26/02/2010 – UMA DATA PARA RECORDAR…

Exatamente nesta data, uma equipe da liga principal do país, se apresentou atuando de uma forma totalmente oposta ao sistema único de jogo, estabelecido a quase vinte anos, e praticado por todas as equipes brasileiras, em todas as faixas etárias, e em ambos os sexos.

Foi na terceira rodada do returno do NBB2, em São Paulo, contra o EC Pinheiros, e em seu ginásio.

A equipe, o Saldanha da Gama de Vitória, última colocada na classificação da Liga, se apresentava após 18 dias de treinamento intensivo, tendo somente realizado um treino de quadra inteira, de somente 15 minutos, na véspera do embarque para São Paulo.

A pequena saga desta equipe já foi extensamente contada aqui no blog, excetuando os dois primeiros jogos, o que apresento hoje, o primeiro, contra o Pinheiros, onde mesmo derrotada se apresentou de forma surpreendente, e o de dois dias depois contra o Paulistano, que apresento para a semana, quando vencemos a partida, ambas com contagens acima dos 80 pontos, contra uma média de 65 pontos da equipe no turno do campeonato.

E porque somente agora veiculo esses jogos? Pelo simples fato de que ambos representaram um admirável feito de uma equipe que foi praticamente desfeita na semana que sucedeu aos mesmos, com o afastamento de caráter administrativo de três de seus principais jogadores, obrigado-a a refazer todo um trabalho,  sem um intervalo para treinamentos, pela sucessão de jogos e pela perda técnica em si.

E qual a importância dos mesmos?  Pelo fato inconteste de que se tratava de uma equipe composta por 11 jogadores depreciados e minimizados, executando um sistema de jogo inédito para os padrões solidificados do nosso basquete, com uma possibilidade rotativa invejável, e altamente produtiva, no ataque, e na defesa também, e com um altíssimo grau de comprometimento aos sistemas adotados e aceitos por todos os seus integrantes. A dissolução de sua estrutura inicial ocasionou uma queda acentuada da equipe, somente recomposta três semanas depois, quando, entrementes, algumas previstas derrotas afastou a possibilidade de classificação nos play offs, o que seria razoavelmente possível se a mesma não tivesse sido fragmentada.

Mas o que realmente importou nestes dois primeiros jogos, foi a quebra de um conceito monolítico implantado em nosso país, o da padronização e formatação de um sistema único de jogo, que tanto nos empobreceu técnica e taticamente nas últimas duas décadas.

Claro que um sem número de erros são apresentados nestes dois jogos, principalmente defensivos, pois o prazo de 18 dias de treinamentos foram insuficientes para corrigi-los a contento, além de alguns fundamentos que necessitavam um maior aprimoramento, como os passes e os lances livres(foram 15 perdidos no jogo contra o Pinheiros, numa derrota de 13 pontos), acrescidos, no entanto, de algo muito positivo, o total de 17 arremessos de três pontos na somatória dos dois jogos, provando a possibilidade real de uma equipe atingir placares elevados jogando com a maior e mais confiável precisão dos arremessos de dois pontos.

Mesmo com tais deficiências, podemos, nesta oportunidade de rever os videos,  testemunhar algo de instigante, desafiador, ante duas das mais representativas forças da Liga, demonstrando com sobras o quanto de potencial apresentou a equipe do Saldanha, cuja continuidade a faria atingir patamares bem mais positivos. Mas a tentativa inicial ao ser desfeita com a dispensa dos três jogadores,  limitou em muito essa possibilidade.

Hoje, com o Saldanha fora do NBB3, descaracterizado de sua proposta inovadora, passará somente a representar uma lembrança de algo que foi muito bom, mas impossível ante a realidade de nosso basquetebol, cego e manietado política, economica e éticamente, cujo brilho fugaz não pode ser esquecido por todos aqueles que realmente conhecem e amam o grande jogo, e o querem de volta ao seu lugar de direito.

Amém.

