INSENSATEZ…

AE – Agência Estado (26/11/20110

A umidade relativa do ar chegou a 10% às 14 horas de hoje em Brasília. Queda igual havia sido registrada em 7 de agosto de 2002 e em 4 de setembro de 2004. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet, o fenômeno se deve a uma massa de ar quente e seco que está sobre o Centro-Oeste. Em Brasília não chove há 66 dias, o que agrava a secura.

A Defesa Civil aconselha evitar atividades ao ar livre e exposição ao sol entre as 10h e 17h, umidificar o ar por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e vasilhas com água, ficar em locais protegidos do sol, consumir muita água e líquidos, fazer refeições leves, ligar o aparelho de ar condicionado o mínimo possível, evitar banhos prolongados com água quente e usar roupas leves. A baixa umidade pode causar dor de cabeça e tontura.

 

Condições Atuais
Rio de Janeiro, Brasil
Conforme relatório de Rio de Janeiro, Brasil.  Sábado, 26 de Novembro de 2011 14:00 Local Time (Sábado, 22:00 GMT)

 

 

24°C
Nublado
Sensação de 26°C
Vento: de Leste a Sudeste a 8 km/h
Ponto de orvalho: 22°C
Umidade: 89%
Visibilidade: 10 quilu00F4metro
Barômetro: 1010,8 milibares
Índice UV
0
Mínimo

 

Como bem podemos atestar, se o jogo tivesse sido realizado em Brasília (que era o mandante desse jogo), em vez do Rio, com uma umidade mais baixa que a do Saara, sérios problemas de saúde poderiam ter ocorrido com os jogadores, e umidificadores deveriam ser instalados no recinto de jogo.

Aqui no Rio de Janeiro, com os 89% implacáveis, somado ao vapor emanado por uma multidão que abarrotava o pequeno ginásio, gerando uma névoa que fatalmente se depositaria naqueles trechos laterais mais próximos do publico, ainda mais num horário impróprio, 15hs (por que tal horário? TV?), quando os demais jogos da rodada se iniciariam a partir das 18hs.  Quem bem conhece as grandes variações de temperatura nesse continental país, pode entender essas brutais diferenças.

Todo técnico experiente e vivido sabe de ouvido quando uma quadra oferece estabilidade a seus jogadores, pelo cantar dos tênis ao atritar o solo. Numa quadra molhada ou empoeirada esse cantar não é ouvido, e em muitos lugares e ginásios nesse país, a toalha molhada nos bancos de reservas são utilizadas exatamente para aumentar a estabilidade, como num pneu de chuva onde os sulcos umedecidos evitam as aquaplanagens, ou os escorregões dos jogadores.

No aquecimento das equipes o cantar era ouvido com clareza, e mesmo no primeiro quarto se quedas houve foram pontuais, e naqueles trechos laterais.  Na foto acima vemos todos os titulares da equipe candanga sentados no banco, tendo à frente aquele que é considerado um dos maiores juízes do mundo, e que natural de uma cidade, que além de úmida sofre com uma forte poluição, e que não suspendeu o jogo em nenhum momento, decisão que foi acompanhada e aceita pela equipe do Flamengo em sua totalidade, inclusive seu maior investimento, o Leandro, que sozinho é muito maior que a somatória de todos os titulares de Brasila, retirados do jogo, como proteção dos mesmos, por seu técnico acionista da equipe, e que pelo resultado avassalador daqueles quartos iniciais, onde defesas inexistiam, principalmente fora dos perímetros, calhando que as bolinhas de três da equipe carioca caiam, e as dos candangos não (18/30 para o Flamengo, 10/25 para Brasilia, totalizando 55 bolinhas de três…), viu nas “poças” de água depositadas na quadra a grande oportunidade de se precaver de uma catástrofe anunciada, promovendo a proteção da integridade física de seus jogadores chaves.

`           Mas peralá, e os demais “seus jogadores”, não estariam beneficiados de sua paternal proteção, alguns deles muito jovens e que foram, por sua decisão e escolha, jogados às feras e à possibilidade de um escorregão de graves conseqüências? Que diabo de critério esse que privilegia e protege estrelas regiamente remuneradas, e expõem os barnabés da equipe ao cadafalso? Não teria sido mais sensato, mais professoral, mais doutoral, ter retirado a todos, todos membros de uma mesma, fraternal e unida equipe?

