MICHELLE SPLITTER.
Confesso minha incapacidade de escrever sobre falecimento de jovens, o que me angustia e deprime. Como sempre trabalhei no magistério e na técnica do basquetebol junto aos jovens, o desaparecimento precoce sempre me pareceu injusto pelas leis naturais da vida. Por isso, me sinto imensamente triste com a ida da Michelle Splitter, cujo futuro se anunciava brilhante. Mas enquanto viveu tenho a certeza de que iluminou com a sua irradiante alegria a todos de sua família e amigos em geral.
Desejo, como pai que sou, os mais sinceros votos de energia positiva a todos os familiares da Michelle, e que encontrem forças na superação de tão trágico desfecho. Minhas sentidas condolências. Paulo Murilo.
MAGISTRAL DOCUMENTÁRIO…
O ano de 1959 foi marcante, principalmente pela definição do que planejava para meu futuro. Dois anos antes já dava os primeiros passos como técnico de basquete, na escolinha do Grajaú TC, e tendo terminado o segundo grau me habilitei ao vestibular de direito, sonho de meu velho e causídico pai, mas que sofreu um retardo pela convocação ao serviço militar no CPOR. Como o acesso ao oficialato da reserva me tomaria todos os fins de semana pelo prazo de dois anos, optei pelo serviço militar tradicional que me liberaria após 10 meses. E foi durante esse período que despertei para o magistério e a técnica desportiva como meta prioritária, embalado pela vitoria do nosso basquetebol, que sábado passado comemorou os cinqüenta anos da conquista do Mundial em terras chilenas, a qual acompanhei com incontido orgulho cívico e desportivo. No ano seguinte ingressei na ENEFD, atitude compreendida e aceita pelo meu pai, e nada aceito por minha mãe. E segui meu destino.
A HOMENAGEM…
Não pude lá estar, acompanhei pela televisão a grande homenagem que os desportistas e o governo de Brasília prestou aos campeões mundiais de 59 no Chile, um merecido preito na passagem do cinqüentenário daquela formidável conquista. Mas me emocionei na visão daquele mar de cabelos brancos, daquelas rugas marcando rostos risonhos e felizes pela lembrança cívica, pelas furtivas lagrimas derramadas com emoção, e pelo exemplo de suas vidas dedicadas ao esporte e ao trabalho honrado. Alguns já se foram, mas aqueles que lá estiveram representaram com honra e dignidade suas sentidas ausências.
UM BOM ANO? TOMARA QUE SIM…
Daqui a 2 horas se encerra o ano, e todo basqueteiro que se preza invoca os deuses para que o ano que se inicia traga um pouco de prosperidade ao nosso tão maltratado basquetebol.
De minha parte, fervorosamente peço que:
– Ao terminar o prazo de inscrições de chapas candidatas à presidência da CBB, no próximo 31 de janeiro, que além das três já inscritas, uma nova, constituída de verdadeiros desportistas ligados ao grande jogo, possa, democraticamente concorrer, apresentando novos objetivos e planejamentos enxutos, mesmo sabendo das imensas dificuldades em se eleger, pois neste decisivo momento, a sociedade precisa tomar conhecimento de que algo de inovador poderá ocorrer se eleita for.
FELIZ NATAL.
Aos basqueteiros de todo o país, desejo de coração que tenham um Feliz Natal junto aos que amam, e um ano de 2009 pleno de saúde e sucesso em suas perenes buscas pelos momentos de felicidade, e coragem para transpor as dificuldades que nos afligem nesta caminhada terrestre.
E que o nosso amado basquetebol se soerga do limbo atroz em que foi mergulhado, ao encontro de seu verdadeiro destino de vencedor.
Obrigado a todos que me honraram com sua leitura, critica e discussões, transformando esse humilde blog numa trincheira na luta por dias melhores para o grande jogo entre nós.
Amanhã, publico o artigo 500, orgulhoso pelo trabalho destes últimos 4 anos, dando continuidade ao objetivo traçado desde o inicio, discutir o possível soerguimento do basquetebol no país.
Um abraço a todos,
Paulo Murilo.
