O FULMINANTE EXAGÊRO

Em muitos artigos venho defendendo a volta de nossa outrora e vencedora maneira de jogar,principalmente com a efetiva utilização de dois armadores na formação das equipes.Dei exemplos,sugestões e até ensaiei algumas pequenas soluções táticas.Elogiei sobremaneira três equipes que passaram a se utilizar de dois armadores,que mesmo atrelados ao sistema do Passing Game,conotavam mais estabilidade e dominio técnico dos fundamentos quando em confronto com as equipes que se utilizavam de um só armador.Essas equipes terminaram o Campeonato Nacional nas primeiras colocações,mas a que se tornou campeã superou todas as espectativas ao utilizar nas partidas finais,não dois armadores,e sim três,num fulminante e bem sucedido exagêro.Pela utilização de dois,e no caso da equipe campeã,três armadores,a qualidade técnica e a velocidade aumentaram em muito pela utilização do drible,com sua consequente e efetiva posse de bola,e não com a mesma permanentemente exposta ao corte pela utilização indiscriminada e continua dos passes.Sem dúvida nenhuma tal qualidade em muito superou a pequena perda de estatura das equipes em sua composição básica,fator amplamente compensado pelo substancial aumento de efetividade ofensiva e velocidade defensiva.É um sistema de jogo plenamente adequado às nossas características de velocidade e improvisação,as quais espero sejam extendidas às nossas seleções nacionais prestes a enfrentarem sérios e determinantes desafios que definirão nosso futuro no cenàrio das grandes competições internacionais.Um primeiro passo já foi dado e aprovado,vamos ver os que se sucederão.

COMO,PARA QUÊ E COMO PULAM OS GATOS

Gatos são animais predadores, indomesticáveis,e que toleram o homem na medida que este o alimente e ceda sua casa. A negação de uma dessas benesses leva o bichano a outras paragens, sem o menor constrangimento. São animais que fazem do cimo dos muros o seu reino, pulando de um lado ao outro na medida de suas conveniências. Claro que falo de gatos livres e soltos na natureza, não os castrados e presos dentro de casa. Falo de gatos de verdade, astutos, sestrosos, dissimulados, e acima de tudo inteligentes. Falo daqueles gatos que andam eretos e que se aproveitam de qualquer descuido, minimo que seja, para alcançar seus designios, não importando os meios para conseguí-los. Foram esses felinos que impuseram ao grego melhor que um presente o dominio das seleções nacionais e dos técnicos das mesmas, em troca de sua primeira eleição. Mas como gato escaldado aprende as lições, mais adiante, nosso grego melhor que um presente defenestrou o tecnico imposto, substituido-o por aquele patrocinado pela agremiação universitaria que era um dos suportes financeiros da CBB. Quando da fundação da NLB foi essa agremiação uma das duas que negaram seu apoio à nóvel liga, é claro, por se sentir dona do mais ambicionado naco da CBB, o controle das seleções nacionais. Mas como no escuro todos os gatos são pardos, eis que surge no cenário uma outra instituição universitária que não fez por menos, patrocinou logo quatro equipes no Campeonato Nacional, que pela lei das probabilidades, fatalmente colocaria uma delas na liderança de torneios e campeonatos, nacionais ou internacionais. Era um senhor pulo, quase um salto triplo, audacioso e pretensioso. Veio a Nossa Liga Nacional e lá estava a trina organização no apoio irrestrito ao nosso valoroso cestinha e sua liderança calcada em alguns milhôes de votos para a senatoria da república, não fosse o mentor da organização um suplente de senador, sem votos aliás. Mas antes, inteligentemente liquidou uma das equipes, a do estado que era voto contrario a reeleição do grego presidente. Acontece que nenhum dos fundadores da Liga atentou para o fato da liquidação daquela equipe, sequer desconfiaram, foi um pulo magistral, pois abria as portas para o atual apoio à CBB, e que para ser perfeito necessitaria de um bom álibi, um grande e trancedental motivo. E ele veio através os rompantes enraivecidos de nosso idolo desportivo, que como dirigente da equipe campeã nacional desancou o verbo para cima da orgaização do campeonato. Foi a senha para a oficialização da mudança de lado do muro em que se encastelou a trina organização. O preço pela mudança logo, logo, será cobrado, pelo controle das seleções, agora garantidas pela quantidade de atletas selecionáveis em três equipes, mais a da organização que deu o apoio inicial e solitario ao presidente reeleito. Fica somente a expectativa de quem realmente vai liderar o processo, se a trina organização, ou a que lá estava, que aliás, precavida de seu possivel afastamento, já ameaça uma retirada do cenário desportivo. Com essas quatro equipes de ponta, mais três ou quatro pertencentes àqueles estados que votaram na situação, estaria mais do que garantida a qualidade do Campeonato Nacional do proximo ano, assim como a manutenção da maioria dos jogadores selecionáveis em atividade no país. E a NLB, como ficaria ante tal situação de inferioridade política e técnica? Prevejo dias bastantes nebulosos, e se pudesse sugerir algo, repetiria o que venho publicando desde o ano passado, que para mudar alguma coisa nesse país torna-se necessário penetrar no âmago do sistema,  e um bom começo seria conquistar o comando de algumas federações, a paulista em particular . Mas para tanto sugiro veementemente que estudem e pesquisem com afinco COMO, PARA QUÊ E COMO PULAM OS GATOS…

