssimas funções de armação, envolvendo o perímetro externo com o dobro de ações e soluções ofensivas, principalmente na alimentação do jogo interno, originando performances de alto nível de seus alas pivôs, como no caso lapidar do Gasol…

Sem esse apoio, inclusive de um terceiro armador utilizado inteligentemente pelos espanhois, o MVP do europeu não atingiria o nível que atingiu, também, magistralmente…

Olhando detidamente essa segunda foto, podemos avaliar o quanto ainda temos de avançar no entendimento e compreensão do grande jogo em nosso país, onde um Bebê é lançado por analfabetos de basquetebol, no colo de um técnico espanhol que o fez optar pelo pivô, quando ansiava a ala, tendo os mesmos 2,14m do Gasol, a mesma flexibilidade, velocidade e envergadura, mas não a opção de escolha (agora mesmo na matriz, deve estar sendo convenientemente malhado por fora e por dentro para ser mais um cincão…), pois afinal de contas, que espanhol gostaria de ver um brasileiro evoluir no mesmo sentido de seu herói?

E não seria esse o mesmo caminho do Caboclo, em oposição ao projeto canadense de formar seus futuros selecionáveis nos colleges americanos, enfrentando, quem sabe, a sanha dolarizada de aventureiros agentes? E quantos mais dos nossos percorrem, e ainda percorrerão tão equivocados trajetos, onde a grande maioria fica à margem do processo evolutivo do grande jogo?

Mas a foto ai está, mostrando a premiação do quinteto titular da competição maior européia, com três armadores e dois alas pivôs, para desespero da turma adepta do 1 ao 5…

Mas o mais emblemático, é a força descomunal que os analistas especializados exercem no sentido de deificar um só jogador, como se ele fosse, sozinho, capaz de vencer todas as partidas, mencionando sua genialidade funcional e atlética, quando na realidade, na mais objetiva das realidades, faz o mesmo parte de uma geração brilhante de armadores e alas, tão habilitados em pontuais ações de pivô como ele, sem o brilhantismo e a perceverança catalã que ostenta, mas que distante do coletivismo de sua equipe, pouco representaria ao final dos embates. Logo, o grande MVP Gasol é o mais legitimo produto de um conceito de jogo que por aqui a maioria não aceita, sequer ousa tentar, já que escravizados a um sistema que anula a livre iniciativa, a criatividade, amarrados a lideranças coercitivas e emparedadas em pranchetas midiáticas…

Quando me estendo nesse assunto, talvez por ser um dos raros técnicos que o tenha praticado de verdade dentro das quadras tupiniquins, da formação de base a elite, tentando divulgar a dupla armação e a tripla ação interna de alas pivôs ágeis e velozes, exatamente próxima ao que acabamos de assistir no pré europeu, sucedendo a vitoriosa caminhada do coach K e suas seleções americanas (as femininas inclusive), culminando uma revolucionaria e estratégica mudança de conceitos de jogo, é pelo fato inconteste de que sempre acreditei na livre iniciativa, no livre pensar, e consequentemente no poder da criatividade e da improvisação consciente, aquela adquirida pelo pleno domínio dos fundamentos do jogo, embasando sistemas ofensivos e defensivos frutos de uma mais consciente ainda leitura de jogo, alma mater de uma verdadeira equipe em busca de coesão e autêntico coletivismo…

Uma terceira foto espelhando um belo trabalho de duas décadas de dedicação a base e brilhantes resultados decorrentes de um coerente planejamento a longo prazo, em oposição às mesmas duas décadas de fracassos e criminosa omissão na direção do nosso indigitado basquetebol,infelizmente…

Amém.

Fotos – Divulgação FIBA. Clique nas mesmas para ampliá-las.

