TÉCNICOS, REFLEXIVOS OU ERRÁTICOS?…

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Fui ao jogo com meu filho André, que como eu gosta de basquete, e que pela temperatura amena dentro do ginásio, previa-se uma partida bem disputada, sem os desgastes originados pela deficiente ventilação ambiente, que a pleno verão se torna insuportável.

Mas não foi bem assim, pois o jogo padeceu dos usuais males do nosso judiado basquetebol, a começar pela incrível marca de 28 erros somados de fundamentos, marca intolerável em uma divisão de que se apregoa de elite.

Mais intolerável ainda, o acúmulo de equívocos e erros primários, tanto de jogadores, como de técnicos, sendo que um deles, agindo e se comportando como adolescente irritadiço, parecendo em sua errática movimentação e gesticulação aquele boneco do carnaval de Olinda, o que em hipótese alguma transfere segurança e equilíbrio a seus jogadores na quadra, numa situação em que a tranquilidade e arguta observação propiciaria intervenções pontuais eficientes e seguras, que ao não ocorrerem levaram sua equipe a derrota, principalmente a prolongada manutenção de dois pivôs, um gordo e outro rústico nos fundamentos juntos, ambos tentando impedir a ida “para dentro” dos armadores paulistas, que ao comprimirem a defesa carioca dentro do perímetro, permitia os passes de dentro para fora que encontravam um dos dois irmãos Fisher ou o Barrios absolutamente livres e equilibrados para seus longos arremessos, que decidiram a parada. Outrossim, faltou sensibilidade e firmeza aos rubro negros para buscarem os pontos de que necessitavam nas bolas curtas, pois seu oponente soube muito bem contestar as bolinhas, não tão salvadoras como imaginavam.

No banco paulista, um técnico que ainda permite aventuras juvenis, como as do Gui, que de promissor prospecto de ala eficiente e penetrador, rapidamente se transforma em mais um dos corner players que vêm se instalando na praça, com seus temerários e imprecisos arremessos para lá da linha de três pontos NBA, num desperdício que já está cobrando significativos juros ao jovem jogador. Também erra na colocação e deslocamentos de seus bons pivôs sagitalmente e distante da cesta, afastando-os dos rebotes, permitindo que ajam na desajeitada armação de jogadas e arremessos improváveis de três. No entanto, seu comportamento observador e analítico, o colocou em flagrante vantagem sobre o hiperativo e saltitante oponente, basicamente naqueles momentos em que uma cabeça fria se impõe a outra, intempestiva e obliterada pelas “emoções”…

No mais, fora a inconcebível enxurrada de arremessos de três (18/55 para ambas), numa perda capital de tempo e esforço físico e mental, a pancadaria que se instalou embaixo das cestas, sob os olhares algo míopes de uma trinca de arbitragem mais interessada em mediações do que simplesmente aplicar com isenção e rigor as regras do grande jogo.

No jogo de logo mais, duas situações bem nítidas serão determinantes, a necessidade de vitória do time da casa para não se situar a uma derrota da eliminação, e na casa do oponente, e a imperativa oportunidade que os visitantes terão de levar para seus domínios uma decisão em dois jogos bastando vencer um deles.

Para tanto, seus comandantes necessitarão fazer alguns ajustes em seus comportamentos técnicos, emotivos e até estratégicos. Técnicos, privilegiando o jogo interno com seus índices de acerto bem maiores que as aventuras das bolinhas, otimizando suas oportunidades nos ataques, e defendendo energicamente o perímetro externo, buscando de 2 em 2 e de 1 em 1, pontuação necessária e produtiva, destinando as bolas de três àqueles realmente especialistas, e mesmo assim equilibrados e razoavelmente livres. Emotivos, observando e refletindo sobre o comportamento e  capacitação na leitura de jogo de seus jogadores, ação somente franqueada a quem se mantêm tranquilo e senhor de suas ações, e não carnavalescos e midiáticos. Estratégicos, quando compreenderem definitivamente que seus papéis determinantes são estabelecidos nos treinos, e não à beira da quadra e nas bordas de uma prancheta…

Amém.

