A EQUIVOCADA BASE…

  1. Clayton 11.10.2011

Caro Professor Paulo Murilo,

Dias atrás levei as alunas de minha escola para uma competição escolar, são meninas com faixa etária de 12 anos.
Não pude participar do congresso técnico, um professor representante da escola foi, no entanto, não foi acatada a sugestão de a competição ser no formato de Basquete 3, conforme a sua sugestão tempos atrás.
Porém, ficou decidido que não poderia ter marcação pressão na saída de bola, dessa forma, somente marcação depois do meio da quadra.
No jogo, o professor da equipe adversária, meu amigo por sinal, ficou revoltado porque meu time não estava fazendo marcação por zona, e acabou inclusive sendo expulso do jogo pelas insistentes reclamações.
Ao termino do jogo, conversamos, e disse a ele que a única orientação que eu tinha recebido era sobre a não marcação sob pressão, e minhas alunas nem saberiam jogar em zona.
Não me recordo se li aqui no blog, mas me parece que nas categorias de base é melhor aprender a marcação individual, pois quando nas categorias maiores, o atleta terá dificuldades de realizar com eficiência a marcação, o Professor compartilha dessa opinião?
As meninas jogaram sem posições pré-definidas, jogaram livres pela quadra, apenas enfatizei a importância de todas voltarem para realizar a marcação. Para minha surpresa, no segundo ano que participamos ganhamos de uma escola com tradição no basquete, tudo a base de pequenos jogos, basquete 3, sem focar na realização de exercícios sem muita conexão com a realidade do jogo. Me parece que está dando resultados…
Abraços!

Recebi esse comentário ao artigo O Futuro… de 8/10/11, e que bem demonstra o estágio em que se encontra a formação de base em nosso país, e vindo de uma cidade de tradição no basquete como Sorocaba.

O Prof. Clayton, que participa bastante com as discussões aqui no blog, nos coloca de frente a um dos maiores fatores de nossa fragilidade nos fundamentos, a mais completa ausência de uma orientação fortemente baseada em conceitos de ensino e aprendizagem voltados ao crescimento físico, nervoso e mental gradual dos jovens que se iniciam na pratica desportiva, agraciados com regras adaptadas às suas condições de maturidade que seguem ritmos pessoais diferenciados, mesmo dentro de suas faixas etárias, no que se constitui na verdadeira missão de uma ENTB compromissada com essa tão critica necessidade ainda bem ausente.

Por muitas vezes aqui publiquei artigos que defendiam adaptações às regras do jogo, a fim de compatibilizá-las com as limitações inerentes a cada faixa etária dos jovens alunos, respeitando-as e desenvolvendo-as dentro das naturais exigências de cada uma delas, numa progressão coerente e acima de tudo, responsável.

Dentre as necessárias adaptações destaco:

– Adequar a altura das cestas e tamanho e peso da bola para os mirins e infantis, no sentido de tornar o ato técnico de arremesso e controle de bola dissociado do fator força sobrepujando a técnica de execução.

– A proibição das defesas zonais até a categoria infanto juvenil, se bem pretendermos desenvolver as técnicas defensivas como um fundamento prioritário ao desenvolvimento do jogo no país.

– A extensão do tempo de posse de bola para 40seg para mirins e infantis, e 35seg para infantos, no intuito de reforçarmos os fundamentos defensivos, inclusive sob o aspecto físico mental, base para as demais formas e conceitos defensivos mais sofisticados, além do evidente reforço nas concepções ofensivas pela maior permanência da posse de bola, quando a leitura progressiva de jogo encontrará um sólido campo de experimentações e natural evolução.

– Nas divisões iniciais, a obrigatoriedade de participação no jogo de pelo menos um dos quartos, e nunca mais de dois quartos sucessivamente, magistral regra do minibasquete, que promove e reforça o principio de equipe desde o inicio do processo de ensino e aprendizagem do grande jogo.

Enfim, muito ainda poderia ser dito e discutido em torno de um tema tão básico e apaixonante como esse, no que seria o combustível inesgotável de uma verdadeira associação de técnicos voltada para o desenvolvimento efetivo do grande jogo, onde a participação de todos contribuiria para tal fim, tendo como começo a vontade férrea de atingi-lo. Enquanto afastados e dissociados dessa magna função, nossos técnicos podem ser considerados, também, responsáveis pelo atual e fragmentado estágio na formação de base, sem a qual não iremos a lugar nenhum no conceito interno, sequer no internacional.

Eis o grande desafio que se apresenta, e que julgo absolutamente inadiável.

Amém.

FOTOS-Enviadas pelo Prof. Washington Jovem de Vitória,ES, num bom trabalho de formação de base.

DISCUTINDO UMA ESCOLA…

  • ·  Rafael  Ontem

Prezado Dr.Murilo,
Sou um fã do Basquete, e quero vê-lo crescer e melhorar no Brasil. Com esse objetivo, me pergunto se o ENTB contribui ou não para que isso se torne realidade ? Pelo que vi até agora, ajuda, pois visa elevar o nível de jogo dos jogadores pela capacitação dos técnicos.

Não vejo sentido em ter uma variedade de sistemas que comprovadamente não tem a capacidade de produzir jogadores excelentes. No momento que o sistema em questão se mostrar ultrapassado, ou falhar em produzir jogadores de qualidade, pode se repensar o sistema, mas ser contrário a uma padronização que visa educar os treinadores a formar excelência em basquete(mesmo que nos moldes atuais não alcance isso) me parece não ter sentido. Qual o sentido de defender a “nossa vocação histórica pela prática diversificada e generalista, respeitando as regionalidades e a constituição multifacetada de nosso gentio” se isso não tem demonstrado bons resultados ?(Visto o tempo que faz que o Brasil não participa de uma olimpíada)! Por outro lado, os hermanos, com suas padronizações e sistemas, tem se tornado a potencia latino americana no Basquete. Não seria a questão de reconhecermos isso e, humildemente, aprendermos a lição ?

Esse comentário foi postado ontem na matéria Enfim discuti-se a ENTB/CBB…, postada em 24/01/2011, com uma colocação bastante interessante à discussão estabelecida pelo teor do artigo, e que deve refletir, sem dúvida alguma, o pensamento e posicionamento de muitos técnicos, professores e mesmo entusiastas do grande jogo.

Gostaria então de estabelecer algumas considerações a respeito, torcendo para que esse debate possa ter a continuidade que merece tão importante assunto para o estabelecimento de uma verdadeira Escola de Treinadores em nosso país, se é que ainda é possível.

Inicialmente, insisto na definição do enfoque generalista que deve ser estabelecido pelo professor em sua função de instruir e educar jovens, através das atividades físicas e do desporto, pois, antes de ser um técnico ele é um professor, que não pode e nem deve, se limitar a um modo, ou técnica unitária de ensino frente a um alunado cuja diversidade e experiências de vida transcende em muito tal limitação.

Situação econômica, família, limites sociais, excessos ou carências afetivas, saúde, alimentação, religiosidade, desvios físicos e morais, descaminhos, sonhos, são fatores que obrigam o professor a se aprofundar em diversificados estudos, que conotarão seu comportamento e conhecimento generalista de educação, tornando-o apto ao enfrentamento de tão instigantes  e desafiantes situações.

