O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 4/10.

Acompanhei na tarde de hoje,na companhia do amigo Pedro Rodrigues,a final da Euroliga, jogada entre o Macabi de Israel e o CSKA de Moscou.Foi um jogo brilhante e de altíssimo nível,a ponto de,após mais de trinta anos de algumas divergencias técnicas,concordarmos num ponto nevrálgico do basquetebol atual,o fato de que não só do passing game vive o basquete internacional.Sem nenhuma exceção,TODOS os ataques não ultrapassavam os tres passes,da zona de defesa para a de ataque,e que esse decisivo fator em NADA alterava a notável produtividade das equipes.Pela economia de passes,em função do drible responsável e das fintas sempre incisivas na direção das cestas,somente DUAS vezes em toda a partida aconteceram perdas de bola pelo limite dos 24seg,comportamento técnico-tático que defendi desde sempre em todas as equipes que dirigi.Em uma ou duas vezes vimos acontecer arremessos desequilibrados e forçados,o que representava muito pouco ante a qualidade das equipes.Outrossim, testemunhamos as performances formidáveis das defesas de ambas as equipes,onde viamos a PERMANENTE marcação dos pivôs pela frente,e o ataque sistemático ao homem da bola e aos arremessadores de 3 pontos,fatores que geravam um equilibrio no placard que nunca alcançou mais de 7 pontos de diferença.E que aspectos poderiamos enumerar que justificasse o titulo desse artigo? Basicamente o desmentido que o passing game seja
o sistema de jogo mais adequado às nossas necessidades,e que o drible se mantenha como o fundamento que a todo custo seja minimizado pelas nossas equipes,pelos nossos armadores e alas,e por que não,pelos nossos pivôs,e mais do que claro,pela grande maioria de nossos técnicos.Atestamos sob nossos olhares criticos de muitos e muitos anos de experiência o que puderam produzir duas equipes com média de altura de mais de 2 metros,dos armadores aos pivôs,TODOS atleticamente uniformes,velozes e ágeis,sem um mastodonte sequer na quadra,manterem um regime de velocidade e destreza que nos encheram de admiração e temor pelo que nos aguarda no Campeonato Mundial que ora se avizinha.Se nossos jogadores,pudessem assistir esse jogo,na possibilidade que a ESPN pudesse repetí-lo em alguns horários,dada à sua importância técnico-tática,poderiam assimilar principalmente 5 pontos que passo a enumerar: 1- Que defesa linha da bola é aquela cuja flutuação é lateralizada,ou seja,se tirarmos uma linha reta da bola à cesta,esteja onde estiver no plano da quadra,o jogador de posse da mesma é marcado classicamente,ou seja,entre a bola e a cesta,e os demais se aproximam dessa linha imaginaria o mais que puderem,tornando o passe em elipse,e por isso mesmo mais lento,o único possivel de ser realizado ante o posicionamento defensivo,permitindo uma efetiva,segura,pois possibilita coberturas,marcação do pivô pela frente.Somente esse decisivo fator em muito alterava qualquer comportamento ofensivo,já que determinava a necessidade do drible incisivo e veloz na procura de melhor angulação para o passe,ou o arremesso de media distância.Por essa objetiva ação tomada por ambas as equipes,em muitas e muitas ocasiões os pivôs abriam no sentido lateral do garrafão para criarem espaços suscetíveis às penetrações de seus alas e até armadores.Isso mesmo,armadores,que as equipes se utilizavam aos pares em todas as etapas da partida. 2- Os passes nunca eram dados em direção de um companheiro estático na quadra,e sim alcançando-o nos deslocamentos,que sempre se iniciavam do lado oposto àquele em que se encontrava a bola,e NUNCA paralelos à linha final.Essa simples disposição técnica eliminava o jogo de passes em torno do perímetro,tornando as ações rápidas e objetivas,propiciando tempo mais do que suficiente para a execução de bons e equilibrados arremessos,tanto de 2,como de 3 pontos. 3- Deslocamentos sucessivos em trocas e bloqueios realizados entre os alas e o pivô,ou entre dois pivôs,DENTRO do garrafão,transitando permanentemente sagital ou em torno do mesmo,concomitante ao trabalho executado fora do perimetro pelos armadores, propiciavam inumeras soluções,que iam das penetrações aos arremessos de media e curta distâncias,e eventualmente aos de longa distâncias,já que as colocações para os rebotes ofensivos estavam garantidas pela proximidade sempre mantida dos homens altos,com relação às cestas.4- No ato dos rebotes,defensivos e ofensivos os jogadores
em sua maioria ao terem garantidas as posses de bola giravam no ar até 180°,fazendo
com que se tornassem aptos às tres funções básicas de todo jogador de posse da bola,
o drible,o passe ou uma nova tentativa de arremesso.Trata-se de uma atitude que todos os nossos jogadores deveriam desenvolver,e que em absoluto é praticada entre nos.
5- Somente os especialistas arremessavam de 3 pontos,e SOMENTE eles,garantindo a qualidade e a eficiência dos mesmos.Temos de uma vez por todas acabar com a ideia absurda e irresponsável de que qualquer jogador pode arremessar bem de 3 pontos.Nada
mais errôneo e infantil como base de raciocínio.As probabilidades de acertos em arremessos de media e curtas distâncias SEMPRE serão maiores do que os de longas distâncias. Venceu a equipe que melhor soube empregar seu sistema defensivo,e melhor
utilizar os arremessos seguros de media e curtas distâncias,mesmo perante acertos
de longas distâncias de seu adversário,mas com menor produtividade perante a opção escolhida.Venceu o CSKA com quatro norte-americanos,mesmo numero pertencente ao Macabi,provando que jogadores formados na escola do passing game podem ser perfeitamente preparados para um sistema antagônico ao mesmo,bastando serem detentores de apurada técnica nos fundamentos,ao contrário de muitos técnicos brasileiros que afirmam ser impossível modificar hábitos em jogadores adultos.Aqueles
americanos têm em média 29 anos,provando que as adaptações e mudanças podem ser perfeitamente ensinadas e assimiladas,mas que necessitam ter quem os ensinem e cobrem os resultados.Desconfio que a maioria de nossos técnicos não tem a noção de ambas as
exigências,ensino e cobrança.Mas não há mal que a prancheta não resolva.