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DISCREPÂNCIAS…

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Olhem para estes números, analisem, pensem e concluam, enquanto discorro sobre os mesmos:

 

BRASILIA  82 x 87  SÃO JOSÉ         LIMEIRA  97 x 82   MOGI

 

                22/40         2         17/43                    28/39        2        25/39

                10/33         3         11/24                      6/14        3          2/12

                  8/10         LL       20/26                     23/34      LL        26/33

                     39          R            43                          27        R             24

                       9          E             12                          11       E             14

 

Para começar, algo salta aos olhos, de tão cristalina a evidência, de que se trata de dois jogos opostos, praticados por quatro equipes amantes das bolinhas e suas (in)conveniências.

Não vi nenhum dois dois, e fico com sérias dúvidas em tentar analisar jogos pelos números, mas nestes dois casos vale a pena especular sobre uma situação impar por que passa o basquetebol em nossa terra, amarrado a um sistema único e lançado a uma orgia desenfreada nos arremessos de três pontos, muitas vezes praticados por mais da metade dos jogadores de uma mesma equipe, como que possuídos de uma técnica refinada que, em hipótese alguma, possuem, ah, e com a cumplicidade de seus “estrategistas”…

Brasília, com sua já implantada convergência nos arremessos, ao se manter fiel ao estilo, perdendo 23 ataques de três, propiciou mais rebotes a São José (43) e muito menos incidência de lances livres (8/10 contra 20/26) do que seu oponente, que claramente privilegiou o jogo interno (17/43 contra 22/40), forçando dessa forma mais oportunidades de faltas, tanto que converteu 20 pontos de lances livres, ganhando um importante jogo, mesmo arremessando 11/24 bolinhas, ou seja, perdendo 11 ataques contra os 23 de Brasília. Com tal discrepância venceu um convergente e teimoso adversário, em seus domínios, e voltará a vencê-lo se mantiver a preferência do jogo interno e maior vigilância defensiva no perímetro externo, ponto forte e preferencial da equipe candanga e seu técnico argentino, no que se revela uma brutal incoerência se comparado a seus padrões portenhos.

Enquanto isso, basta comparar os números alcançados no planalto central com os do interior paulista, para constatarmos uma significativa e bem vinda diferença técnica em se tratando de equipes parelhas da elite nacional. Jogo interior intenso, com perda bem menor de ataques ocasionados pelos infames arremessos de três (foram 8/26 para ambas), um numero bem maior de lances livres (49/67), e um percentual muito bom de 67,9% nas bolas de dois. O numero de rebotes trilhou a normalidade entre equipes equilibradas, lastimando-se somente os 25 erros de fundamentos, falha contumaz em nossas equipes, sejam de que categoria forem.

Engraçado, mas tenho sérias desconfianças de que tão evidentes descompassos se originem mais pelo incentivo midiático das “fantásticas bolas de três”, das mais espetaculares “enterradas”, que “se constituem” na “essência do basquete” para seus divulgadores, mas que perante a realidade técnica e tática do grande jogo, se constituem num perigoso desvio dos verdadeiros e determinantes caminhos que terá de percorrer para voltar a se situar no panteão dos vencedores.

Amém.

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CAÇA À SUPERESTRELA…

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Terminaram os playoffs de oitavas, e o que se viu, apesar das enormes “emoções” emanadas dos jogos elevados a condição de grandes e emocionantes espetáculos, apesar da técnica um tanto capenga, por narradores e comentaristas alinhados ao produto que tentam vender como de primeira qualidade, pode-se deduzir serem os mesmos medíocres e preocupantes, principalmente com a proximidade das grandes competições internacionais que teremos de enfrentar com uma seleção advinda destes “emocionantes espetáculos”…

Teremos a partir de agora os playoffs de quartas de final, para adiante, e mais um vez em jogo único, a retumbante final, infeliz produto de uma imposição da verdadeira dona do espetáculo (?), que o minimiza impondo um desfecho ridículo e injusto.

E porque inspira preocupações quanto às competições internacionais, Paulo?