26.02.2010 – Pinheiros x Saldanha da Gama – Primeiro Quarto

ME DESPEDINDO…

Hoje veiculo o último vídeo sobre a pequena trajetória da equipe do Saldanha da Gama sob meu coman…, melhor dizer, sob minha direção, já que foi algo muito especial, comungado por todos aqueles gentis e competentes jogadores, por aqueles dedicados auxiliares, assistente, preparador físico, fisioterapeuta, mordomos, e especialmente uma funcionaria que todos os dias cuidava do ginásio, alegre e sorridente, e que no último jogo na maravilhosa terra capixaba, o que hoje aqui mostro, me surpreendeu em sua melhor indumentária após assistir a vitoria da equipe, vindo me agradecer a alegria proporcionada após testemunhar o dia a dia sacrificado e exaustivo daqueles corajosos jogadores, pelos quais torceu como nunca o fizera antes.
E com ela toda uma torcida apaixonada, vibrante, comunicativa e participativa no blog, em sua comunidade no Orkut, no incentivo permanente e sem cobranças descabidas, simplesmente torcendo, nas derrotas e nas vitorias, torcendo pelo seu amado Saldanha.
E o Alarico, ícone do basquete espírito-santense, com seu inesgotável sentido de luta por um ideal de longa tradição, galgando as grandes dificuldades para vê-lo realizado.
E o jogo, mais que um jogo, uma afirmação de que emergindo do mar de obstáculos e dificuldades enfrentados ante o descrédito geral, algo de diferente acontecia, algo iniciado em São Paulo contra o Paulistano, após uma reestréia duríssima contra o Pinheiros, quando já em Vitoria três jogadores básicos foram afastados, dando inicio a duas semanas de derrotas previsíveis, e mesmo assim em jogos equilibrados, até que na terceira semana recobramos o equilíbrio abalado, vencemos o líder da Liga, o Brasília, vencemos o CETAF, o grande rival do estado, que é o jogo agora mostrado, para terminar sua participação vencendo o Joinville em sua casa e perdendo para o Londrina com metade da equipe desgastada por uma virose bacteriana.
E o que mostra o jogo que agora apresentamos? Senão a afirmação de que podemos jogar o grande jogo de uma outra forma, diametralmente oposta ao padrão apresentado e sedimentado em todo o nosso basquetebol, em todas as categorias e faixas etárias, inclusive em nossas seleções, municipais, estaduais e nacionais. Provamos essa possibilidade, com caráter e dedicação, atingindo estes objetivos em apenas 49 dias de trabalho.
Valido se torna observar como atuam dois armadores puros no comando tático de uma equipe, dinâmica e tecnicamente, numa tácita demonstração do muito que tem de ser mudado no preparo destes especialistas em nosso país.
E mais valido ainda, aquilatar o poderio advindo de três alas pivôs, ou pivôs móveis, interagindo veloz e dinamicamente dentro do perímetro interno, atuando com as técnicas de um ala, e a pujante flexibilidade de um pivô, que ao trocar a força física pela habilidade baseada na velocidade, supera a falsa concepção de que a força se situa acima da mesma.
Finalmente o principio defensivo da flutuação lateralizada que propicia o jogo antecipativo por todo o tempo de uma partida, mesmo quando se utiliza da defesa zonal, obrigando o adversário às ações de caráter individual, que neste jogo atingiu a inacreditável marca de nenhuma assistência ter sido dada pela equipe do CETAF, e mais, da possibilidade mais do que provada de que trocando os arremessos de três pontos por possíveis de dois pontos por parte do adversário, podemos atingir o equilíbrio no placar, exatamente dando prioridade às finalizações de dois pontos, deixando para o quarto final os arremessos completamente desmarcados de três pontos, motivados pela enorme concentração defensiva no perímetro interno, ante a facilidade das conclusões próximas à cesta por parte de nossa equipe.
Infelizmente, foi como um canto de cisne esta apresentação em Vitoria, já que o projeto parece que não terá continuidade para o NBB3, frustrando uma concepção de jogo absolutamente inédita em nosso basquete, tão necessitado de novos ares, de novos objetivos, de uma nova personalidade.
Fico por aqui, a meio caminho, triste por não poder prosseguir, e que na minha idade dificilmente poderei obter uma nova chance de continuar provando que o grande jogo, o grandíssimo jogo, ainda pulsa vibrante em meu coração.
Mesmo assim agradeço a Vitoria, ao Saldanha a oportunidade única de reviver a grande crença que sempre conviveu com minha longa carreira de professor e técnico, a crença em dias melhores para o nosso amado basquetebol.
Obrigado a todos.
Amém.

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Primeiro quarto.

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Segundo quarto

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Terceiro quarto

Saldanha da Gama x Cetaf – 26.03.2010 – Quarto quarto

VENCENDO AS LIMITAÇÕES NUM GRANDE JOGO…

Este é um vídeo muito especial, pois enfrentamos uma equipe presumivelmente muito superior a nossa, desde os armadores aos pivôs, com um rebote dos mais importantes e impactantes da Liga, e um dos arremessos de três pontos mais presentes e devastadores dentre todas as equipes, e todas estas qualidades somadas ao fator casa, um belo e imponente ginásio, tomado por uma torcida vibrante e participativa, e finalmente, sendo a quinta colocada no campeonato.