A DEFESA ESPELHADA

Quando um lutador de boxe se exercita em frente a um espelho,simulando um combate,ele se vê pelo olhar do oponente,por um ponto de vista invertido,e por isso mesmo pode praticar a defesa contra seus proprios golpes.Numa situação em que duas equipes de basquetebol se utilizam dos mesmos sistemas ofensivos,levará vantagem defensiva aquela que se antecipar aos movimentos do adversário,numa percepção análoga ao do lutador de boxe em sua simulação diante do espelho.Basicamente trata-se de uma engenharia reversa ante seu próprio sistema ofensivo,já que idêntico,em sua concepção,ao do adversário.As antecipações se tornam óbvias pelo conhecimento das linhas de passes,já que são os mesmos de pleno conhecimento de todos.Foi essa uma das armas do Uberlândia em sua vitória no jogo de hoje,além de um preciso ajuste nas ações de seu único armador,já que o outro pouco poderia jogar por motivo de recente contusão.O ajuste,inteligente aliás,foi a troca dos passes pela evolução driblada,na qual os dois homens de rebote abriam caminho ao armador trazendo seus marcadores para fora do garrafão,propiciando ao mesmo uma conclusão de curta distância,ou mais frequentemente,passes da linha final para a entrada dos homens altos,ou melhor ainda,passes de dentro para fora do garrafão para arremessos de três pontos justos e
equilibrados.A atitude antecipativa da defesa propiciou um sem numero de interceptações que alargaram o marcador de tal forma,que mesmo a grande recuperação da equipe do Rio de Janeiro não conseguiu alcançá-lo.Esta,somente reagiu quando pode contar com seu segundo armador em quadra,que mesmo em recuperação de uma contusão imprimiu maior dinâmica a sua equipe.Essas duas equipes finalistas,estão soerguendo a nossa tradicional escola de dois armadores puros em quadra,e que mesmo atrelados ao sistema do passing game conseguem com suas habilidades técnicas recriarem nossa maneira de jogar em velocidade e precisão. Por tudo isso cremos que com um pouco mais de coragem,possamos nos livrar definitivamente dos grilhões do passing game,e que possamos voltar às nossas origens de bicampeões mundiais e três vezes medalhistas olimpicos.