Bem, se partirmos do pressuposto de que seleções representam a realidade de seus campeonatos nacionais, estaremos fritos, pois rapidamente estamos estabelecendo alguns padrões técnico táticos preocupantes, como a imposição e rápida aceitação do império das bolinhas, com sua subsequente e progressiva convergência sobre as finalizações de dois pontos, e muitas vezes superando-as (como no jogo de ontem, quando o São José venceu o Palmeiras estabelecendo a incrível marca de 11/34 arremessos de três e 13/33 de dois), onde pivôs disputam com alas e armadores a condição de “especialistas” nas longas bolas, com técnicos que incentivam tal prática (no discurso, porém, as negam…), onde equipes são montadas por “profundos conhecedores” do grande jogo, exatamente para se comportarem dentro desse absurdo e criminoso padrão, embalado no seio do sistema único de jogo, avalizado e certificado pela sua formatação e padronização divulgada em cursos de formação (?) de futuros técnicos de quatro dias, por uma profundamente equivocada ENTB, em todo o território nacional, deixando no ar uma abissal desconfiança no futuro do grande jogo aqui, em terras tupiniquins, tão afeita a modismos fúteis e perigosos, principalmente junto aos jovens que se iniciam…

No entanto, todo esse “momento” gera inegáveis protagonismos, como a mais completa ausência e o quase total desconhecimento de sistemas defensivos, que se existentes em muito reduziriam os aspectos acima apontados, por parte de “estrategistas”, que muito pouco conhecem os detalhes e meandros do grande jogo, tornando-o refém do que ai está cristalizado em uma mesmice crônica e constrangedoramente  burra…

Mas como desgraça pouca é besteira, vemos agora uma penúltima tendência (qual será a última?…), que vem se avolumando velozmente, a “caça à superestrela”, de todo e qualquer jogo, a sempre presente e dominante prancheta…

Triste ver e testemunhar ao vivo, a cores, e em som estereofônico, técnicos rabiscarem freneticamente suas midiáticas pranchetas, vendo-as também empunhadas por assistentes técnicos, ávidos em aparecer como salvadores naquelas horas mais importantes de um jogo, quando se sobrepõem aos titulares, e agora, também, por jogadores que simplesmente determinam jogadas e comportamentos que julgam corretos, frente a técnicos que as aceitam passivamente, numa demonstração tácita de inadequação para o comando e liderança de um plantel, que na maioria das vezes redundam em fracasso coletivo, fruto da permissividade e omissão dos mesmos.

Então, quando ouvimos um comentarista se dirigir aos jovens iniciantes no basquete, aconselhando-os a nunca se levantarem do banco antes que seu técnico determine o término das instruções, prestando atenção e respeitando suas mensagens técnicas, sugerindo tal atitude ante o comportamento oposto que muitos jogadores da elite praticam comumente, porém “justificando-os” como uma atitude de quem deseja voltar para o jogo rapidamente, se revela uma falácia, pois a dura verdade é que pouco, ou quase nada ligam para o que ouvem, comprovando uma triste e comprometedora evidência, a de que “você faz de conta que instrui, e nós  que ouvimos e concordamos”, prostrando por terra a perene afirmação de que tão decisivas jogadas são produtos de “exaustivos treinamentos”, que na realidade não são, pois em caso contrário não necessitariam ser desenhados canhestramente nos momentos decisivos de um mais decisivo ainda, jogo classificatório…

Ao fim de tudo, caminhamos e alcançamos o ápice do sistema único, a hegemonia dos longos arremessos com sua eficiência abaixo da média permissível, a esnobação defensiva, já que pretensamente, por se considerarem “poderosos” ofensivamente, dispensam penduricalhos defensivos com a centralização midiática de um acessório terciário e perfeitamente dispensável na direção de uma equipe, a prancheta milagrosa para muitos, para finalmente, ver ruir os princípios do comando, substituído por ambiciosos e despreparados assistentes, e agora, pasmem, por jogadores, que claro, mais do que supõe nossas mais tênues desconfianças, se colocam à frente de momentos de decisão, como que projetando suas pretensões ao cargo maior ao se aposentarem, o de “estrategistas”, e por que não, se já houve precedentes desde sempre?…

Eis o cenário lapidar que o hermano terá de enfrentar na constituição da seleção com vistas ao Mundial, e mais adiante as Olimpíadas, sem contar, é claro, com os périplos continentais que vem exercendo, na bateção de portas daqueles que muito prometem, e poucos, muito poucos cumprem, fator  determinante e constrangedor para todos que amam o grande jogo, e que não aceitam tal subserviência e inversão de valores.

Mesmo assim, torço para que consigamos emergir dessa mesmice endêmica em que nos encontramos, apesar de tudo conspirar para que não, mas, ter e alimentar esperanças em dias melhores que é o que nos resta, infelizmente…

Amém.