O ROSA SE FOI…
Vi-o jogar muitas e muitas vezes, mas nenhuma de suas participações me emocionou tanto como na disputa do Campeonato Mundial do Rio de Janeiro em 1963, onde conquistamos o bi-campeonato mundial. Era um jogador de grande técnica e um arremesso longo devastador, Junto com Jatir e Vitor formavam nossa artilharia de longo alcance, numa época em que não existia a linha do três pontos. Muito antes da era Oscar, já com os três pontos implantados pela FIBA, tínhamos outros oscares, como Angelim, Alfredo da Motta, Algodão, Ruy de Freitas, Waldir Boccardo, e tantos outros que utilizando estilos não muito ortodoxos de arremessos o faziam com elevada eficiência numa zona que ultrapassava a atual linha dos três pontos.
E naquele mundial, com a mais absoluta certeza, as contagens de todas as partidas em que a seleção brasileira participou ultrapassariam os 100 pontos se a emblemática linha já existisse. E mais ainda, muitos dos recordes de acertos individuais em campeonatos mundiais teriam sido estabelecidos por aquela formidável seleção.
E como jogavam, e como arremessavam, principalmente o nosso hoje muito lembrado Rosa Branca, que ontem se foi, indo se juntar aos verdadeiros ícones de nossa grandiosidade basquetebolistica, inigualada pelas muitas gerações que a sucederam, principalmente pelo amor, pelo fervor com que honraram e dignificaram a eterna camiseta listrada de verde e amarelo.
Se foi cedo demais, pois ainda muito tinha a contribuir para o basquete brasileiro, sendo um dos poucos verdadeiros campeões que ainda militava no meio, junto à FPB como um de seus diretores.
Rosa Branca foi um extraordinário jogador, e um ser humano da maior qualidade e dignidade, e vai deixar cada vez mais órfão esse tão judiado, injusto e vilipendiado basquete brasileiro.
Que os deuses façam justiça ao seu fantástico talento.
Amém.
O ÁS DE MANGA…
Prometi não voltar tão cedo ao assunto, mas o lançamento oficial da LNB obriga-me a relevar um pouco a promessa, adiando-a também um pouco, já que é um mote difícil de resistir.
Assisti pouca coisa pela TV, pelo horário impróprio para mim, mas os blogs e sites ligados ao desporto salvaram e esclareceram minha curiosidade natural. Entrevistas com o presidente da Liga, técnicos presentes, e jogadores emblemáticos, além das discussões e análises de comentaristas, descortinou um horizonte repleto de dúvidas e algumas indagações em direção às verdades que se ocultam por trás deste movimento “que soerguerá o basquete em nosso país, trazendo-o de volta como o segundo esporte na preferência do torcedor brasileiro”, que foram as palavras que finalizaram a entrevista do Sr.Kouros Monadjemi, presidente eleito pelos clubes para comandar a LNB.
UMA LUTA POSSÍVEL…
Tenho lutado na medida de minhas possibilidades e força para tentar sensibilizar os verdadeiros basqueteiros do meu país para que saiam do estado de torpor que se apossou da grande maioria deles, acomodados ao fato de não verem perspectivas de mudanças federativas e por conseguinte, no comando confederativo. Mas em um ou outro ponto deste enorme país já são esboçados movimentos antagônicos à situação que nos esmaga a mais de 12 anos, e um exemplo marcante vem lá dos pampas, da gloriosa terra gaúcha, que está a 60 dias da eleição para presidente da FGB, em que um dos candidatos é o atual presidente e postulante à CBB, Carlos Nunes.
Num artigo magistral e emocionante, o editor do blog Mais Basquete (WWW.maisbasquete.blogspot.com )Carlos Alex, exprime toda a situação existente no basquete gaúcho, e sua esperança infinita em uma mudança de comando na FGB, o qual reproduzo à seguir, como um exemplo que deveria ser seguido pelos demais estados, numa cruzada de renovação e esperança em tempos melhores. Eis o artigo:
GREG, CHAK & CARL II…
As cartas estão na mesa, Greg, Chak & Carl são os candidatos à presidência da CBB na eleição de maio de 2009. Pronto, com o encerramento do suspense Hora de Reconstruir, completou-se o triunvirato aspirante às chaves do cofre cebebiano, agora um pouco mais desvalorizado com o corte do COB, e correndo um sério risco de se ver renegado pela Eletrobrás, prestes a adentrar no campo de jogo do futebol via CRVG. São tempos futuros auspiciosos…
Mas mesmo assim, a disputa se apresentará daqui para diante, no mínimo acirrada, num embate sui generis, já que disputado por iguais, tanto política, como eticamente.
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