O REINADO DAS “BOLINHAS”…

Já são dez dias de apreensão e muito desconforto, provocado por um calculo renal que resolveu brincar carnaval no meu rim esquerdo, o que posso garantir anular qualquer tentativa de escrever algo sobre…qualquer coisa, muito menos sobre o basquete que assisti nesse período.

E o que assisti, mesmo que estivesse pleno de saúde, me preocupou sobremaneira, pois algo que publiquei meses atrás sobre convergência ofensiva, mais do que nunca ressurge em pleno no NBB, como um vírus, ou um calculo doloroso às vésperas de nossa tão esperada participação olímpica, no âmago de importantes equipes, como num contraponto à mensagem coletivista e seletiva do Magnano em sua excelente direção no pré olímpico.

Num jogo entre Uberlândia e Liga Sorocabana, algo inédito aconteceu, pois ambos convergiram de forma absoluta, numa participação tão absurda, que mesmo perante somente os números, um alerta soou, ante algo muito longe de ser considerado um jogo de uma liga superior. Uberlândia arremessou 13/31 (22%) de dois pontos, e 11/31 (35%) de três, enquanto A Liga Sorocabana arremessou 7/22 (32%) de dois e 11/32 (34%) de três, bem acima de uma convergência, perpetrando ambas as equipes um jogo de 63 arremessos de três e 53 de dois, determinando a falência, ou mesmo, o consentimento explícito pela inexistência defensiva, ou seja, que vença quem faturar a última…

Mais adiante, Limeira e Brasília repetiram o feito. Vejamos: Limeira arremessou 13/25 de dois pontos e 11/26 de três, ao passo que Brasília arremessou 18/28 e 9/30 respectivamente.

O Tijuca em seu jogo contra  Joinville arremessou 20/32 de dois e 10/29 de três, dando continuidade à nova tendência convergente. Finalmente, São José vence o Flamengo com 15/27 de dois e 11/27 de três.

A grande questão se restringe a um inegável aspecto, o da solene negação à defesa fora do perímetro, como num acordo inter pares, originando, pelas enormes facilidades espaciais, a orgia hemorrágica dos arremessos de três, as inefáveis “bolinhas”, tendência esta que vem se robustecendo a longos anos, e o pior, desde as divisões de base.

Muito do trabalho do Magnano foi calcado num sistema defensivo forte e enérgico, tanto dentro como fora do perímetro, aspecto este que embasou seu sistema de ataque, vide o sucesso pela classificação para Londres.

No entanto, com a ampliação tendenciosa dos longos, imprecisos, aventureiros, e muitas vezes, irresponsáveis arremessos de três, frutos da generalizada inércia defensiva, principalmente nas equipes de ponta da Liga, muito do trabalho do argentino estará comprometido, pois da mesma é que emergirão os jogadores que, juntos aos que atuam fora do país, constituirão a seleção olímpica, ainda mais se forem confirmadas as usuais e mais do que conhecidas deserções, além  das eventuais contusões motivadas pelas exaustivas competições a que são submetidos todos aqueles jogadores.

Sem dúvida alguma, o exemplo dado e emanado da seleção em Mar del Plata deveria ter encontrado eco em nossos técnicos, basicamente no aspecto defensivo, fator este, que se levado à sério, limitaria em muito a feérica farra de “bolinhas”que estamos assistindo progressivamente a cada rodada do NBB4, numa convergência galopante e absurda.

Trata-se de algo determinante, pois a seleção deveria refletir em todo seu potencial ofensivo e defensivo, os resultados alcançados pelas equipes da Liga, fatores estes que solidificariam os sistemas de jogo propostos pelo Magnano, ao invés de fazê-lo recomeçar de onde parou após a classificação, numa patética e constrangedora prova de pouco, ou nenhum apreço ao que incutiu na seleção naquele detalhe fundamental de uma grande equipe, a vontade de defender, a vontade de contestar arremessos, das distâncias que forem, não só na seleção, mas, e principalmente, em suas equipes, acenando aos jovens o como defender, base sustentável dos sistemas ofensivos.