O ATLAS MARAVILHOSO

“Atlas mostra que o esporte gera US$12 bilhões no Brasil”, é o título de uma anuncio de universidade particular, que logo abaixo complementa:”Numa hora dessas, você sente vontade de fazer Educação Física?” Meu Deus, a quanto chegamos! Pelo que me consta deveria tal quantia implementar Educação Física nas escolas, e não ser gerada por nossa juventude para saciar o apetite dos empresários e dos profissionais da Educação Física, denominação que foi criminosamente imposta aos que deveriam ser formados como PROFESSORES, e não paramédicos. Doze bilhões de dólares é dinheiro para máfia nenhuma botar defeito. Escola? Quantos mil dólares ela pode gerar? Como faturar com tal miséria?Afinal de contas pra que escola? Segundo o autor responsável pelo Atlas, o comandante Lamartine P.da Costa, com a publicação do mesmo as empresas  passariam a saber quando e onde investir nos patrocínios, com boas probabilidades de seguros retornos, e consequentes aumentos nos lucros pela exposição na mídia. Com a anuência do Conselho Federal de Educação Física,  um dos patrocinadores do tal Atlas, conselho este que através um nebuloso trâmite pelo Congresso Nacional conseguiu manietar a Educação Física em uma estrutura controladora e coercitiva, propiciou e sedimentou os rumos da mesma fora da esfera educacional, levando-a para a área comercial e empresarial, dando substrato ao que passou a se denominar “culto ao corpo” em nosso país. E para sedimentar tal ingerência desandou a patrocinar cursos de emergência e baixíssima qualidade por todo o país, no afâ de capitalizar para si a massa crítica formada por leigos que exerciam atividades desportivas sem as devidas qualificações acadêmicas. Os cursos superiores de Ed.Física, que histórica e coerentemente sempre pertenceram à área das Ciências Humanas, responsáveis pela formação dos professores, foram absorvidos pela área das Ciências Médicas, ocasionando nos últimos 30 anos o cada vez maior distanciamento da Ed.Física do âmago da Escola.Esse foi o campo fértil criado pela mudança na formação do que hoje são denominados “Profissionais da Educação Física”, monitorados pelo Conselho, e postos à serviço da indústria do esporte. Quando em 1962 me formei pela EEFD da UFRJ, na sacristia da Capela da Reitoria da UFRJ, o padre celebrante da missa comemorativa, Pe.Argemiro, dirigiu-se a minha mãe, conterrânea e amiga de infância do mesmo, e que chorava. Perguntou porque ela chorava, e se era de alegria. Escutou de minha saudosa mãe que estava chorando de tristeza, pois era o primeiro vagabundo de uma família composta de médicos e advogados. Anos mais tarde enchia-a de orgulho pela carreira correta e vitoriosa que estabeleci, como professor nos três níveis de escolaridade. Não fui, não sou e nunca serei um Profissional da Educação Física, pois sempre me orgulhei de ter sido, de ser e chegar ao fim como Professor, simples e humilde Professor, engajado na perene busca pela melhoria de nossa juventude, nas escolas, nas quadras, nos caminhos da vida, já que é uma profissão sem retorno imediato, pois talvez lá na frente, bem a frente seus alunos se reportem a seus ensinamentos em situações que estarão enfrentando, as quais você nunca testemunhará. Muito ao contrário dos ditos profissionais que ao auferirem cada vez mais lucros contabilizam de imediato investimentos sem as responsabilidades inerentes ao processo educativo. É sem dúvida nenhuma um “big business”, o qual deveria constar em destaque no prólogo do maravilhoso atlas de 12 bilhões de dólares.

OS PROFISSIONAIS

“Não tinha porque continuar com o grupo sem competição pra disputar.Dispensar jogadores depois da temporada é normal,até para diminuir os gastos”. “Ainda não conversei com a diretoria sobre isso,mas fui chamado para fazer uma avaliação da equipe nos próximos dias.Acho que fico”. São afirmações de um técnico de férias(remuneradas?)com relação a uma das três equipes patrocinadas por um mesmo proprietario no Campeonato Nacional.Diante de tais afirmativas deduz-se que após a temporada,salários nem pensar.Mas só para jogadores,ou para todos,técnicos inclusive? Será o mesmo nas três equipes patrocinadas? Ou variará de acordo com classificações ou titulos? Se assim for fica estabelecida a “administração seletiva”,ou seja,ganham de acordo com o produzido,onde cumprir horários,dedicação aos treinos,e entrega aos jogos deixam de ser fatores que qualificam a atividade profissional(?),para dar lugar ao “ônus da derrota”,o desemprego.Esse ônus vezes três geram uma bruta economia,mesmo que a exposição tripla na midia em muito ultrapassem os investimentos de partida.São atitudes que alimentam as “caravanas holideis” em que se transformaram uma pléiade de jogadores transitando pelo pais afora.E junto aos mesmos outra instituição que ainda se permite tais comportamentos de falsos dirigentes que somente enxergam interesses comerciais e politicos,alguns e até bons técnicos.E o que dizer das contas a pagar em
compromissos que envolvem familia,filhos e subsistência? Como exigir continuidade técnico-administrativa sob tais circunstâncias? Em uma situação como essa,de tal magnitude,têm-se a sensação de que muito de nosso atraso técnico-tático tem a ver com
tal instabilidade,onde se torna imperativo a manutenção das técnicas adquiridas até aquela data,em uma das posições do tal basquete internacional,que ao frigir dos ovos
garantirão uma possivel e efêmera contratação,isso quantos aos jogadores,e as tais filosofias de trabalho que rotulam muitos técnicos,tal qual passaporte que os garantam no mercado de trabalho.Quando reunidos,muito ou quase nada será acrescido aos seus modus operandis,pois foram contratados pelo que realizam no momento,e não pelo que poderiam acrescentar no futuro.Sistemas de jogo enraizados nas ações e gestos,jogadas mais do que óbvias,comportamentos dentro dos padrões existentes e sempre esperados.Enfim,toda uma liturgia que garanta a mesmice e o marasmo.Depois reclamamos da involução técnica galopante,e dos baixos indices de performance nas seleções nacionais.Se as mesmas refletem a realidade de cada nação,temos alcançado exatamente o previsível,fracasso e pobreza técnico-tática.Mudanças? Quem sabe acordemos um dia e mudemos a cama de lugar,ou mesmo compremos outra após pintarmos e reformarmos o quarto.Como está,somente sobrevive o môfo emanado de nossa incapacidade
de evoluir.Puxa,como gostaria que soprasse uma brisa de renovação,por mais tênue que fosse,uma simples e benvinda brisa.