Na véspera, como é de praxe em todas as quadras por que passamos, inclusive a nossa quando visitada, um treino mais extenso deveria ter sido viabilizado, e nem mesmo uma explicação ao final do jogo, dada por um dos integrantes da comissão técnica dos donos da casa, de que tal facilidade não era obrigatória por parte da Liga, amenizou o impacto de véspera, quando não pudemos treinar, e mais tarde no hotel, não pudemos utilizar uma das várias salas de reunião para uma simples projeção de um vídeo técnico para os jogadores, com a desculpa de que todas elas estavam reservadas para um congresso no dia seguinte, obrigando-nos a uma reunião nos sofás do saguão para combinarmos as estratégias para o jogo da tarde seguinte.

Somemos a todos esses óbices o fato de ocuparmos a última colocação da competição, que nem mesmo os dois recentes resultados, altamente favoráveis ( Brasilia e CETAF),  nos afastou da mesma, para compreendermos toda a dimensão do embate que enfrentaríamos dali a algumas horas.

E fomos para o jogo, e lutamos com denodo e cabeça fria, metódica, compensando os erros com paciente desenvoltura, atingindo os pontos fracos do adversário, cirurgicamente, defendendo fortemente os arremessos de três, trocando-os pelos de dois, e lá na frente, de dois em dois e alguns poucos de três, indo de encontro a um placar favorável, com ritmo e pouca pressa, valorizando a posse de bola, e acima de tudo, jogando em equipe, nos erros e acertos, sem cobranças e vedetismos, simplesmente jogando o grande jogo.

E quando a reação se fez presente, enérgica e vibrante, ao coro de mais de 3000 torcedores, buscamos do fundo de nossas economizadas resistências o toque precioso da calma, não a aparente, mas aquela forjada no treinamento rude e pesado, no trabalho coletivo e aceito por todos, integralmente, num comprometimento singelo e profundamente honesto. E foram recompensados com uma vitória linda e merecida, preâmbulo de dias melhores que hão de vir, inquestionavelmente.

Amém.
OBS-Quando estiver vendo o video em tela cheia e este congelar, tecle ESC que o mesmo dará seguimento , podendo voltar à tela cheia sem problemas.

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Primeiro quarto

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Segundo quarto

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Terceiro quarto

Saldanha da Gama x Joinville – 02.04.2010 – Quarto quarto

ADENDO À PALESTRA DE LISBOA…

Na palestra que proferi em Lisboa na abertura do 3º Congresso Mundial de Treinadores da Língua Portuguesa, faço menção a um organograma sobre análise de sistemas que não fica bem visível na imagem, dificultando sua plena compreensão. Publico agora uma imagem mais nítida do mesmo, que poderá ser impressa para um acompanhamento mais preciso da palestra.

OBS- Clicar na imagem para ampliá-la.

UM CONGRESSO EM LISBOA…

IMG_7997Dedico o artigo de hoje à apresentação da palestra de abertura que  proferi em Lisboa na abertura do 3º Congresso Mundial de Treinadores da  Língua Portuguesa em 17 de julho de 2009, quando tive a honra de ser  convidado a desenvolver o tema – O que vem a ser um técnico de sucesso.

O TÉCNICO DE SUCESSO- Não propriamente o maior vencedor de torneios e campeonatos, grandes ou de menor expressão, e sim alguém visceralmente comprometido com a tarefa de educar através do desporto, preparando bons cidadãos, ótimos atletas, e equipes competitivas, todos dentro dos mais altos padrões sociais, éticos e desportivos, no seio da sociedade em que vive e atua, sempre com presteza, conhecimento e profissionalismo.

O mundo em que vivemos,  repleto de injustiças e insensibilidade, anseia por mudanças, principalmente aquelas nações relegadas ao estigma terceiromundista, que no limiar de um novo século ainda não encontraram soluções que reduzam tantas e profundas diferenças com as demais nações desenvolvidas.

A Educação é um dos caminhos redentores, base e sustentáculo de uma sociedade mais justa e igualitária, e o desporto um dos elementos voltados a estes objetivos, com sua proposta aglutinadora e profundamente democrática.