Ah, mas o que aconteceria com tal e heróica decisão? Punições administrativas? Revolta do público? Multas e processos?

Sim, muitas situações poderiam ter sido desencadeadas e nada desejáveis, mas nenhuma que se comparasse ao sentimento de vergonha por uma meia medida, onde um grupo de reservas tradicionais e jovens promessas, foram expostos a um massacre técnico tático, com ou sem escorregões, enquanto os cardeais sorriam no banco, protegidos em suas “integridades físicas” por um equivocado técnico, na presença de um adversário que aceitou o jogo, que já tinha sido aprovado pela internacional arbitragem.

Que desse meia volta, com a sua unida, coesa e protegida equipe, retornando à sua querida capital federal e seus 10% de umidade do ar. Teria sido mais coerente e sensato, mas…

Na outra foto vemos um armador muito jovem, inexperiente, com falhas gritantes no drible, nos passes, na defesa, mas que não merecia o expurgo a que foi exposto. Podia-se atestar sua respiração ofegante, suas jovens feições tensas e crispadas, não de cansaço, mas de emoção e impotência, frente a jogadores de alto nível que não o pouparam, e não poderia ser de outra forma, em momento algum, numa queima de filme que assisti muito poucas vezes em meus 50 anos de quadra. Raphael, seu nome, padeceu de uma síndrome que ainda permanece atual e perversa em nossa sociedade, a do inocente pagador, que deveria encontrar no esporte sua redenção, Infelizmente não foi dessa vez.

Amém.

Fotos – Clicar nas mesmas para ampliá-las.

NARRANDO & COMENTANDO…

Iniciado o jogo e uma mensagem tocante vai ao ar – “O tênis de fulano é rosa, e o de beltrano azul, uma homenagem às criancinhas”- Formidável, não?

“O Joinville não marca, não joga na transição por não ter a posse da bola (juro que está lá gravado…), e no 5×5 não atua com confiança. O técnico tem de parar o jogo para acertar as coisas”, detona o comentarista, cujo discurso inicial é idêntico em todos os jogos que comenta, pela similitude entre todos.

O técnico para, expõe todos os acertos na prancheta e devolve o time ao jogo que… continua não marcando, nem jogando na transição, muito menos se encontrando no 5×5, e com a auto confiança no chinelo.

Lá pelo terceiro quarto outro tempo, e uma pérola  –“ Eles estão fazendo o que querem, arremessam de onde querem! O que é que vocês querem que eu fale pra vocês?” Honestamente, sugiro que treine a equipe…

Mas nem tudo estava perdido, ainda, quando é anunciada uma mudança tática que alteraria o jogo, no momento que a equipe catarinense trocou a defesa individual pela defesa por zona, algo realmente inédito em uma divisão máster, e o resultado? Bauru disparou na contagem…

Mas no tempo pedido a um minuto do  final (foto) algo inesperado quando determina – “Vamos de chifre…” Fim.

Creio que escrever mais se torna desnecessário, logo, fico por aqui.

Amém.

Foto-Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.

CORRENDO PARA O SUCESSO(?)…

O NBB4 começou, estive na rodada inicial no Tijuca, não pude ir na segunda, mas assisti na TV o jogo em Joinville, onde o dono da casa não conteve a equipe campeã do NBB3, o Brasília.

Não foi um bom jogo, muitos e muitos erros de fundamentos, onde passes, dribles e fintas eram perdidos num ritmo de jogo correlato a divisões de formação, inviabilizando o sistema único planejado por seus técnicos. O que sobrou então? O de sempre, a monocórdia exibição de suspeitas e insuspeitas qualidades individuais, tendo a correria como mote comum às duas equipes, onde a melhor qualidade dos candangos nessa especialidade pautou o confronto. Senti-me frustrado com o que testemunhei, achando estar sendo rigoroso e critico demais, mas nunca esquecendo se tratar o NBB a divisão maior, a que dita aos mais jovens os caminhos a serem seguidos na busca das grandes conquistas, mas que, face ao que vem sendo mostrado ano após ano, continuará (até quando?…) pouco acrescentando ao desenvolvimento técnico tático desta magnífica e especialíssima modalidade.