O QUE DEVEMOS OBSERVAR.

Foi um sexta-feira cheia,com basquetebol em profusão,e dos melhores.Duas semi-finais da Euroliga em relêvo,pois mostrava,como mostrou,aquele tipo de jogo que realmente nos interessa,haja visto a proximidade do campeonato mundial em agôsto no Japão.E valeu à pena assistir aos dois jogos,pois nos foi mostrado com todas as implicações decorrentes o que nos espera no outro lado do mundo.Basquetebol de primeira qualidade,bem jogado,e principalmente,bem,muito bem defendido.Dentro das regras internacionais,e com tres juizes,o que vimos foi realmente assustador,no sentido de que longe da violência corpo a corpo da NBA,constatamos a virilidade do basquete europeu.Assustador pelo fato do que esperar as equipes americanas,asiáticas e africanas ante o confronto com os europeus.A antiga e eficiente escola iugoslava,hoje pulverizada em 5 nações,ainda se faz lembrada através seus técnicos espalhados pelas equipes europeias,sedimentando um principio defensivo que marcou suas origens balcânicas.Defesas ágeis e extremamente rápidas,mesmo levando-se em consideração a elevada estatura das equipes.Jogadores de varias nacionalidades,principalmente americanos de primeira linha,adaptados a essa forma avassaladora de defender,onde flexibilidade,velocidade e dominio das linhas de passes em muito substituem aqueles
monstrengos de 130kg,ou mais,em suas battles under basket.O super empenho quase lúdico dos jogadores,deixa transparecer uma emoção que não se vê na NBA,com suas estrelas de milhões de dólares,e que têm nas regras adaptadas o passaporte para suas
exibições de cunho individual,as quais,quando perante a realidade das regras internacionais,limitam-se substancialmente,já que se deparam com defesas coesas e
mestras nas ajudas e coberturas.Não foi atoa que Dominique Wilkens anos atrás se disse revivido para o basquetebol quando de suas temporadas européias,onde provou o gosto de voltar a jogar com alegria e arte.Muitos compatriotas seus o seguiram nessa
volta ao amor pelo jogo,numa troca não muito aceita e compreendida pela midia.Numa
liga em que os jogadores comunitários ou não,preenchem as equipes com o que há de melhor no mundo FIBA,ao qual pertencemos,torna-se de fundamental importância sua divulgação entre nos,pois são nossos adversários nas grandes competições,e não o
circo do norte.E o que vimos de mais substancial?Primeiro,defesa ativa,agressiva,
presente o tempo inteiro,com o dominio dos rebotes,onde grande parte de seus grandes
saltadores exibem a arte do giro em 180º após o dominio da bola,fazendo-os aptos a um
novo arremesso, ao drible,ou a um passe.Também a arte das trocas oportunas e bem coordenadas,com perdas minimas no equilibrio defensivo,assim como as dobras seguidas
aos pivôs e nas laterais da quadra.No ataque,a preferência dos arremessos de 2 pontos
deixando aos verdadeiros e muito poucos especialistas os de 3 pontos,fatores que
aumentam em muito os percentuais de acerto nas cestas.A utilização permanente de dois
armadores,aumentando a qualidade dos passes e dos dribles.O jogo centrado e direcionado à cesta,e não o periférico e esteril praticado por nos.E é nesse ponto
que chamo a atenção de nossos técnicos para a obviedade daquelas ações, que foram esquecidas e negligenciadas,obliterados que se encontram pela mágica da NBA.Hoje,para
a maioria deles, o máximo que um jogador pode sonhar e alcançar é um contrato na liga
dos sonhos,onde o peso dos dólares a tudo justifica,até a negação às seleções nacionais.Mas um pais ao sul do nosso,teve,e ainda tem toda sua equipe campeã olimpica e outros inumeros jogadores na Europa,com uma ou duas exceções que se encontram na NBA,aprimorando uma forma de jogar que é a única capaz de derrotar os norte-americanos,como já o fizeram inumeras vezes.Que nossos luminares técnicos assistam no domingo a grande final da Euroliga,e apreendam de uma vez por todas o que
até os americanos já começaram a descobrir,que para voltar aos titulos internacionais
não bastam milhões de dolares e dominio da midia mundial com seus interesses atrelados aos interesses politicos e comerciais de seu pais.Torna-se necessario uma reformulação em seu modo de jogar o jogo,fator que a maioria de seus admiradores não
levam muito em consideração,não fosse rotulada sua liga como basketball wold championship. Se assim foi e ainda será por muito tempo,o que importam os outros?
E nos,de que lado estamos? Escolham caros técnicos,pois cabem a vocês o futuro de
nossos jovens,que vivem com reais e falam português.

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 3/10.

