UMA JUSTA E PREVISTA VITÓRIA…
Enfim, o NBB7 terminou, e da forma mais previsível se comparado aos campeonatos anteriores, pois os dois finalistas se apresentaram de forma absolutamente desigual, técnica e taticamente, onde um Flamengo ajustado na defesa e exercendo grande mobilidade ofensiva, enfrentou nestas duas partidas finais um Bauru acéfalo na defesa, e anárquico no ataque, não oferecendo grande resistência à inquestionável vitória rubro negra, a quarta na curta história do NBB…
Como na primeira partida desta final, os três primeiros quartos pertenceram a uma equipe fortíssima na defesa, pressionando a armação adversária de forma bastante efetiva, a tal ponto, que retirou da mesma toda a possibilidade de coordenar ações coletivas, restando esporádicas penetrações e as tentativas, bastante contestadas, das famigeradas bolinhas de três…
Do outro lado, frente a uma caótica e omissa defesa, a equipe carioca se fartava no jogo interior e também, nas bolinhas de praxe, perfazendo dispensáveis 8/27 contra 9/29 de Bauru, num 17/56 realmente lamentável, ainda mais pela festa desencadeada no âmago da defesa paulista, que se continuada, e de 2 em 2 pontos, liquidaria a fatura sem ter de enfrentar a reação no quarto final liderada pela dupla americana, Larry e Day com seus chutes afiados de três…
Um fato , entretanto, saltou aos olhos nestas duas partidas, a completa ausência de um sistema ofensivo consistente de jogo por parte de Bauru, que parecia estar absolutamente confiante em sua artilharia exterior, que ao ser contestada por todo o tempo, baixou seus índices de acerto a tal insignificância que a levou a uma derrota previsível, como na primeira partida. Some-se a essa evidência uma passividade defensiva lastimável, e teremos o retrato fiel do que apresentou em quadra nas finais de um campeonato nacional, pouco, muito pouco para vencê-lo…
Mas algo ficou bem patente nessa final, a enorme diferença entre dois conceitos, o de equipe, e o de plantel, fator definidor num campeonato onde ambos determinaram os resultados alcançados pelas franquias em confronto, a maioria delas apostando em planteis repletos de “nomes” para cada posição de 1 a 5 dentro do sistema único padronizado e formatado entre nós, e umas poucas investindo no sentido de equipe, harmonizando na medida do possível, habilidades e comportamentos técnico táticos de seus componentes, tornando e orientando-os a um sentido coletivista mais produtivo e vencedor…
A equipe do Flamengo foi uma dessas poucas, premiada, que mesmo após sérias divergências internas de relacionamento, soube amenizá-las a tempo de enfrentar um final de competição bastante exigente e seletivo, culminando com uma vitoria inconteste…
No mais, dois fatores que se apresentam bastante promissores, a definitiva adoção da dupla armação pela maioria das equipes da liga, assim como a cada vez maior utilização de pivôs rápidos e ágeis interagindo no perímetro interno, mesmo dentro do sistema único vigente, mas que aos poucos preconizam uma busca por sistemas mais dinâmicos, ousados e diferenciados, que é o que nos falta para um salto evolutivo de qualidade. Quem sabe na seleção para o Pan, o técnico hermano inicie este novo estágio técnico tático, pois afinal de contas, em sua convocação quatro foram os armadores selecionados, tendo ainda o Benite, um armador natural, ter sido escolhido como ala. Espero que tal evolução seja estabelecida, no que seria algo de extrema importância para o grande jogo tupiniquim. Torço por isso…
Amém.
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