BEM MAIS DE VINTE ANOS ATRÁS…

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OLYMPUS DIGITAL CAMERALeio alguma coisa na rede de alguém que afirma que não podemos nos submeter a técnicos veteranos que atuam sob sistemas de mais de vinte anos atrás, assim como não seria de bom alvitre destinar aos mais jovens a  tarefa de liderar equipes adultas, concluindo que a turma da meia idade é a mais apta e preparada para fazê-lo com possibilidades reais de sucesso…

Ou seja, sistemas de jogo parecem ter prazo de validade para um certo tipo de gente focada somente no aqui e agora, realidade de suas vidas  contidas  e dissociadas da história, dos exemplos de antanho, que originaram tudo que ai poderiam estar, mas que na verdade, não estão, propositalmente esquecidos por aqueles que não admitem ter havido vida antes das suas, mediócres que são…

Sou de uma geração de ontem, onde convivi com os melhores, onde aprendi mais que ensinei, ouvi mais do que discursei, aprendi e trilhei o caminho das pedras, valorizado pelas muitas derrotas, valorizando com humildade as poucas vitorias, a grande escola dos verdadeiros vencedores…

As grandes revoluções apregoadas aos ventos do hoje, já o eram mais de vinte anos atrás, quando a dupla armação, os pivôs mais ágeis e velozes do que os pesados e lentos cincões iniciavam as mudanças que ai estão, fundamentadas no ontem, e não fruto de geração espontânea como querem e divulgam alguns oportunos estrategistas e midiáticos profissionais…

Então, gostaria de recordar algo bem recente, não de vinte anos atrás, e sim de pouco mais de cinco, claro, para aqueles que se interessam de verdade pelas técnicas e táticas do grande jogo, sugerindo a leitura de um artigo aqui publicado quando dirigia o Saldanha da Gama, e logo a seguir um outro na forma de um vídeo, ambos elucidando uma realidade profundamente fundamentada em conceitos de jogo de ontem, elevados a época como algo realmente inovador, e que é considerado hoje como revolucionário…

Seria instigante e revelador, se após a leitura do artigo O quadragésimo sexto dia (artigo 700), pudesse o video Vencendo as limitações de um grande jogo, ser narrado e comentado pelos jornalistas do sportv, quando descobririam um mundo de situações de jogo, em tudo e por tudo, superiores técnica e taticamente aos melhores jogos da atualidade do NBB, e mesmo de nossas seleções, onde o modernismo decantado de hoje, se vê ante concepções mais avançadas de um ontem pleno de ineditismo, criatividade e ousadia…

Então, como explicar seu aniquilamento  puro e simples, estando ali, na figura de uma humilde equipe recheada de belos, porém marginalizados jogadores, atuando de uma forma proprietária, instigante e revolucionária, como, e por que?…

Como estaríamos hoje se aquele excelente projeto tivesse tido continuidade, ao contrário das capengas adaptações do mesmo ao sistema único, como se fosse possível miscigenar conceitos díspares, tanto na concepção, como na efetivação, violentando a ambos, irreconciliáveis que são?…

Lembro como se fosse hoje o último jantar no I Congresso de técnicos do NBB em Campinas, quando o técnico Guerra se levanta e dirigindo-se a todos diz – Se em quarenta e poucos dias esse cara pega uma equipe perdedora e vence equipes de ponta, como será quando tiver toda uma pré temporada pela frente? Se cuidem…

Não precisaram se cuidar, sequer se preocuparem, pois o afastamento foi duro e radical, que nem o excelente trabalho pode contemporizar, pois técnico e muitos daqueles jogadores foram devidamente esquecidos, como deveriam ser, afinal de contas, onde já se viu jogar com dupla armação e três pivôs móveis, Onde? O surreal é o que tentam jogar hoje em dia, mas de forma fragmentária e sem o consequente coletivismo avidamente perseguido…

Então pessoal que abomina o passado e seus veteranos, saibam e aceitem o fato de que dupla armação e três homens altos transitando ininterruptamente dentro do perímetro (a modernidade universal…) é coisa de mais de vinte anos atrás, e aplicado por quem entendia o grande jogo de verdade, e ainda entende desde sempre, pois eram e continuam sendo professores e técnicos, e não estrategistas de ocasião…

Fiquem, se quiserem, com o artigo e o jogo, mesmo sem a narração e comentários dos televisivos, mas, como puro exercício, imagine-os descobrindo, ou redescobrindo o óbvio…

Amém.