Inicialmente vizualizemos 3 áreas ofensivas,a saber:Área 1- A zona dos 3 pontos e a que antecede a mesma.Área 2- A zona situada entre a linha dos 3 pontos e os limites externos do garrafão. Área 3- O interior do garrafão. Tendo em mente que as percentagens de acertos nos arremessos aumentam quanto mais próximos da cesta estiverem os atacantes,a dedução lógica é que as áreas 2 e 3 deverão ser aquelas onde 70,e até 80% das ações ofensivas deverão ser exercidas.A área 1,deverá ser exclusiva daqueles jogadores cuja especialização nos dribles e arremêssos de 3 seja inconteste. Trata-se de uma realidade indiscutível,um axioma,e é o grande desafio aos técnicos, ou seja,a capacidade que os mesmos tenham na montagem de seus sistemas,e no perfeito aproveitamento das reais capacidades de seus jogadores.Estes,conscientes desta realidade,deverão ser preparados nos fundamentos para exercerem em pleno suas também reais qualificações,o que exemplificaremos a seguir: DRIBLE E FINTA- Quando na área 1,o jogador de posse da bola,driblando-a,fintar o defensor,JAMAIS deverá abortar sua progressão em direção às áreas 2 e 3,já que sua ação estabelece uma superioridade númerica ofensiva ao anular um dos defensores,atitude que armação de jogada nenhuma
poderá ser definida como prioritária.A mesma situação deverá ser estabelecida quando
da penetração,após uma finta,de um jogador sem a bola.Esta deverá ser a ele passada
pois a superioridade númerica naquela zona o beneficiará de imediato.A movimentação
sem a bola de jogadores dentro das áreas 2 e 3,se efetuadas concomitantemente às de
seus companheiros na área 1, SEMPRE encontrará um deles em condições de recepção,
principalmente se estiver do lado contrário à posição da bola.Tanto na anteposição de
uma marcação individual, como por zona, o rompimento da primeira linha de defesa,
situada na área 1,torna-se o objetivo mais imediato a ser alcançado,principalmente
pela premência de tempo limitado aos 24seg regulamentares.Trocas de passes seguidos
nesta área somente beneficia os defensores,e abrevia a qualidade dos arremessos,
exatamente pela mesma premência.Outrossim,dada às dificuldades à chegada da bola em
boas condições de espaço na área 3,torna a 2 aquela cujas possibilidades de um bom e
equilibrado arremesso ocorrer amiúde,e que pela proximidade à cesta oferece boas e
determinantes chances de sucesso.As ações ofensivas dentro da área 2 de a muito vem
sido negligenciadas por jogadores e técnicos,obliterados pela enganosa vantagem dos 3 pontos,com suas altamente duvidosas percentagens de acerto.DRIBLE E FINTA DOS PIVÔS-
Eis um dos grandes tabús do nosso basquete.Estabeleceu-se entre nos a figura do pivô
estático,massudo,e com características próximas aos trombadores americanos.Sua finta
se caracteriza pela progressão de costas para a cesta,conquistando pela força bruta
os espaços necessários ao arremesso.Rotineiramente é punido por falta ofensiva,e
dificilmente encontra espaço inicial para exercer o drible progressivo.Na possibilidade de receber um passe em movimento,por estar situado do lado contrário
à bola,muito de facilitação encontraria,exatamente por se descortinar à sua frente espaço suficiente a uma boa ação ofensiva.Mas para tanto,sua movimentação dentro
da área 3 deverá ser constante e contínua,em conjunto com os alas,ou um outro pivô,
num diálogo de alta frequência.Passes de fora para dentro,ou seja,da área 1 para a 2
e a 3, constituirão as armas mais eficazes dos armadores em funções normais,e
decisivas se romperem a primeira linha defensiva situada na mesma.Todas essas ações
caracterizam uma efetiva contrafação ao passing game,pois elimina as movimentações
periféricas e estéreis da bola,em função de um objetivo dirigido e centrado à cesta.
Numa ação direta,poucos passes são efetuados,substituidos pela constante movimentação
dos jogadores sem a bola,e partindo do principio de que os defensores ao reagirem às
ações ofensivas se situarão um tempo atrás dos atacantes,é que as grandes vantagens
dessa proposta se faz clara e compreensível.Com menos passes e menos distâncias a serem percorridas pela bola,mais tempo sobrará dos escassos 24 seg,para melhores,
táticos e eficientes,por equilibrados,arremessos,tanto de 2,prioritáriamente,quanto de 3, opcionalmente.Enfim,na medida que os jogadores estiverem bem preparados nos fundamentos,dominando e compreendendo seu equilíbrio,a dinâmica do drible e das fintas,e com absoluto controle nos passes e arremessos,teremos dado partida a um mais
desenvolvido sentido de técnica e conhecimento tático.Mas se fazem necessárias sérias
mudanças em nossa atual,globalizada e engessada maneira de jogar,escrava de um sistema castrador e totalmente voltado ao mais improvável,por impreciso,elemento do
jogo,o arremesso compulsivo dos 3 pontos,principal e abusivamente empregado pela
maioria de nossos jogadores,e não por aqueles poucos realmente especialistas nessa
dificil arte.Pena,e constrangedor que a maioria de nossos técnicos,por desconhecimento,alguns, boa-fé,poucos,e oportunismo,muitos, segreguem dos jogadores
os verdadeiros objetivos do jogo,principalmente aqueles que nos fizeram campeões a
mais de duas décadas atrás.Já é tempo de mudarmos,para sobrevivermos.

A PRAGA DOS 3.