CONVERGINDO E PERDENDO…

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No artigo passado comentei ser muito difícil uma equipe vencer uma competição convergindo sistematicamente seus arremessos, onde as bolinhas de três superam as de dois pontos, numa perda substancial de esforços e objetividade, que numa liga de elite não costuma perdoar tal exagero, ainda mais quando somada a uma permissividade defensiva que raia ao inacreditável para esse nível.

Num jogo em que 18/39 arremessos de três se sobrepuseram a 18/32 de dois (seu adversário arremessou 21/37 de dois e 9/23 de três), algo está bastante errado no sistema de jogo dessa equipe, onde seu mais emblemático jogador vem sendo o cestinha absoluto nas últimas partidas, vencendo ou perdendo-as, porém mantendo um discurso de que a equipe vem atuando mal, e que não entende os porquês de tal evidência…

Bem, para quem está de fora da quadra, e entende um pouco do grande jogo, e nem precisa ser muito, não pode aceitar que uma equipe com tão bons jogadores altos, raramente os utilizem, priorizando a chutação desenfreada de fora do perímetro, onde até estabeleceu um novo parâmetro especializado, o corner player, e transformou alas e pivôs em “especialistas de três”, duelando com as atiradeiras da equipe, como que buscando oportunidades de participação de um jogo em que normal e permanentemente são esquecidos, situando-os afastados da cesta, num prejuízo incalculável para o seu poder de rebotes.

Somando a essa realidade, uma oscilação defensiva permanente, acomodada e segura de que a vitória se constitui numa questão de tempo, frente a um tão seleto e qualitativo grupo, temos desenhado um cenário nada favorável à mesma, pois de algum tempo para cá, seus adversários vem optando pelo jogo interior, onde mais pesa a autossuficiência da maioria de seus integrantes, focados que se encontram em seu poderio ofensivo, bem para cá do perímetro externo.

E como a cereja de um bolo passado e a caminho do mofo, uma indefinição patente na trilha de comando, onde naquelas horas mais decisivas, ou um palavrório agressivo e desconexo que se choca com a descrença e ausência de interesse de comandados, ou a intromissão tática subalterna de algo exposto e criado naqueles momentos (fica muito clara a tendenciosa improvisação…) se choca com a realidade ali negada, a de quão frágil se manifesta a todos, dentro e fora do campo de jogo, a relação entre comando e comandados, naquelas mais prementes situações onde deveria ser forte e unida, e não deformada pelos inflados egos de ambas as partes, mas que mesmo assim, face a qualidade de muitos de seus integrantes, ainda se mantêm em uma luta desigual ante suas próprias e consentidas fraquezas.

Mesmo assim, torno a repetir, como tudo de mais atípico acontece no NBB, pode ser até que venham a ser campeões, apesar de tudo, e do discurso de seu mais festejado jogador, que sabe muito bem o que, de verdade, está acontecendo, já que profundamente inserido naquele contexto…

Amém.

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COMANDO & EQUÍVOCO…

 

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(…)Estou tentando avisar o time que precisamos ligar a chave para o NBB. Eu reforço todo o dia. A gente não teve folga, treinamos todos os dias, mas eu falei para o Mortari (treinador) para treinarmos algo diferente, porque não estava fazendo efeito. Aí, fizemos cinco treinos duros, ligamos um pouco a chave, mas precisamos aumentar a intensidade.(…)

 Shamell (Foto: Ricardo Bufolin/ECP)Shamell (Foto: Ricardo Bufolin/ECP)

– (…) O mais importante foi ter vencido o jogo mas cometemos alguns erros. Normalmente não estamos jogando bem em casa. Perdemos quatro partidas seguidas no fim da primeira fase jogando aqui no Pinheiros. Precisamos aprender a jogar aqui- afirma Shamell.(…)

(Trechos e foto de uma matéria publicada no blog globoesporte.com de 10/4/14)

 

E pelo visto não aprenderam, pois foram dominados  pelo Mogi dentro de casa com direito a um show de palavrões de seu técnico e de uma de suas estrelas, no que foi considerado “um exagêro” pelo comentarista da TV, numa corriqueira repetição do que vem progressivamente acontecendo com a equipe, que não pode pretender vencer uma competição convergindo em seus arremessos (16/31 de dois e 11/34 de três) e permitindo um 14/27 de três de seu oponente, numa tácita demonstração de ausência e empenho defensivo e, o mais importante, sem definir a liderança efetiva da equipe, permanentemente contestada por jogadores, em episódios constrangedores como o desse jogo, onde a falta de respeito e consideração de parte a parte baixaram ao mais rasteiro nível, incompatível com as tradições desse grande clube paulista.