Fotos – Arquivo pessoal. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

DISSE TUDO…

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Inacreditável, a Venezuela venceu a Copa América, uma impossibilidade tornada realidade, um milagre desse imprevisível grande jogo, e muitas outras adjetivações espocaram na rede, na tentativa de explicar algo que o Giancarlo Gianpetro em seu Vinte Um matou com um certeiro, irretocável e brilhante artigo (leiam-no agora antes de prosseguir), ao qual agregaria dois ou três detalhes bem pessoais, mas nada que alterasse a sua análise exemplar…

Primeiro, a constatação definitiva da utilização da mais pura dupla armação pelas quatro equipes semifinalistas, e por conseguinte o incremento do jogo interno das mesmas, salientando que a nossa seleção atuou com armação de um homem só, numa oposição ao realizado em Toronto, e claro, por opção do técnico hermano…

Segundo, a defesa integral venezuelana, com dobras sucessivas e contestação presente em todas as situações ofensivas de canadenses e argentinos, provando na pratica o principio que ensaiamos em Toronto, frustrado nessa Copa com a presença amorfa do Marcos e do Guilherme decompondo o sistema defensivo do hermano…

Terceiro, bem, se ainda não leram o artigo do Giancarlo, está tudo lá…

Amém.

Fotos – Divulgação FIBA América. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

ECOS DE UMA VAIA, AGAIN?…

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Dando prosseguimento a lenta, porém eficiente, conquista dos jovens brasileiros através do esporte, a matriz do norte agora vai de football, o deles, com suas armaduras e capacetes medievais, numa apresentação no ex templo do futebol brasileiro, o soccer deles, o maracanã, construido para 200 mil pessoas, e que após a reforma “padrão FIFA”, encolheu para 78 mil, excluindo os “geraldinos” que fizeram história no saudoso estádio…

Num artigo de 2007 conto um pouco do football x soccer no antigo maracanã, que reproduzo a seguir, num pequeno protesto, sei que insignificante, mas um protesto enfim…

 ECOS DE UMA VAIA.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007 por Paulo Murilo

No final dos anos 50, fui ao Maracanã para assistir um espetáculo inesquecível.Era um sábado, numa tarde de verão, e lá fui eu para o inesperado. A Miami University, apresentaria para o público brasileiro uma autêntica exibição de Football, o deles é claro, e no maior estádio do mundo.Naquela época, assistências de 180 mil pessoas era lugar comum nos grandes jogos. Entrei para as arquibancadas, e o que vi meu Deus? Pra começar, dois enormes chifres pregados nas balisas sagradas, e um monte de faixas pintadas no gramado dividindo-o em pequenos espaços. E o mais espantoso, 5 pessoas sentadas naquele mundaréu de concreto, eu e mais 4 incautos. Nem cachorro quente Geneal, nem mate Leão, nadinha. De repente, da boca de um dos túneis emerge um batalhão que já prenunciava as vestimentas intergaláticas que fariam furor na década seguinte. Começa o jogo com um chute de bico numa bola(?), ou algo parecido com um quibe gigante. Daí para diante foi um tal de conversas ao pé do ouvido, entremeadas de pancadaria explícita, e uma corrida desenfreada de vez em quando, só que não entravam no gol. E os chifres?Para que serviriam? E de repente ouviu-se uma vaia estrondosa emitida por três dos presentes, como um uivo numa pradaria. Naquele dia descobri que o majestoso Maracanã tinha eco. Termina o primeiro tempo com o humilde placard de 14 a 14 se bem me lembro. Para não morrer de sede descubro uma torneira no grande corredor, e volto para o segundo tempo, que não houve, pois a formidável Miami University se mancou de que aquele não era,decididamente, um local amistoso ao seu football. Aquele insignificante estádio era de soccer, um jogo menor.Na minha concepção, aquela vaia emitida pela trinca infernal, ecoou como uma bomba de indignação ante tal sacrilégio, e só sentia ao sair uma tremenda tristeza em não ter vaiado também.