Campeonato Nacional na reta final,somente as melhores equipes disputando vagas duas a duas,representando o que há de melhor entre nós.Hoje assisto duas delas,a de Brasilia e a do Flamengo.E o que vejo de novo? Sim,acreditem,tem algo de novíssimo em nosso panorama basquetebolístico.Como num personagem antigo do Jô Soares que bradava aos seus asseclas “que entre nós até a mafia se avacalhava”,vemos os tão disciplinados jogadores americanos arremessarem dos 3 pontos de todas as formas possiveis e impossiveis,indo em direção contrária dos esquemas traçados nas pranchetas de seus técnicos,isso quando entendem o que falam,pois suas atitudes em nada se coadunam com as instruções que recebem.No caso dos patrícios esse comportamento já se tornou praxe,e já faz parte do anedotário local.Nesse jogo tivemos a oportunidade de assistir incrédulo a uma sucessão de 6 ataques,3 de cada equipe,nos quais somente arremessos de 3 foram efetuados,todos falhos,através armadores,alas e pivôs,numa competição absurda de inabilidade,falta de técnica,e total ausência de comando.Instaurou-se entre nós o reinado dos 3 pontos,no qual todo e qualquer jogador se comporta como expert nesse dificilimo e extremamente elitista fundamento.Em 1952 uma pesquisadora americana,Mortimer,publicou um trabalho,dos primeiros em basquete
onde provava que da distância do lance-livre bastava um desvio de 2 graus para que a
bola sequer tocasse no aro.Calcula-se que no arremesso de 3 pontos bastam 0,5 graus
e até menos para que a bola também saia fora do aro.Por isso,somente muitos poucos
podem ser considerados especialistas nesse tipo de arremêsso.Mas não entre nós,isso
porque nossos jogadores em sua maioria”se acham”os maiorais dos 3 pontos,e claro,nas
enterradas.Só que enterram duas ou tres bolas para o delirio da platéia,e enterram
suas equipes nas bisonhas e irresponsaveis tentativas dos 3 pontos.Mas algo mascara
diabólicamente esse comportamento,a ação globalizada de todas as equipes envolvidas na competição.Se todas agem técnica e táticamente da mesma forma,disputa-se um competição de compadres,vencendo aquele que errar menos.Mas caro Paulo,não será essa
uma fórmula ideal,com jogos “decididos”no final,emocionantes,apaixonantes,etc,etc?
Para o consumo interno,onde a mediocridade se torna apavorante a cada jogo que passa,
concordo pela forma existente,discordando perante o que poderiamos fazer de melhor. Mas quando em forma de seleção,onde enfrentaremos adversários que de forma alguma permitirão essa hemorragia de 3 pontos e de enterradas,ai me sinto realmente temeroso
sobre nossas possibilidades.Na temporada da NCAA encerrada à pouco,toda a imprensa
americana saudou o ressurgimento dos arremessos de 2 pontos,com suas porcentagens de
acerto bem maiores que dos 3 pontos,como a volta do arremesso padrão a TODOS os jogadores,independendo da posição que se situe na equipe.É preocupante constatar entre nós o baixíssimo aproveitamento dos 2 pontos,com sua produtividade que poderia
se aproximar dos 70%,se treinados para tal,dando a equipe o justo premio por seus esforços técnicos e táticos.Mas entre nós,até os estrangeiros ensaiam aderir ao festival dos 3,em conjunto com seus colegas nativos,numa repulsa aos rabiscos estabelecidos por seus técnicos em suas pranchetas do nada.E o pior,não são coibidos
em fazê-lo,vide os pulos de contentamento dos técnicos quando uma ou outra tentativa
acerta o alvo.O jogo transformou-se numa roleta de inominável e preocupante perspectiva futura,pois até as categorias de base já ensaiam entrar de vez no seleto
clube dos ‘especialistas”,aderindo perigosamente à essa praga que retira de todos eles o desenvolvimento nos dribles,nas fintas,nos rebotes,e nos arremessos de 2 pontos.Para que todos esses fundamentos se posso arremessar dos 3 ou enterrar em um
contra-ataque? Essa é a regra que uma turma de estrategistas travestidos de técnicos
implantaram entre nossos jogadores,e o que é pior,não são obedecidos por eles em suas
divagações pranchetadas,e não são,ao menos,instruidos ou ensinados a arremessarem com precisão e bom senso.E pensar que toda essa aberração poderia ser sanada se,ao menos,
ensinassem seus jogadores simplesmente a marcar.”Vamos combinar o seguinte:ninguém
marca ninguém,chuta-se à vontade dos 3 pontos,enterra-se o que se puder para gáudio
da midia e do público,e no final vence quem cansar por último”.Corretíssimo galera, mas estupidez também cansa.E como esse é o panorama que se faz presente em nosso basquetebol,é claro que nossas seleções o espelharão nas importantes e fundamentais competições mundiais que se aproximam,e ai é que mora o perigo.Se nossas seleções refletirem essa realidade duvido que obtenham sucesso,pois não acredito que nossos adversários aceitem a mesma combinação vigente entre nós.Se não mudarmos profundamente essas chamadas “filosofias de jogo”nos daremos muito mal.Mas mesmo assim torço para estar errado,e que consigamos algo melhor.Mas…Que os deuses nos
ajudem,amén.

TAPETEBOL RIDES AGAIN II.

