O ENCONTRO…

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Um velho mestre uma vez me disse – Paulo, educação imediatista é uma

fraude, pois somente num futuro além do nosso conhecimento os fundamentos de uma boa e consistente educação florescerão no âmago daqueles alunos que privaram e absorveram de seu conhecimento, quando perante situações de vida ela os ajudarão a transpor os inevitáveis obstáculos que lhes são confrontados.

Em outras palavras, a educação é um investimento a longo prazo, mas de resultados seguros se bem ministrada.

E foi o que testemunhei ontem num encontro de jogadores que dirigi 15 anos atrás no Barra da Tijuca Basquete Clube, que me convidaram junto ao Prof. Paulo Cezar Motta, também um jogador dirigido por mim nos anos sessenta e fundador comigo do clube em questão, e o Prof. Antonio Carlos Pulga, para recordarmos um tempo que ficou na lembrança de todos, como algo de muito importante para suas vidas cidadãs que hoje ostentam com orgulho.

Lá estavam quase todos no Clube Novo Leblon, felizes e sadios, vencedores em suas vidas profissionais e familiares, muitos casados e já pais, mas saudosos de um tempo pós adolescente cheio de incertezas e dúvidas, mas repleto de lembranças épicas e de amizades indeléveis., forjadas no duro treinamento e nas competições mais duras e exigentes ainda. Foram muito unidos e continuam a sê-lo, com orgulho e prazer, permitindo que eu e o Paulo façamos parte desse poderoso circulo de vida passada, presente, e que sem dúvida alguma se estenderá no futuro.

Saí do encontro renovado de emoções e uma certeza inabalável de que o investimento foi válido, muito válido, e que preço algum no mundo pagaria o orgulho que ambos, eu e o Paulo, ostentávamos ao final do encontro, pelo qual agradeço de coração.

Pena as ausências do Prof. José Geraldo, assistente técnico daquela equipe, do Valerio, André, William, Leonardo, Fábio, Fred, Jobson, que por motivos vários não puderam lá estar.

Caros amigos, foi um privilégio tê-los como alunos, jogadores, hoje cidadãos e homens de bem. Obrigado.

Amém.

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O SISTEMA ÚNICO COM E SEM A BASE DOS FUNDAMENTOS…

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Daqui a um pouco a equipe feminina brasileira decidirá sua classificação ao Mundial com a equipe de Porto Rico, que já venceu por larga diferença na fase classificatória, não sendo razoavelmente possível que venha a perder ante um adversário muito frágil e carente de experiência.

Muito bem, poderá ocorrer alguma surpresa Paulo?

Se jogar como jogou ontem com Cuba nos dois quartos iniciais, sim, corre o risco de complicar um jogo decisivo, onde o equilíbrio emocional poderá equalizar de forma aceitável as grandes deficiências que essa hibrida seleção vem ostentando no transcurso da competição.

Uma equipe que erra fundamentos em demasia, arremessa de forma pouco seletiva, principalmente na longa distância, e que nem de longe consegue estabelecer comunicação e coordenação entre ações dentro e fora do perímetro, declinado a utilização freqüente e ostensiva de suas altas pivôs, preferindo o jogo de contorno estéril e voltado aos longos arremessos, pouco defendendo seu próprio perímetro externo e, principalmente, falhando sistematicamente nos rebotes, principalmente os defensivos, sem dúvida alguma sempre encontrará grandes dificuldades perante adversários que saibam explorar com sabedoria tais deficiências, como fizeram as cubanas nesse jogo.

Mesmo que se recuperasse bem no quarto final, onde a jogadora Adriana tomou para si as rédeas da reação, o ônus da grande diferença de pontos, custou muito à equipe no aspecto físico, e mais ainda no emocional, quando aquela boa armadora viu-se vitima de uma armadilha provocada por ela mesma, quando, com o jogo empatado, e não dando seguimento às instruções de seu técnico que desenhou uma jogada para os três pontos, investiu pela linha final, indo de encontro ao enorme bloqueio das pivôs cubanas, sendo travado em seu curto arremesso, e propiciando o contra ataque que definiu a partida para as caribenhas, numa ação que nem o técnico e ela mesma deveriam desencadear daquela forma combinada, e sim tentar jogar com as pivôs o mais profundamente situadas com relação a cesta, onde as possibilidades dos dois tão necessários pontos seria mais factível.

Foi um jogo eivado de erros de ambas as partes, que se utilizavam de um mesmo sistema de jogo, porém com melhor domínio nos fundamentos da seleção cubana, e que demonstrou estar a seleção brasileira ainda muito longe de um nível aceitável para fazer frente às grandes competições internacionais. Urge uma nova concepção de treinamento e de opções técnicas e táticas, mas isso é outra conversa.

Amém.

 

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Em tempo – Terminou a pouco o jogo contra Porto Rico, que foi vencido por exíguos 10 pontos (66×56), dando a classificação para o Mundial a uma seleção, que mal ou bem, a conseguiu na quadra de jogo, e não pleiteando um constrangedor convite da FIBA, tendo ainda de desembolsar 500 mil euros para exequibilizá-lo, que é uma vultosa quantia de dinheiro público, que seria mais bem empregue em projetos voltados a formação de base, e não vertidos no ralo de interesses políticos de uma administração caótica e falida. PM.