E uma pergunta permanece – Até quando o reinado impune das “bolinhas” permanecerá? Até quando meus deuses?

Amém.

Nota- Jogo LSB x Uberlândia- Foto de Fabiano Rodrigues(Globoesporte.com)

UMA OPORTUNA MENSAGEM…

Recebi do Professor Pedro Rodrigues de Brasília esse magnífico artigo, que se encaixa com perfeição no atual momento do basquete brasileiro, principalmente na formação de base, e por que não, no de elite também. Leiam e aproveitem.

 

La actitud positiva del entrenador y sus resultados”

jueves, 16 de febrero 2012

el crecimiento profesional del entrenador es como una inversión; no es cuestión de oportunidad sino de tiempo” Luis Lorenzo

En el baloncesto es un hecho real que los jugadores cometen errores constantemente, por tal motivo los entrenadores deben tener bien  claro que esa acción seguirá ocurriendo en futuros partidos.

Ante esta situación el entrenador debe tener muy  claro  que es lo  que puede  esperar de sus jugadores y no exigirle más, asumiendo que se producirán múltiples errores que serán lógicos.

Muchos entrenadores de jugadores jóvenes pierden la perspectiva correcta  y el  autocontrol  que deben  tener  en  los juegos, cuando  sus jugadores  cometen  errores.

Olvidan que los mismos son  parte del  juego.

El entrenador debe concentrarse en los aspectos del juego para ayudar a sus jugadores, en lugar de gritarles y ponerle presión con  comentarios inútiles  que aumentan  la  inseguridad  y hacen el  que  el juego  sea una experiencia negativa para el jugador, más aún cuando se trata de un niño.

Muchos jugadores jóvenes comienzan jugando baloncesto con mucha ilusión, y dejan de tenerla, en muchos casos, abandonan el baloncesto, porque los partidos se convierten en una experiencia negativa por la presión de los entrenadores.

La conducta del entrenador es un elemento fundamental para evitar este problema  y lograr  que los juegos sean una experiencia positiva para todas las partes envueltas.

Por tanto el entrenador debe establecer metas realistas para el juego   y ser conscientes que algunos aspectos del juego no saldrán como al entrenador le gustaría.

Así, el  entrenador  debe  estar preparado para aceptar los errores de sus jugadores y seguir dirigiendo el juego sin que le afecten  emocionalmente.

Además, debe estar preparado para aprovechar  la experiencia  del  juego  pase lo que pase, de manera  constructiva.

Los entrenadores deben recordar que el partido no es el lugar  apropiado para corregir los errores graves, eso se debe hacer en las  prácticas y por tanto, no es útil que el entrenador pierda energía en  esta acción.

El entrenador debe concentrarse en las acciones positivas  de los jugadores reforzándolas para que se repitan, y limitarse  a corregir pequeños detalles durante el juego.

Lo importante en un juego no es lo que haya ocurrido, pues ya no  puede cambiarse, el entrenador no debe dedicarle tiempo a lo que ya ocurrió, sino que debe preocuparse por lo que esta ocurriendo o puede ocurrir en el resto del partido.

El  enfoque debe ser objetivo, constructivo y positivo.

Es muy importante dirigir equipos de jugadores jóvenes con el objetivo de poner en acción lo que se practico con máxima eficacia y especial detalle a los fundamentos.

Sobre el autor: Uno de los entrenadores de mayor trascendencia tanto en el baloncesto puertorriqueño como a nivel internacional, propulsor de un nuevo baloncesto y la voz de los entrenadores de América ante la plana mayor del baloncesto mundial, el Sr. Víctor “Vitito” Ojeda fue entrenador del Equipo Nacional de Puerto Rico en el 1978 y posee uno de los porcientos de victorias más alto en la historia del baloncesto puertorriqueño.