O mesmo ocorre, ou deveria ocorrer, no âmbito do ensino desportivo, face às mesmas situações acima descritas, por que passam todos aqueles jovens que se iniciam na aprendizagem de uma modalidade desportiva, principalmente o basquetebol, certamente a mais complexa dos desportos coletivos.

Se o ensino aprofundado dos fundamentos do jogo dota seus jovens executantes de boa técnica de execução, independendo se altos ou baixos, encorpados ou esguios, lentos ou rápidos, flexíveis ou rígidos, tornando-os detentores dos princípios de bem jogar, e por conseguinte aprender a amar o jogo, muito antes de serem entronizados em como jogá-lo taticamente, definem a qualidade do treinamento proposto, tornando-os aptos, para ai sim, assimilarem sistemas de jogo, que respeitem suas qualidades e individualidades, pela escolha dos mais adequados, e não direcioná-los a um sistema único, que na maioria das vezes beneficiará uns e depreciará outros, e que talvez a médio ou longo prazo, poderiam, por uma questão de ritmo diferenciado nos mecanismos das aprendizagens físicas e psicomotoras, se mostrarem mais habilidosos e talentosos do que aqueles mais beneficiados no inicio do processo.

E nesse ponto do raciocínio, devemos lembrar que a coercitiva padronização e formatação precoce de um sistema, que vem sendo imposta nos últimos vinte anos, em tudo contrasta com as gerações de grandes jogadores, tanto em quantidade e qualidade  que antecederam essas duas décadas, e que nos levaram a ser reconhecidos como a quarta maior força do basquete do século XX, fruto exatamente da diversidade de sistemas ensinados e aplicados às mesmas, numa prova mais do que inconteste do fracasso de tal conceito unicentrado.

Quanto aos hermanos, não podemos omitir a dura verdade de que, ao contrario de nosotros, nestas mesmas duas décadas, eles padronizaram somente a forma de ensinar os fundamentos, nunca os sistemas, e a prova disso é materializada em sua forma diferenciada de atuar na dupla armação, na utilização dinâmica de seus pivôs e da sofisticada técnica de seus alas, que são ações somente possíveis pela diversificação de sistemas que privilegiam o coletivismo, sem no entanto, prescindir da improvisação, e tudo isso na contra mão da adoção do sistema único no preparo de nossos jovens, cujos nefastos resultados colhemos até hoje.

A vinda do Magnano somente expôs com mais clareza essa nossa deficiência nos fundamentos do jogo, obrigando-o a dinamizar o sistema único que adotamos através da utilização do passing game, até o momento em que, talvez por sua própria influência, adotemos um ensino mais sério dos fundamentos, e quem sabe, a substituição do sistema único por algo mais fluido e inteligente.

Finalmente, torna-se inadmissível uma escola de futuros técnicos que professe a via única, que é o caminho dos medíocres e incapazes de criar, sequer improvisar, pois só improvisa quem domina integralmente sua atividade profissional, generalista e universal.

Enfim, só improvisa quem sabe.

Amém.

UM TALENTO MVP…

Inicialmente parabenizo as jovens equipes brasileiras por tão honrosos e promissores resultados nos campeonatos Mundial Feminino sub-19 e Sul Americano Masculino sub-17.

Como não tenho por hábito comentar o que não vejo, já que ilações advindas de análises estatísticas passam ao largo da dura realidade dos jogos, seus aspectos táticos e suas minúcias técnicas, é que me proponho tão somente emitir algumas considerações sobre o único jogo transmitido pela TV, onde a seleção brasileira enfrentou a norte americana numa das semifinais do Mundial.

Alguns críticos já vinham apontando, pela análise das estatísticas dos jogos, os altos números de erros de fundamentos, assim como os baixos índices de arremessos e as falhas consecutivas do sistema defensivo, que em síntese, retratam a nossa crua realidade ante a teimosa e já cansativa priorização dos sistemas de jogo e da preparação física, por sobre o ensino e a pratica dos fundamentos.

E a visualização destes pormenores, confirmou pela enésima vez, os repetidos óbices em nossa preparação de base, pois triste se torna a confirmação de que, acima de qualquer prioridade que vise o pleno domínio das técnicas individuais, prevalece desde sempre a imposição tática, advinda de um sistema único de jogo, maciçamente coreografado por técnicos que prezam mais seus coercitivos comandos, do que o domínio absoluto, e por isso mesmo altamente criativo (o que mais temem…), dos fundamentos individuais das jovens jogadoras.

Triste comparar tal domínio por parte das americanas (a maioria ainda com 17 anos), no drible, fintas, passes, arremessos, rebotes, postura defensiva, contra ataques, movimentação ofensiva incisiva, em contraste com nossas gritantes carências nestes mesmos pontos, porém singelamente tentados serem equiparados pela pujança física e enorme talento de nossas jogadoras, frente a uma igualdade  negada às mesmas por uma geração de técnicos voltada para dentro de suas vaidades, suas absurdas pranchetas (e aqui cabe um pormenor, pois pedidos de tempo foram transmitidos pela TV, quando nitidamente a técnica americana situava em sua prancheta aspectos e comportamentos técnicos individuais que deveriam ser tomados por suas jogadoras, ao passo que nosso técnico se estendia permanentemente sobre a movimentação de jogadas, o aspecto coreográfico que tanto menciono, quando as falhas a serem dirimidas seriam de caráter puramente individual, mas como as mesmas não são levadas em conta por nossas comissões desde sempre, sua coerência, apesar de altamente falha, foi mantida), apesar do pouco preparo nos meandros detalhistas dos fundamentos, onde cursos de 4 dias de duração(onde são graduados, classificados, ou mesmo provisionados) jamais os colocarão a par do que representam para o completo conhecimento do grande jogo.

Mas apesar de tantas deficiências, foi uma de nossas jogadoras a MVP da competição, não que se caracterizasse como eximia praticante dos fundamentos (onde tem serias deficiências), mas sim por sua pujança atlética, liderança e espírito guerreiro, e que mesmo com uma importante falha na mecânica do arremesso, ainda terminou a competição como a cestinha e melhor reboteira. Fico imaginando esse esplêndido talento  devidamente corrigido e fortemente preparado nos fundamentos, seria inigualável. E como exemplo de uma de suas carências, observemos alguns detalhes em seu arremesso, belo esteticamente, falho tecnicamente.

Nas fotos acima, comparemos a jogadora americana Hartley com a Damires no ato do arremesso em suspensão. Detalho o posicionamento das mãos no clímax do lançamento, e o que constatamos? Damires empalma a bola com sua longa mão, onde o contato com a mesma vai das falanges até as falangetas, oferecendo uma sucessão de entraves desestabilizadores quando da soltura final, com perda de força e direcionamento (alguns de seus arremessos sequer chegaram ao aro), pelo simples fato de não saber, ou nunca ter sido orientada e ensinada, que o controle tátil de uma esfera tem de ser exercido através pontos referenciais que envolvam a bola com equilíbrio e eqüidistância, ou seja, tocando-a somente com as falangetas dos dedos, como o exemplificado pela americana. E assim como a Damires, nossas outras jogadoras apresentaram falhas nos arremessos, inclusive bandejas, além, muito além de não dominarem a ambidestralidade básica nos dribles, tornando nossas armadoras, alas e pivôs previsíveis em suas esparsas investidas defesa a dentro.