No entanto, um lapidar artigo escrito por Giancarlo Giampietro em seu blog Vinte Um, De abalar os nervos, em 21/11/11, define com precisão o que ocorreu naquele jogo, com todas as implicações inerentes ao mesmo, ao qual somente agregaria uma citação do técnico do Joinville, num de seus pedidos de tempo, quando conclamou sua jovem equipe – “Se eles estão dando pancadas lá, dêem pancadas aqui também!”- no que foi, infelizmente, obedecido, numa lamentável demonstração do que jamais deverá ser induzido numa equipe bem treinada de basquetebol, principalmente se preparada eficientemente nos fundamentos de defesa individual e coletiva, e mais, sendo muito jovem.

Precisamos em caráter de urgência, incutir na divisão máxima do basquetebol tupiniquim, algo de inovador, algo de instigante, a começar pela máxima valorização do preparo nos fundamentos, ali mesmo, na divisão superior, como exemplo e incentivo maior aos jovens que se iniciam, a quem cabe o futuro do grande jogo neste imenso e desigual país.

Amém.

EVOLUINDO…

Foi uma noite surpreendente, com um bom e animado público, uma quadra renovada, e muita gente importante para o basquete, prestigiando-o e valorizando uma modalidade que luta com denodo por seu soerguimento.

`                      Mais surpreendentes ainda alguns aspectos técnicos que foram apresentados, como a já estabelecida dupla armação, desenvolvida pelas quatro equipes presentes na rodada inaugural, com uma delas, o Flamengo, jogando praticamente a partida inteira não com dois, mas com três armadores e dois pivôs de grande mobilidade ( o Caio parece estar mais leve), ação esta que quando estiver bem estruturada e treinada dará um enorme trabalho às defesas que o enfrentarem.

No primeiro jogo, Tijuca e Pinheiros fizeram um primeiro tempo bastante equilibrado ofensivamente, mas pecando em demasia nos sistemas defensivos com a adoção, por ambas, das dobras dentro do perímetro, a fim de tentarem conter o forte jogo interior adotado pelas duas, permitindo que voltas de bola encontrassem os arremessadores sempre desmarcados. Essa tendência foi mais evidente no terceiro quarto, com a equipe carioca acelerando o ritmo da partida, quando deveria ter feito exatamente o contrario, cadenciar ao máximo ante uma equipe ofensivamente superior, permitindo um maior controle e valorização de posse de bola, diminuindo a incidência de erros, e obrigando o adversário, pelo significativo aumento da velocidade a cometê-los. Não o fazendo, e tentando acompanhar o ritmo vertiginoso imposto pelo Pinheiros, se perdeu nos erros e praticamente nada produziu daí em diante, perdendo uma partida por não conseguir administrar sua volúpia ofensiva em detrimento de uma postura defensiva mais rígida e atenta, pontos que terá de aperfeiçoar se quiser evoluir positivamente no campeonato.

No segundo, a equipe do Paulistano jogou os três quartos iniciais com muita força defensiva e uma excelente postura nos rebotes, mas trocava demasiados passes lateralizados em suas ações ofensivas, o que tornava suas conclusões precipitadas pelo limite dos 24seg. Um trabalho mais incisivo na direção de seus muito bons pivôs, e a tarefa da equipe rubro negra teria sido bem mais exaustiva.

No quarto final, a trinca de armadores composta pelo Helio, o Leandro e o americano Jackson, inspiradíssimo nos arremessos de três pontos a ele liberados pelas incisivas incursões de seus hábeis pivôs, forçando uma compressão defensiva dentro do perímetro interno dos paulistas (vide foto), e deliberadas voltas de bola para fora do mesmo, proporcionou uma folga razoável no placar para os cariocas, mantido até o final do jogo.

Concluindo, podemos atestar que o principio da dupla armação já está se estabelecendo na maioria das equipes participantes da Liga, e que por decorrência desta evidência o jogo interior começa a ser desenvolvido por pivôs mais velozes, jogando de frente para a cesta e efetivamente participando de todas as ações ofensivas de suas equipes, e não somente lá estando para apanharem rebotes e concluírem nas sobras embaixo das cestas, numa evolução realmente instigante e positiva para o futuro do nosso basquete, do grande jogo.

