O QUADRAGÉSIMO SEXTO DIA – A VIAGEM…(ARTIGO 700)

Dia de aprontos, dia de ajustes e de muita conversa técnica, dia de nos unirmos para a última etapa de nossa saga, de nossa luta, enfim, dia de partida para a despedida de uma temporada que poderia ter sido um pouquinho menos amarga em seu inicio, compensada em termos por um final digno e corajoso.

Sexta feira enfrentaremos o poderoso Joinville, e domingo o ainda pretendente à última vaga nos play offs, o Londrina. Dois jogos, duas pedreiras íngremes e escorregadias, duas excelentes equipes. E nós, desclassificados do torneio final, mas plenos de força e esperança em dias melhores, nos apresentaremos em suas casas, para competir com honra e dignidade, desejando acima de tudo as vitórias sempre buscadas com ardor e muita luta.

Meu relatório para a diretoria está pronto, bastando imprimir os quarenta e tantos artigos aqui postados contando o dia a dia do preparo desta instigante equipe, com seus jogadores desacreditados, mas plenos de energia e insuspeita técnica, particular, surpreendente. Tem sido um enorme prazer dirigir e orientar esse grupo de irmãos, alegres, irreverentes, respeitosos, e acima de tudo, brilhantes. E do jeito particular de cada um deles montei um puzzle exclusivo, mas não intransferível, onde evoluem com maestria e energia, num sistema de jogo realmente eficiente, num sistema de jogo de que são exclusivos proprietários, até que os copiem, o que seria muito bom para o basquete brasileiro.

Pena, muita pena que os vídeos estejam custando a serem veiculados, pois seriam de grande valia para os jovens técnicos do país, ávidos de novos ares, de novas e eficientes técnicas, de algo novo e desafiador. Nosso basquete precisa reaprender a jogar com os homens altos junto às cestas, na contra mão desse cataclismo implantado entre nós, o desvario dos arremessos de três.

Precisamos reinventar os armadores, não estes que aí estão, semáforos ambulantes, corredores de maratonas, e estilingues irresponsáveis. Falta nos faz os armadores leitores de defesas, eficientes no drible, nas fintas, nos passes, e eventualmente eficientes nos arremessos de media distância, nos DPJs.

Nosso basquete necessita evoluir, juntando cérebros e propostas de sistemas de ataque, de defesa, aplicados à formação de base, na formação de futuros técnicos, generalistas, abertos a idéias e não conceitos fechados visando a padronizações, formatações, e reinado de coreografias em pranchetas impessoais e egoístas. Precisamos dos debates, dos olhos nos olhos, meio infalível de conhecimento mútuo, do respeito, da ética.

Enfim, partiremos numa viagem que poderá representar um novo tempo, se não para muitos, mas  com certeza,  para nossa briosa e orgulhosa equipe.

Amém.



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