Enfim, pelo seu talento inato e cru, alcançaram um brilhante terceiro lugar, e neste ponto deveríamos nos perguntar – E se nestes seis meses de treinamento, fossem 3/5 dos mesmos dedicados à técnica individual, cerne do futuro coletivismo, já que o nivelamento técnico se faria sentir, para ai sim, irem em busca de um sistema de jogo que realçasse suas habilidades e criatividade, em vez de saírem pelo mundo para  angariar “experiência”, mascarando reais deficiências, sedimentando um sistema anacrônico, pelo simples fato de não funcionar sem o suporte do básico, os fundamentos?

Eis uma instigante pergunta, com resposta favorável na medida em que competência, experiência e conhecimento do grande jogo seja a pedra de toque na orientação e ensino de nossa tão relegada formação de base.

O talento de nossos jovens já se faz merecedor de uma preparação mais cuidadosa, competente e responsável. Assim deve ser, e com o beneplácito dos deuses, o será, um dia…

Amém.

PS- Clique nas fotos para ampliá-las, e Control-Shift ++ para maior detalhamento. (Fotos FIBA)

“CHIFRE”…

(…)”Então fica a esperança de que com o título de ontem e com a produção de cinco armadores de bom nível que os jovens de um modo geral sejam bem trabalhados em seus clubes e nas seleções de base. De novo: não é que não tenha jogadores aqui (seria bobeira demais pensar nisso). Há, e há aos borbotões ainda. A questão é como lapidá-los e formá-los”.

Este é o parágrafo final do artigo Brasil revê grande safra de armadores, publicada por Fabio Balassiano em seu blog Bala na cesta, em 24/7/11.

“A questão é como lapidá-los e formá-los”, apregoa o excelente jornalista, e aqui, desta humilde trincheira ouso responder que nunca serão lapidados e formados a permanecer esse absurdo e retrógado sistema único de jogo, que os transformam em sinaleiros e maratonistas, e de uns tempos para cá, finalizadores, em vez de articuladores e organizadores de uma verdadeira equipe de basquetebol.

Observem bem a foto acima, na qual fica exposto todo o equivoco que a caracteriza, quando vemos um armador de seleção brasileira ereto e com a bola inerte em sua mão, atitude de quem acaba de receber um passe, e com a outra mão sinaliza um indefectível “chifre”, nomeada e sedimentada jogada que até os esquimós já conhecem, numa atitude que consume, na melhor das hipóteses, uns 3-4 segundos, de um total de 24 a que sua equipe tem direito de posse de bola a cada ataque, e durante toda uma partida, num desperdício de tempo absurdo e indesculpável. E mais, logo após um passe lateralizado, lá vai nosso comandante percorrer uma trajetória circular por trás da defesa adversária, num percurso aproximado de 20 metros, repetidos monocórdicamente a cada ataque realizado, num outro e lamentável desperdício, o físico. E mesmo quando driblando, o comportamento é o mesmo, na perda estúpida de um tempo crucial.

Vez por outra tentam um bloqueio frontal com a ajuda de um pivô, que se desloca das proximidades da cesta, sua colocação básica e estratégica, para fora do perímetro, a fim de tentarem algo próximo de um corta-luz de facílima defesa, restando aos indigitados protagonistas arremessos desesperados de três pontos, ou uma desbalanceada penetração.

Então, como fazer com que esse armador produza algo baseado em uma percepção aguçada e treinada de leitura de jogo, se perde um tempo precioso fazendo sinais, arrumando seus companheiros nas estratificadas posições, e correndo maratonas sem a posse da bola, e fora do foco direto das jogadas? Como? Desobedecendo a coreografia estabelecida e pranchetada por seus técnicos, que se tentadas os fazem fregueses assíduos dos bancos de reservas? Ou simplesmente abdicando de uma ousada e pensada atitude tática, para preservar seus minutos em quadra? Sem dúvida alguma, nossos armadores que não são lapidados, mas sim formados, não, formatados a um comportamento obediente desde muito, muito cedo, talvez sequer se conscientizem da existência de outras formas de jogar e atuar, se percorressem outros sistemas, e mesmo outras cabeças que os lapidassem e formassem.

No mesmo blog Bala na Cesta de hoje, uma ótima entrevista com o grande Dirk Nowistzki, nos transporta a um universo bem distinto do nosso, e completamente dispare à realidade da própria NBA, de onde se originou o sistema único que nos adotamos com a sofreguidão de uma religião absolutista, mais ainda quando ele afirma: “Acabei percebendo com o tempo que não precisava de tiros longos para ser um jogador dominante e que precisaria me tornar mais versátil se quisesse ter vida longa na NBA. Quando cheguei na liga precisei me acostumar com o jogo de contato que há por lá, e acabei me esquivando um pouco disso nos tiros de três pontos. Além disso, tive que me tornar um passador e um defensor melhor, além de adquirir técnicas de infiltração, coisa que não tinha quando era um novato”. E sobre a armação da equipe: “Sobre o Carlisle, ele teve o mérito de ter fechado e unido o grupo como nunca havia visto na liga. Além disso, e isso vejo pouca gente falar, deu grande liberdade para o Jason Kidd armar – e acho que isso deu resultado, né.”

E mais poderia dizer se abordasse a formidável dupla armação que propiciou toda aquela gama de criatividade aflorada no Jason, no Terry e no Barea, arma letal que impulsionou os homens altos para dentro das defesas adversárias, e dando ao Dirk a oportunidade de expor todo o seu enorme e formidável repertório de ações ofensivas.

Sim meu prezado Fabio Balassiano, lapidar e preparar nossos armadores é um dos caminhos que temos de percorrer para soerguermos o grande jogo entre nós, mas como fazê-lo sob a égide e domínio de um sistema totalmente manobrado de fora para dentro das quadras, em todo o país, em todas as faixas etárias, em todas as divisões, e que se perpetua através cursos de 4 dias na formação(?) de até agora, 490 novos técnicos, através uma ENTB que não enxerga um palmo além dos narizes de seus doutos líderes, utentes e destacados defensores do sistema em questão?

Quando desde sempre defendi, difundi, preparei e lapidei armadores para atuarem em duplas, se ajudando e socorrendo em todas as instâncias de um jogo ferozmente arraigado e manipulado a técnicos e pranchetas de passos marcados, o fiz com a deliberada atitude de quem respeita acima de tudo, a técnica individual através os fundamentos do jogo, e mais ainda, através o poder de criação, somente acessado por aqueles que prezam a arte do discernimento, do livre arbítrio, que são os fatores inerentes ao progresso de um núcleo humano, de uma equipe desportiva ( aqui um exemplo prático).

Sim, temos talentos aos montes, jovens que poderiam liderar suas equipes com a força e o embasamento de seus fundamentos e de sua criatividade, mas, infelizmente, poucos são aqueles que detêm o conhecimento para lapidá-los e treiná-los, já que expurgados do meio por não rezarem da cartilha que ai está implantada e cristalizada.