(L)INSANIDADE…

Assino dois jornais, O Globo e a Folha, prerrogativa de aposentado com um pouquinho mais de tempo para vastas leituras. Mas penso seriamente em desfazê-las, pois muito pouco de esportes elas contem (futebol não conta…). Política e Mundo podem ser acessados pela Internet, e Arte também. O duro é você bem cedo abrir o jornal na sessão de esportes e dar de cara com a sensação do momento em ¾ de página, o Lin de New York.

Paulo, é noticia de basquete! Mas que basquete é esse, que para ver um jogo ao vivo, como gosto e sempre gostei, tenho de dar um pulinho até a Big Apple, fora as roupas de lã, hotel, botas forradas e…dólares no bolso. Isso, dólares, que é a moeda que os Lebrons e Dwaines da vida ganham aos montões, mas eu, como professor os tenho muito poucos, e mesmo assim, se tiver de gastá-los o farei para visitar o filho caçula que não vejo a mais de ano, em Dublin.

E a TV, não vale?

Subliminar, ou mesmo atingido diretamente no queixo, sinto que estamos sendo “preparados e amaciados” para a entronização pesada da NBA no país, onde até suas camisas, largamente encontradas nas lojas, vendem a grande ilusão aos nossos jovens prospectos de jogadores, em vez das nossas do NBB, raras, ou mesmo inexistentes no grande varejo, e a bola da vez econômica nos concedendo o status de mercado promissor para a grande liga.

¾ de página para o Lin, que até pouco nem os americanos conheciam é dose, e já vejo correspondentes nossos sendo enviados para entrevistá-lo, pois afinal, as colônias orientais abundam no país, além da nossa herança de colonizado contumaz.

Enquanto isso, nossos Silvas e Paixões lutam por verbas minguadas e miseráveis, pois afinal de contas têm de estar preparados para 2016, ou não?

Na contrapartida de doses tão fartas de publicidade (paga?…), mínguam até as notinhas de rodapé, para quando muito somente publicar os resultados da rodada, e nada mais. Colunas especializadas? Nem pensar, a não ser para “esportes” educativos e de pratica popular e acessível, como MMA, e F1,

É extremamente grave que o grande jogo seja “incentivado” dessa forma exógena e invasiva no seio de nossa juventude, enquanto solidificam um vôlei, cujos lideres de forma alguma desejam o soerguimento do basquetebol. Lutas de controle estrangeiro, assim como a F1 também são contemplados regiamente pela mídia, e até pelo governo, e por que não o basquetebol? Afinal, como país do momento, nada melhor do que investir no seu amanhã olímpico, onde, de preferência, um “Dream Team” se consagrará.

Sinto enorme receio pelo futuro do grande jogo entre nós, frente a tanto descalabro e omissão, ante tanta falta de amor às nossas tradições, e falta de patriotismo.

Amém.

Foto-Reprodução. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.

QUEBRANDO GRILHÕES…

 

O leitor Caio, ao enviar seu comentário acerca do artigo O Básico Plantel, publicado em 6/2/12, anexou ao mesmo uma entrevista do grande técnico Bob Knight, cedida ao site da ESPN, sobre a equipe da Universidade de Missouri no campeonato da NCAA dessa temporada, onde discute um tema por demais controvertido entre nós, a dupla armação, e num torneio onde, mais do que nenhum outro, prima pelas tradições técnico táticas mais enraizadas nas concepções de jogo de seus muito bem preparados e estudiosos técnicos.

Por aqui, já começam a espocar, ainda de maneira bastante tímida, algumas intromissões neste assunto, muito mais adaptadas ao sistema único, do que numa aberta e objetiva tentativa de contestá-lo no seu âmago.

Iniciativas como a elaboração de Seleções da Rodada feitas pelo blog da LNB, nas quais a dupla armação é devidamente reconhecida, numa tentativa de dinamizar nossa arcaica e engessada forma de jogar, parece que aos poucos vem chamando a atenção de um pequeno universo de técnicos, dos mais jovens, da possibilidade efetiva de se olhar o grande jogo de um prisma diferente daquele que nos é impingido a um longo e insosso tempo.

