DEZESSETE ANOS DE BASQUETE BRASIL, O HUMILDE BLOG ORIGINAL…

Ontem (11/9), completamos 17 anos de Basquete Brasil, um humilde, porém perseverante blog, que vem contando as coisas do grande jogo neste imenso, desigual e injusto país, e já lá se vão 1620 artigos…

Coisas, tais como, fundamentos, sistemas, treinamento, direção, planejamento, pesquisa, estudo, e acima de tudo, muito trabalho, contando e divulgando mais de 50 anos trilhando pedregosas estradas, percorridas com muito sacrifício e perene fé em dias melhores para o basquetebol brasileiro, tão carente, equivocadamente orientado, e pior ainda dirigido, principalmente dentro das quadras, pois fora delas, já de muito perdi as esperanças de que soergam o grande jogo, do imenso e interminável fosso em que vem sendo lançado década após década, sem um fim tenuamente perceptível…

Avanços e conquistas tecnológicas nos tem brindado com atletas que saltam mais alto, correm tanto quanto o vento, e trombam com a potência dos paquidermes, no entanto, se perdem nos dribles, nas fintas, passam mediocremente, não defendem, saltam fora do tempo, bloqueiam faltosamente, não leem corretamente o jogo, e finalmente, acreditam piamente que são os melhores e mais letais arremessadores de três pontos do mundo, mas que perdem bandejas, desdenham dos DPJ’s, e cobram os lance livres, onde maneirismos e caras e bocas, em muito superam a eficiência mínima admissível nos mesmos, e mesmo nos três, se encolhem e somem quando contestados eficientemente nos confrontos internacionais. Enfim, ecoa contundente a discutível relevância de preparadores físicos, fisioterapeutas e fisiologistas no ensino e preparo de jogadores que saibam o que vem a ser basquetebol, perante o constrangedor encolhimento de comissões técnicas, cada vez maiores, dividindo comandos na iníqua somatória de seus componentes, numa terrível e canhestra imitação do que é feito numa NBA cada vez mais impositiva, porém questionada por uma NCAA, em seu próprio país. Trata-se de impor ao mundo o jogo de 1 x 1, uma exigência mercadológica, através os 10 jogadores em campo, onde o coletivismo perde cada vez mais para o exacerbado individualismo, que vem se saindo vencedor no campo internacional, exatamente pela adesão dos países por esta sua forma de jogar, vencedora por possuírem os mais bem preparados jogadores nos fundamentos básicos, advindos das escolas primárias e secundárias de seu grande país, filtrando os mais habilidosos para suas franquias, e seu modo individualista de jogar, onde as poucas exceções contam-se nos dedos…

Implantar a tecnologia NBA de preparo de jovens em nosso país é um crime hediondo, pois suplanta em termos econômicos uma verdadeira política desportiva voltada às escolas, onde se encontram os desassistidos jovens de nosso país, com professores que pouco ou nada tem para promover o ensino desportivo de qualidade, que foi, é, e continuará sendo o maná alimentador da grande liga do norte, e não seus cursos voltados aos países de seu interesse político econômico, e que lá, pratica e numericamente inexistem…

Nos últimos oito anos, a investida comercial da NBA se expandiu em muitos países, principalmente naqueles de grande potencial consumidor de seus produtos associados, como a Nike, ávida por uma China, um Brasil, e por que não, uma Europa, que no entanto vem resistindo a tal avanço, e uma das persuasivas técnicas foi a internacionalização de seu campeonato com cada vez mais jogadores oriundos dos cobiçados países. Alguns deles conseguiram se impor a resistência afro descendente dominante na liga, mas a maioria tem se mantido como suplementos em suas equipes, porém presentes como garantidores do interesse mercadológico em seus países de origem. O mercado brasileiro é grandioso, e muito mais o da China e dos países asiáticos, justificando sua exponencial expansão…

No entanto, frente ao basquetebol que desde sempre praticamos, com as regras e princípios da Fiba, sendo campeão mundial e medalhista olímpico, estamos sendo confrontados com uma falsa e escorregadia realidade de que estamos a altura de um conceito NBA, negada a evidência inteligentemente omitida de que, como lá, não possuímos o lastro escolar que sustenta a grande e poderosíssima liga. Sobram sonhos de uns poucos dos nossos ao estrelato, condicionado quase que totalmente aos da terra acima do equador, com raríssimas exceções, europeias, como atualmente…