FILOSOFIA DE TRABALHO

Hoje em dia,técnico que se preza tem como fundamento de sua propalada importância uma pomposa “Filosofia de Trabalho”,e não somente no basquete,pois tem filosofia espalhada por todas as modalidades,numa demonstração inconteste de que para a maioria deles filosofia é algo que se encontra em prateleiras de super-mercado,e que está à disposição de qualquer um,desde que pague por ela.Tive um mestre que afirmava com toda razão,que quando o brasileiro não dominava uma manifestação de técnica ou uma ciência a prostituia.Daí,um simples trabalho escolar passou a se denominar Pesquisa, um torneio ou campeonato de jovens transformou-se em Olimpiadas,a um conglomerado desconexo de ideias,denominou-se Filosofia.Pesquisa,Olimpiada,Filosofia deveriam por direito e significação,se constituirem nas metas mais ambiciosas e desejadas pelos jovens em suas buscas pelo conhecimento,pela cultura e pela educação plena, educação esta que é surrupiada da maioria deles, que por isso mesmo são dirigidos às pesquisas de coisa nenhuma,às olimpiadas promovidas por politicos oportunistas e em muitos casos caindo nas malhas da filosofia do crime, filosofia esta fundamentada em bases sólidas e perversas,mas perfeitamente assentada na triste realidade em que muitos vivem.Logo, a pomposidade desses filósofos do esporte,nada mais representam do que a sua profunda ignorância do que vem a ser e representar um amontoado de conceitos,geralmente copiados e pouco estudados,mas que conotam uma importância que beira ao ridículo quando enunciados.Agora mesmo a CBB envia técnicos ao Norte e Nordeste,claro,recompensando-os pelos votos dados nas últimas eleições,para clínicas que visam “Divulgar mais conhecimento técnico para atender as necessidades dos estados e uniformizar a filosofia de trabalho para diminuir as diferenças entre as regiões,principalmente nas categorias de base”. Durante muitos anos dei varios cursos
por muitos estados,ao norte e nordeste,e no centro sul de nosso pais, e nunca repeti
conceitos de técnica coletiva em cada um deles.A base dos fundamentos poderia,com algumas adaptações de ordem econômica,ser a mesma para todos,pois tratava-se dos fundamentos do jogo.Mas os conceitos de técnica coletiva tinham,obrigatoriamente de ser adequados e adaptados às caracteristicas regionais,grandemente influenciadas pela vastidão territorial e consequente diversificação de nossas gentes.No entanto,as clínicas da CBB priorizam o que denominam “Filosofia de Trabalho”,que nada mais é do que a tentativa,até agora bem sucedida,de perpetuação de um sistema de jogo que nos empurrou ladeira abaixo nos ultimos vinte anos,e que denominam de “basquete internacional”,e que na verdade é o absurdo sistema do “Passing-Game”.Filosofia de Trabalho seria algo a ser alcançado e duramente conquistado se reunissem em torno de uma grande mesa,do tamanho de nosso país,a maioria dos professores e técnicos responsaveis pela formação de base,para discutirem profundamente aquelas didáticas mais apropriadas às suas regiões,e que pudessem trocar permanentemente suas idéias com todos,numa atitude saudável e evolutiva de opiniões,sugestões,e principalmente soluções.Ai sim,poderiamos bradar com satisfação e orgulho termos desenvolvido uma autêntica, embasada e confiável Filosofia de Trabalho.Tudo o mais é tapeação e preciosa perda de tempo. Mesmo os estados situacionistas mereceriam coisa melhor,quanto aos oposicinistas,nada tem a perder.