GERAÇÕES…

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Para uma equipe que de véspera arremessou a bagatela de 20/51 nas bolas de três, chutar 6/15 foi um sensível progresso, e melhor, tentar jogar com a sua melhor arma, as pivôs, mesmo de forma atabalhoada e desconectada da armação, surtiu uma melhora ofensiva, que só não foi mais determinante exatamente pela forma confusa e equivocada como se comportou pela inexistência de um consistente plano de jogo, e o mais importante, sua carência nos fundamentos, errando 20 só nesse jogo contra a deficiente, porém lutadora, equipe argentina.

Temos, de uma vez por todas, compreender que quanto mais veloz atuar uma equipe, mais domínio ela terá de demonstrar na execução dos fundamentos, principalmente o drible, a finta, o passe e o deslocamento sem a bola, nos quais o fator velocidade determina e limita o sucesso de suas execuções. De nada adianta uma experiente Adriana acelerar seus ataques, se as menos experientes que debutam na seleção não acompanham suas investidas, por não dominarem os fundamentos naquele padrão de velocidade, assim como a veterana Karla jamais se referenciará às calouras arremessando duas vezes de três pontos num mesmo ataque, e errando, jamais. E mesmo a Chuca, servirá de padrão pela sua notória deficiência em alguns fundamentos básicos.

Então, o que restaria de realmente importante para qualificar essa nova e alta geração de talentosas jogadoras, seria investir pesadamente no domínio dos fundamentos, e adotar um sistema realmente inovador e proprietário de jogo, principalmente que fosse ambivalente a defesas individuais e zonais, criando algo de novo, ousado, insinuante e ao largo da mesmice vigente.

Com todas participando por igual num planejamento enxuto e altamente técnico, orientadas por pessoal qualificado de verdade e com longo caminho percorrido na difícil arte de ensinar o grande jogo, onde a velocidade evoluiria junto à aquisição e fixação dos fundamentos individuais e os coletivos (sim senhores, fundamentos coletivos existem, e como…), naturalmente, e como consequência, os sistemas de jogo, ofensivos e defensivos se amalgamariam aos mesmos, já que solidamente adquiridos, sem os quais seriam inócuos e inúteis.

2016 estão logo ali, com um Mundial no meio, sabidamente um curtíssimo espaço de tempo para grandes e profundas mudanças de rumo, mas que ainda pode oferecer uma razoável oportunidade de evolução, bastando para tanto uma grande dose de coragem, conhecimento, técnica e precisão, que sinceramente não observo no atual cenário, escravo e dependente da mesmice endêmica em que se encontra.

Podemos melhorar e avançar? Sem dúvida, mas…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

QUESTIONANDO (PRA VARIAR)…

 

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– Questionamento 1 – Num jogo em que a seleção feminina venceu por mais de 100 pontos a inexpressiva equipe dominicana, que acuada em seu perímetro defensivo interno, deixava o externo às moscas, propiciando o espantoso número de 51 arremessos de 3 pontos (foram 39/61 de 2), com acerto de 20, porquê não explorar ao máximo o jogo interior, aproveitando aquela forçada concentração defensiva, para treinar as pivôs em situações reais de jogo, visando os futuros embates que terão de enfrentar, em vez de desperdiçar tempo com ataques personalistas e até certo ponto exibicionistas? Estratégica é a projeção de um futuro vencedor fundamentado em ações objetivas do presente, e não a utilização de uma ineficaz e midiática artilharia, que ao ser contestada contra equipes mais categorizadas desnudará a imperícia de um jogo interno carente de confrontos reais, ou não?

 

– Questionamento 2 – A quinze dias dos jogos da Taça Intercontinental contra a equipe do Olympiacos da Grécia, a equipe do Pinheiros estabeleceu o inacreditável número de 7/44 arremessos de 3 pontos contra a equipe do Jacareí, que somados aos 6/27 da mesma perfizeram 13/71 bolinhas em um jogo do  campeonato paulista, e ainda somados aos 42 erros de fundamentos, onde nem o simples fato de ser a equipe lanterna da competição justificaria tal descalabro, a não ser que a equipe da capital tenha estabelecido ser esta uma das armas para tentar vencer a forte equipe grega, principalmente em seu perímetro interno defensivo, onde a exemplo das equipes que disputaram o Eurobasket, apresentaram defesas muito fortes e eficientes, não só dentro, como no entorno do perímetro, fator que será largamente utilizado contra a tradicional enxurrada de arremessos de fora, perpetrada por uma equipe frágil no jogo próximo a tabela. Então, como se comportará a equipe paulista nessa competição, jogando preferencialmente dentro ou fora do perímetro? Prevalecerá o reinado das bolinhas? E se não caírem por contestadas, como estrategicamente se comportará?

 

– Questionamento 3 – Terminada a grande competição européia, o que dizer sobre a escolha da seleção com dois armadores e três homens altos que jogaram enfiados no perímetro interno com velocidade e habilidades incomuns, e somente se utilizando dos longos arremessos através seus especialistas, e mesmo assim servidos com passes oriundos de dentro para fora do perímetro? E de que forma razoável poderemos aceitar e entender que o “chega e chuta” já se tornou um anacronismo absurdo e indesculpável através a insistência de jogadores pseudo especialistas, e técnicos indesculpavelmente permissivos com os mesmos?