Finalmente, afirmo com convicção, de que se não abrirmos as portas para novas formas de jogar e de preparar nossos jovens, dificilmente tornaremos a nos ombrear no plano internacional, pois de 1 a 5, o mundo lá fora tem bem melhores e mais preparados jogadores do que nós, essa é a mais pura realidade.

Amém.

RESPONDENDO AO CLIPPING DO ALCIR…

Pergunta-me o Alcir Magalhães do Clipping do Basquete – Qual a sua opinião e/ou avaliação sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido nas categorias de base do basquete brasileiro, e o que precisa ser feito para voltarmos a ter a hegemonia no continente sul americano? Resposta – Acabo de assistir um tempo inteiro do jogo Brasil x Argentina na sub-16 em Cancun, e um segundo tempo somente pelas estatísticas, já que o site da Fiba Américas entrou em colapso lá pelas mais de 400 visitas ao mesmo. E o que vi? Primeiro, uma derrota que nos eliminou de mais um Mundial, e sempre por uma equipe hermana. Segundo, a indigência para lá de endêmica de nossos jogadores nos fundamentos do jogo, ante uma gurizada argentina que já dá enormes passos em seu pleno domínio, principalmente seus jogadores mais altos, tanto nos rebotes (pegaram “somente” 49, contra 32 dos nossos), e o pleno domínio ofensivo próximo à cesta, além de todo o grupo marcar com precisão nos dois perímetros, principalmente o externo, somente permitindo 3/4 arremessos de três dos nossos, contra 8/22 deles nos três, obrigando-nos às penetrações, quase sempre bloqueadas por seus altos e ágeis pivôs. Como vemos, desde cedo mantemos nossa incapacidade de defesa fora do perímetro, e eles não, engraçado, não acham?…

Agora, o que realmente impressiona é constatar que, mesmo jogando o sistema único, a diferença abissal no domínio dos fundamentos, explica e define de uma vez por todas onde a desigualdade é mais flagrante, onde a escola argentina é mais determinante, onde eles nos vencem, e continuarão vencendo enquanto nos dedicarmos nas divisões de base nacionais ao preparo físico“científico”, nos testes fajutos de  definição de talentos (um absurdo inominável…), e na preparação quase doentia nos sistemas de jogo, em vez de simplesmente os ensinarem a jogar, a amar o grande jogo, pelo conhecimento, pela descoberta, pelos fundamentos.

Mas para tanto, precisam nossos gênios da técnica “aprenderem a   ensinar”, conhecerem profundamente “o que ensinar”, e dominarem “o como ensinar”, detalhada, profunda e didaticamente, e não atrelados a modelos e formas direcionadas à formatação e padronização de falsos comportamentos, e mais falsas ainda, panacéias técnico táticas, pranchetas inclusas.

E como o padrão emanado de uma tragicamente equivocada coordenação técnica, incide desde as sub-15 até as sub-19, um quadro sombrio se apresenta ao nosso futuro basquetebolistico, ainda mais quando apresentam tal projeto como referencial aos novos técnicos, principalmente através os conteúdos de uma ENTB mais equivocada ainda, em seus cursos de quatro dias, onde o ouvir e anotar substitui o fazer e praticar por um longo tempo, que queiram, ou não, ainda é a única maneira de conhecer e se aprofundar no grande jogo.

Talvez agora comecemos  a compreender a catástrofe que foi a retirada dos cursos de educação física da área das ciências humanas, para a das ciências da saúde, e a correlata criação dos bacharelatos, todo um plano magistralmente elaborado para que a implantação do culto ao corpo se tornasse na mega indústria que movimenta hoje cerca de 15 bilhões anuais, e que de forma alguma poderia ter como concorrente natural e constitucional a futura massa clientelista de suas holdings, os jovens atendidos por uma educação física escolar de qualidade. Confef/Crefs, hoje avalizam essa industria, utilitária de seus registrados bacharéis e provisionados, e de bote pronto aos professores escolares, para transformá-los em idefectiveis profissionais de ed.física a serviço da mesma.

Mas esse aspecto tem a ver com o basquete Paulo? Sim, pois as escolas de educação física substituíram o ensino dos desportos, que normalmente preenchiam 3 a 4 semestres por modalidade, além das pós graduações de uma ano, substituindo-as por disciplinas biomédicas, a ponto de hoje formarem paramédicos de terceira categoria, em vez de professores e técnicos desportivos, que, como exemplo, têm no máximo 40 horas de basquetebol em sua formação, em vez das 180 quando pertenciam à área das ciências humanas.

Somemos a essa triste evidência, a débâcle econômica dos clubes, onde o aperfeiçoamento dos jovens provindos das escolas era magistralmente concebido, por uma plêiade de formidáveis técnicos, não só nas grandes metrópoles do sudeste, como no país inteiro, e em tal quantidade, que levou o basquete ao nível de segundo desporto nacional, e por extensão, à formação de grandes seleções que nos deram títulos mundiais e medalhas olímpicas, além do domínio sul americano irrefutável, hoje perdido para os argentinos, e para o…volei.

Hoje, muito pouco se joga basquete no país, substituído por um vôlei inteligente, e marqueteiramente bem dirigido, substituindo marcas, símbolos e até camisas que marcaram a era do basquete (vide foto acima), direcionando-os à “nova paixão do povo brasileiro”, o vôlei olímpico e mundial, reduzindo o grande jogo a um pálido, descolorido e amorfo uniforme branco, o mesmo que vi hoje na derrota de nossa equipe sub-16, para uma orgulhosa equipe argentina em seu uniforme clássico e intocável.

Todos esses óbices podem ser revertidos? Sim, na medida em que sejam corrigidas tais distorções, onde a meritocracia volte a ocupar o lugar do QI, das ações entre amigos, das padronizações e formatações técnico táticas, do profissionalismo precoce, do faz de contas nos fundamentos, na implantação de conteúdos realmente técnicos numa ENTB coordenada como uma verdadeira escola, e não um cartel de interesses unilaterais, e que, finalmente se dê partida a uma associação de técnicos, séria e determinada, sem a qual nada evolutivo e elucidativo ocorrerá no âmago do grande jogo entre nós.

E para que fique mais claro meu posicionamento, sugiro a leitura do artigo – A ESCOLA,,, , complementando a resposta ao debate promovido pelo Alcir.

Amém.

PS-Clique na foto (reprodução de Tv aberta) para ampliá-la.

E AGORA, CAROS COLEGAS?…

Se o Coach K se adiantou no Mundial apresentando um sistema de jogo fundamentado na dupla armação, e jogadores altos transitando aleatoriamente pelo perímetro interno, indignando os puristas americanos e as viúvas do sistema único que por aqui colonizadamente pululam, imagino agora o grau de perplexidade de que estão acometidos com o que foi apresentado ontem pela equipe do Dallas, com sua trinca de armadores, o Kidd, o Terry e o Barea, se revezando de dois em dois, e seus altos alas pivôs bagunçando o coreto interno do Heat de tal forma, que no quarto final, passes e mais passes foram lançados de dentro para fora do perímetro para os equilibrados e soltos arremessos de três a não mais poder.