No final dos anos 60, lá estava eu no país do football, o deles é claro, fazendo um estágio técnico em basquetebol. Como que um castigo, fui convidado a assistir, com acessória técnica e tudo, que me explicaria tintim por tintim todos os aspectos técnicos e táticos, assim como as claras regras do jogo, aquele jogo nacional. Confesso, que apesar de me considerar razoavelmente inteligente, não pesquei absolutamente nada daquela demonstração de violência e catarse coletiva. Chovia,o que tornava o campo um lamaçal só, e o numero de contusões foi muito elevado.Só de fraturas foram duas. Foi um espetáculo edificante.Há , a cidade era Richmond, na Virginia. À noite, numa pequena recepção, perguntaram-me o que tinha achado do football, que de inicio apelidei de Talkball, pois mais se falava do que jogava, e quando o faziam o pau cantava. E que football era o jogo que se jogava com os pés, como nós e o resto do mundo adotavam, e que no dia que os americanos descobrissem o lado democrático do jogo, do nosso football, as coisas tenderiam a mudar por lá. Nada mais me foi perguntado, e me isolei na minha insignificância.

Ontem, como numa provação bíblica, ou penitência por alguns erros cometidos e por outros que o serão no futuro, assisti, na íntegra.o Super Bowl, o campeonato mundial, a supremacia desportiva, acima de qualquer outra no planeta. Mas, um pouco antes do inicio da contenda(termo adequado, já que não uma partida, ou simples jogo), lembrei-me de um editorial escrito por um dos jornalistas do Sports Illustred na semana do inicio do Campeonato Mundial de Futebol da Alemanha, quando mencionava, com todas as letras, que não entendia como o mundo seria paralisado por 15 dias para que assistisse e torcesse para um jogo que se utilizava dos pés como instrumentos, em vez das mãos, que era o aspecto que diferenciava os homens dos animais na escala evolutiva. E que os Estados Unidos aguardavam o encerramento de tão inditoso evento para retomar a hegemonia política do mundo. Quem duvidar recorra à internet e leia o editorial na Sports Illustred. Pois bem, depois de três horas de terror, consegui chegar ao fim da pancadaria, e a lembrança mais presente que me assaltou foi a voz afetada pelo sotaque de caipira do Alabama,ou congênere, do comentarista brasileiro da ESPN, em suas tiradas lingüísticas absolutamente ininteligíveis, e mais do que nunca tive uma imensa saudade daquele vagido em forma de vaia ecoando pela imensidão do Maracanã, emitido por aquela brava trinca de indignados cariocas.E mais uma vez me assalta um outro pesadelo, o do próximo All Stars da NBA, a vitrine dos votados e coroados reis do basquete, com seus milhões de dólares e empáfia além do imaginável, prontinhos para se verem de frente com o resto do mundo no Torneio Pré-olímpico e até mesmo nas Olimpíadas, e que como eles, também se utilizam das mãos para jogar o grande jogo.Só com uma sutil diferença, jogado dentro de regras internacionais, aceitas democraticamente por todos, com uma exceção, a deles mesmos, os norte americanos, para os quais o mundo não vai além de um Super Bowl.

Foto – Reprodução do O Globo. Clique na mesma duas vezes para acessar sua leitura.

MACACO, DESCULPE, ORANGOTANGO VELHO E EXPERIENTE…

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Fiz direito as contas do tempo que lido com o grande jogo, quando tudo começou em 1948 no Grajaú TC, onde o conheci pela primeira vez, e como estou com 75 anos, lá se vão, hum, façam as contas…

Até os 13 anos o assistia fascinado, torcendo e aprendendo a amá-lo, dia após dia, até que tentei praticá-lo na escolinha do grande Geraldo da Conceição, lá mesmo no GTC (Geraldo ainda ensina em Brasília aos 90 anos, fantástico…), e depois no CRVG com o célebre Fu Manchú, que reencontrei em Belo Horizonte no Brasileiro Juvenil de Seleções em 68, quando dirigi a equipe de Brasília, vencedora da chave dos perdedores (5o lugar), levando a Taça com o nome dele, que muito doente ainda pode comparecer para entregá-la, num reencontro emocionante…