 

– Questionamento 4 – (…) “- O Zanon precisa estar bem fisicamente, com o sono em dia e energia para contagiar e comandar o time ao lado da quadra, enquanto eu sou a pessoa que dá todas as informações para ele, sou o banco de dados. Passo as características de cada jogadora adversária, se são boas de infiltração ou arremesso, se defendem ou marcam bem. O basquete é um esporte que te consome muito. O treinador precisa estar envolvido no jogo e ter uma pessoa do seu lado que vê o jogo sem aquela emoção. Eu o ajudo nos treinos, faço planejamentos, com relatórios, filmagens e edições dos jogos do Brasil e dos nossos adversários. Além disso, também faço um trabalho individualizado com as atletas. Se alguma jogadora está com uma deficiência nos treinos, a gente faz uma filmagem, um trabalho na quadra de correção e de visualização. Tentamos corrigir o problema dos arremessos, por exemplo.(…)

(Trecho da matéria publicada no Globo Esporte por Carol Fontes em 23/9/13)

 

Bem, como vemos, cabe ao técnico dormir bem para poder comandar a equipe ao lado da quadra (prerrogativa de estrategista…), e o restante do trabalho é feito pelo diligente assistente desprovido de emoções, responsável pelos planejamentos, e pelo trabalho individualizado com as jogadoras. Pena que, ao contrario do que afirma, ainda não conseguiu corrigir nem arremessos, e muito menos os fundamentos das mesmas, quem sabe, pelo fato de editar filmes, ou de dormir pouco…

Que tal ter um assistente assim?

Palavra, comigo não dava nem para a saída, pois comando não se divide, quando muito se delega com parcimônia, dependendo do que realmente sabe e domina, e não o que propagandeia…Mas, o que faz o outro assistente?

Amém?

Fotos – Reproduções da TV e Divulgação FIBA.  Clique nas mesmas para ampliá-las.

A MESMICE EUROPEIZADA…

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Puxa vida Paulo, o Eurobasket pegando fogo e você… nada?

Tem razão amigo, mas…escrever o quê? Reafirmar que a mesmice endêmica tão bem estabelecida entre nós, agora se europeizou, e de uma forma absolutamente generalizada?  Acompanhem a serie de fotos acima, e constatem a cada simples imagem todo um imutável cenário de jogo a jogo, monocordicamente, e que espelha uma realidade globalizada e doentiamente aceita por todos os participantes da grande competição, levando-nos a confirmar a dolorosa verdade que emerge acima do aceitável em termos de evolução do grande jogo.

E a grande e imutável verdade é aquela que estabelece a superioridade posicional como o fator que decide, que vem decidindo a maioria dos jogos, onde aquelas equipes que possuem mais jogadores das posições de 1 a 5 superiores tecnicamente a outras, vencem jogos por força do maior domínio dos fundamentos de alguns de seus jogadores, mas que podem também ser vencidas ante um outro e seletivo fator, o defensivo, não o tradicional que tão bem se encaixou ao sistema único, convivendo e colaborando com o mesmo, numa simbiose conveniente a todos, onde vitorias e derrotas se dividem irmã e sazonalmente, mas que entravam e até paralisam a evolução do grande jogo. Falo daquele tipo de defesa fundamentada num principio de engenharia reversa, que bem explico num artigo de 2007 aqui publicado, e que ilustro na penúltima foto, onde a equipe lituana se impõe a italiana ao se utilizar desse tipo de comportamento defensivo, deixando para última a imagem incrédula do técnico sérvio perante uma derrota de 30 pontos para uma Espanha que se antecipava a todas as ações ofensivas de sua equipe, como que adivinhando seus passos, mas que na realidade desconstruía um sistema que ela mesma se utiliza, e que sabia e tecnicamente os antecipava pelo pleno conhecimento e domínio de todos os seus segmentos e ações, assim como os lituanos.

Claro, que num breve futuro outras equipes agirão da mesma forma, a começar pela jovem equipe croata, e quem sabe, propiciando uma evolução ofensiva de peso e necessária presença, no combate, o bom combate à imposição do sistema único.

Mas nada que um Coach K não possa subverter a continuar em sua cruzada contra a mesmice institucionalizada, globalizada, e que por força de sua ousadia, quem sabe, instaurará uma nova ordem, um novo e alternativo caminho para o grande jogo.

Por aqui, nessa enorme e injusta nação, continuaremos na mesma por um longo período, apesar de raríssimos momentos de lucidez de uns poucos, e perante o Desafio de uma mente marginal…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

DOIS ARMADORES E TRÊS PIVÔS, MAS COMO?…

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Acabo de ver na TV um entrecortado jogo França e Letônia pelo Eurobasket, já que não resisti ao sono em pelo menos dois dos quartos, mesmo com um insinuante e técnico Tony Parker em quadra. O porquê do sono em plena tarde? Tenho trabalhado muito madrugadas adentro, ultimando o já bem tardio livro, tão reclamado pelo meu filho André, além de que a mesmice técnico tática das equipes participantes daquele magno certame comparece em grande, numa enervante utilização do sistema único, porém razoavelmente  temperado por uma eficiente dupla armação, e uma trinca de homens altos, mais para pivôs do que alas, jogando enfiados, lá, bem dentro da cozinha de adversários que encontram sérias dificuldades para contê-los, além, e ai está o paradoxo, da presença de uma artilharia de três nem sempre bem azeitada, utilizada principalmente pela turma do ex leste europeu, quando poderiam maximizar seus enormes e rápidos pivôs na luta próxima e mais segura da cesta, aspecto esse que levará às finais aquelas equipes que melhor souberem distribuir sua eficiência nos arremessos, curtos e longos, além de manterem estáveis as performances nos lances livres.