Como vemos, podemos, mesmo que homeopaticamente evoluir na direção oposta à mesmice endêmica representada por um sistema único que nos engessou por mais de duas décadas, e que agora ensaia uma  retomada técnico tática que nos pode catapultar de volta a elite mundial, mas não antes que sedimentemos tão salutar tendência na formação de base, principalmente nos fundamentos do jogo.

Amém.

Foto-Disposição ofensiva do Flamengo. Clique na foto para ampliá-la.

AO ALARICO…

Me perdoe Alarico, mas algo tem de ser dito nesse momento, algo que ocorreu quando você e o Vanderlei Mazzuchini (Diretor Técnico da CBB e representante da Metodista) estiveram na minha casa em Jacarepaguá, para planejar uma parceria com a Metodista de São Paulo e o Vitoria  no NBB3, e propus uma composição meio a meio em todos os momentos do processo, no que fui mais adiante, obviamente vencido e deliberadamente afastado por um grupo cuja única finalidade era a de participar da LNB de forma absolutamente majoritária.  Deu no que deu, ou seja, a última classificação no paulista e a dissolução do acordo, onde somente dois jovens jogadores do Vitoria, que praticamente não jogaram, foram relacionados, e a equipe que tão bons resultados havia conseguido nas rodadas do returno do NBB2 foi simplesmente desfeita sem maiores contemplações. Eram bons jogadores, não inflacionados e pouco aproveitados nas demais equipes da Liga, mas compromissados com a proposta inovadora que expus a eles.

Mesmo assim, sugeri a você a remontagem daquela equipe, que mantida unida para o NBB3 se classificaria aos playoffs com certeza, e isso assegurei a você, pois praticavam um sistema de jogo diferenciado das demais equipes, quando venceu algumas das mais poderosas, inclusive a que viria se sagrar campeã do NBB2, e contava com uma base bastante sólida, experiente e comprometida  para desenvolvê-la.

Preferiu você investir numa nova direção, só que alinhada com o sistema único de jogo comum a todas as equipes, abandonando de forma definitiva todo aquele trabalho que se prenunciou forte e radicalmente inovador.

Mais uma vez a equipe foi mal, pois frente à realidade do sistema único pouco poderia contestar frente a equipes mais fortes no mesmo, apesar de contratar 17 jogadores, recorde na Liga, no intuito de reverter uma situação motivada por uma direção técnica totalmente equivocada.

Claro, que uma sucessão tão longa de maus resultados, com derrotas de mais de 60 pontos de diferença (recordes negativos na Liga, e agora repetidos na Sub 21) prejudicaria futuros possíveis patrocínios, que não se sentiriam incentivados a apoiar uma equipe pouco ranqueada, num mercado onde a exposição de uma marca junto a um projeto mais vencedor é condição básica no mesmo.

Então, sabedor que a grande maioria de jogadores daquela equipe se encontravam descompromissados com equipes para o NBB4, mais uma vez, e teimosamente, sugeri a você a remontagem da mesma, pois lá no fundo me incomodava o fato de não ter podido, ao menos, testemunhar um bom trabalho iniciado nas mais difíceis condições, como aquele no returno do NBB2, e inclusive sugeri o nome do técnico Washington Jovem para dar continuidade ao mesmo, pois como meu assistente, inclusive indicado por você, acompanhou todo o processo de treinamento orientado por mim na direção de um novo sistema de jogo. Você se negou (sequer respondeu ao meu email), e inclusive declarou na imprensa que o Vitoria se apresentaria com jovens egressos da sub 21 e uns poucos jogadores mais experientes, e sob a direção de um técnico americano, ou um paulista.

Com a perda do patrocínio a uma semana do inicio do NBB4, você se viu forçado a desistir do campeonato, desfecho este que jamais teria  acontecido se o projeto iniciado no returno do NBB2 tivesse sido continuado, ou mesmo logo após a dissolução da parceria com a Metodista, pois resultados mais objetivos teriam sido alcançados, e disso tenho a mais absoluta certeza, pois não costumo errar previsões nesse nível.