Nossa formação de base está sendo definitivamente sepultada em nome e indução de uma “nova filosofia”, a de atuar em gênero e forma de uma liga que nada, absolutamente  nada, nos representa e lidera no mundo do grande, grandíssimo jogo, e que apesar das enormes dificuldades, das limitações econômicas, sociais e educacionais, sempre se situou como verdadeiros e capazes adversários quando nos confrontos internacionais, num passado não tão distante assim, hoje esquecido, e até negado, por uma geração deslumbrada e colonizada de estrategistas subservientes e escravos de uma cultura inatingível, alimentada por uma riqueza que jamais atingiremos no plano social e econômico, quiçá no educacional e desportivo…

Precisamos reaprender a administrar nossa pobreza endêmica, porém repleta de coragem e criatividade, na busca de algo que se perdeu nos últimos trinta anos de imitação barata e oportunista, e centrismo em pranchetas midiáticas e profundamente vazias de idéias e conceitos factíveis, que tínhamos aos borbotões, hoje omitidos em nome de uma entidade que nos quer ver calçados e vestidos com os uniformes de suas franquias, oferecendo como elementos facilitadores a formação de jogadores e técnicos à sua imagem e semelhança, algo que não obtém em uma europa teimosa e independente, que joga uma modalidade com regras globais, em contraponto às empregues em uma competição moldada ao showbusiness, de onde captam a extrema riqueza que os permitem praticar um outro jogo, inexistente fora de seus limites territoriais, e que definitivamente nunca foi, é, e será o nosso, quando num longo caminho recobrarmos o bom senso e a vergonha na cara…

Nesta tremenda encruzilhada em que nos encontramos, sugiro veementemente uma ação baseada numa engenharia reversa, onde possamos empregar alguns estratagemas desenvolvidos e empregados durante muitas décadas nas escolas e universidades americanas, foco abastecedor da NBA, e cujos princípios e adaptações pontuais às regras internacionais, em tudo e por tudo alavancou suas técnicas fundamentais a patamares nunca alcançados pelos demais países, princípios estes que não constam do currículo das escolas de formação de jogadores e técnicos da NBA, que foca estruturalmente numa forma de atuar baseado num sistema único, onde as ações de 1 x 1 imperam absolutas…

Então, quais enfoques da formação escolar e universitária americana poderiam ser revertidos a nosso favor, de uma forma generalista e democrática, sem os ditames político econômicos da proposta da NBA?

Que tal irmos aos primórdios, aqui relatados em inúmeros artigos, que devidamente adaptados poderiam nos ajudar de verdade, e a preço módico, a tornar realidade aspectos e situações do grande jogo que praticamos um dia, e que foram subjugados por “científicos sistemas”e “novas filosofias de jogo”?

Ao reabilitarmos o sério e estratégico ensino dos fundamentos individuais e coletivos, nos capacitaríamos a sistemas diferenciados de atuar, antítese de um sistema único, que ao ser utilizado por todos, qualifica aquelas equipes com maior investimento individual, não importando a inexistência, ou mesmo falência do coletivismo. Desta forma, iríamos em busca da atuação diferenciada, criativa, intuitiva, através a consciente improvisação, estágio maior do jogo coletivo e altruísta, muito ao contrário do que vemos hoje acontecer pelas quadras do mundo, fruto de uma formatação e padronização fomentada e alimentada por uma oportunisticamente (mal) copiada NBA globalizada…

Pequenas adaptações e providências poderiam facilmente ser tomadas para uma segura retomada técnico tática em nossa formação de base, como as que publiquei no artigo O Ciclo Mambembe Que Se Inicia, em 10/8/21:

Que de alguma forma preparemos os jovens professores e técnicos através um currículo mais extenso nas escolas de educação física, com o retorno dos seis semestres dos desportos mais ligados às escolas (futebol, basquetebol, voleibol, handebol, atletismo, natação, ginástica, judô), grade esta que foi minimizada por disciplinas da área biomédica, quando da bem planejada, articulada e veiculada passagem dos cursos dos centros de ciências humanas (onde são formados e licenciados os professores, e não provisionados por Cref´s), para a biomédica, numa tacada magistral de um grupo, visando a criação e manutenção de uma indústria do culto ao corpo, originando, com a desculpa do benefício salutar, o mega negócio que se transformou na imensidão de academias. verdadeiras holdings, para as quais, a educação física e desportiva escolar tornou-se obstáculo para o mais rentável grupamento a ser conquistado, os jovens adolescentes.