57% DE UMA TRISTE REALIDADE.

A Revista Megazine,que vem encartada às terças feiras no O Globo,publicou essa semana uma matéria sobre a pesquisa feita pela UNESCO com jovens brasileiros na faixa dos 15 aos 29 anos,onde ficou atestado que 57% delas não praticam qualquer tipo de atividade desportiva em seu dia a dia.Vale a pena tomar conhecimento da materia para podermos avaliar a quantas andam a educação de nossos jovens,que são a reserva intelectual da nação.Essa situação caótica prova de uma vez por todas o crime que foi cometido com a Educação Física do país,desde quando transferiram criminosa e propositalmente a formação dos futuros professores da área das Ciências Humanas para à de Ciências da Saúde, alijando a medio e longo prazos a influência primordial dessa disciplina na educação plena de nossos jovens nas escolas do país.A formação pragmática e paramédica instituida desde então tornou-se antagônica aos conceitos didáticos e pedagógicos que constituem os primados da carreira de magistério,transformando licenciaturas em bacharelatos,passando inclusive a formarem personal trainers, antítese de professores de turmas dentro das escolas.Escrevi nesse mesmo blog varios artigos que abordam o tema em profundidade,mas não poderia deixar em branco a menção desse trabalho da UNESCO,pois sedimenta uma verdade aterradora e inacreditável no âmbito daqueles que sempre lutaram por uma educação ampla,democrática e de qualidade,
um direito constitucional de todo jovem cidadão brasileiro.Resta aos mesmos o caminho das academias e dos personals,pagando a peso de ouro o que lhes foi tomado de direito,por um plano diabólico e magistralmente conduzido por um bando de empresarios
do esporte,com ganhos estratosféricos, que se locopletam da ausência proposital de políticas educacionais e de um minimo de patriotismo.Quem comanda hoje o processo é o Ministerio dos Esportes e o COB,apropriando-se de uma função básica e fundamental que
caberia,como sempre coube, ao Ministério de Educação,sob o aval de uma instituição de
controle, pseudamente ético,estruturado a imagem das áreas médicas,o Conselho Federal de Educação Física,que substituiu o conceito de Professor,pelo de Profissional de Ed.Física. A sutil mudança na formação acadêmica deu substrato a essa grande rapinagem,que seria impossivel se a mesma continuasse na área das Ciências Humanas,
na área de formação de Professores.Por tudo isso,o estudo da UNESCO presta um grande serviço à sociedade brasileira por colocá-la à par de uma realidade contundente e
preocupante,mas que tornada pública poderá gerar discussões que possam vir de encontro às inadiáveis soluções,vizando o melhor para os nossos jovens,para às nossas
escolas.

ENFIM OS ARMADORES!