“Limeira terá todo o apôio da FPB na minha gestão-Disputará o campeonato paulista como qualquer filiado,pois garantirei seus direitos-Conversarei com o grego sobre esse assunto,mesmo contra a vontade dele-Sirvo ao basquete paulista com todo o amor e dedicação(faltou o sacrificio…),etc,etc,etc…”-Formidável,tocante,edificante,
contudente,se…não fosse tudo uma baita e bem articulada encenação,tão bem interpretada e dramatizada,a ponto do reporter da ESPN-BR tecer loas ao “firme” posicionamento da presidência da FPB contra a punição imposta ao seu filiado pelos W.O’s no Campeonato Nacional,e tudo numa linguagem carregada por sotaque estrangeiro,tão em moda dentro do esporte da bola outrora laranja.Mas não podemos esquecer que foi esse mesmo individuo que combateu eficiente e abusivamente,numa imposição de cima para baixo,calcada em sua dúbia função de presidente de uma entidade estadual e vice-presidente da CBB, os primeiros vagidos da nóvel NLB,afirmando enfaticamente em rede de televisão,que ela não daria em nada,pois nada representava.Sugeri na época,que os mesmos clubes que o elegeram para a presidência da FPB,e que foram em grande número os fundadores da NLB,e que foram por ele traidos por seu voto contrario, o destituissem do cargo,pois sua função de ser o porta-voz dos mesmos havia sido convenientemente esquecida.Esse “esquecimento”,sinal de que haveria,como está havendo,retaliações aos rebeldes,fez com que muitos clubes abandonassem a NLB atraidos pelo cofre que se entreabria como premio aos seus arrependimentos.Como participante ativo da direção da CBB,endossando seus atos e decisões,lançou o basquetebol brasileiro para dentro de um limbo obscurecido por vendetas e recursos para lá de escusos.Mas a NLB partiu para o confronto legal,e teve causa ganha,e obrigou a CBB a retroceder,e a aceitar rebeldes em seu campeonato,a engoliar o sapo cururú amargo e indigesto.E de repente,a causa ganha deixa acontecer a fresta salvadora para a derrotada CBB,já que dois dos clubes beneficiados não se sentem capazes à disputa,e um outro não consegue se transportar para atuar em seus jogos.Pronto,o defunto levanta-se de seu tumulo jamais aceito e disfere uma punição cavalar de dois anos de suspensão,um murro colossal!E ai,nesse momento de surpresa e estupefação,surge a figura zorriana e vingadora do vice-presidente que também é presidente da maior federação do país,para numa atitude mítica ir em socorro do filiado traido por ele no principio do processo,numa atitude de preparação sucessória à entidade máxima,pois essa é a sua verdadeira ambição,e se assim não fosse jamais se anteporia a uma decisão do agora fragilizado grego melhor que um presente.Sua oportuna(são magistrais nesse mister)”decisão” o coloca como paladino do basquete paulista,ofuscando e até deletando(permitam-me o termo)suas atitudes de rejeição à NLB,de graves consequências para todos.Magistral,politicamente correto,dentro da perspectiva da maioria esmagadora de nossos dirigentes esportivos,para os quais o beijo mafioso de hoje se transforma no tapetebol de amanhã,na maior e mais tranquila realidade dos mesmos-Rei morto,viva o novo rei-Ricardo III é fichinha perto dessa turma.Quem viver verá.Te cuida grego,pois o tapetebol rides again!
TAPETEBOL-A arte de puxar o tapete sob os pés de um adversário,e de um colega também.

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 2/10.