– Que adotássemos algumas regras nos períodos da formação de base, a exemplo de alguns países, adequando a conquista das habilidades básicas inerentes ao jogo, a fim de priorizarmos o ensino dos fundamentos da forma mais ampla possível, e exemplifico com dois aspectos objetivos:

1- Defesa – proibição de defesas zonais até os 16 anos da formação de base.

                 – aumentos nos tempos de posse de bola de 35 seg para os jovens até os 13 anos, e 30 seg até os 15 anos, aumentando o tempo de posicionamento defensivo individual e coletivo, ampliando sua correta aprendizagem.

                – encerramento de qualquer partida que excedesse os 30 pontos até a idade de 13 anos, eliminando um sério fator prejudicial ao desenvolvimento educativo e emocional dos jovens iniciantes.

             2- Ataque -Proibição dos arremessos de três pontos até a idade de 15 

                               anos, liberando-os daí ´para diante, assim como a posse 

                               dos 24 seg.

                              – Que na idade até os 13 anos, fosse adotada as regras do 

                                mini basquete, principalmente a regra que somente 

                                permite que cada jogador participe no máximo de dois 

                                quartos sucessivos, e que pelo menos todo jogador 

                                participe de um quarto obrigatoriamente, usando bolas

                                e cesta adaptadas a sua biotipologia.

3- Que as categorias até os 11 anos somente disputassem competições municipais, mantendo os jovens próximos aos seus responsáveis, numa idade em que se solidificam os vínculos familiares, assim como permitindo que a categoria até os 13 anos disputasse competições estaduais, liberando as regionais até os 15 anos. Daí em diante disputariam competições regionais e após os 16 anos as nacionais. Dessa forma, as poucas verbas e investimentos poderiam ser otimizados sem deslocamentos caros e ineficazes, concentrando e ampliando as competições em torno dos macro sistemas municipais, estaduais e familiares, fatores fundamentais ao pleno desenvolvimento dos jovens, assim como criando polos desportivos plenamente auditáveis e de possível controle da aprendizagem fundamental e de sistemas autorais, evolutivos e, acima de tudo, criativos…

São pequenas e factíveis adaptações que de saída obrigariam os professores e técnicos a  ensinar o jogo de forma harmônica, respeitando os ciclos físicos e emocionais de cada jovem, que são naturalmente variáveis, e onde a maior conquista seria a evolução técnica de cada um em seu próprio ritmo, e não a vitória a qualquer custo, que somente beneficia currículos profissionais. A capacitação de cada técnico evoluiria pelo número de jovens que acendessem as divisões superiores, e a qualificação dos mesmos em seleções municipais, estaduais e federais, sendo avaliado anualmente dentro deste parâmetro, a ser regulamentado, ou seja, seria avaliado e promovido pela qualificação dos jovens orientados, e não pura e simplesmente por títulos conquistados. Sem dúvida evoluiriamos de forma consistente no adequado preparo de nossos jovens, democrática e tecnicamente.

Com uma competente EBTN, promovendo um ensino/aprendizagem de qualidade superior na base da modalidade (o que nunca conseguiram), alcançariamos em duas gerações uma evolução plausível  ao formarmos e termos uma base razoavelmente sólida nos fundamentos individuais e coletivos, sem formatações e padronizações técnico táticas, tão usuais no presente, passado que tem sido equivocado e frustrante, vislumbrando um futuro ainda pior, pois o reflexo do que aí está já não engana ninguém, e somente beneficia aqueles que no fundo odeiam o grande jogo, por não compreendê-lo, e por conseguinte, aviltando-o na negação de sua imensa grandeza…

Um ciclo se inicia, mudaremos? Torço para que sim, mesmo que lá no fundo dos meus ativos e lúcidos 81 anos, duvido dos que aí estão ditando regras, se já não bastasse essa criminosa e virulenta pandemia, que em breve passará. Quanto a eles, sei não…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV, Arquivo pessoal e Divulgação CBB. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.