E o que argumentar sobre o “terrível” perigo dos mismatch’s a que a equipe do Texas se expunha com dois baixos armadores em quadra, obrigados a bloquearem gigantes como Lebron e Wade? Lógico, que para os escravos das estaturas e dos grandões, soaria como uma blasfêmia inominável, porém, em seus limitados conhecimentos sobre fundamentos básicos do jogo, jamais dimensionariam duas óbvias realidades, a de que para penetrar defesa adentro, tanto James, como Wade necessitariam do drible progressivo, e da finta  em deslocamento lateral, ambos os movimentos realizados abaixo da cintura, logo, dentro dos domínios defensivos dos três armadores do Dallas, que também os lançavam para as laterais da quadra, onde somente a ação de arremessar por cima dos mesmos,baixos que são, poderia ser possível, já que a possibilidade de ir de encontro a um possível rebote deixaria de existir naquela posição.

A dupla armação da equipe do Dallas somente foi contestada quando da entrada de um armador de oficio, como o Bibby, pois o Lebron, que se postava repetidamente na função não conseguia progredir satisfatoriamente pela intensa pressão que sofria, no entanto, o técnico do Heat teimava na formação clássica da NBA, apostando suas fichas no trio de craques de sua equipe, e um só armador para acioná-los, e por isso perdeu, e tornará a perder se não contrabalançar as ações e o posicionamento dos jogadores do Dallas.

Essa mudança de padrão de jogo deverá influenciar decisivamente  no futuro da grande Liga, anteriormente ensaiado pela equipe do Suns, dois anos atrás, e que foi tão duramente criticada.

E foi no transcurso daquele quarto e brilhante final, que meu filho me flagrou com um discreto e amargo sorriso nos lábios, sabedor da triste emoção que estava sentindo pelo fato de ter estudado, desenvolvido e aplicado desde sempre como técnico de basquetebol, (e lá se vão mais de 50 anos…), exatamente as bases do sistema a que estava assistindo a cores e cinematográfico HD, um  sistema similar que ousou desenvolver no NBB2, na direção do Saldanha, e que empregou no Barra da Tijuca 15 anos atrás, e que por conta disso, foi defenestrado do NBB3, e dos subseqüentes, certamente.

Mas, se a equipe do Dallas for a campeã, não tenhamos a menor dúvida de que a dupla armação e a trindade de alas pivôs será implantada na maioria das equipes nacionais, pois se a matriz assim age, por que não a filial, ou pretensa e infeliz filial?  Afinal, estudar para que, se um novo prêt à porter está no forno prontinho para ser consumido?

Aliás, o que terá a dizer a ENTB em seus próximos cursos de fim de semana? Mudará seus conceitos sobre o sistema único, extravasado e difundido inclusive nas seleções de base (a seleção sub-19 embarcou para o Mundial com somente dois armadores…), ou se adequará ao sopro que emana do hemisfério norte, já que o daqui não passou de um arfar?

Mais, o que dizer das duas idas do Wade para o vestiário em pleno jogo, mancando e sentindo fortes dores nos quadris, e conseqüentes voltas, lampeiro e pronto para o combate enquanto o efeito da “água milagrosa” persistisse?

E que dizer da entrega psíquica e física do Lebron, repetindo o desastre em Cleveland, senão os efeitos de um corpo cansado e estafado pelo efeito incontornável do tempo? Aliás, qual a verdadeira idade do Lebron?

Amém.

DISCUTINDO A ENTB…

Com o email acima, o Prof. Dante De Rose iniciou uma aproximação comigo, mas as circunstâncias que cercavam a fundação da ENTB, concorreram para que eu me mantivesse afastado da mesma, por motivos que externei numa série de artigos postados no blog. Mais adiante, o Prof. De Rose  insistiu na aproximação, postando o seguinte email:

Prezado Paulo

Tenho acompanhado suas manifestações sobre a ENTB e na condição de coordenador pedagógico da mesma gostaria de me dirigir a você com todo respeito que sempre me mereceu desde nossos contatos na pós da USP e BRASTEBA.

Perdemos contato mas creio que você deva me conhecer o suficiente para reconhecer minha luta constante pelo basquetebol. Inclusive pela criação de uma Escola.

Segundo informações recebidos, durante reunião da Liga a Escola foi apresentada e os treinadores foram convidados a participar da elaboração do projeto. Isto resultou na participação de vários: Lula, Flávio, Guerrinha, Bial, Ênio, entre outros.

Em um determinado momento eu, pessoalmente, enviei a você um email, convidando-o a participar, já que você tinha sérias restrições quanto à Escola e sua presença poderia ser de muita valia para melhorar nosso processo. Não recebi resposta deste email e seus ataque à ENTB cotinuaram sem que nunca nós tivéssemos a oportunidade para conversar sobre o assunto.

Sua colocação neste email adjetivando a Escola como “farsa” me parece muito inadequada pois atinge profissionais de conduta ilibada e com carreiras bastante significativas em nosso basquetebol. Eu não me considero um “farsante”, pois entendo que se você coloca a Escola como “farsa” aqueles que dela participam seriam “farsantes”.

Não me parece justo este tipo de citação.

Estamos todos imbuidos dos melhores propósitos para tentar ajudar o basquetebol. A ENTB não é e nem pretende ser a salvação da lavoura. Mas talvez consiga

contribuir um pouquinho. Reconheço que há muito o que melhorar e pessoas com a sua competência e experiência poderiam contribuir demais para isto.

Como sempre, coloco-me à sua disposição para discutirmos o assunto.

Abraços

Atenciosamente

Dante

On Mon, 24 Jan 2011 07:45:07 -0200, “Prof. Dr. Dante De Rose Junior”

<danrose@usp.br> wrote:

Prezado Paulo

Reenvio o email enviado no dia 20 de janeiro, reforçando o convite para que venha contribuir com suas idéias para melhorarmos nosso projeto.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Dante De Rose Junior

Respondi ao email da seguinte forma:

Dante, como é largamente sabido no nosso ambiente basquetebolistico, a mais contundente restrição que faço desde sempre à ENTB é a sua coordenação e criação ter sido entregue a um preparador físico, sob os pretextos mais absurdos de que jamais tive conhecimento nos 50 anos que milito no grande jogo. Fosse você, o Aloisio,o Helio, ou um outro professor e técnico o responsável pela implantação da Escola, e ter sido formalmente convidado a participarde sua organização, estaria de muito colaborando com a mesma. Não concordo e não admito essa inversão de valores, que já vai se transformando em algo corriqueiro em nosso infeliz país. No meu ponto irrevogável de vista, esse é o fator restritivo que  nega à ENTB o grau de confiabilidade e reconhecimento acadêmico indissociável a uma Escola de verdade. Hierarquia e mérito são fundamentos básicos na constituição de uma academia de ensino.

Saudações universitárias.

Paulo Murilo Alves Iracema.

PS- Me reservo o direito de tornar pública esta resposta, na medida de meu particular interesse. PM.

Prezado Paulo

Fico feliz pelo contato.