É engraçado ouvir durante o jogo, um narrador comentar sobre a escolha do quinteto ideal da Copa America (foto), num pontual intervalo, subentendendo que as posições de 1 a 5 não são muito levadas em conta na escolha dos melhores para fins de premiação, assim como encontra dificuldades em rotular as funções de dois armadores em quadra, oscilando entre armador principal, secundário, finalizador, escolta, ala armador,etc. quando na realidade são dois armadores, simples assim, nas funções de alimentarem os três homens altos que compõem a equipe, numa bem vinda mudança de atitudes ofensivas, cada vez mais utilizadas no mundo, menos por aqui, ainda presos que somos aos cincões  e alas de arremesso.

Voltando um pouco, muito pouco, no tempo, quando a dupla armação sofria forte contestação por aqui, exemplos americanos e europeus, balizaram novos tempos, que mesmo antecipados por mim no NBB2, foram esnobados e varridos para debaixo do tapete da história, mas que ainda encontravam algum reconhecimento pela própria LNB, quando em algumas ocasiões escalava suas seleções das rodadas na formação de dois armadores e três alas pivôs, que foi uma tentativa do técnico Magnano para a Copa America, adaptando-a ao sistema único, mas de triste memória pela formação equivocada da equipe numa convocação para lá de discutível.

Então, ao testemunharmos a escolha das seleções de melhores do Eurobasket e da recém terminada Copa America, o que lá vemos senão a formação de dois armadores de ofício e três homens altos, velozes, atléticos e muito ágeis dentro do perímetro, numa constrangedora confrontação ao que ainda utilizamos, por exemplo, no campeonato paulista, jogando um basquete estratificado, colonizado e preso a dogmas que são reflexos do corporativismo existente, dolorosamente existente, como resultante de equipes formadas por agentes e dirigentes que se consideram experts no grande jogo, mas que o apequenam sob a capa protetora de uma classe profissional que deveria exercer tal função, mas que se contenta com o que recebe à sombra do status técnico e tático existente.

Falar e tentar algo de novo, instigante e proprietário por essas bandas só  leva a um desfecho, o exílio puro, duro, definitivo e covarde.

Quem sabe um dia, uma associação de técnicos séria e competente, faça reverter tão humilhante realidade, frente a países que as possuem à décadas?

Anseio que sim, precisamos visceralmente de uma…

Amém.

Foto – Divulgação LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

OSCAR…

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O grande Amauri Pasos o definiu magistralmente como o único jogador  no mundo que conseguiu transformar um jogo coletivo em individual, e por conta dessa notável e única façanha, se tornou merecedor de pertencer aos dois Hall of  Fame, o da FIBA e o de Springfield, numa categoria que dificilmente encontrará sucessores, apesar dos esforços de um Kobe Briant, seu admirador e seguidor desde a infância na Itália.

Como jogador de equipe jamais se equiparou tecnicamente aos grandes que o antecederam, e ainda irão constar da formidável galeria daquelas duas emblemáticas instituições, mas como pontuador envolto pelas equipes que atuaram para si, foi imbatível, atingindo os píncaros da fama e a gloria agora tornada realidade.

Foi único e continuará sendo através da história em sua passagem à condição de mito, individual, jamais coletivo, do grande jogo.

Amém.

Foto (Gabriel Fricke) Clique na mesma para ampliá-la.

INVERTENDO OS PAPÉIS…

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(…) O preparador físico da Seleção Brasileira Sub-19 Masculina, João Henrique Gomes, foi o destaque do terceiro dia do curso Nível II da Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol (ENTB), que está sendo realizado no Ginásio José Correa, em Barueri, São Paulo. Nesta sexta-feira (06 de setembro), o preparador compartilhou com os 83 participantes sua experiência adquirida na seleção brasileira e ensinou na teoria e na prática sobre o tema ‘Estrutura e Organização do Treinamento’.

“ Os nossos atletas precisam estar preparados fisicamente para as competições. E entender os conceitos sobre preparação física é fundamental, além de fortalecer ainda mais o dia-a-dia do técnico. Acho que o somatório dos dois trabalhos [do técnico e do preparador] precisam andar juntos e integrados. Essa é uma das filosofias das seleções brasileiras. A preparação física é responsável pela planificação e o controle de carga dos conteúdos a serem trabalhados tecnicamente”, explicou o João.