Mas pouco produzi como jogador, principalmente pela baixa estatura, e o interesse mais voltado para as técnicas e táticas do jogo (isso aos 14/15 anos…), aspecto esse que me abria um amplo leque de possibilidades de estudo e descobertas. Mais adiante, cursando a ENEFD, pude sedimentar o sonho de abraçar a técnica, que já praticava na Escola Carioca de Basquetebol, criada por mim e pelo Luis Peixoto, pai do Peixotinho, nossa primeira cria, e onde floresceu o Paulo Cesar Motta, ambos chegando a seleções brasileiras…

Dai para diante foi um torvelinho de emoções, fortes emoções, trabalhando na base e na elite, em clubes de renome, como Vila Izabel, Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense, Olaria, Barra da Tijuca, seleções cariocas, brasilienses, estagiando, por concurso, em universidades americanas, dando clinicas pelo DED MEC em estados brasileiros, lecionando em escolas de ensino primário e secundário, universidades, aqui e na Europa, onde me doutorei, para finalmente ter uma breve e instigante experiência na LNB (NBB2), também me graduando na ECO/UFRJ em Jornalismo, e finalmente, a criação deste humilde blog em 2004, um dos motivos que provocou minha interdição na direção de equipes, entre outros mais recônditos, na Liga Nacional…

Pois bem, porque todo esse preâmbulo a um simples artigo, por que?…

Primeiro, para lembrar a muitos que 56 anos antes do meu despertar para o grande jogo, ele já era cultuado, admirado, amado, e praticado com fervor pelo mundo, o tornando o desporto coletivo mais divulgado dentre todos,desde sempre, logo, com toda uma história técnica e tática a ser observada, aprendida e apreendida por todos aqueles que, realmente, o quisessem compreender e entender toda a sua dimensão de esporte maior, ainda mais se desejasse ensinar e divulgá-lo às gerações sucedâneas através seu/meu  parco conhecimento, numa humilde constatação de sua riqueza técnica e cultural…

Segundo, para lembrar a outros muitos também, que julgam e agem como se o grande jogo tenha sido criado quando de suas vindas ao mundo, numa atitude arrogante e presunçosa, passando a ideia de que o dominam total e enfaticamente, num posicionamento falseado e muito distante da realidade do que pensam e julgam conhecer, pois copidescar e “interpretar” articulistas estrangeiros não vale na maioria das vezes, absolutamente não vale, mas…

Terceiro, para relembrar algo de muito serio que teimo em publicar sequencialmente nessa humilde trincheira, o fato inconteste de que sempre existiram bons, alguns ótimos, e péssimos dirigentes , e fui testemunha da ação de muitos na direção da modalidade no país, porém com uma fulcral diferença relacionada aos dias atuais, a existência a época de grandes e verdadeiros técnicos e professores de basquetebol, na base e na elite, garantidores de gerações com eficiente formação nos fundamentos, e brilhantes na direção das equipes da elite, onde apresentavam sistemas de jogo proprietários, evoluidos, inéditos, e acima de tudo, corajosos e criativos,,,

…Muito diferentes da mesmice endêmica que vem nos assombrando a duas obscuras décadas de mediocridade e compulsivo corporativismo, estendido ao comportamento formatado e padronizado entre os jogadores de todas as faixas etárias, e por que não, consubstanciados pelo apoio da maioria da mídia especializada, a que sabe como ninguém discernir sobre as técnicas do grande jogo, sem, no entanto, jamais explicá-las à luz de seus significados táticos e estratégicos, num en passant cansativo de 5 x 5, 1 x 1, exaustivamente treinadas jogadas, box one, punhos, chifres, picks, zona 2-3, e outros mais chavões repetitivos que nada esclarecem, e nem são cobrados, já que o padrão é o mesmo para todos, desde os posicionamentos de 1 a 5, até a utilização do sistema único por todos, indistintamente, da base a elite, e por que não, nas seleções também, alcançando como resultado o nível em que se encontra o grande jogo entre nós…