Gostaria de esclarecer que eu não conheço os motivos pelos quais o Diego foi incumbido de coordenar o projeto. No entanto, assim que ele iniciou, o Diego me procurou para participar e ajudá-lo a desenvolvê-lo. E assim fizemos o convite a vários técnicos que passaram a participar do projeto. Em nossas reuniões preliminares tivemos a presença de cerca de 30 pessoas diretamente envolvidas com a área técnica e acadêmica. Citando alguns: Lula, Guerrinha, Bial, Flávio Davis, Medalha, Hermes Balbino, Roberto Paes, Sergio Maroneze, Ênio Vechi, Paulo Bassul, Macau, Byra Bello, Miguel Ângelo, Chuí, Tácito, Ruben Magnano, entre outros.

Como vê a participação dos treinadores foi maciça.

Eu entendo que o fato de ser um preparador físico não o descredencia para o cargo. Mas esta é uma opinião pessoal e respeito muito a sua.

O que posso te adiantar é que, a partir de março a coordenação da ENTB estará sob minha responsabilidade. Assim sendo, ratifico meu convite para que você participe conosco e traga suas idéias e experiências para melhorarmos o projeto da ENTB.

Em relação à publicar sua resposta fique à vontade. E se achar conveniente fique também à vontade para publicar a minha.

Abraços

Dante

Com essa decisão, publico hoje os emails, assim como respondo a alguns conteúdos inseridos nos mesmos:

– Em nenhum momento do processo de implantação da ENTB fui convidado formalmente para compor o quadro que estudava a criação da mesma.

– Todos os componentes dos três setores da ENTB foram convidados pela direção técnica da CBB, omitindo grandes nomes do basquete brasileiro na formação de base, optando pelos técnicos a ela ligados, e guardando para si o Comitê de Desenvolvimento, confome publicação oficial da CBB.

– A coordenação da ENTB, entregue ao preparador físico das seleções nacionais, determinou de imediato o meu não  apoio à escola, pela quebra hierárquica que deve sempre ser preservada, basicamente na área da Educação e do Desporto.

– A afirmativa no último email, de que a partir de março a coordenação da ENTB seria de sua responsabilidade, e que desconhecia os porquês da indicação do atual coordenador, conota uma reviravolta política dentro da escola, haja vista o descontentamento de muitas pessoas ligadas ao basquete com aquela indicação, veementemente contestada por mim desde o inicio do processo.

– A confirmação do envolvimento direto do sistema Confef/Cref na formulação, implantação e reconhecimento da ENTB, como fator balizador de sua existência.

Enfim, ficam confirmadas todas as alegações que consubstanciaram minha imediata repulsa “à forma” de como foi criada a ENTB, reforçada por uma declaração de um de seus fundadores, o Prof. Bira Bello, que afirmava;

“ A comunidade do basquetebol está em festa. A Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol, ENTB, uma antiga reinvidicação dos técnicos de basquetebol do nosso país, finalmente saiu do papel e é uma realidade. Sei que muitos técnicos ainda questionam a forma como a ENTB foi criada mas era preciso criá-la, não importando como. A partir da sua criação, com certeza, muita coisa terá que ser corrigida mas isso se tornará mais fácil. O importante é que teremos a partir de agora uma entidade que norteará todo o trabalho dos profissionais envolvidos com o esporte da bola laranja” (…).

(Trecho da matéria publicada pelo Prof. Byra Bello no seu blog Lance Livre em 19/6/2010).

Como podemos então atestar, a criação da ENTB foi eivada de erros e equívocos, não só administrativos, como técnicos, e principalmente, pelo seu teor eminentemente político nas escolhas iniciais para a sua implantação, transformando-a numa farsa de si mesma, quando deveria ter pautado o caminho do mérito e da hierarquia acadêmica, pois afinal, se tratava de uma Escola. Concordo, e me penitencio por parecer que denomino bons profissionais como farsantes, no que não é o caso, e sim lastimando vê-los envolvidos no que apontei acima,

uma ansiada escola que se transformou numa farsa de si mesma, pelos muitos erros, pela impensada pressa em implantá-la a qualquer custo, pelo equivoco técnico politico.

Acredito que devam estar esclarecidos os desvãos que separam meu posicionamento da realidade político desportiva da ENTB/CBB, desvãos estes até esta data, intransponíveis.

Amém.

ENFIM, DISCUTE-SE A ENTB/CBB…

Enfim discute-se a ENTB/CBB, e o debate entre o seu coordenador pedagógico, Prof. Dante De Rose e o Prof. pernambucano Raul Lopes tem rendido excelentes enfoques publicados pelo Clipping do Basquete, editado pelo incansável Alcir Magalhães de Brasília.

Um pouco antes deste debate, publiquei vários artigos sobre o tema Escolas de Técnicos, tendo, inclusive, recebido dois email’s do Prof. De Rose, mas em caráter pessoal, os quais ainda não respondi, pois manter em sigilo um assunto desta importância para a comunidade do grande jogo não corresponde à realidade deste blog, onde assuntos desta magnitude sempre são levados ao conhecimento público, a fim de suscitar debates e reflexões, fundamentais para o encaminhamento da modalidade ao encontro das análises, sugestões e realizações voltadas ao desenvolvimento democrático da mesma. No entanto, o sigilo jornalístico tem de se manter íntegro, até o momento em que ambas as partes permitam sua divulgação, como ocorreu entre os dois professores acima citados.

A concessão ao conhecimento público da correspondência dos dois eminentes professores divulgadas e publicadas pelo Clipping, deixa-me na expectativa de que algo correlato possa ser alcançado pelo conhecimento público do debate privado, e ainda unilateral, desenvolvido por mim e o Prof, De Rose, pois atinge o cerne da discussão, ou seja, a constituição e regulamentação da ENTB, assim como seus poderes e quadros dirigentes e de assessoria, constituídos por convites, e não pela gradação meritória dos técnicos que a compõe.

O Prof.De Rose contesta minhas posições, cobrando-me educadamente  respostas e colocações, mas, a exemplo (bom exemplo…) de seu debate com o Prof. Raul, dou-me o direito ao silêncio coloquial, guardando as devidas respostas se puderem ser veiculadas publicamente, como devem ser os debates de interesse social.

Quanto à minha colocação pública de que a ENTB é uma farsa como instituição de ensino do basquetebol, mantenho-a, já que voltada ao estabelecimento permanente e definitivo de uma forma de atuar, divulgar, ensinar e perpetuar um sistema único de jogo, de influência exógena, e contrária à nossa vocação histórica pela prática diversificada e generalista, respeitando as regionalidades e a constituição multifacetada de nosso gentio.

Finalmente, conclamo a todos os técnicos, para que se manifestem sobre tão importante tema, debatendo-o e estimulando novos posicionamentos, a fim de que uma Escola de Técnicos represente o que temos de melhor a ser ensinado e divulgado nos mais recônditos limites deste grande país, e não um simples instrumento de formatação e padronização do que ai está, teimosamente implantado por um grupo que se perpetua no comando.transformando-o num nicho corporativista e único.

Podem enterrar a verdade, matá-la, nunca. Que ela floreça, forte e definitiva.

Amém.