E porque teimosamente bato nessa tecla visionária, mas com o peso da praticabilidade na quadra de jogo, a um longo e solitário tempo, senão pela esperança de nos vermos perante uma renovada, não inédita, forma de ver, estudar, pesquisar, aplicar algo que nos tornasse proprietários de um sistema, que em tudo e por tudo, difere da mesmice a que nos escravizamos à sombra da mega liga, a NBA?  Ela mesma que começa a ser contestada em sua forma de jogar, vide os exemplos dos Suns e dos Mavericks na conquista da temporada passada…Em dupla armação e pivôs hábeis e velozes.

Mas não basta vermos e copiarmos formas diferenciadas de jogar, como a da Mizzou, descrita pelo grande Knight, ou dos Mavericks, onde um Dirk assinalava 40 pontos sem um único arremesso de três pontos, ou mesmo um Saldanha no NBB2 de injusto aniquilamento, pois tais mudanças exigem metodologias específicas, didáticas adequadas, escudadas num rigoroso e minucioso emprego dos fundamentos, que são ações indissociáveis, e que exigem um grande e persistente conhecimento para serem exequibilizadas, estando ai o mais destacado fator restritivo às mesmas, a negativa, ou receio da maioria dos técnicos em sair de suas bem acomodadas situações, quando também contam com o apoio da maioria dos jogadores, auto especializados(?) nas rígidas posições de 1 a 5.

Fico imaginando um Magnano, que além de excelente técnico se mostra um eficiente professor, quebrando de uma vez por todas os grilhões do sistema único, preparando a seleção para Londres, partindo de uma  base, hipotética base com dois armadores puros e três pivôs, todos muito rápidos e jogando de frente para a cesta, com amplo domínio das tabelas, defendendo e contestando nos perimetros com vigor e coragem, jogando de dois em dois pontos, onde o aproveitamento estatístico de cada ataque em muito supera os de três pontos,  tendo para os eventuais e se necessários  arremessos de três,  jogadores realmente especialistas nos mesmos, e não arrivistas extemporâneos e aventureiros.

Temos jogadores que possibilitasse tal tarefa? Sim temos, aqui e lá fora, bastando somente que se rompam definitivamente os reinados de delfins e cardeais, dando lugar ao novo, ao ousado, ao corajoso, ao inusitado.

O que teríamos a perder voltando nossas vistas às futuras gerações que nos representarão em 2016?

Amém.

NOTA-A ESPN retirou o video de seu site, o que considero lamentável. No entanto, nos brinda com excepcionais e imperdiveis atrações, como Mundiais de Bobsled e Esqui Alpino…

O BÁSICO PLANTEL…

A transmissão da TV argentina estava horrível, falhando bastante em momentos importantes do jogo, mas justiça seja feita, distante da censura que certamente seria exercida por um diretor de imagem, naqueles momentos finais em que sérias discussões eclodiram no banco do Pinheiros, se a transmissão fosse brasileira, pois afinal, para o progresso e incremento do basquete no país, cenas como aquelas devem ser varridas para baixo do tapete, como usualmente o fazem, vide o silêncio atroz do comentarista do Sportv sobre a cena em si, mas que culpou a arbitragem pela derrota ao marcar a quinta falta do Alexandre num momento de reação da equipe, o que realmente ocorreu ao tocar o pulso do atacante argentino.

E o que originou o conflito entre o Marcos e o Fiorotto senão uma desobediência do primeiro a uma instrução veementemente grafada na prancheta (fotos) do técnico sobre uma jogada com a partcipação  dos dois, quando na primeira tentativa o Marcos arremessou em desequilíbrio da cabeça do garrafão, e logo a seguir,  no ataque sucedâneo a uma cesta do Obras, ele preferiu a penetração perdendo a bola no ato de driblar, esquecendo em ambas o pivô bem posicionado perto da cesta, o que o irritou profundamente, resultando numa discussão ríspida, a sua não volta ao jogo, e a reação de desistência do técnico frente ao desequilíbrio emocional de seus jogadores.