MUDAR PRA QUE? ESTÁ BOM ASSIM…

Publiquei em 2011, faz 10 anos, e o que mudou? Absolutamente nada, e o que mudará daqui para diante? Temo que nada, absurdamente, NADA…

FUNDAMENTOS? ONDE ESTÃO?…

domingo, 11 de dezembro de 2011 por Paulo Murilo14 Comentários

Assisto ao jogo, me concentro, mas não acredito no que vejo. Saio da sala, vou até a cozinha, pego um café, e volto. Continuo não acreditando, mas persisto teimoso que sempre fui, e se comecei a ver, penso ir até o fim. De repente acordo (foi um cochilo de uns 30-40 segundos), como se o corpo e a mente tivessem reagido ao que testemunhavam, se protegendo de algo inenarrável, e pelo mais absoluto respeito que ainda mantenho pelo grande jogo desligo a TV e volto à minha leitura interrompida, jurando me calar, e até esquecer tão absurdo espetáculo, principalmente por se tratar da partida inaugural de uma Liga adulta.

Abro hoje os sites de basquete, e leio o artigo do Fábio Balassiano no Bala na Cesta, que publica tudo aquilo que me revoltou, e até certo ponto me envergonhou, travando a vontade imensa de extravasar um sentimento de tristeza ante tanta pobreza técnica e de fundamentos, principalmente estes. Mas o Fabio foi lapidar e cirúrgico em sua crítica, a qual não aporia uma vírgula sequer, pois refletiu em toda sua dimensão “a quantas andam o nosso outrora brilhante basquete feminino”.

É inadmissível que jogadoras adultas confundam desenfreadas corridas com basquete, tropeçando na bola, ultrapassando-a em várias ocasiões, que não dominem o drible, mesmo usando somente a mão natural, que não saibam arremessar, de longe, muito menos de perto, que não saibam se deslocar defensivamente, e o pior de tudo, que não dominem, nem de longe, a arte de passar a bola. E perante tanta falta de habilidades individuais, como ousam os técnicos exigir jogadas e sistemas sem que as jogadoras sequer saibam dominar uma bola?

O que falta para ensinar fundamentos a todas elas, igual, democrática e tecnicamente confrontadas, nivelando-as perante a necessidade grupal de que sem os mesmos nada conseguirão ou atingirão de realmente prático nos sistemas e jogadas que são instadas a praticar? Será que seus técnicos só conhecem sistemas, jogadas e chaves, se auto conotando como “estrategistas”, deixando de lado o verdadeiro objetivo do jogo, o domínio de seus fundamentos? Como exigir continuidade e fluidez tática se as jogadoras sequer sabem executar um drible, uma finta e um passe com um mínimo de precisão? Como?

Assim como o jovem articulista, também me sinto preocupado no mais alto nível, aquele que me trouxe à sétima década de vida, cinco delas dedicadas à educação e ao basquetebol, respeitando por todo esse longo tempo o grande principio que o tornou universal, o histórico conceito que o desenvolveu e sedimentou, o de ser exequibilizado e jogado através o pleno domínio de seus fundamentos.

Espero que todos aqueles envolvidos no preparo e treinamento de jogadores, sejam de que divisões, sexo, faixas etárias, estaturas e pesos forem, se conscientizem disso, como plataforma segura para o soerguimento do grande jogo.

Amém.

Foto – Divulgação LBF. Clique para ampliá-la.