Das quatro equipes semifinalistas do Campeonato Nacional,três já se utilizam de dois armadores na maior parte do tempo em seus jogos,numa evolução que nos dá a sensação de que o bom senso vai se impondo aos poucos.A velocidade aumentou,o número de passes estéries diminuiu e os arremessos ganharam um pouco mais de tempo para serem realizados, com mais equilibrio e presteza.Mas subsiste a formação coreográfica enraizada entre nos que destina a um dos armadores a posição isolada no meio da quadra como o iniciador das ações,obrigando quase sempre os pivôs a virem para a linha dos três pontos para atuarem em funções que deveriam ser executadas pelo outro armador ou um ala.Essas atitudes só diferem das formações com um só armador pelo grande acréscimo de qualidade que a presença de um outro armador conota no aspecto técnico dos fundamentos básicos do jogo. Porém, ficamos imaginando o quanto de eficiência coletiva fica desperdiçada pelo distanciamento dos armadores na quadra. Com os mesmos próximos,fosse no centro ou nas laterais do perimetro,as jogadas em duplas,tanto em corta-luzes,como em dá e segues,e tendo o pivô do lado contrário à bola,em muito aumentariam as oportunidades triângulares com os alas e o pivô em constante movimento de encontro aos passes,e nunca plantados a espera dos mesmos.O trabalho em dupla fora do perimetro,efetuado por dois especialistas no drible e nos passes,coordenado com o trabalho paralelo feito pelos alas e o pivô próximos à cesta desencadeariam tantas oportunidades de curta e média distâncias pela pressão em cima da defêsa,fosse ela de qualquer tipo,que os arremessos longos seriam grandemente beneficiados pelo fato dos passes sairem de dentro para fora do perimetro, e não em torno do mesmo.Os jogadores altos estariam pemanentemente próximos à cesta em dupla ou trinca,com um dos armadores garantindo sempre o equilibrio defensivo.Seriam eliminados definitivamente os passes paralelos à linha final,fator este que tem propiciado inúmeras interceptações de passes em todas as partidas até agora realizadas.Finalmente,ficaria garantida a qualidade das ações de armação e execução de jogadas sem as ridiculas falhas que a maioria de nossos homens altos cometem quando,por força do absurdo sistema que ora empregamos,se situam em funções que comprometem seriamente, por não serem aquelas para as quais estão preparados.Sei que muitos técnicos,até alguns mais antigos, e a maioria dos novos,ficarão contrários a essa proposição que sugiro,mas se inteligentes forem procurarão estudá-la,pois se adequa às nossas características,ao nosso pendor pela improvisação e pela inata criatividade que possuimos.E era dessa maneira que jogavamos quando nos impuseram esse câncer com o pomposo e enganador título de “basquete internacional”,que é o sistema que a turma lá de cima impôs,ou tentou impor ao mundo como forma inteligente e matreira de supremacia politico-desportiva,e que graças a uns poucos e geniais países se viram destronados em sua empáfia e arrogância. Por que não seguimos o mesmo caminho? Porque? O que nos falta?

O DESASTRE ANUNCIADO.

Quando em 1972 a EEFD da UFRJ transferiu seu curso de formação de professores do Centro de Filosofia e Ciencias Humanas para o Centro de Ciencias da Saude com a justificativa de que o mesmo adquiriria maior projeção e prestigio,e sendo o padrão de ensino em todo o Brasil,feriu-se de morte a Educação Fisica voltada à escola como parte integrante da formação do cidadão em sua plenitude. Com o pragmatismo paramedico,aos poucos o foco central da formação dos futuros professores foi se desviando da escola para as academias,clubes,resorts e para o personal training, estando os mesmos hoje sob a égide de um Conselho Federal,e com a designação de Profissionais de Educação Física.Como não existem(e nem poderiam existir)conselhos federais de professores de matematica,português,fisica,geografia,etc,etc,ficam os ditos profissionais de Ed.Fisica alijados do processo pedagógico no mundo escolar,e sujeitos a um inadimissivel e perigoso pseudo controle de qualidade através um conselho politico e restritor,e que nada tem a ver com as politicas educacionais geridas pelo Ministerio e Secretarias Municipais e Estaduais de Educação,sendo que as verbas alocadas nessas instituições para um tambem pretenso projeto de massificação esportiva é de responsabilidade do Ministerio dos Esportes e do Comitê Olimpico Brasileiro,entidades desvinculadas da escola pelo seu caráter socio-politico. Com a falência da Ed.Fisica nas escolas,toda uma geração se viu orientada à prática de atividades esportivas em academias,projetos comunitarios,ONG’s e atividades extra-classes no âmbito de muitas escolas,num desvirtuamento lamentável de suas verdadeiras funções educativas. E tudo isso em nome da melhoria da saúde da população brasileira,claro daquela que pode pagar por ela.O desvinculamento da escola através da formação dos ditos “profissionais” no campo da saúde e não da educação,como era e deveria ter continuado a ser,levou a atividade fisica,que é um direito do cidadão pela constituição do pais,para a esfera da iniciativa privada,provocadora do culto ao corpo,onde auferem fortunas incalculáveis,e por isso mesmo responsáveis pelas tremendas distorções que ora grassam no seio de nossa juventude,lançada ao mito da perfeição,do narcisismo,e por conseguinte tornando-a presa facil de modismos,vicios,e até uso de meios artificiais e perigosos no afã de alcançar tal perfeição.O que para a escola era um importante fator na formação integral do individuo,se transformou em um instrumento de riqueza,fantásticos negócios e moeda de troca entre politicos e auto proclamados lideres de nossa juventude.Então,não é de se estranhar reportagens que vêm a público mostrando as mazelas provocadas pelos anabolizantes,e o testemunho pifio e desmoralizado de profissionais da saúde,medicos,psicologos,psiquiatras e outros mais,tentando justificar tais desvios,quando são eles mesmos os maiores beneficiarios de tudo que está ocorrendo,como se não fosse um desastre anunciado nos idos dos anos setenta,quando surrupiaram a Educação Fisica da escola.Agora,depois do leite derramado vêm justificar o injustificavel,e antes que me esqueça,por onde anda e o que tem a dizer o formidavel Conselho Federal de Educação Fisica?Aliás,corre no Congresso um projeto que visa tornar as academias em Centros de Saude,com a desculpa de que seus utentes poderiam descontar seus gastos do imposto de renda.Formidavel a desfarçatez dessa turma,mas business is business,e estamos conversados.