Não podemos negar que a intoxicação alimentar de alguns jogadores (o Shamell sequer voltou para o segundo tempo) tenha influenciado na produção da equipe, um pouco contrabalanceada com a péssima participação do armador Osimani, errando passes em demasia, inseguro no drible, parecendo estar tão intoxicado como os brasileiros. Por conta disso os hermanos custaram a engrenar, somente o fazendo quando da entrada dos jovens reservas, que costumam pontuar mais e defender com mais disposição do que os titulares, pelo menos nesse sul americano, numa mostra de efetiva renovação.

Enfim, temos de aceitar o fato de que o Pinheiros tem um excelente time, mas o Obras um excelente plantel, que num torneio de tiro curto como esse é fundamental. As ausências do Morro e do Shamell no segundo tempo, influiu no resultado, assim como a insistente falha na marcação fora do perímetro tem colocado a equipe paulista em sérias dificuldades, inclusive no NBB4.

Foi uma final previsível, pois ainda temos de galgar alguns degraus que nos separam dos argentinos, principalmente na formação de base, tão bem representada pelo jovem banco do Obras, pleno de juventude e talento a ser conveniente e inteligentemente testado no campo de jogo, e não no banco.

Amém.

 

Uma observação– Num jogo cuja velocidade de ações é presença constante, detalhes que chamem muita atenção na indumentária de um jogador, é algo que muito auxilia em sua rápida localização pelos defensores, principalmente em investidas sem a posse da bola. No caso do Marcos, com seu tênis fosforescente (vide foto), isso se torna decorrente no meio de uma coletividade calçando tênis normais. O “estou aqui” não é um bom argumento em situações em que o imprevisto é desejável.

Fotos-Reprodução da TV e Divulgação LNB. Clique nas fotos para ampliá-las.

O NOVIÇO…

-“Se quiserem arremessar oitenta vezes de três arremessem, estando livres, arremessem…”

O placar era o da foto acima, e faltavam uns 5min para jogar. E a equipe não se fez de rogada, perpetrando um 5/29 (17.2%) de arrepiar, estando livres ou não, além de cometer 11 erros na partida.

Não que a equipe de Uberlândia tenha feito algo de diferente, pois os números se aproximam bastante para ambas as equipes, nos arremessos de dois (23/37  para os mineiros, e 22/39 para os paulistas), nos de três (7/25 e 5/29 respectivamente), e nos lances livres (20/25 e 14/22), com o mesmo número de rebotes (34 para cada), e nos erros (8 e 11).

Um arremesso de dois, dois de três e seis lances livres a mais garantiram a vitoria dos mineiros, num jogo que teve duas etapas decisivas para o Uberlândia, o começo com o Coelho ( muito jovem, talentoso, mas que ainda comete erros básicos nos fundamentos, principalmente nos passes), e a vinda para seu posto do Collun, que ao contrário da opinião do comentarista do Sportv, é sim, com toda certeza, um armador de mão cheia, firme, seguro, ótimo defensor, e também pontuador quando necessário. Armando em dupla com o Day, e servindo seus ótimos pivôs, rápidos e atléticos pivôs, o Cipolini e o Gruber, restabeleceu o equilíbrio da equipe, que se ressente muito da ausência do Valter, que compõe o grupo mais homogêneo taticamente da liga.

Do lado paulista, a saída por contusão do seu americano, prejudicou a armação da equipe, mas continuava com um forte grupo nos rebotes e no jogo interior, que ao ser abandonado pela insânia dos três, viu ruir suas possibilidades de vitoria.

Nesse ponto, valeria à pena sugerirmos umas continhas (sem trocadilho…), a saber:

– A equipe paulista errou 24 bolinhas de três (72 pontos tentados e perdidos), numa derrota de 14 pontos. Se tivessem trocado a metade do desperdício de três por arremessos de dois, através o jogo interior e mesmo as penetrações, poderia ter alcançado 24 pontos em 48 possíveis, correto? Ora, perderam o jogo por 14 pontos, desnudando o terrível erro na instrução recebida por seu noviço técnico,   descrita no inicio desse artigo, pois em cinco minutos e de dois em dois pontos, poderia encostar e até vencer a partida, e mais seguramente ainda, se agisse dessa forma desde o começo da mesma.