Em quadra, João Henrique demonstrou na prática a parte de velocidade, trabalho preventivo e a resistência especial. “A preparação do atleta para a seção de treinos devem simular alguns gestos que acontecem durante os jogos, a fim de prepará-los melhor para o treino. Durante a aula prática utilizei em quadra exemplos sobre trabalhos preventivos e de regeneração”, disse o preparador. (…)

(Trecho da matéria publicada no Blog Databasket em 6/9/2013)

 

            Enfim a esclarecedora explicação de um dos motivos para os seguidos fracassos de nossas seleções de base nos diversos campeonatos internacionais de que participaram nos últimos anos, quando lemos ser o absurdo acima descrito como “uma das filosofias das seleções brasileiras”.

E o mais grave quando o palestrante do tema “Estrutura e Organização do Treino” (que é uma das básicas e estritas funções do técnico de uma equipe de alta competição) afirma que “A preparação física é responsável pela planificação e o controle de carga dos conteúdos a serem trabalhados tecnicamente”, ou seja, trabalhados pelo técnico da equipe, de uma seleção nacional, numa inadmissível e absurda intromissão numa área em que jamais poderia influenciar, exatamente pelo pouco conhecimento dos conteúdos da mesma, e indo mais além ao afirmar que “A preparação do atleta para a seção de treinos devem simular alguns gestos que acontecem durante os jogos, a fim de prepará-los melhor para o treino”, o que caracteriza a mais ousada e absurda apropriação funcional de que tive conhecimento até a leitura dessa matéria, e que definitivamente jamais ocorreria em uma equipe por mim dirigida, jamais, pois em hipótese alguma delegaria tal poder de planificação de trabalho técnico a um preparador físico (agora entendo o porquê de serem três os preparadores na seleção e mais um fisiologista…), ainda mais quanto aos conteúdos inerentes às ações de técnicas individuais e coletivas a serem trabalhadas, no que constitui os fundamentos do jogo.

É absolutamente incrível que tenhamos chegado a esse estágio de total inadequação no preparo de jogadores de basquetebol, que em sua iniciação são submetidos a “testes de aptidão”, onde os ditos preparadores testam os jovens visando alocá-los em posições de jogo, nos rebotes e até definindo quais aqueles que melhor contra atacarão no futuro, numa antevisão do que pensam serem as qualificações dos jovens jogadores, esquecendo o principio básico que conota ritmos e evoluções variadas e diferentes entre jovens de uma mesma faixa etária, onde progressos mais lentos em hipótese alguma definem o que poderão realizar mais adiante na continuidade do treinamento, que por essas razões devem ser orientados ao gesto desportivo em todas as suas nuances, independendo da velocidade ou força para executá-los, a fim de que as finas técnicas do mesmo sejam equilibradamente desenvolvidas. Publiquei anteriormente artigos comentando e criticando tais testes, mas nunca, em tempo algum, avaliei que tal influência de preparadores físicos atingisse o estágio ora repassado em cursos das ENTB, onde simplesmente se situam como os planejadores e planificadores das cargas dos conteúdos a serem trabalhados pela direção técnica da equipe, numa inversão de valores e conhecimentos inaceitáveis e absurdos. Não é de espantar os resultados negativos nas competições, quando vemos “atletas superdimensionados”, porém cometendo erros lamentáveis de fundamentos, frente a tanta ingerência desqualificada, a tanta intromissão constrangedora para os técnicos que a aceitam e promovem, no afã de pertencerem a uma comissão (?) técnica de seleção nacional, abrindo mão de suas prerrogativas de líder, orientador e pleno responsável pela mesma, se é que possuidores destas básicas qualificações.

Trocando em miúdos, perde-se um tempo precioso com testes, aferições eletrônicas, musculação precoce e inadequada, travando musculaturas e articulações, utilização de traquitanas eletrônicas medindo provocados estados de exaustão, em vez de serem utilizados os próprios fundamentos, como fonte de preparação propiciada pelas compatíveis exigências físicas para a sua correta execução, onde todos os participantes, independendo de suas capacidades ainda em evolução e crescimento, terão a oportunidade de adquirir competências técnicas para no futuro serem capazes de se situarem nos diversos sistemas de jogo, e compatibilizar todas as técnicas adquiridas com o preparo físico, orgânico e mental para colimar todo o processo de ensino e aprendizagem do grande jogo.

Infelizmente, o entendimento do que venha a ser treinamento desportivo em todas as suas valências técnicas e táticas, da formação até a elite, que transitam pelo pleno conhecimento das bases didáticas e pedagógicas necessárias para sua implantação e desenvolvimento, sofre com a escolha equivocada daqueles que liderarão todo o processo, permitindo ingerências nefastas e muitas vezes políticas, num campo estritamente técnico e de indiscutível e competente liderança, que um professor e técnico jamais deveria deixar de exercer em pleno.

Por essas e por outras é que estamos merecidamente, colhendo o que viemos plantando nas duas últimas décadas, jogadores bem malhados e saltitantes como nunca, porém deixando pelo caminho, certamente muitos e muitos outros, menos malhados e saltitantes, porém  capazes de dominar a técnica e a tática como ninguém, nos seus personalíssimos ritmos de paciente amadurecimento e no devido tempo, mas fora dos parâmetros “científicos” de certa e manjada turma de preparadores apressados em demonstrar seus “vastos conhecimentos” de basquetebol, e por que não, de estrategistas também…

Mas uma pergunta se impõe nesse momento – Por onde andam os malhados jogadores no Eurobasket? Onde?

Amém.