Com as escolas de educação física diminuindo a cada dia a carga horária da aprendizagem e pratica dos desportos (substituindo-as pelas da área biomédica…), incapacitando seus licenciados e bacharéis ao competente ensino dos mesmos, com cada vez mais ex jogadores sem o minimo e adequado conhecimento didático e pedagógico assumindo a formação de base, e crefs provisionando leigos para a mesma função, com uma ENTB esquematizada ao continuismo do que ai está, pouco ou nada avançaremos no soerguimentp do basquetebol nacional…

Então, não se trata somente de más administrações, que como afirmei antes, as tivemos boas, ótimas e péssimas desde sempre, mas nunca, em tempo algum tivemos por tanto e seguido tempo um conceito técnico tático de tão baixa qualidade como agora, fruto da coisificação proposital e corporativista de uma geração de técnicos compromissada com o que de pior puderam e quiseram imitar da matriz do norte, sem sequer tentar adequá-la a uma realidade econômica, social e cultural diametralmente oposta a nossa, sob qualquer critério que se possa avaliar e comparar, levando ao desastre em que nos deparamos inermes e fragilizados…

Por tudo acima exposto, façam o favor de racionalizar tentativas de  querer unir má administração com técnica de jogo, como ação e reação de um mesmo principio, de um mesmo conceito de fato, um conjunto indissolúvel de ações geradoras do produto vigente, ao não esquecerem que dirigentes não formam, treinam e desenvolvem jogadores, seja na base, seja na elite, ou mesmo num processo de massificação da modalidade, que por conta e risco da formatação e padronização implantadas coercivamente pelo corporativismo técnico vigente, e que oblitera toda e qualquer tentativa de evolução que fuja do existente, explica com sobras o descalabro técnico do grande jogo aqui implantado , e onde a mesmice endêmica vigora e reina absoluta, no âmago da nossa cruel realidade…

Iniciei, desenvolvi, estudei e pesquisei o grande jogo convivendo com essa imutável realidade, que somente transmudou o jogo quando da implantação abusiva e deletéria do Q.I., desalojando o mérito como a forma correta e justa visando o progresso, com seus resultados muitas vezes vencedores, e não contumazes perdedores como agora, onde uma péssima administração se torna justificativa de fracassos técnicos, numa inversão de valores assustadora, pois não responsabiliza direta e contundentemente aqueles que fazem também o grande jogo acontecer, os jogadores, os técnicos, e uma mídia enaltecedora da mediocridade tupiniquim, contrastando com sua feérica bajulação e endeusamento de uma cultura antítese da nossa, sob qualquer critério analítico que se queira mencionar, formando a coluna mestra de tudo aquilo que pulsa e acontece de injustificável nas quadras desse enorme e injusto país…

Concluindo, o momento trágico por que passamos, apesar da enorme falha administrativa existente, se origina basicamente na falência do aspecto técnico, tático e estratégico do jogo, que nem uma maravilhosa administração anularia, já que dominada por uma clã compromissada e comprometida com um triste e desalentador corporativismo, e com a manutenção da mesmice endêmica em que afundaram, todos, inclusive os gringos, que se fecham a qualquer iniciativa de mudança, do surgimento de algo que ponha em risco seu retrógrado posicionamento, ferindo de morte o grande jogo, grandíssimo jogo, sendo esse o maior dos obstáculos que trava seu soerguimento e desenvolvimento, que se continuado nos levará por um caminho sem volta, não mais para 2016, já perdido, mas sim, para os subsequentes ciclos olímpicos dessa infeliz “pátria educadora”…

Amém.

Foto – Veiculada para internet.