14 comentários

  • Victor Dames
  • 12.12.2011
  • · Pra ser bem sucinto, Professor… Muita gente nessa LBF quer viver DO basquete, mas poucos vivem PARA o basquete…
    Abraços!
  • Basquete Brasil
  • 12.12.2011
  • · 
  • E mais sucinto ainda, Victor…Concordo.
    Um abraço.
  • Henrique Lima
  • 12.12.2011
  • · 
  • Professor Paulo,
    se a Seleção Feminina tem um nível baixíssimo, o que esperar do nacional feminino ?
    Imagino então como é na base, se o apresentado aí, é a elite do que temos.
    Um abraço
  •  
  • Basquete Brasil
  • 12.12.2011
  • · Mas o que impressiona sobremaneira, são as diligentes e enérgicas intervenções dos técnicos em torno das jogadas, das táticas, jamais sobre os fundamentos, como que partissem da premissa de que os mesmos estão sob o domínio das jogadoras, quando na fria realidade dos fatos, elas nem de uma forma rudimentar os controlam, sequer dominam. O jogo então se desenrola numa velocidade assustadora, onde os erros se duplicam, triplicam, numa frequencia demolidora. E pensar que tanto talento e juventude estejam sendo desperdiçados por omissão e desconhecimento. Lamentável.
    Um abraço Henrique, Paulo.
  •  
  • Fernando Ribeiro
  • 14.12.2011
  • ·Acredito que tenha visto o jogo errado, São josé jogou muito bem para uma equipe que começou a treinar a menos de duas semanas queria assistir uma partida delas.
  •  
  • Basquete Brasil
  • 14.12.2011
  • · Não, prezado Fernando, assisti o jogo inaugural da Liga entre duas das mais tradicionais e vitoriosas equipes que a ela pertencem. Também assisti outro que não comentei porque nada tinha a escrever de diferente do primeiro, e fico aguardando a oportunidade de assistir um jogo do S.José logo que seja veiculado pela TV, duvidando que seja diferente dos demais.
    Um abraço, Paulo Murilo.
  •  
  • ANTONIO CARLOS VENDRAMINI
  • 14.12.2011
  • ·PROFESSOR,TENHO QUATRO DÉCADAS DEDICADAS AO BASQUETE E COMO O SR.,SENTI A MESMA TRISTEZA AO ASSISTIR A ABERTURA DA LBF.
    AS MATÉRIAS DO BASQUETE BRASIL SÃO ÓTIMAS.PARABÉNS UM ABRAÇO,PROF.VENDRAMINI.
  •  
  • Basquete Brasil
  • 14.12.2011
  • · Prezado Vendramini, você com quatro, eu com cinco décadas voltadas ao ensino do grande jogo, ou seja, “velhos e ultrapassados”, frente a uma juventude que acredita piamente que o basquete nasceu com a vinda deles ao mundo, esquecendo os idos de 1892 em Springfield, e sua base sedimentada nos fundamentos, sem os quais sistema nenhum de jogo se torna minimamente exequivel. Os resultados aí estão, escancarados, indesculpáveis, fruto de uma tendência absurda voltada às formatações e padronizações técnico táticas, que destinam a um mesmo tacho o que poderia, e deveria ser sua negação, frente à criatividade e ao livre pensar e ler o jogo, que são fatores somente alcançáveis através o pleno domínio dos fundamentos, principalmente por parte de quem os estudam, pesquisam e ensinam.
    Fico feliz e honrado com sua presença aqui nesta humilde trincheira, valorizando-a sobremaneira. Obrigado, e um abraço.
    Paulo Murilo.
  •  
  • Cleverson
  • 15.12.2011
  • · Pois é Professor. E como uma criança ou um adolescente vai se interessar em assistir um jogo com um nível assim?
    Quem vai querer ir a um ginásio assistir um jogo desses?
    Basquetebol na televisão só em canais fechados e será que esse produto, da forma que está, se apresenta de uma maneira interessante para a emissora que o transmite?
    Assisti a um jogo, se não me engano foi do paulista feminino, que o primeiro quarto terminou 12×8. Muitos erros de passe, finalização, enfim, feio mesmo. Meu pai, irmã e cunhado me pressionaram tanto para mudar de canal que acabei cedendo. Eles queriam assistir futebol de areia.
    Perdendo espaço para outros esportes, sem grandes jogadores para as crianças se espelharem, cada vez menos crianças praticando (pelo menos na minha cidade).
    Vai ser uma luta árdua Professor!
    Um abraço.
  •  
  • Basquete Brasil
  • 15.12.2011
  • · Apesar de tudo, prezado Cleverson, temos de continuar insistindo, estudando, ensinando, debatendo, e acima de tudo, nos indignando, sempre e sempre, pois um mal não pode permanecer ativo por todo o tempo, aos poucos irá cedendo pela força do conhecimento, do árduo trabalho, enfim, pelo restabelecimento do bom senso. Temos de ir em frente, até quando pudermos. Um abraço, Paulo Murilo.
    PS- Seus artigos estarão seguindo na próxima semana. Desculpe a demora. PM.
  •  
  • Cleverson
  • 20.12.2011
  • Um outro detalhe Professor que eu penso ter uma enorme influência na formação dos novos jogadores é a utilização de estagiários sem supervisão nas categorias de base principalmente por ser mão de obra barata? (claro que não é só isso).
    Eu por exemplo assumi uma escolinha no meu primeiro ano de faculdade e a única pergunta que me foi feita na entrevista para o estágio foi se eu conseguiria reproduzir os exercícios dos treinamentos para as crianças. Permaneci na escolinha por 4 anos sem ninguém me pedir um plano de aula ou virem assistir uma aula minha.
    A iniciação esportiva por ser um momento chave na formação do atleta deveria ser vista de uma outra forma. Acredito que um Professor com maior experiência deveria cuidar da base ou, pelo menos, acompanhar de perto a atuação do estagiário, orientando e exigindo aulas fundamentadas. Eu não sabia praticamente nada sobre o desenvolvimento da criança, sobre aprendizagem, emocional, socialização, me preocupava somente com os exercícios nessa época.
    Com uma boa formação de base esses erros grosseiros de fundamentos seriam bem menores. Para se trabalhar com crianças é preciso ter conhecimento e experiência. Acredito que esse seria um grande passo para a mudança.
    Um abraço.Cleverson.