O professor / técnico desportivo foi, é e continuará sendo o agente propulsor de alguns destes importantes objetivos, e para tanto deverá ser preparado e instruído com afinco, atualizado e reciclado permanentemente à luz dos conhecimentos científicos, didático pedagógicos e incondicional acesso à informação virtual.

O professor / técnico desportivo assim preparado, experiente, estudioso e participativo, sempre trilhará o caminho do possível e alcançável progresso de seu povo, através seus alunos, seus atletas, suas comunidades e equipes. E quando um destes segmentos atingir objetivos e metas planejadas, poderá ser considerado professor e técnico de sucesso, se bem que tal projeção não seja tão importante e crucial como se propala, pois o sucesso deve ser definido como um bem realizado trabalho, nada mais do que um bom e recompensador trabalho. Notoriedade e fama ficarão por conta de outras, e quase sempre descartáveis circunstâncias.

Espero ter representado com honra e dignidade professores e técnicos deste esperançoso país.

Amém.

PS – No caso do último segmento não rodar, reinicie o artigo e clique no mesmo que rodará. PM.

3º Congresso Mundial de Treinadores da Língua Portuguesa – Parte 1

3º Congresso Mundial de Treinadores da Língua Portuguesa – Parte 2

3º Congresso Mundial de Treinadores da Língua Portuguesa – Parte 3

PENSANDO O FUTURO – O GRANDE JOGO…

Caros e prezados basqueteiros de meu  país, principalmente vocês, os jovens técnicos que se iniciam nessa extraordinariamente difícil arte, a de dirigir consciente e tecnicamente equipes de basquetebol, de que divisão for, de qualquer faixa etária, masculinas e femininas, em escolas ou clubes, em seleções municipais e estaduais, e mesmo para aqueles que exercem o privilégio de orientarem seleções nacionais, enfim, a todos que amam o grande jogo,  tenho agora a oportunidade de divulgar um trabalho, humilde e honesto trabalho de muitos e muitos anos, sempre na contra mão de um sistema perverso que nos foi imposto cerca de vinte anos atrás, e que nos levou ladeira abaixo do desprestigio nacional e internacional.  Tem sido o mesmo empregue  desde sempre em divisões de formação,  de importância e referência sempre minimizada e até excludente pela maioria técnico dirigente, mas que vem, agora numa divisão de elite,  provar seu valor e mérito, não como uma panacéia das muitas impostas a todos nós como conquistas de alto valor, mas sim como uma experiência calcada no estudo incansável junto aos jovens, junto aos que sonham um basquete de melhor qualidade, ou seja, a minoria absoluta daqueles que realmente propugnam algo de muito sério, novos caminhos para o grande jogo entre nós, e não o engessamento colonizado de uma modalidade ora atrelada a interesses que não nos dizem respeito, o basquete globalizado e asfixiante, um tipo de basquete que nos esmaga e humilha.

Para todos aqueles curiosos sobre o que vem a ser jogar com dois armadores puros e três pivôs móveis, e a utilização da defesa linha da bola com flutuação lateralizada, posso agora, através de alguns vídeos de jogos da equipe que ora dirijo, o Saldanha da Gama, dar continuidade demonstrativa iniciada com a veiculação de um outro video de 1996, da equipe do Barra da Tijuca no campeonato Infanto Juvenil daquele ano, onde estes sistemas ensaivam seus primeiros passos, o que pode aqui ser testemunhado.

Inicio a série com o jogo contra a equipe do Universo de Brasilia, com a formação egressa do afastamento de três de seus principais jogadores, mas que mesmo assim, através um intenso e sacrificado treinamento se manteve coesa e competitiva, demonstrando que os sistemas ofensivo e defensivo adotados e aceitos por todos os seus integrantes dão mostras incontestáveis de que podem e devem se tornar uma alternativa válida, dentre as muitas que poderão advir dessas propostas postas em prática no campo de jogo.

Vejam, analisem, discutam os vídeos, e depois o critiquem à luz do bom senso, aceitando ou não suas propostas, para enfim concluírem sua validade ou não, ou pelo menos permitindo que se abram novos caminhos e meios de fazermos basquetebol em nosso país, premiando e valorizando a diversidade, a liberdade de ações e pensamento, deixando enfim, fluir a criatividade, nossa esquecida e formidável arma tupiniquim.

Amem,

PS – Na última jogada do quarto final, o cameramen empolgado com o jogo deixou de focar a cesta do jogador Guilherme da equipe de Brasilia, mas focou a cesta final do jogador Roberto da equipe do Saldanha da Gama. PM.