A ESCOLA…

Lendo o magnífico Clipping do Alcir, me deparo com este depoimento do Prof. Raul Lopes, que passo a reproduzir:

Repassamos o e-mail do Prof.Raul Lopes, para conhecimento de todos.

CLIPPING DO BASQUETE

—– Original Message —–

From: raul lopes

To: clippingdobasquete2@gmail.com ; alcirmf@terra.com.br

Sent: Tuesday, January 18, 2011 5:12 PM

Subject: Escola de Técnicos

Alcir (permita-me a intimidade)

Atendendo sugestão de Carlos Antônio Silva Oliveira, o qual encaminhou recentemente para mim alguns temas tratados por você no Clipping do Basquete, estou utilizando esta mensagem para dar conhecimento de minha posição relativamente ao curso programado para o Recife pela ENTB nos próximos dias.

Inicialmente, quero me apresentar, muito embora há alguns anos já o conheça em função das frases interessantes que você postava e que colecionei durante algum tempo, bem como, do próprio Clipping.

Meu nome é Raul Siqueira Lopes, pernambucano de Recife, 62 anos nos próximos dias.

Sou Doutor em Ciências do Desporto pela Universidade do Porto, especialista em basquetebol pela Universidade Central Estatal de Cultura Física de Moscou (1985/1986 – na antiga URSS) e estou no basquete desde 1963 (como atleta no passado longínquo e atualmente atleta (?) master; técnico de escolas, clubes, universidade e seleções estaduais; professor universitário da modalidade (dentre outras disciplinas),  na graduação e pós-graduação).

Na sequência, anexo o teor de mensagem enviada para meus colegas sobre o curso programado para Recife:

“Prezados colegas

Creio que todos tomaram conhecimento sobre um curso que será realizado no Recife no final deste mês.
Para quem participou das reuniões que realizamos no ano passado já verbalizei meu pensamento sobre o processo de criação da escola de técnicos da CBB.

Obs. Estas reuniões foram fruto de convite que recebi para coordenar as categorias de base da Federação Pernambucana de Basketball.
Apesar disso, para não passar por omisso e para não deixar dúvidas, registro de forma sucinta através deste documento qual a minha posição sobre o fato, e, mais especificamente, sobre o curso citado acima.

1- Em julho do ano passado, fui convidado para participar do curso para técnicos do nível 3 (em São Paulo) e ponderei de que não poderia participar de algo que em princípio sou contra, não a idéia, porém, o formato em que foi estruturado. Inclusive, divulguei este fato em uma de nossas reuniões.

2- Em nenhum momento solicitei, incentivei ou tive participação no processo de estruturação do curso programado para Recife;

3- Por diversas vezes, foi dado a entender que eu poderia ser uma espécie de interlocutor nas discussões sobre a “escola de técnicos”, mas isso nunca ocorreu.

4- Como nunca tratei sobre o assunto com ninguém da CBB ou ENTB, para minha surpresa recebi uma ligação (creio que de São Paulo) de que, como fato consumado e sem minha anuência anterior, eu seria o coordenador do curso aqui em Recife.
Como estava prestes a iniciar uma aula na UPE e não podia demorar na ligação, fui sucinto e informei que precisava conversar sobre a escola de técnicos e que, de qualquer forma não estaria no Recife na época do citado curso.
Sobre o interesse de conversar sobre a escola de técnicos, estou esperando até hoje para discutir o tema.

5- Em função do exposto acima e por não estar em Recife no prazo estabelecido para o citado curso, desautorizo quem quer que seja a utilizar meu nome como avalista do evento;

6- E para não me alongar, alerto a todos para que reflitam sobre desdobramentos que irão ocorrer em futuro bem próximo, particularmente, no que diz respeito aos direitos adquiridos de todos aqueles que possuem formação específica para exercer a função de técnico, inclusive sob o ponto de vista financeiro.
Isto significa que apesar da legislação vigente que ampara e certifica todos os que já adquiriram legalmente o direito de exercer a função de técnico, caso aceitemos pacificamente o que está sendo imposto de cima para baixo, com a suposta promessa de que esta escola de técnicos será a redenção do basquete brasileiro, poderemos ter prejuízos importantes no futuro próximo.
Se é mesmo verdade que o interesse maior é a “redenção” do basquete brasileiro, porque os cursos são pagos?  Porém, como já referi anteriormente, o fato é que tem gente ganhando dinheiro nessa história.

Pensem sobre isso!

Desculpando-me pela longa mensagem, despeço-me citando Costa (1985) sobre pensamento atribuído a Maiakovski que inseri no livro Superbasquetebol (1991).
Este pensamento serve para sintetizar o momento atual e os perigos que ele traz:
“Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta, e porque não dizemos nada, já não podemos dizer nada.”

Quando retornar, se houver interesse coloco-me à disposição para conversar com maior detalhamento sobre o assunto.”

Este foi o teor e você poderá utilizá-lo (ou não) de acordo com sua conveniência. Por outro lado, caso tenha interesse poderemos “conversar” mais sobre o tema.

Atenciosamente

Raul Lopes

Sinto-me aliviado e contente por não mais me considerar o patinho feio e discordante neste seriíssimo assunto, que mexe com todos os atuais, passados e futuros técnicos de basquetebol do nosso imenso país, ainda mais quando esse depoimento parte de um professor universitário, como eu, Doutor em Ciências do Desporto em Portugal, onde também me doutorei na mesma área, e técnico especializado no grande jogo a mais de 40 anos( tenho 10 anos a mais…), e no qual expõe com toda sua experiência e alta qualificação o grande equivoco representado pela ENTB, não pela sua existência, mas sim pela forma de como foi concebida, e é dirigida.

Desde muito tempo me engajei nessa luta, solitariamente, e agora numa ilustre companhia, sinto que tende a evoluir em grandeza, no surgimento de algo muito forte e poderoso, o comprometimento com a verdade e a coragem de defendê-la ao custo que for.

Recordemos alguns artigos devotados ao assunto ENTB, e os juntemos ao forte e oportuno testemunho do Prof. Raul Lopes, com o meu mais alto respeito e admiração.

CERTIFICAÇÃO (OU PROVISIONAMENTO?)… 22/6/2010

TÉCNICOS POR ATACADO… 27/6/2010

NIVELANDO POR… 8/7/2010

ALICERCES DE BARRO… 5/12/2010

ENGANAR E ADORAR SER ENGANADO… 13/12/2010

Amém.

O GRANDE E VERDADEIRO IMPASSE…

Estamos em plena temporada, com as ligas masculina e feminina a todo vapor, assim como as divisões de base em suas federações, e mais do que nunca uma discussão tem estado presente em todas as mídias especializadas, o  futuro técnico da modalidade, a sobrevivência do grande jogo entre nós.

Aos poucos, os campeonatos vão encontrando suas formulações dentro da nossa realidade e de nossas limitações econômicas, com a predominância daqueles estados mais tradicionais no basquetebol, mas também em outros que se apegam na tradição e no amor de alguns abnegados, que não deixam morrer o jogo de suas vidas. Tenho recebido muitos relatos e notícias vindas das mais longínquas fronteiras de nosso imenso país, todas voltadas ao soerguimento e a manutenção do outrora segundo esporte no coração e na mente do povo brasileiro, e isso, por si só, nos enche de esperanças em dias melhores.