  • Basquete Brasil
  • 22.12.2011
  • Inicialmente Cleverson, eram os jogadores mais carentes financeiramente que assumiam a formação, atitude que reduzia os custos em contratações de técnicos por parte dos clubes, e que aos poucos, com o aumento no número de escolas de educação fisica no país, foram sendo substituídos pelos notórios estagiários, a um preço ínfimo, se comparado ao de um competente e experiente professor.As grandes holdings de academias também se utilizam desse estratagema, substituindo os formandos por outros estagiários, numa espiral exploratória que mantêm seus lucros à salvo de reivindicações salariais e vinculações trabalhistas. Por tudo isso, a formação de base vem carecendo de estrutura e embasamento técnico e pedagógico desde sempre, culminando no que testemunhamos hoje, a mais completa ausência de formação de base no que se refere aos fundamentos do jogo. Essa é a realidade.
    Talvez, com o incremento do basquetebol e demais modalidades na grade curricular das escolas, onde a figura do professor está presente, esse hiato seja atenuado, ainda mais se uma política nacional dos esportes subvencionar tal projeto. Fora disso, Cleverson, pouco se pode esperar para o futuro.
    Um abraço, Paulo.
  •  
  • Jalber Rodrigues
  • 06.01.2012
  • · Professor, estou um pouco afastado dos comentários, mas não da leitura. Por anos acompanho a luta incansável pelo soerguimento do basquete no Brasil através de excelentes artigos publicados aqui no blog. No masculino as coisas são difíceis… imagine como é no feminino…fazer base no feminino ainda nem se fale… trabalhamos muito duro, muito mesmo para fazer o mínimo… as meninas não tem expectativa nenhuma… porque e para que se dedicar ao basquete? Como fazer com que as meninas trabalhem forte? Como competir com as baladas, com a internet e com a desconfiança dos pais de que “jogar bola não leva a nada”? Não conseguimos nem vincular a educação ao esporte? As críticas são sempre duras e mais pesadas… mas corretas… porém ferem a quem se doa ao máximo e não consegue respaldo, apoio, credibilidade… se o basquete feminino de São Paulo está nessas condições imagine o resto do Brasil? Imagine no interior de Minas? Precisamos de ajuda professor!! Precisamos de ajuda! Queremos ter excelentes meninas praticando o fino do basquete… mas precisamos de ajuda professor! Sugestões?!
    desculpe o desabafo e abraço professor!
  •  
  • Basquete Brasil
  • 16.01.2012

                Jalber, estou utilizando seu comentário como base para o artigo hoje publicado. Espero que você não 

                se aborreça, mas um assunto dessa magnitude merece uma abordagem mais ampla           .
                Um abraço, Paulo Murilo.

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