Quando o jogador dribla a bola,fazendo-a quicar no solo e voltando a dominá-la,
acontecem alguns pequenos movimentos que detalho:1-Como a impulsão é realizada pelos dedos,ao flexioná-los em direção ao solo forçam a articulação do pulso a um movimento similar,além,é claro das articulações do braço,movimentos estes que incutem uma rotação inversa na bola,que variará de intensidade na medida que aumente a velocidade de deslocamento do jogador. 2-Ao retornar de encontro à mão essa rotação estará revertida,pois no inicio do movimento a bola ao se chocar no solo em rotação inversa mudará de rotação,já que toda força num sentido gera outra em sentido contrario de igual ou maior intensidade.3-Se o jogador não adequar a posição dos dedos na tentativa de anular a rotação para frente,perderá o controle da bola,dai a extrema necessidade de estudar e observar sempre seus comportamentos.4-Todas essas ações devem ser estabelecidas sobre o hemisfério superior da bola,pois se o fizer no inferior interferirá,e até interromperá a livre trajetória da mesma,o que caracterizará a infração dos dois dribles.5-Por esses motivos,todo jogador que na volta da bola do solo dominá-la pelo hemisfério inferior estará cometendo uma infração,além de se utilizar indevidamente da interrupção da livre trajetória para se
beneficiar em uma mudança de direção com a bola paralizada em sua mão.Muitos jogadores se utilizam dessa manobra,pois não desenvolveram a técnica de dominio das rotações,e com o beneplácito de muitos juízes se beneficiam inadequadamente em ações
de finta.6-Um outro fator deve ser acrescentado,o quanto a bola se mantém em contato com a mão,tanto na impulsão,quanto na recepção.É um tempo de contato que varia com a estatura do jogador,e é um dos componentes do binômio rítmo-passada,ou seja,para cada passada efetuada o jogador manterá o contato com a bola o tempo necessário às ações de impulsão e recepção,sintonizados em cada passo dado.6-Para cada jogador em particular existe uma medida uniforme para esse contato,o qual deverá ser mantido,
tanto nas progressôes,como nas mudanças de direção.Para que isso ocorra em ambos os movimentos,o cotovêlo deverá estar sempre próximo ao corpo,o que garantirá o binômio
acima exposto,tanto para o drible linear,como para o drible com mudança de direção.
Muitos jogadores efetuam a mudança de direção nesse drible com o cotovêlo afastado do corpo,movimento esse facilitado quando os mesmos dominam a bola pelo hemisferio inferior,fazendo com que ela se mantenha por um longo e extendido tempo em contato com a mão,quebrando a ritmia da passada e cometendo a infração de andar com a bola,
tendo antes cometido os dois dribles ao interromper sua trajetória,dominando-a por
baixo.Duas infrações ao mesmo tempo,e que são raramente marcadas,prejudicando seriamente seu desenvolvimento técnico,principalmente nas divisões de base.Muito bem,
compreendidas essas questões,omitidas,esquecidas ou desconhecidas por muitos que se arvoram em formadores de atletas(para que perder tempo com bobagens se existem as pranchetas mágicas?),observemos algumas implicações práticas a serem utilizadas no drible.A primeira e mais importante tem muito a ver com o primeiro artigo dessa serie,ou seja,a chave do bom driblador se situa na fronteira do equilibrio instável,
território onde o dominio das rotações da bola driblada se confunde com o controle do
centro de gravidade do corpo em movimentos lentos ou acelerados,à frente,atrás,para
os lados nas trocas de direção,nas paradas e partidas.A segunda,quando as distâncias
com o marcador(es)se torna critica e urge a criação de um espaço de fuga.Eis a chave
do bom driblador,criar os espaços onde não existem.Para tal,dois movimentos se tornam
trancedentais:1-O passo atrás com simultânea(simultânea mesmo!)troca de mãos e direção.É um movimento dificil,e somente possivel com o cotovêlo junto ao corpo e total dominio do centro de gravidade,para mantê-lo em equilibrio instável.Jogador que
se afeiçoou ao dominio da bola por baixo do hemisferio inferior da mesma e com o cotovêlo afastado do corpo jamais o conseguirá,já que perderá o dominio do centro de gravidade.2- A reversão com obrigatória troca de mãos,pois se não o fizer exporá a bola ao marcador,facilitando-o na retomada.Esse movimento,mantidas as exigências do item anterior,será tão ou mais veloz,quanto maior for a velocidade em torno de um eixo imaginário projetado dentro da área da base que o jogador ocupar.Mas o que vemos
comumente em nossas quadras? Jogadores,que em fase de armação de jogadas se perdem em
seguidos dribles por entre as pernas,num exibicionismo barato e perigoso.Pena que a
maioria dos marcadores pouco saibam sobre equilibrio e centro de gravidade em si mesmos,quiça dos dribladores à sua frente.Se soubessem algo atacariam a bola no momento que estivesse sendo driblada entre as pernas,pois nesses momentos ela encontrará o solo DENTRO da área da base ocupada pelo atacante tornando-o réfem de uma escolha se atacado,ou a interrupção do drible,ou o retrocesso,pois estando em equilibrio estável se torna inabilitado às mudanças de direção.Outra bobagem é a utilização do drible pelas costas vizando uma mudança de direção, estando
na parte central da quadra. Como se trata de um drible de grande amplitude ele fatalmente levará o jogador para um dos lados da mesma,tornando-o vulnerável a uma dobra defensiva.Trata-se de um drible para ser executado da lateral para o centro da quadra,pois dessa forma estará habilitado a uma penetração,um lançamento frontal à cesta,ou um passe.Com pudemos observar,principios de equilibrio e centro de gravidade
estão indissoluvelmente ligados à arte do drible,fatores básicos a todo jogador que se proponha ao dominio do mesmo.Para finalizar,sugiro que à partir do drible o jogador passe a se interessar em conhecer o comportamento de um eixo,em torno do qual
a bola girará toda vez que for impusionada ao solo,e de lá retornar à sua mão,e que
é denominado eixo diametral.Ele será muito importante nos artigos que se sucederão.
Por ora,vamos à quadra praticar o drible como deve ser praticado.

ROGERIO NOEL.

Ontem assisti na TVE do Rio a uma sessão de cinema brasileiro onde foi exibido o filme”A Culpa”, dirigido por Domingos de Oliveira e fotografado por Rogerio Noel,cujo trabalho foi premiado no Festival de Brasilia.O programa se encerrava com uma mesa de debates,onde psicalistas e criticos de arte e cinema analizavam a obra tida como uma das jóias da filmografia brasileira.Mas o que tem a ver um filme nacional,feito em 1970 com o nosso basquete?A resposta chama-se Rogerio Noel,ótimo atleta e jogador que dirigi na Seleção Juvenil de Brasilia no Campeonato da categoria em 1968 em B.Horizonte,e que assinou a direção de fotografia do filme.Rogerio foi um exemplo de luta para se firmar na equipe,pois apesar de não possuir uma técnica refinada,contribuia para o grupo através um inesgotável espirito guerreiro e grande força mental.Bom estudante e bom músico,era normal comparecer aos treinos sobraçando seu violão,e sempre na companhia de um bom livro.Tinha um grande amor pelo pai,e sofria enormemente por vê-lo afastado da Força Aérea por um ato institucional emanado do governo da revolução.No esporte estravasava toda sua emoção e tristeza pelo que acontecia com o pai e sua familia.Mas seguia em frente em sua luta desportiva,a ponto de se colocar como um dos efetivos da equipe.Em B.Horizonte jogou magnificamente,
sendo um dos responsáveis pela 5ªcolocação da equipe no campeonato.Em 1970,já de
volta ao Rio de Janeiro,estava eu na Praia Vermelha dando uma das aulas de Prática de Ensino para alunos da EEFD/UFRJ,quando recebo a visita do Rogério.Alí,naquele campo
de esportes,por umas duas horas pudemos conversar sobre o que faziamos e ainda
sonhavamos.Rogerio agora se dedicava ao cinema,interesse que comunhavamos em diferentes campos.Ele,no cinema de arte e no comercial,eu,no cinema educativo e desportivo.Naquela manhã ele tinha estado no Laboratório Lider,ali perto,na Rua Alvaro Ramos,onde se aborrecera bastante na tentativa de ver seus negativos revelados
da maneira que ele idealizara para o filme,com claros-escuros e cenas soturnas e pouco reveladoras.Era assim que ela planejara para A Culpa,com a aprovação de seu diretor.Sei que ao fim da luta,a qual era sua marca registrada,conseguiu terminar a obra,e com ela recebeu o premio no festival da cidade onde se firmara como ótimo jogador de basquete,Brasilia.Nos despedimos,sem antes tecer alguns comentarios que fiz pela aparência bastante abatida que ele apresentava.Tive como respostas o grande esforço que despendia com os filmes que vinha realizando,e uma promessa de novo encontro para dali alguns dias.E ele não aconteceu,pois dois dias depois Rogerio faleceu vitimado por drogas.Ao ler a noticia fiquei bastante abatido,pois não pude me furtar à evidência de que o bravo e sensivel Rogerio,de certa forma foi se despedir
de uma pessoa que deu a ele todo o apôio necessário à sua performance esportiva e pessoal,confiando em seu potencial humano e artístico.No debate que sucedeu a exibição do filme,uma critica de cinema levantou a tese de que o clima intimo e soturno retratado na fotografia do filme,se deveria ao fato de ter havido uma falha na escolha de filtros corretivos da película utilizada,mas que o efeito foi bem aproveitado para o sucesso da obra,e que no fundo se tratava de uma feliz e bem vinda coincidência.Que brutal injustiça,e da qual fui testemunha da revolta que se apossou do Rogerio pelas discussões travadas no Laboratório Lider,em defesa da cromaticidade
de seu filme.Assim como se impôs à equipe por sua bravura,também se impôs aos laboratoristas por sua sensibilidade.Venceu as duas lutas,mas perdeu a da vida.Ficou a perene saudade de um técnico e professor que confiou naquele jovem e culto artista,
tanto da bola,como da camera.Saudades.