No entanto, vejo como entrave gigantesco a essa perspectiva renovadora, o maior de todos os nossos problemas, a mesmice coloidal que nos escravizou e colonizou técnico taticamente a um sistema único de jogo, calcado numa forma também única de jogar, com regras especificas e contrarias às estabelecidas pelo restante das nações sob a égide da FIBA, o sistema NBA.

Essa é a grande encruzilhada em que nos encontramos depois de décadas de subserviência técnico tática, quando a grande maioria de nossos técnicos abraçou o modelo prét a pôrter de consumo imediato e sem maiores elucubrações mentais, padronizando e formatando um sistema único de jogar, sem maiores implicações técnicas, mas esquecendo o básico, o primordial, o fato de que tal maneira de jogar e que privilegia as ações individuais, o 1 x 1 sistemático e contínuo, tem como suporte estratégico, toda uma estrutura de base, das escolas às universidades americanas, no fornecimento contínuo de matéria prima para o consumo, e a ser consumida, fator inexistente à nossa realidade desportiva.

Recentemente o técnico Magnano declarou que urge deixarmos de jogar pela formula NBA, tendo sido levado um pouco mais a sério do que se tal citação partisse de um técnico tupiniquim, mas que mesmo assim soa como um alerta na busca de outras perspectivas técnico táticas, de outras soluções mais caseiras.

E uma boa reflexão poderá ser estabelecida numa simples troca de comentários aqui no blog, quando do artigo Outras Notas,  entre mim e o leitor Ricardo, onde tão importante colocação pode ser avaliada:

  • Ricardo 13.10.2010 ·

Caro Prof. Paulo Murilo,

Tenho muito apreço por sua forma de pensar o basquete, servindo como contraponto ao que é amplamente difundido. Contudo, apesar de eu não ser um letrado nas minúcias do esporte, dou-me o direito de discordar do senhor em alguns aspectos no que tange a atual situação do basquete nacional.
Apesar da prevalência do modelo usual de jogo entra as equipes, vejo alterações sensíveis na forma de jogar de várias delas no cenário nacional, as quais tentarei expor sob meu ponto de vista:
– equipe de Brasília: atual campeã nacional, conquistou o título principalmente pela polivalência de alguns atletas, como Giovanoni e Alex, capazes de atuar em várias “posições”, conseguem quebrar os esquemas defensivos de seus oponentes;
– equipe do Flamengo: nos últimos anos tem apostado em 4 atletas altos e leves alternando posições, com o quinteto sendo completado por um homem forte na posição 5.
– equipe de São José: atual campeã paulista, tem na versatilidade dos jogadores uma grande arma, jogando com 2 armadores o jogo todo, e contando com alas altos jogando tanto dentro quanto fora do garrafão, completando um quinteto com um pivô leve.

Apesar de ainda ser evidente em vários casos a limitação técnica dos quintetos, vejo neles uma forma de jogar mais parecida ao que o senhor prega do que com o esquema usual de jogo.
Todas essas formações se baseiam, e neste ponto concordo com seu ponto de vista, no bom domínio dos fundamentos do jogo por praticamente todo o time, ou ao menos vários dos seus integrantes, chegando ao ponto de em várias situações a armação estar a cargo de um jogador de 2,0 m de altura.

Obviamente, este é meu ponto de vista. Aguardo ansiosamente sua resposta, contribuindo para o debate.

  • Basquete Brasil 13.10.2010 ·

Prezado Ricardo, se você tem acompanhado artigos anteriores em que discuto e critico o sistema único de jogo, não pode deixar de considerar que:
– Desde muito tempo venho defendendo a utilização de dois armadores em nossas equipes de elite, e claro, nas de base também.
– Que de dois anos para cá algumas equipes tem se utilizado dos dois armadores, mas em nenhum momento modificaram suas formas táticas de atuar, continuando no sistema único, acrescido de maior qualidade técnica pela presença de jogadores com melhores fundamentos, no caso, os armadores, só que um deles adaptado à função de um 2 ou 3(na nomenclatura vigente e genérica), mas dentro do formato e das jogadas do sistema, vide os “punhos”, “polegar”, “hi-lo”,”pick and roll”, etc, utilizados por todas as equipes.
– Sempre afirmei que numa mesmice granítica desse porte, onde todos atuam taticamente iguais, venceriam as equipes que possuíssem em cada posição de 1 a 5, os melhores jogadores, os mais caros, os mais habilidosos, e por conseguinte,formando as melhores equipes, dando uma falsa idéia de conjunto afinado e uníssono, quando na realidade se tratam de uma constelação de solistas, um em cada posição.
– E a grande maldade desse sistema, todo ele produzido para os solos estelares das competições da NBA, é a quase absoluta ausência, no nosso caso em particular, do jogo no perímetro interno, já que as “estrelas” dos três pontos não permitem que as bolas que avidamente disputam, cheguem naquela zona de jogo, daí nossa crescente fraqueza de homens altos de qualidade.
– Quando propus algo diferente na direção do Saldanha, consegui provar, ganhando inclusive de grandes equipes, que poderíamos jogar de uma outra forma além do sistema único, sem jogadas marcadas e previsíveis, sem concentração no jogo externo, e sim dividindo-o igualmente em ambos os setores, propiciando maiores oportunidades a todos os jogadores, altos e baixos, de fora e de dentro dos perímetros, e principalmente, interessados em suas performances através o treinamento e a pratica indistinta dos fundamentos do grande jogo.
Enfim Ricardo, creio ter podido provar num breve espaço de tempo que podemos alçar vôos maiores do que o estratificado e altamente previsível sistema único de jogo.
Um abraço, Paulo Murilo.

Quando reitero continuamente da necessidade de mudarmos nossa forma de jogar, indo, inclusive às quadras, para exemplificá-la, tento lançar um repto, um desafio aos nossos bons técnicos, para que abandonem o modelo que nos lançou ladeira abaixo no cenário internacional, e mais propriamente aos da base, da formação, que ousem criar, que ousem tentar algo além do que nos é imposto a mais de vinte anos, que invistam maciçamente nos fundamentos, e que, ao inicio de mais um curso de 4 dias presenciais e demais virtuais, promovido pela ENTB, e voltado aos jovens técnicos, onde serão orientados à continuidade de uma padronização e formatação do modelo atual, certamente o único que o corpo docente aceita, haja vista os cursos de atualização da CBB, onde coerentemente vêm estabelecendo a continuidade deste coercitivo  modelo, pelo país em seu todo, exijam maior diversidade, acesso democrático às diferentes formas de treinar, dos fundamentos às formulações técnico táticas, e não se deixem seduzir a aceitar padrões e formatações voltadas aos interesses do que ai está determinado,  plenamente estabelecido, lembrando desde sempre, que dependeremos destas mudanças para alcançarmos padrões aceitaveis na formação de uma geração apta à participação olímpica em 2016, e tendo como apreciavel reforço a plena discordância do bom argentino frente ao atual modelo. Espero que o ouçam.

Amém.