Foto – O amanhã do Basquetebol, os jovens…

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O TREINADOR, O TÉCNICO, OU O PROFESSOR?…

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Um pouquinho aqui, outro acolá, e já começam a pipocar debates sobre um assunto singular, único em sua importância e extensão para um futuro não tão distante assim, mas que definirá o verdadeiro rumo que desejamos encontrar para o grande jogo neste vasto e injusto país.

O assunto a ser debatido? Treinador x Técnico.

Para apimentar um pouco agrego um comentário do Prof. Gil Guadron ontem enviado:

  • gil guadron Yesterday

Dos sabias opinions sobre la importancia de los fundamentos .

del maestro John Wooden .

” Siempre me considere un professor ( educador )o, antes que un entrenador ( coach ). Cada persona es un professor . Cada uno de nosotros somos profesores de alguien : de nuestros hijos , o alguien bajo nuestra supervision, entonces de una u otra manera usted les enseña atraves de sus acciones ”

PORQUE ES QUE ALGUNOS entrenadores son triunfadores donde quiera que vayan ?

la respuesta es simplemente que algunos entrenadores son mejores profesores que otros .

De Vicente Rodriguez, entrenador español.

—- Existe una enorme diferencia entre un entrenador que domina la enseñanza de la tecnica individual , y otro que no posee esta cualidad.

El entrenador debe poseer un profundo dominio de los fundamentos y una buena metodologia para su enseñanza.

Tomado de : Curso de iniciacion al baloncesto . escuela nacional de entrenadores. Madrid , España.

Gil

Pois é Gil, por aqui muitos definem ser treinador e técnico carreiras diferentes, o que vem estabelecendo uma terceira via, a dos estrategistas, um degrau pouco acima dos técnicos, e antagônica ao de treinador. Engraçado é que em nenhum momento incluem a de professor, sintomático não?

Dentro do raciocínio acima exposto, treinador inicia, treina e faz jogar a molecada, passando o bastão ao técnico que a introduz nos seus sistemas de jogo, para mais acima, nas grandes equipes o estrategista torná-la vencedora, a molecada que galgou os degraus ano a ano de suas vidas, sendo que em alguns casos técnicos se transformam em estrategistas, ficando numa redoma bem apartada daqueles garimpadores iniciais, os treinadores.

Baita hierarquia esta, só que completamente equivocada, frente à maior de todas as exigências necessárias para que a molecada em questão galgue os íngremes degraus do aprendizado, da fixação e da plena execução das técnicas e táticas inerentes ao bem jogar o grande jogo, a de que somente o conseguirão se forem ensinados, didática e pedagogicamente ensinados a conseguí-lo, em toda a dimensão de um aprendizado competente, responsável e plural, fatores esses somente exequibilizados pela figura impar e inquestionável do professor, aquele que engloba em sua função única e intransferível, as realizações do treinador, do técnico e do estrategista, pelo fato de todas elas fazerem parte de algo indivisível, progressivo e permanente, a arte de transmitir saberes, culturas, valores, ética, sociabilidade, educação enfim.

E a arte de ensinar se aprende no banco acadêmico, nos longos estágios probatórios, nas extensas pesquisas e leituras, no dia a dia da labuta professoral, além, não esqueçamos, do talento e presteza na arte do magistério. Sim, magistério, que tanto nos tem faltado naquele momento mágico da iniciação ao grande jogo, ao desporto em geral, que é a sua introdução completamente focada na mais básica das necessidades daquele jovem incompleto em sua maturação física e psicológica, onde sua individualidade tem de ser compreendida, respeitada e preservada, não só em sua realidade social, como em seu ritmo evolutivo, cuja variação é a marca de sua faixa etária, e onde essa influência inicial marcará indelevelmente sua caminhada rumo a vida adulta.

Um técnico, na conotação que vem sendo defendida, jamais obterá sucesso real sem os conhecimentos adquiridos na formação de base, de onde em tempo algum deveria se afastar, mesmo que ligado e trabalhando em categorias acima, pois táticas somente se tornarão factíveis se executadas por jogadores bem formados e melhor ainda treinados nos fundamentos do jogo, e que sem essa base não se sairão bem taticamente, muito menos ainda sob o comando (?) de estrategistas…

Na verdade, estratégia vencedora deveria ser aquela que privilegiasse nossos jovens iniciantes com bons e sólidos ensinamentos, através mais sólidos ainda professores, que ao conhecerem e dominarem todo o processo de maturação de jovens, adolescentes, até a fase adulta, saberia se posicionar frente aos obstáculos inerentes a esse processo educativo, sem os transtornos, irreversíveis em muitos casos, originados pela influência de eventuais e mal preparados treinadores, diferentes de técnicos muitas vezes oportunistas, e mais ainda de estrategistas, que no final das contas se fazem passar por categorias estanques tentando garantir seus mercados de trabalho, mesmo que dissociados das mais primarias necessidades educacionais, sociais e esportivas dos jovens que orientam.