EXPLÍCITA GUERRA.

Um terceiro artigo sobre o assistente técnico da seleção brasileira em um site especializado,e que hora estagia em uma equipe profissional dos EEUU, inicia sua apresentação da seguinte forma: “Preparando-se para pleitear a vaga de Lula na direção técnica da seleção,Guerrinha diz acreditar em um processo natural de migração para o posto central do banco de reservas brazuca”.O mesmo acrescenta: “Sempre investí na minha parte profissional e sei do meu potencial,mas a função de técnico da seleção é um momento que vai acontecer naturalmente”. Naturalmente? E desde quando situar-se dessa forma soa natural? Quem o autoriza? Como ousa? Ou será que a seleção brasileira virou definitivamente uma casa da sogra! O fato de estagiar no exterior com os recursos de uma estatal,com o meu,o nosso dinheiro, de posar com estrelas da NBA,num marketing abusado, com propósitos oportunistas,não o qualifica muito além de sua verdadeira e imerecida função de auxiliar técnico da seleção, que se fosse comandada de verdade não daria continuidade a tão lamentável comportamento. A história da Seleção Brasileira por si só e por seus feitos jamais deveria ser vilipendiada por pretensos e incapazes pretendentes a seu comando. Sua direção deveria SEMPRE ser exercida pelo mérito,pelo reconhecimento e preparo de seu lider,sua cultura,sua educação,seu profundo conhecimento da modalidade,sua habilidade diretiva,técnica e estratégica,enfim,pelo seu mais profundo sentido ético. Nesse momento não estou faltando à ética,pois a estou defendendo com a minha indignação, sentimento que ainda me dou o direito de externar ante atitudes que ferem o decoro e a dignidade.Meu caro assistente de coisa nenhuma,se a posição do técnico oficial se mantém pela força do único voto discordante à Liga recem formada, e por conseguinte referendada pela CBB como paga à fidelidade da mesma, muito pior é sua oportunista posição de aspirante a lider de uma seleção que de forma alguma merece esse tipo de comando.No parágrafo final da entrevista nosso assistente afirma:”O basquetebol não vai ser salvo só pela seleção brasileira e com a classificação para as Olimpíadas.O mais importante hoje é uma política de esporte pelo governo nas escolas e para os clubes. A soma das forças em todos os seus segmentos do nosso basquete.Enquanto ficarmos com vaidades,politicagem,pobreza de espírito e desavenças,não vai ser o resultado de um jogo,de uma classificação,que vai resolver o problema.Pode até minimizá-lo,mas não soluciona.Temos que pensar no basquete brasileiro e não em interesses pessoais”.
Concordo,e para começar bem que o nosso assistente poderia tirar do caminho do basquete brasileiro sua arrogância,despreparo e interesses pessoais.