Enfim Alarico, sem jamais negar sua transcendental importância para o basquete capixaba, através o longo e penoso caminho percorrido para implementá-lo, não posso deixar de mencionar o erro estratégico cometido com uma equipe que tinha tudo para se firmar no altamente competitivo cenário da LNB, fato hoje reconhecido por muitos analistas do grande jogo, por força de sua ousadia em aceitar percorrer novos caminhos técnico táticos, e a mim em particular, quando você mesmo me reconduziu às quadras numa idade pouco ou nada valorizada dentro da dura e injusta realidade do país, a que retribuí com um trabalho diferenciado e certamente promissor, além de muito sacrificado e doloroso, mas que não encontrou de você uma resposta que justificasse a extinção do mesmo, além do meu sumário afastamento..

Fiquei imensamente triste com a ausência da equipe no NBB4, e confiando na sua inesgotável vontade de ajudar no soerguimento do basquete brasileiro, sugiro que reconsidere retomar aquele bom trabalho iniciado no returno do NBB2, a fim de que o mesmo seja completado com principio, meio e fim para o NBB5, já que fora do NBB4, e que foi o prioritário motivo que me fez continuar naquela equipe, recusando na sua presença e testemunho em São Paulo, o convite de uma das mais poderosas equipes da liga, e ficando no final , sem pertencer a nenhuma.

Desejando seu pronto restabelecimento, subscrevo-me,

Paulo Murilo Alves Iracema

Professor, Técnico de Basquetebol e Editor do Basquete Brasil.

 

NOTA- Incluo o vídeo (clique aqui) do último jogo realizado em Vitoria no NBB2 contra o CETAF, onde podem estar embutidos alguns dos motivos responsáveis pelo meu afastamento, não só da equipe, como do basquete brasileiro. Vale dar uma olhada, como também, ouví-lo. PM.

Amém.

A ONIPRESENTE CHIFRE…

É chifre para cima, chifre para baixo, para o lado, invertido, falso, forte, dissimulado, chifre para tudo e para toda situação de jogo. Sem dúvida o chifre está valorizado, e como.

Tempo pedido, discute-se, às vezes xinga-se, outras silenciam, mas ao final o lembrete: -“vamos de chifre, ah, pra baixo”…

E lá vão os jogadores chifrar o oponente, mas com uma importante ressalva, o fazem sem mudar, acrescentar absolutamente nada ao que vinham, vem e virão a fazer enquanto jogarem, pois simplesmente… chifram.

Observo atento, não, concentrado, concentradíssimo na jogada chifre em questão, e nada, absolutamente nada vejo de diferente, inovador, criador, ou mesmo contestador, nada.

-“Os caras não podem continuar a ganhar os rebotes no ataque, não podem arremessar livre de fora, bandeja então, nem pensar. Marquem forte, e usem a chifre (alto, baixo, pro lado, ora, o que importa desde que seja a chifre…)”.

Mas como todo jogador criativo, exemplo, o Shamell, atuando dentro de uma chifre genérica, sai de sua zona preferida para os chutes estratosféricos de três (às vezes depreendo ser essa a verdadeira função das chifres, colocar jogadores para arremessos de três, será?), e mata o jogo com seis pontos seguidos de DPJ, um deles acrescido de reversão, todos de dois pontos, próximos, seguros, eficientes, fechando a série para a sua equipe.

Do outro lado, uma equipe ensandecida nos arremessos de três e um furor de inócuos dribles por parte de armadores que simplesmente resolveram riscar o jogo interior de suas preferências, e claro, atuando numa chifre polivalente.

Nos três jogos finais as duas equipes finalistas do paulista, perpetraram um 58/145 nos arremessos de três, contra 111/205 de dois pontos, e cometeram juntas 78 erros em perdas de bola, e tudo sob a égide de jogadas nunca obedecidas e defesas permissivas, mas ambas, perfeitamente alinhadas pela mais emblemática das jogadas exigidas, quem sabe até um sistema, a onipresente chifre.

O que me preocupa de verdade, é que o argentino também tem uma queda por ela, o que justifica a sempre presente hemorragia dos três, que nos tem causado tantos contratempos.

E foi sob esse cenário que um talentoso Shamell resolveu e definiu um jogo de 2 em 2, simples e nada glamoroso, sem enterradas e tocos cinematográficos, apesar de ter levado um decisivo na terceira partida da série.

Mas com ou sem chifre, parabenizo a equipe do Pinheiros por sua conquista, e ao Shamell em particular, por sua inteligente opção.

Amém.

OBS-Antes que me questionem – DPJ- Drible, parada e jump, classica jogada dos que sabem jogar o grande jogo.