Então, como ficaremos dentro desse universo dicotômico abrigando treinadores, técnicos e estrategistas, como? John Wood deu uma excelente pista no seu depoimento acima:

” Siempre me considere un professor ( educador )o, antes que un entrenador ( coach ). Cada persona es un professor . Cada uno de nosotros somos profesores de alguien : de nuestros hijos , o alguien bajo nuestra supervision, entonces de una u otra manera usted les enseña atraves de sus acciones ”

Essas ações mencionadas estão intimamente ligadas às qualificações dos bons professores, já que responsáveis pelo que ensinam, em toda a dimensão do que e como conduzem tecnicamente a aprendizagem de seus alunos, de seus jogadores, com pleno e absoluto conhecimento de causa e efeito, fatores estes que balizarão seu futuro.

Ser bom treinador e péssimo de banco, como alguns definem determinados profissionais do basquetebol, são fatores que sequer deveriam coexistir, pelo simples fato de que um técnico, e somente técnico, jamais conseguirá ter sucesso em suas táticas e estratégias sem o mais absoluto conhecimento e controle das reais e daquelas muitas vezes adormecidas, por não convenientemente ensinadas, qualidades e habilidades de seus jogadores, no que são as básicas condições para alcançá-lo, e que para tal deveria ser antes de um treinador, técnico ou estrategista, um professor de verdade.

Mas este é um assunto para muita discussão, talvez aquela que poderá redefinir o ensino, o desenvolvimento e o soerguimento do grande jogo entre nós, principalmente no âmago de uma ENTB perplexa e indecisa na encruzilhada onde um de dois caminhos terá de ser escolhido, uma séria, progressiva e supervisionada formação técnica, ou a manutenção de encontros de quatro dias de muito papo e escasso conteúdo.

.

Amém.

Fotos – 1- O professor na função de treino.

2 – A influência tática do professor.

3 – A presença educativa do professor.

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A HUMILHANTE QUEDA…

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Tenho por norma de vida, de professor, de técnico, e por que não, de jornalista, jamais emitir parecer, comentário, crítica, sem deixar que a cabeça esfrie, se concentre, estude, pesquise, se questione, se informe, para ai sim, com clareza e objetividade lançar no papel virtual ou tradicional, analises e sugestões pertinentes, fundamentadas, acima de tudo, responsáveis, e sem jamais reivindicar exclusividade na luta, ou solidão opinativa, correndo o serio risco de falseamento da realidade…

Pincei no espaço de comentários do excelente artigo do jornalista Guilherme Tadeu do Basketeria hoje publicado, uma pequena joia de critica solidamente ancorada numa das verdadeiras origens dos problemas técnicos que tanto nos tem afligido, e que culminou na catástrofe (entre outras nas divisões de formação de base) da Copa América, onde, sem dúvida alguma, atingimos o fundo do poço, na acepção mais primaria do termo. Ai vai o comentário, pedindo ao Guilherme e ao seu leitor permissão para mostrá-lo aqui nesse humilde blog:

Qua, 04 de Setembro de 2013 08:37 postado por johnson avelino

Guilherme, concordo com você, basta ver os times que tem as categorias de base, acompanhei os treinos de alguns deles e nunca vi um técnico ensinando basquete, vi sim ensinando jogadas exaustivamente.                                                                                                                                                                                           Também vi protecionismo para atleta filho de fulano, sobrinho de cicrano, irmão de agente tal. Após a categoria sub-19 o jovem faz o que? Estuda? Ou treina em horários que agradam os técnicos, pois eles tem outras atividades fora do clube e assim impossibilitam a ida as escolas. Acredito que muito tem que se fazer e nós de fora do cenário poder opinar para ajudar. Vamos mudar o basquete no Brasil?

            Que tal? Simples, objetivo, real, espontâneo, crucial…

Sim, crucial, pois a origem do que se viu em Caracas, e temos visto em outras praças nas categorias de base, nada mais representaram do que a falência do ensino dos fundamentos do jogo, trocados pelos chifres, camisas, cabeças, punhos, copiados deslavadamente do modelo “internacional” de jogar o grande jogo, importado como panaceia milagrosa para a gloria, o pedestal prometido para todos aqueles que empunharem os níveis I, II e III conquistados em cursos e provisionamentos de fim de semana por uma ENTB comprometida com a mesmice instalada por estas bandas tupiniquins de 25 anos para cá, somados a testes específicos patrocinados por preparadores físicos, fisiologistas, psicólogos, em sua grande maioria ignorantes do que venha a ser o ensino competente e artesanal do grande jogo, nas mais diversas etapas do desenvolvimento harmônico e rítmico de jovens profundamente diferenciados entre si,  propiciando o nascimento e fixação quase indelével do corporativismo técnico e tático que emperra o progresso dessa infeliz modalidade, basta comprovarmos serem sempre os mesmos profissionais participantes e donatários dessa horrível capitania disfarçada em formadora, mas que na realidade é a base da formatação e padronização do que ai está, e co- responsável pelos pífios resultados nas competições de base, e por que não, na Copa recém terminada, quando o exercito de aspones agregados superava em muito o numero de jogadores, que como vimos, não apresentaram condições técnica, físicas e táticas coerentes ao longo treinamento a que se submeteram.

Agora, depois do leite derramado, criticas descabidas, algumas sutis e outras oportunistas grassam pela mídia, focando, desde a demora nos pedidos de tempo, ao excesso de rotação por parte do equivocadamente assessorado hermano, assim como outras mais fundamentadas, como o erro crasso cometido na convocação e a teimosa insistência em não reconhecê-la a tempo de modificá-la, adaptando-a às perdas pontuais de percurso.