Quando estiver vendo o video em tela cheia e este congelar, tecle ESC que o mesmo dará seguimento , podendo voltar à tela cheia sem problemas.

Saldanha da Gama x Brasilia – 21.03.2010 – Primeiro quarto

Saldanha da Gama x Brasilia – 21.03.2010 – Segundo quarto

Saldanha da Gama x Brasilia – 21.03.2010 – Terceiro quarto

Saldanha da Gama x Brasilia – 21.03.2010 – Quarto quarto

FALEMOS UM POUCO DE TÁTICAS E SISTEMAS IV…

Cumprindo mais uma etapa deste blog, publico hoje o primeiro artigo com o apoio de vídeo, sobre o sistema de jogo que desenvolvi junto à equipe Infanto Juvenil do Barra da Tijuca BC em 1995, todo ele fundamentado na dupla armação, e com uma singularidade, sua utilização indistinta contra defesas individuais ou zonais.

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IMPROVISANDO…

Em 3 de outubro de 2004 publiquei o artigo SÓ IMPROVISA QUEM SABE , onde traçava um paralelo entre o estilo musical do jazz e o comportamento de jogadores de basquetebol no ato de improvisar em torno de um tema central definido no caso musical, e nas ações decorrentesde um sistema básico de jogo e suas infinitas possibilidades de jogadas fundamentadas no conhecimento comportamental dos adversários e no perfeito domínio dos fundamentos.

Leia-o com atenção, e depois acesse aqui para seguir uma brilhante exposição do músico Winton Marsalis, o mesmo que estabeleceu a pesquisa de opiniões contidas e discutidas no artigo acima indicado.

E agora, você que é técnico, professor, jogador, jornalista, ou mesmo um simples entusiasta do grande jogo, reflita com isenção e espírito desarmado, o quanto de belo e complexo define um jogo que em hipótese alguma pode ficar limitado e acorrentado a esquemas coreográficos e de rigidez técnico comportamental, exercidos por técnicos que se definem através de equivocados comandos, explicitados confusamente em prosaicas pranchetas e seus hieróglifos rabiscados.

E que de uma vez por todas deixem fluir a criatividade alcançada através exaustivos treinamentos, conhecimento real do processo técnico tático, e do mais profundo domínio dos fundamentos básicos do jogo, que são os autênticos e indiscutíveis fatores para a constituição séria e confiável de uma verdadeira equipe.

Claro que não é para qualquer um ter de assumir tal responsabilidade, pois como afirmei no inicio, só improvisa quem sabe.

Amém.

A CASA DA MÃE JOANA…

As seleções de base da CBB começaram a ser reunidas visando às próximas competições internacionais, que vão das categorias sub 15 até sub 19 em ambos os sexos. E as comissões técnicas se encontram a todo vapor, todas elas supervisionadas por um único responsável em cada segmento, numa prova inconteste de legitimação do sistema de jogo a ser empregado, o mesmo, para todos!

Os técnicos, “supervisionados” de cima para baixo, comungam servilmente o principio globalizado para todas as categorias, numa repetição de conceitos de organização, preparação e competição que beiram ao inacreditável, pela aceitação passiva de tal centralização de comando, para em troca agregar a seus currículos a titulação de técnicos responsáveis pelo futuro do nosso basquetebol, seja lá qual for o preço que tenhamos de pagar pelas aventuras, o que no frigir dos ovos é de somenos importância para os mesmos, à partir do momento que chegaram ao ápice.

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MAGISTRAL DOCUMENTÁRIO…

O ano de 1959 foi marcante, principalmente pela definição do que planejava para meu futuro. Dois anos antes já dava os primeiros passos como técnico de basquete, na escolinha do Grajaú TC, e tendo terminado o segundo grau me habilitei ao vestibular de direito, sonho de meu velho e causídico pai, mas que sofreu um retardo pela convocação ao serviço militar no CPOR. Como o acesso ao oficialato da reserva me tomaria todos os fins de semana pelo prazo de dois anos, optei pelo serviço militar tradicional que me liberaria após 10 meses. E foi durante esse período que despertei para o magistério e a técnica desportiva como meta prioritária, embalado pela vitoria do nosso basquetebol, que sábado passado comemorou os cinqüenta anos da conquista do Mundial em terras chilenas, a qual acompanhei com incontido orgulho cívico e desportivo. No ano seguinte ingressei na ENEFD, atitude compreendida e aceita pelo meu pai, e nada aceito por minha mãe. E segui meu destino.

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