O QUE TODO JOGADOR DEVERIA SABER 1/10.

Independendo se armador, ala ou pivô, publico à partir de agora uma série de 10 artigos sobre alguns aspectos dos fundamentos, aqueles detalhes que passam muitas vezes despercebidos, tanto por iniciantes, como muitos dos considerados craques, que erram muitas vezes mais do que aqueles. E inicio com um tema que a maioria minimiza, ou simplesmente desconhece – O EQUILÍBRIO – Para que fique claro e bem visualizado o que proponho, sugiro inicialmente que tentem o seguinte: amarre na ponta de um barbante, ou algo similar (um dos cadarços do tênis já serve) um pequeno peso, uma pedrinha por exemplo, tal como um fio de prumo daqueles utilizados pelos mestres de obras para aferir o alinhamento dos tijolos. Na outra ponta do fio, que deverá ter aproximadamente uns 60cm, fixe um pregador de roupa, ou um alfinete de segurança daqueles usados em fraldas. Fixe o fio no cós entre as pernas do calção ou de um short curto (os calções tipo fraldões utilizados por muitos jogadores não se prestam, pois têm o seu cós próximo ao meio das coxas). Feito isso, coloque-se em posição defensiva, e com um giz desenhe a área que está ocupando no solo, marcando duas linhas retas que unirão as pontas dos pés e seus calcanhares. Terá então um retângulo desenhado no solo, tendo como limite os próprios pés. Agora, tente movimentar os quadris de tal forma que o peso do fio de prumo percorra toda a área delimitada pelas linhas de giz e pelos pés. Enquanto o peso se mantiver dentro da área você estará em equilíbrio estável, já que o fio de prumo projeta seu centro de gravidade, que se situa na zona pubiana, para dentro daquela. Aos poucos você compreenderá o porque de se manter em equilíbrio estável, e que este será tanto maior, quanto maior for a área da base que venha a ocupar. A seguir, tente colocar o fio de prumo sobre qualquer ponto que limite a área da base, e constatará o que vem a ser estar em equilíbrio instável. Exercite-se transferindo os equilíbrios, ao mesmo tempo que altera a área da base, preparando-se para passar ao terceiro estágio, ou seja, transferindo o prumo para fora da área que ocupa, entrando em desequilíbrio. Todo jogador tem a obrigação de conhecer os princípios que regem o equilíbrio, pois a compreensão e o consequente domínio do mesmo pautará sua performance na utilização de todos os fundamentos do jogo, à começar pelas partidas e paradas, ou seja, as ações mais comuns ao jogador de basquete: ir de encontro à bola; parar equilibrado seja qual for a velocidade que esteja exercendo na quadra; as mudanças de direção, tanto no ataque, e principalmente no ato defensivo; nas fintas com e sem a bola; no drible progressivo ou regressivo; nos arremessos; nos saltos e basicamente na preparação dos rebotes. Vejamos no caso das paradas. Todo iniciante tende ao desequilíbrio no ato de parar em velocidade de deslocamento. Se tiver conhecimento dos princípios que regem seu centro de gravidade, ele saberá manter o mesmo projetado dentro da área que ocupa mantendo-o em equilíbrio estável, assim como saberá deslocá-lo para equilíbrio instável e consequente desequilíbrio quando quiser partir em maior velocidade que seu oponente. Todo bom fintador levará maior vantagem sobre o defensor se souber se manter em equilíbrio instável no momento da finta, pois sempre sairá em maior velocidade, tanto sem a bola, como, e principalmente se estiver no ato do drible. O manejo do corpo sofrerá menor desgaste se for acionado dentro destes princípios, pois o fator inercial poupa energia e necessita de menor força para desencadeá-lo. Defendendo-se de um driblador, ou de um atacante sem a bola, entenderá o
porque da importância de estar sobre uma ampla e equilibrada base, e como ganhará em eficiência nas anteposições ao saber deslocar com eficiência e presteza seu centro de gravidade. Voltando ao exercício inicial, perca-se por uns momentos nos deslocamentos do CG, para os lados, para frente, em bases amplas ou menores, entrando e saindo dos estados de equilíbrio, com os olhos abertos e fechados, para aos poucos, sem pressa,
entender, sentir e empregar toda uma gama de possibilidades que um bom jogador, independendo de sua posição poderá utilizar para a melhoria de sua performance nos fundamentos, já que o equilíbrio é a base de todos eles. Vamos ao trabalho!