A grande verdade, é que viemos perdendo progressivamente terreno frente a nossos tradicionais adversários, e agora frente a outros impensáveis até bem pouco tempo, fruto de uma estagnação técnica, que se originou nos anos 70 quando foram priorizadas as disciplinas voltadas à saúde nas escolas de educação física, em prejuízo das voltadas e concentradas às ciências humanas e ao ensino das modalidades esportivas, que tiveram suas cargas horárias reduzidas, em muitos casos em 75%, o basquetebol incluso.

Dessa forma, passaram essas escolas a preparar paramédicos de terceira categoria, que hoje alimentam a indústria bilionária do corpo, com o aval tecnocrático do Confef e dos Cref’s, omitindo qualidade as licenciaturas voltadas a escola, e com conhecimentos técnicos desportivos que beiram ao ridículo, frente ao preparo de três décadas atrás.

Então, de onde vieram os técnicos para as divisões de base nos clubes, senão através os econômicos ex-jogadores de divisões superiores e mesmo curiosos e cultuadores do grande jogo, todos absolutamente despreparados para a formação de base com suas extremas exigências de caráter físico, mental e social, para a qual não encontravam respostas mínimas aceitáveis para a sua abordagem didático pedagógica. Claro que uns poucos se preocuparam no estudo mais aprofundado, porém carentes de informação, apoio logístico, supervisão competente, compensação econômica razoável, estágios e atualizações disponíveis, competições sérias e balizadas, tornando todo seu esforço nivelado, muitas vezes para baixo, com aqueles que se fixaram no estéril e abandonado terreno do desporto, esquecido pelo poder público, órfão de uma política voltada a seu desenvolvimento, colhendo as migalhas dos vultosos investimentos concentrados no desporto de elite, aquele que falseia medalhas, promove políticos, encobre corrupção, esmagando anseios e sonhos do nosso amanhã, os jovens.

Em Caracas, experimentamos o gosto amargo da verdade, da nossa verdade, da nossa inépcia, da nossa omissão, da nossa opção pelo cume da pirâmide, quando cantar o hino a plenos pulmões encobre a mais grave de todas as nossas reais e recônditas falhas, o mais absoluto e irrestrito apoio à educação, em todos os seus segmentos, onde o desporto, o basquetebol, tem papel estratégico na plena formação cidadã, em estreita comunhão com as disciplinas curriculares, às artes, música e dança. Sem que nos conscientizemos dessa verdade, nada alcançaremos para o futuro além 2016, absolutamente nada.

Se na capital venezuelana fracassamos como nunca o havíamos feito, nada mais lá foi representado do que a nossa realidade técnica, de preparo fundamental, de tática voltada aos interesses da equipe em sua formulação de principios proprietários de um sistema, e não recriando um modelo “internacional”, que nivela por baixo nossos jogadores, setorizando e especializando-os como maquinas montadas em série, descaracterizando suas personalidades criativas, únicas e exclusivas, que deveriam ser canalizadas para o bem do grupo, e não para a gloria (?) de uns poucos, principalmente quando estabelecem falsas especialidades, como nos arremessos de três pontos, e que no final das contas foram canibalizados pelos mesmos.

Sinto cheiro de fritura no ar, afinal “alguém” terá de pagar por tamanha ignomínia, vergonha nacional, alguém. Mas quem? Como? De que forma? A tradicional,  promovendo assistente ao comando, quando deveria cair junto ao titular, exatamente por se constituir parte indivisível de uma unida e una comissão técnica? A autenticação indicativa de um ícone acusado por muitos de ter iniciado a era das bolinhas, instalada como uma inestancável hemorragia, que coerentemente compareceu através os dois últimos arremessos contra a temível Jamaica, quando ainda restavam 5seg de posse de bola, onde uma segura tentativa de jogo interno deveria ter sido efetuada? Ou a contratação de um novo estrangeiro a peso do ouro pago ao atual, que no final das contas somente foi vitima do nosso já enraizado e longevo “momento”, radicalmente diferente e oposto ao “momento platino” que o consagrou com a medalha olímpica, e que não teve o jogo necessário de cintura para tangueá-lo como deveria?

Fico por aqui, porém convicto de algo muito significativo, e que de tão importante tem obrigatoriamente de ser varrido para baixo do tapete, a minha, ai sim, solitária tentativa e posterior desafio, no intuito de tentar estabelecer o contraditório no linear cenário técnico tático do nosso basquetebol, sufocado pelo corporativismo e pela manutenção da mesmice implantada, que teve seu desenlace em Caracas, onde nem mesmo o mais do mesmo se fez presente, a não ser a manutenção burra e suicida do reinado das bolinhas, para o bem, e nesse caso para o irreparável mal..

Estou triste, mas não inconsolável ou insensível, pois aos 74 anos me mantenho lúcido, criativo e profundamente convicto de que dias melhores terão obrigatoriamente de vir para o grande, grandíssimo jogo da minha vida.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Foto 1 – Opção pelos três pontos a 4seg do final em vez de uma ação interna.

Foto 2 – A dura realidade no olhar do capitão.

Foto 3 – Números para não esquecer.