No entanto, vendo a equipe atuar de uma forma mais próxima do aleatório do que participante de um sistema definido de jogo, apesar de adepto  do sistema único, percebe-se com certa clareza que determinados jogadores, na presença de uma liderança equivocada na forma e na essência de como se situar perante um grupo de homens que, acertando ou errando, merecem um tratamento mais respeitoso em público, e não agressivo e intimidador, clara e diretamente se insurgem com o técnico e mesmo entre si, numa demonstração do que muito de errado vem ocorrendo no âmago da equipe, fator crucial que bem reflete as últimas apresentações da mesma.

Mas como tudo de mais atípico acontece no NBB, pode ser até que venham a ser campeões, apesar dos p..que p…, vão tomar no… e c,,,em profusão. Deve fazer parte do script dessa equipe especial…

Amém.

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AMENIDADES…

 

 

 

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Você passa pela Avenida das Américas e ao se deparar com o majestoso palácio do COB, totalmente mantido pelo dinheiro público, custa a entender, e mesmo aceitar, que uma federação histórica, como a FBERJ se utilize por favor de uma salinha, originariamente um almoxarifado, na sede da CBB, para gerir e organizar os campeonatos e seleções cariocas, que claro, oscilam sempre para menos, pela deficiente qualidade originada pela carência maior, recursos para sua sustentabilidade, escassos no âmbito federativo, imensos e aparentemente inesgotáveis para a turma encasquetada lá de cima, produto advindo dos tempos ditatoriais por que passamos, e neste caso, ainda não desfeitos como deveria, se por acaso, tivéssemos uma política voltada ao desporto educativo, a escola, aos jovens, aos professores formadores de carateres, e não esses aproveitadores profissionais. Mas ainda mantenho a esperança de que sairemos desse fétido buraco um dia, um dia…

 

 Contudo, algo de positivo no mundo do grande jogo ocorreu na decisão da NCAA, quando UCON chegou ao titulo num jogo decidido próximo a cesta, onde os poucos arremessos de três foram tentados por aqueles verdadeiros especialistas, e não como nós, que habilitamos toda uma equipe como capacitada nessa difícil arte, o da precisão à distância, campo exclusivo para uns poucos, bem poucos, assim como deixou patente a qualidade nos fundamentos de todos os participantes, independendo de posições, altura, peso e idade, onde jogar dentro ou fora do perímetro igualava a todos em habilidades e leitura de jogo. Com a formação de base que temos, e ainda entregue a neófitos compromissados com o sistema único e um pretenso domínio pranchetado extra quadra, timidamente contestado por alguns corajosos jogadores, ainda teremos longos anos para nos desvencilharmos  deste infeliz cabresto, elitista e corporativista.

E de repente me salta aos olhos uma notícia repetida, uma noticia tão absurda quanto a originária, que simplesmente reportava uma viagem do técnico da seleção brasileira e do diretor técnico da CBB, de encontro aos jogadores patrícios atuando na NBA e equipes europeias, como que batendo de porta em porta em busca da anuência dos mesmos para atenderem a uma convocação de seu pais de origem, como que num enfastiado favor evocado de uma disponibilidade pontual em servi-lo, ou não. Inadmissível  que um técnico, e muito mais um diretor técnico, se prestem a esse papel, quando uma nota convocatória da CBB seria o único caminho a ser adotado de verdade. Indo a eles, traem-se dois princípios básicos de comando, a liderança, e a credibilidade, onde a relevância do comandado se sobrepõe a do comandante, que nesta circunstância passa a  carecer de importância estratégica, ou qualquer outra…

No entanto, uma última notinha tinha de ser agregada a tanto equivoco, e de uma forma tragicômica, quando pudemos ler, e claro, tomar conhecimento, de que no curso nível I da ENTB em Brasília, o técnico da equipe candanga, argentino, dará palestras sobre treinamento na formação de base, de professor que é em sua terra, mas por aqui soa mais como estrategista numa equipe convergente nos arremessos de três que parece tentou domar, mas não conseguiu, pelo menos até o momento…