A QUE PONTO CHEGAMOS.

No momento final da peça Roda Viva a que assistí no Canecão,Paulo Gracindo olhando a platéia nos olhos brada- Se todos dizem para que eu siga aquele caminho,afirmo, que não vou por alí!- Pois é,ao final do jogo COCxLibertad, o técnico vencedor, olhando firmemente a camera afirma- É o ano do Campeonato Mundial,temos de caminhar todos numa única direção,para a conquista da medalha!- Depois de vermos e constatarmos a quanto de mediocridade anda o nosso basquete,seria justo e oportuno plagiarmos aquela grande peça ao afirmarmos veementemente-Só sei que não iremos por ali!- Ah,se pudessemos realmente traçar outros caminhos para as nossas seleções,cruelmente engessadas num sistema de jogo onde as maiores estrelas,por imposição do mesmo,passaram a ser os técnicos,com suas coreografias impostas nas pranchetas,e também exercidas nos grotescos balés ao lado das quadras,acrescidas de pressões estaparfúdias e infundadas aos árbitros,aos mesários e até aos delegados da CBB.Dá acessos de riso vermos o comentarista campeão mundial passar o tempo todo contemporizando tais atitudes na presença indefectível e irrecorrivel dos tapes da tv,que desvendam o quanto de absurdas,a maioria,são as interferências daqueles técnicos.-Mas é um bom técnico- É o calor da partida- Creio que ele está muito nervoso- É o jeitão dele- Conheço-o bem,não é nada disso fora das quadras- Etc,etc,etc…Diga logo,do alto de sua importância para o nosso basquetebol que estão profundamente errados,que agindo dessa forma só prejudicam a todos, que não é esse o exemplo que deva ser dados aos jovens atletas,aos jovens técnicos, aos jovens espectadores.Tudo isso sem contar o palavreado chulo e muitas vezes de baixo calão.
Some-se a tudo a mesmice empregada e defendida por quase TODOS os nossos luminares técnicos,que segundo a conclamação do técnico da seleção brasileira e seus
assistentes coesos e unânimes,deverão caminhar juntos para a conquista da medalha e da classificação para as olimpíadas.Que padronizam tal sistema desde as categorias de base,que é a norma propugnada e difundida nas clinicas patrocinadas pela CBB em muitos pontos do país.Que cada vez mais desviam o fóco das quadras,onde estão os verdadeiros vetores do jogo,para as laterais das mesmas,onde evoluem como mestre-
salas as falsas e fajurtas estrelas dos espetáculos.Agora mesmo,imaginando estar olhando firmemente nos olhos dos leitores,não temo,mais uma vez, repetir o final da extaordinária Roda Viva- Sei que não vou por alí- Que não devemos ir por ali,para o caminho da mesmice e da absoluta falta de criatividade.Que nossaa únicas chances serão a audácia em inovar,a velocidade inteligente no lugar da força e do choque,o crédito no jogo de 2 pontos com seus 60% de acertos no lugar do de 3 com 40%, se tanto,a coragem de marcar à frente,TODOS marcando à frente,flutuando lateralmente e não perpendicularmente à cesta.A propriedade e dominio da bola no jogo de 2 armadores
evoluindo no perímetro,próximos e atuantes nos “dá e segues”(pick and…uma ova!),nos corta-luzes juntos aos alas e nunca aos pivôs,promovendo uma rotação e troca de posições permanentes entre os 3 homens altos DENTRO do perímetro,onde melhor trabalharão nos bloqueios,nas penetrações com poucos dribles e fintas,e principalmente nos rebotes,onde teremos sempre 3 homens colocados.Todos alimentados pelos armadores,arrietes poderosos e arremessadores opcionais,porém efetivos,pois terão espaços suficientes a bons e equilibrados lançamentos.Para que treinemos nossos
reboteadores a girarem 180° no ar após o dominio da bola,colocando-os de frente para a quadra ,propiciando um inicio rápido de contra-ataque quando dos rebotes defensivos
e fazendo com que os mesmos possam contar com as 3 hipóteses possiveis:um novo arremesso,o passe ou o drible,quando do rebote ofensivo.NENHUM de nossos pivôs sabem
usar tal habilidade.Que TODOS os jogadores somente recebam a bola em movimento,pois
em qualquer situação as defesas reajem aos ataques,ou seja,estão uma sinápse atrás,
fator que bem treinado e aplicado dá ampla vantagem aos atacantes,principalmente em pequenos e exíguos espaços,por exemplo,o garrafão.Enfim,são tantas as possibilidades
de se montar um sistema,ou sistemas,que sempre estarão diretamente proporcionais ao preparo que a equipe tiver nos fundamentos básicos do jogo.Mas,sacrilégio dos sacrilégios,onde se situarão as estrelas,os técnicos,com seus olhares fixos nas lentes da tv? Como poderão utilizar suas rotas de fuga ante os perigosos meandros de um jogo através suas horripilantes e castradoras pranchetas? Como poderão transformar
perante suas convicções,jogadores das posições 1,2,3,4 e 5 em 12345,que seria o ideal
a ser atingido por aqueles poucos que realmente conhecem o jogo? Por tudo o que vem
ocorrendo de mal em nosso basquetebol,não tenho,mais uma vez,medo em conclamar a todos que o amam e conhecem ,que gritem a plenos pulmões perante essa roda viva em que o transformaram -Sabemos que não iremos por alí!-