Logo, muita caminhada sobre pedras terá de ser percorrida pelo noviço técnico, começando por um maior comedimento fora da quadra na relação com a arbitragem, e o espalhafato coreográfico, que retira de seu foco os detalhes mais ínfimos do jogo, aqueles que definem e decidem partidas, desviando-o do centro das sutis decisões, onde instruções como a que foi exarada, perde o sentido técnico tático em uma partida de uma liga superior.

Jogos difíceis e detalhados são vencidos com a cabeça fria, vamos assim dizer, a começar pelos seus lideres, o de fora e o de dentro da quadra, cuja sintonia sempre será interrompida pelos rompantes nervosos e enfurecidos, que são as situações ansiadas e bem vindas pelos ocasionais adversários.

Amém.

Foto- Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

BEM COMPARANDO…

VISITANTE (Flamengo)- 11 x 11

LOCAL (Obras)- 12 x 6

UMA QUESTÃO DE PODERIO (?)…

 

Fotos-Marcelo Figueras.

Clique duplamente nas fotos para bem, muito bem ampliá-las…

O QUARTETO VERMELHO…

Só pude ver a metade do terceiro e um completo quarto período do jogo em Córdoba, onde o Pinheiros decidia a liderança da chave com o anfitrião Atenas.

Jogo ruim, com incontáveis desperdícios, onde a defesa da equipe brasileira simplesmente não compareceu, ante um Atenas apenas burocrático, que apesar de manter dois armadores experientes em quadra, o Labaque e o Sucatzky, não imprimiam o ritmo desejado de jogo, cabendo ao americano Melvin as melhores iniciativas.

A partida foi se arrastando, até que no inicio do quarto final os argentinos impuseram um 12×0 nos paulistas, que a muito custo, e liderados pela individualidade do Shamell, encostaram e empataram a um minuto do final.

Deste momento em diante é que testemunhamos algo de inacreditável numa competição deste nível, quando nos dois tempos finais pedidos pela equipe paulista, o quarteto trajado de vermelho que a comanda, viu-se engolfado pela interferência de alguns jogadores, que em português e espanhol definiam estratégias para a reposição dos laterais a que tinham direito, sob os olhares e alguns balbuciamentos do quarteto vermelho, nitidamente constrangido e praticamente posto de lado na discussão de cúpula. Mais do que lógico, nada do que foi confusamente discutido poderia dar certo, como não deu, e jamais dará, enquanto o direito primaz do comando não for restabelecido, ou mesmo estabelecido, como ponto fulcral e básico de uma equipe pertencente à elite do basquetebol brasileiro.

Que me perdoem os técnicos brasileiros, mas imagens impactantes como aquelas, onde jogadores discutem desordenadamente o destino de uma partida em seus segundos finais, agindo como se técnico algum estivesse ali presente e posicionado para as instruções (eram quatro…), é algo que em hipótese alguma pode ocorrer, pois se a moda se espalhar (o que não duvido muito…) veremos acontecer situações onde um pontual conflito será a menor conseqüência originada das mesmas, o que será catastrófico para o pleno soerguimento do grande jogo em nosso caótico país.

O primado do comando é extremamente difícil e solitário, cabendo ao mesmo delegar poderes ou não, e certamente, no caso do desporto, ser estruturalmente estabelecido no treino, onde sistemas são minuciosamente estudados, treinados e aplicados na pratica diária e estafante, colocando seus jogadores de frente para as reais situações que enfrentarão com suas minúcias e detalhes, para que na hora da verdade  saibam como agir e atuar, evitando exatamente o que vem se tornando lugar comum, a discussão anárquica e aleatória sobre o que e o como fazer nos momentos de decisão, pois nesses fundamentais e decisivos momentos o comando se torna, por direito e conquista, indivisível.

Amém.