CAFÉ(AMARGO)DA MANHÃ…

Ligo meu computador nessa manhâ, percorro os blogs de basquete, e me deparo com essa noticia no site da LNB:

 

Bate-papo

LNB convida os principais jornalistas e blogueiros especializados em basquete para um café da manhã, no Rio de Janeiro com o presidente Kouros Monadjemi

Os principais jornalistas e blogueiros especializados em basquete foram convidados para, nesta quinta-feira, participar de um café da manhã com o presidente da entidade, Kouros Monadjemi, antecedendo o evento de lançamento da temporada 2011/2012, no Rio de Janeiro.

Participaram do bate-papo Sérgio Barros, da TV Globo, Rodrigo Alves, do Globoesporte.com, Byra Bello e Roby Porto, da SporTV, Guilherme Tadeu, Alfredo Lauria, Raphael Nunes, do Portal Basketeria, Rodrigo Capello, da revista Máquina do Esporte, Fábio Balassiano, do blog Bala na Cesta e Felipe Piazentin, do blog Planeta Cesta.

Além do presidente, outros representantes da LNB estavam presentes. O gerente executivo Sérgio Domenici, o gerente técnico Lula Ferreira e o gerente de comunicação Guilherme Buso também participaram do encontro. Completou a mesa o diretor de basquete do Flamengo, Arnaldo Szpiro.

Entre os assunto debatidos estiveram a organização para o NBB 2011/2012, calendário, arenas, além de sugestões para a evolução do campeonato e do basquete nacional.

“Essa é uma oportunidade ímpar. Ninguém faz isso. Nunca recebi convites como esse de outras entidades. E uma instituição começa pela transparência, sem isso a roda não gira”, disse Rodrigo Capello.

“A gente sabe que o público do basquete está muito ligado na Internet. E nesse público, a opinião dos blogueiros é importante. É muito bom que a Liga esteja buscando essa opinião da mídia. Debate é sempre importante e a Liga mostrou que está aberta a isso”, comentou Alfredo Lauria.

 

E o Basquete Brasil lá não estava para o café da manhâ, motivo? Isso ai minha gente, não foi convidado.

Para não ser injusto, recebi um convite genérico para participar da abertura do NBB4, mas nada mencionando o encontro com o Presidente da LNB para o café. Ai está o convite e a resposta enviada por mim.:

 

Assunto Re: Festa de abertura do NBB 4
Remetente paulomurilo@infolink.com.br
Para Lula Ferreira
Data Sex 02:00

On Thu, 3 Nov 2011 09:46:56 -0200, Lula Ferreira <lula@lnb.com.br> wrote:

Prezados amigos

A LNB se sentirá honrada com a presença de vcs na abertura do NBB 4.

Att

Prezado Lula, agradeço o convite, e farei o possível para comparecer ao lançamento de tão importante competição.

Parabéns pelo trabalho. Paulo Murilo.

Foi um convite idêntico a todos os técnicos, assistentes e diretores que participam ou participaram do NBB, e não um especifico a um órgão de divulgação jornalística para um encontro especial com o presidente da LNB.

Enfim, lamento ser o Basquete Brasil tão injustamente discriminado pela Liga maior do basquetebol em nosso país, mas nada que o faça desistir  de continuar a lutar pelo soerguimento do grande jogo, não tão grande para alguns. Vida que segue.

Amém.

A EQUIVOCADA BASE II…

Quando da publicação do artigo A Equivocada Base, em 14/10/2011, delineou-se uma discussão que abrange uma realidade, uma triste realidade, que demonstra com exatidão a quantas anda a nossa formação de base com a inexistência de associações de técnicos regionais, e mesmo uma de caráter nacional, nas quais fossem estabelecidas as pedagogias para o ensino dos fundamentos e do jogo em si, da promoção e divulgação de clinicas, estágios e bibliografias ligadas ao grande jogo, além de um código de ética a ser respeitado por todos aqueles envolvidos com a arte de educar jovens e dirigir equipes, sob o sagrado manto do mérito, e somente ele.