O VEXAME ANUNCIADO DE MUITO…

P1110836-001P1110849-001P1110863-001P1110867-001P1110869-001P1110870-001P1110871-001P1110872-001Meus deuses, não é que o raio caiu duas vezes no mesmo lugar? É a segunda Copa América que a seleção é varrida, somando um 1/8 vergonhoso, ou seja, nas duas competições só venceu uma partida, UMA única partida, e sob o mesmo comando, com o hermano e assistentes (faltou um…), ligados num projeto, ou melhor, planejamento de jogo em uniformidade opinativa, fator que os tornam responsáveis por tudo que ocorre técnica e taticamente dentro das seleções, inclusive nas convocações, sejam elas A, B ou C, o que no frigir dos ovos significa um elo participativo de todos, uniforme e consentido, onde a ascensão ou queda de um, define a de todos, pois afinal de contas, uma comissão técnica uníssona e eticamente unida, vence e perde junta, sobe e desce junta, prossegue ou cai junta, haja o que houver. Logo, como já são públicas as restrições ao trabalho do técnico argentino, inclusive veiculadas em comentários na TV, que não seja ele o único responsabilizado por fracassos, mas todos que compõem a comissão técnica em seu todo, administrativo e técnico, não se admitindo uma sutil proposta de substituição unilateral na figura de assistentes, tão ou mais culpados como o hermano no planejamento, direção e coordenação das seleções, pois em caso contrário, no que parece vem se tornando habito nesse enorme e injusto país, assistentes assumem o lugar do titular, como se fosse ele o único responsável pela equipe, o que caracteriza a pratica inidônea do mais puro tapetebol (*), além do fato de serem muito fracos para um deles desempenhar o duro e seletivo papel de head coach…

Ilações à parte, creio que é chegada a hora de definições lapidares, já que passados alguns anos, essa comissão foi incapaz de manter sistemas de jogo convincentes e duradouros, onde idas e vindas técnico táticas se fizeram presentes em todas as competições que participaram, as vencedoras e as perdedoras, nas quais alguns graves equívocos em convocações foram cometidos, numa tácita demonstração de inconstância e incoerência, com indicações que beiravam do favoritismo ao protecionismo, deixando de lado valores mais adequados às suas propostas técnico táticas…

Propostas estas que não obtiveram continuidade, ou por serem superficiais, ou por não se estabelecerem com firmeza, face a falhas nas técnicas pedagógicas durante o processo de aprendizagem das mesmas, erro comum quando da introdução de novas propostas, em confronto ao perene hábito da pratica do sistema único no âmbito do grande jogo entre nós…

Então, já baloiçam nos ares os primeiros sinais da fumaça que anuncia  tentativas de mudanças, provocadas pela incoerência e imprecisão nas convocações e nas opções de jogo, anunciadas como revolucionárias por muitos, mas patentemente conservadoras na opinião de uns poucos que realmente entendem do grande jogo, como o comentarista da ESPN em particular, que almeja um dos bons técnicos patrícios na direção da seleção, mas que não sejam um dos osmóticos assistentes do hermano, complementaria eu, mesmo que não fosse essa a opinião do grande mestre…

Enfim, foi mais um vexame por que passou a seleção brasileira, idesculpável vexame, pois anunciado, previsto, confirmado, projetando uma mais previsível ainda imagem para 2016, pois o erro fulcral, maior que as discutíveis convocações é a fragilidade na estrutura do sistema de jogo, oscilando entre o aparentemente novo e o estratificado sistema único, somado a hemorragia das bolas de três, como um porto seguro de algo inamovível, sedimentado, formatado e padronizado desde sempre no âmago dos jogadores nacionais, que dessa forma como se vacinam ao novo, apegados que estão na ilusão de segurança do SU, garantidor de seus empregos nas franquias da LNB, assim como seus técnicos, assistentes, administradores, agentes e muito da mídia especializada, todos unidos no cerne do corporativismo garantidor do status quo vigente…

Por todo esse cenário, nublado e cinza, é que me preocupo com o futuro do grande jogo em nosso enorme, desigual e injusto país, entregue ao patriarcado do Q.I., onde o mérito jamais teve, tem ou terá vez, mesmo que esporadicamente, jamais…

Que os deuses nos protejam.

Amém.

 Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

(*) – Tapetebol – A arte de puxar o tapete sob os pés de inimigos, e de amigos também…

DIFÍCIL, MUITO DIFÍCIL…

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Terminado o Pan Americano, onde conseguiram ensaiar um modelo de sistema de jogo promissor, pela fluidez e boa movimentação de toda a equipe a cada ação ofensiva, temperada por um posicionamento defensivo combativo e contestador, praticado com entrega e compromisso por jogadores tidos como de segundo escalão pelos especializados, assistimos agora, nesta importante Copa América o desmoronamento do trabalho antes realizado, como se auto punindo pela tentativa de superar o escravagista sistema único…

…Que reaparece fulgurante, numa orgiástica ciranda de 1 x 1, muito bem vinda pela turma das bolinhas, que é a única arma que pensam dominar, mas que se apagam quando contestados com precisão e firmeza, ações que enfrentam nas competições de alto nível, numa situação oposta às frágeis defesas do nosso badalado NBB…

Passam os anos e não aprendem, por não cobrados, ou ensinados e orientados a sistemas dinâmicos, onde toda a equipe se movimenta em quadra, por todo o tempo, dentro e fora do perímetro, atacando e defendendo intensa e dedicadamente por toda a partida, e não em “momentos” do jogo, com pleno domínio dos fundamentos individuais e coletivos, que deveriam ser praticados por todos, independente de posições, idade, estatura e experiência de jogo, aprendendo, reaprendendo, descobrindo e redescobrindo olvidadas técnicas, novos gestuais, atualizando conhecimentos, aprimorando seu ferramental de trabalho desde sempre…

Acredito que nesse jogo contra o México colimamos todos os erros que nos são comuns e companheiros dentro do sistema de jogo que praticam, o único que conhecem, o único que os estrategistas lhes impuseram, limitando decisivamente as habilidades necessárias a escalada de novos sistemas, que não se renovam desde o NBB2

Então, acredito que as poucas imagens aqui postadas refletem a dura realidade, mais uma vez manifesta nesse jogo perdido para a mesmice endêmica que nos sufoca aqui e lá fora, o que é bem pior. Temo para 2016, o que seria um desastre de difícil reparação, ainda mais sob o comando e liderança (?) de uma administração caótica da CBB, e de uma teimosa estagnação técnico tática da grande maioria das franquias da LNB/NBA…

Amém.

 

A OBTUSA REPETIÇÃO…

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Houve um jogo contra a Republica Dominicana, dirigida por um célebre técnico universitário americano, com staff e tudo, mas completamente afogado por uma equipe caótica taticamente, apesar de ter alguns bons jogadores, e que só não venceu o jogo por causa do péssimo segundo quarto que praticou contra uma seleção brasileira mais perdida taticamente ainda, já se fazendo merecedora de uma bússola a ser distribuída para cada um de seus integrantes, dentro e fora da quadra, tal a qualidade às avessas apresentada até o momento …

Triste de ver e de tentar acompanhar um jogo completo, onde pontuais cochilos se impõem ante tanta mediocridade, tanta mesmice de punhos, chifres e correlatos, quase sempre mal formulados e executados, onde a escapatória via bolinha de três se impõe permanente e altaneira desde sempre…

E nada muda, numa repetição irritante de erros de fundamentos, apagando de vez a boa apresentação feita no pan americano de onde saiu vencedora, quando apresentou um basquete digno de ser visto e revisado, mas que infelizmente sossobrou logo na competição definidora de suas aspirações para 2016, que se apresenta decepcionante e altamente preocupante…

Mas Paulo, a turma da NBA vai estar presente no RIO 2016, está esquecendo?…

Claro que não, mas será que dentro desse esquema coletivista decantado aos quatro ventos promoverão nosso soerguimento internacional? Olha, tenho serias dúvidas, a não ser que mudem a forma de jogar, radicalmente, pois será a única saída para enfrentar e vencer as forças que aqui aportarão, que se enfrentadas da mesma forma como jogam, poucas ou nenhuma chance teremos dentro de casa, com absoluta certeza…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.