Mas o que fica no ar é algo que não entendo, de verdade, o fato dele, e os demais estrangeiros atuando no NBB não apresentarem um dos niveis exigidos pelo Confef/Cref para dirigir equipes por aqui, e mesmo dar aulas em cursos da ENTB, como é e será exigido (?) a partir de 2015, a não ser que, meus deuses, será que foram provisionados?…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e do Jornal O Globo. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

CONTRASTES…

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Meus deuses, como é difícil escrever algo em meio a um turbilhão de emoções e embates

 familiares, ainda mais quando envolve pais e filhos. Mas a experiência e o bom senso sempre encaminham soluções razoáveis e equânimes em qualquer situação, mesmo a mais complexa.

 

Mesmo assim, vamos em frente, prometendo não atrasar mais artigos aqui nesse humilde blog.

 

Começando, que beleza as semifinais da NCAA, quando se classificaram para a final as duas equipes que menos arremessaram de três nessa fase da competição (Kentucky 2/5 e Wisconsin 8/20, assim como UConn 5/12 e Florida 1/10), concentrando seu jogo no perímetro interno e numa intensidade defensiva avassaladora, provando que de 2 em 2 e 1 em 1 podem alcançar patamares que as qualificam numa competição assistida por 79 mil espectadores, num espetáculo formidável e inesquecível, que será coroado nessa segunda feira com o embate Kentucky e UConn.

 

 

Mas o que fica patente e indiscutível é a constatação do fim dos pivozões lentos e avantajados, substituídos por jogadores velozes, ágeis, com fundamentos bem desenvolvidos, atuando como alas pivôs na maioria das vezes de frente para a cesta, interagindo com a dupla armação de forma coordenada e flúida, numa continuidade de movimentos admirável.

 

 

Ao mesmo tempo que pudemos assistir a esses belos exemplos de basquetebol dinâmico, eramos obrigados a conviver com narradores mais interessados em se autopromoverem de forma puéril e ridícula, mas nada que um toque no remoto nos remetesse aos americanos que realmente falam e discutem o jogo sem presepadas insípidas e inúteis…

 

E como desde sempre defendemos aquela forma de atuar centrada numa dupla armação e três alas pivôs em constante motilidade interior e exterior, incomoda sobremaneira a continuidade da hemorragia dos três pontos que a cada rodada do NBB mais se avoluma por parte de nossas mais nominadas equipes, contando com a cumplicidade de seus técnicos, que ainda teimam em ferir nossa inteligência em entrevistas como essa dada ao Fabio Balassiano em seu Bala na Cesta pelo endeusado hermano em nossa midia especializada.

 

Mas o que realmente preocupa é o futuro do grande jogo entre nós, pois cada vez mais se solidifica o sistema único, continuado e divulgado à exaustão pela ENTB em seus cursos de fim de semana, perpetuando o jogo de posições determinadas e especializadas (?), algemando e limitando jovens promessas a papéis tutelados por comandos extra quadra e hieróglifos pranchetados, numa orgia de arrogância e pretensos conhecimentos, tão ou mais falsos do que as auto elegidas lideranças que os oprimem e limitam.

 

Muitos que me sensibilizam com a leitura desse blog podem interpretar ser o mesmo uma vitrine de lamúrias, quando na realidade é uma honesta tentativa de demonstrar com fatos teóricos e práticos ser possível, como já demonstrei na pena e na quadra, que temos e podemos jogar o grande jogo de uma forma diferenciada e eficiente, bem mais eficiente da mesmice impregnada de mediocridade que aí está solidamente implantada, aspecto que foi muito bem interpretado pelo jornalista Giancarlo Gianpetro do blog Vinte UM, em um artigo que sugiro que leiam aqui, para depois, se interessados forem, percorrer no espaço Multimídia na coluna lateral desse blog, videos de jogos que veiculo de equipes que dirigi, inclusive no NBB, e constatarem que pouco diferem do que melhor se joga nesse apaixonante mundo do grande jogo. Leiam e assistam, para depois concordarem ou não da possibilidade de fazermos algo de novo, fator mais do que transcendental direcionado à nossa participação olímpica em 2016, ou mesmo, 2020…

 

Amém.

 

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.