Dessa forma, a continuidade do debate através do Prof.Cleverson mantêm a pauta discursiva, vista a seguir com seu depoimento:

 

  1. Cleverson Yesterday ·

Pois é Professor, mas penso que o pior é quando um profissional, muitas vezes amigo seu, te engana para se sobressair ou apenas fazer “moral” com o chefe. Isso aconteceu comigo duas vezes. Na primeira fui convidado para um jogo entre centros esportivos e me pediram para levar meninas entre 10 e 12 anos, quando chegamos lá jogamos contra meninas de 14, 15 anos. Conseguimos manter o jogo equilibrado até certa altura, as meninas do outro time eram de uma turma recém formada, mas no final a relação altura-força acabou prevalecendo.
Na segunda vez um Professor amigo meu de uma cidade vizinha me ligou desesperado por que precisava de um time para jogar e não estava encontrando nenhum time com idades entre 10 e 12 anos, que o secretário de esportes da cidade iria assistir o jogo e blá blá blá.Acertamos algumas questões sobre as regras (tipo de marcação, tempo, etc.)e quando chegamos lá para jogar o que aconteceu???? Nada foi cumprido. Ele colocou a sua equipe para marcar pressão quadra toda do começo ao final do jogo. Meus alunos mau conseguiram passar do meio da quadra. Resultado, fomos massacrados.
O interessante é que no final do jogo eles vem te cumprimentar como se nada tivesse acontecido, como se não tivéssemos combinado nada…..tudo normal!!
Onde está o respeito, o companheirismo que deve haver enquanto profissionais da mesma classe?
Mas o principal, e o nosso compromisso como PROFESSORES, EDUCADORES, que é o que acredito que devemos ser na fase de formação, onde fica esse compromisso?
Concordo com o Professor Paulo Murilo, acho muito difícil uma mudança nesse cenário, por motivos que todos nós conhecemos.
Trabalho há algum tempo respeitando os princípios que o Professor Paulo expôs e a do Mauricio, quanto à questão da alternância na condução de bola para que todos participem, vivenciem o máximo de experiências variadas possíveis e não haja especialização em posições.Estou gostando muito dos resultados.
Um conceito interessante que estou começando a utilizar e gostaria da opinião do Professor Paulo Murilo é o de marcação “semi-passiva” do Professor Hermínio Barreto, que acredito que o Professor deva saber de quem se trata, já que fez o seu doutorado em Portugal.
Gostei muito da pedagogia utilizada por ele, pena que encontrei pouco material na internet. Vou procurar adquirir algum livro dele.
Um grande abraço!!!
Cleverson.

Pois bem, ai está uma nua e crua realidade do dia a dia de nossa modalidade, perdida num mar de inconseqüências e ausência de diretrizes que a conduzam a um rumo seguro e duradouro, por culpa de nossa inabilidade e até mesmo omissão, frente a tão prementes atitudes. Precisamos tomá-las, já.

Amém.

Foto-Formação de base em Vitoria-ES

O XINGADO JOGO…

Como é Paulo, o Paulista na fase final, o Flamengo na Argentina, e você não dá o ar da graça? Cansou?…

Cansar não, o basquete jamais me cansou, agora enjoar de mesmice e violentos ataques ao vernáculo, isso sim, enjoa, e muito.

Quer uma simples prova? Recorde, ou reveja se possível, as duas últimas rodadas do playoff paulista. Numa mesma tarde dois jogos televisionados pela ESPN Brasil, e até ai tudo bem e elogiável, dois jogos seguidos, com transmissão e comentários de luxo, microfones e entrevistas pelos ginásios, e… agora o lamentável, nos pedidos de tempo das quatro equipes intervenientes: -”Será que não tem um FDP aqui para parar aquele cara?”- cobrava um dos técnicos de seus jogadores. -”Car…, veja a m… que estão fazendo, seus m…”- bradava um outro, inconformado com a nulidade de seu sistema exaustivamente treinado. –“Por…car…, o que pensam que estão fazendo? Car…”- gritava um terceiro revoltado com a passividade defensiva de seu super treinado grupo, finalmente um quarto-“Put…mer…, o que pensam que estão fazendo, PQP…!- E tudo isso ao vivo, a cores e em horário vespertino, sendo absolvidos pelo comentarista que via naqueles pedidos de tempo ações tecnicamente corretas, fora os xingamentos, mas que pelo ardor da disputa…

Lamentável ter de escrever sobre o que todos assistiram, e ouviram, principalmente os jovens, mas teimosamente o faço, pois foi o que se viu, e se repete na maioria dos jogos, inclusive agora no vôlei, quando as derrotas começam a freqüentar o dia a dia do segundo (?) esporte do país.

E pensar que são todos professores e técnicos experientes e consagrados, cujas mensagens, mesmo sob intensa pressão deveriam ser pautadas pelo que representam como professores e técnicos (principalmente na presença de microfones), e não da forma como foram emitidas.

Como condenar, e veladamente criticar o Magnano que proíbe microfones junto a si quando trabalha? Ah, fazem falta os comentários dele na orientação da equipe, afinal o publico precisa saber o que ele pede do grupo, cobram os narradores e comentaristas, que na verdade, e isso precisa ser dito, adoram contrastar seus conhecimentos com o que é dito pelos técnicos, num confronto de razões técnico táticas, quando sua função é a de relatar o que presencia e testemunha, e não o que faria se estivesse na direção da equipe.

Quanto ao Flamengo, o que dizer quando o Leandro é alçado a armador sem a companhia de um outro de ofício? Sabemos todos que pelo que ganha tem de jogar até por contrato, assim como as demais estrelas da companhia, e deu no que deu. Nem sempre rechear uma equipe de luminares garante títulos, e o Miami cansou de provar essa questão. Logo, sem maiores comentários.

E agora mesmo na serie final, com menos xingamentos é verdade, já que, como num acordo tácito, ninguém marca ninguém fora do perímetro, temos jogo com 53 arremessos de três e 27 erros de posse de bola, numa prova cabal de que nenhum palavrório de baixo nivel corrigirá tal hecatombe, e sim uma urgente e definitiva mudança nos padrões técnico táticos das equipes, como fruto de uma competente e profissional reformulação na formação de base, sem a qual nada alcançaremos de pratico na evolução do grande jogo entre nós. E tudo isso somente será possível se a classe onde alguns, emotiva e impensadamente, proferem xingamentos públicos e midiáticos, se unir em torno de associações de técnicos, cujos padrões éticos e objetivos fundamentados na pesquisa, no estudo e no comportamento publico e social, produzam conhecimentos voltados ao desenvolvimento dos jovens técnicos e jogadores, os maiores beneficiários dessa inadiável mudança, e ao basquetebol como um todo.

Precisamos acreditar que isso seja possível, precisamos muito.

Amém.

Foto-Divulgação LNB

UM BASTA NA OMISSÃO…

Tantos escândalos, tanta malversação de nossos parcos e suados recursos, tanta gente inapropriada e aventureira ceifando o sonho maior de uma educação de qualidade, que não precisa ser sofisticada, mergulhada em bits e bytes, e sim envolta em trabalho e competência. Houve um momento, um trágico momento, em que se negou à escola o desenvolvimento nas artes, na musica, nos desportos, que são aqueles fatores que promovem a educação, que ao lado instrucional dos currículos tradicionais elevam a qualidade de um povo, sedimentando o mais alto conceito de nação.

Muitos não desejam e aceitam tal conceito, uns para se manterem no poder, outros para utilizá-lo como massa de manobra para conquistá-lo, ambos traindo a nação que os acolhem.

Se quisermos atingir a verdadeira independência econômica, somente um caminho deverá ser percorrido, a educação quantitativa e qualitativa de nossos jovens, integral e generalista, plena de criatividade humanística e objetividade técnica e científica, no âmago da célula mater, a escola.

Os desportos lá vicejarão, como um direito inalienável, democrático e constitucional, onde as verbas encontrarão o ambiente propicio e ideal para sua correta aplicação, já que na posse de uma estrutura historicamente avessa à corrupção, onde o planejamento e o desenvolvimento de projetos fazem parte da estrutura acadêmica desde sempre. Equipamentos simples, bem estudados e de fácil manutenção embasariam o trabalho nesse campo, enriquecendo junto com as artes e a musica os tempos livres de nossos jovens, reforçando-os com alimentação sadia, e professores bem formados e dignamente pagos. Nosso país não pode mais continuar a ser o palco circense da corrupção e do desamor aos jovens. Basta de omissão.

Simples assim, senhores ministros da Educação e dos Esportes, unam-se nessa cruzada cívica, para o bem e o futuro do nosso país.

Amém.

Imagem- Enviada por Gabriel Domingos por email.