I’M NOT DOG NO…

Fico muito preocupado com a corrida de equipes do NBB atrás de americanos, em alguns casos três de uma só vez ,  para numa escalação primária, somente dois brasileiros compondo uma equipe básica, e isso tudo em território brasileiro.

E lá vamos de encontro a um desfile de equívocos, até certo ponto hilariantes, com técnicos empostando a voz, para num inglês lamentável e ininteligível passar informações no idioma digno de um I’m not dog no, de um Falcão muito mais coerente.

E a qualidade dos craques, medidas e avaliadas quase sempre através de vídeos veiculados por espertos agentes, colocando jogadores de qualidade duvidosa (as raras exceções não contam…) num mercado que veda a muitos bons jogadores patrícios uma chance de trabalho, muito dos quais vindos da Sub 21.

Sugiro então uma pequena reflexão, ao analisarmos uma listagem de países com ligas organizadas, com salários mais atraentes e maior visibilidade promocional: Espanha, Itália, França, Rússia, China, Austrália, Lituânia, Turquia, Grécia, Bélgica, Alemanha, Portugal, México, Porto Rico, Panamá, Venezuela, Argentina, Uruguai, talvez mais uns dois ou três, para ai sim, nos depararmos com a opção (?) Brasil. Pergunta-se então, qual a qualidade de um jogador de décima oitava opção?

Mas eles ai estão, e continuarão a chegar à medida em que teimarmos em nos manter atrelados a um pungente estado de colonizados, esquecendo que em vez da teimosia em nos apegarmos a produtos acabados(?), deveríamos treinar, preparar e potencializar nossos jovens valores, que para a infelicidade de alguns, se exprimem em português, e necessitam serem ensinados e polidos, configurando uma situação de fato antagônica a muitos auto denominados “estrategistas”.

Lembro um artigo que escrevi no inicio desse blog, Vícios do nosso cotidiano, exprimindo com razoável precisão esse instigante assunto, que no entanto continua a ser esquecido por uns poucos, em detrimento de muitos, o que é profundamente triste e lamentável.

Mas como diria o lúcido Falcão –  Days better virão…

Amém.

AO ALARICO…

Me perdoe Alarico, mas algo tem de ser dito nesse momento, algo que ocorreu quando você e o Vanderlei Mazzuchini (Diretor Técnico da CBB e representante da Metodista) estiveram na minha casa em Jacarepaguá, para planejar uma parceria com a Metodista de São Paulo e o Vitoria  no NBB3, e propus uma composição meio a meio em todos os momentos do processo, no que fui mais adiante, obviamente vencido e deliberadamente afastado por um grupo cuja única finalidade era a de participar da LNB de forma absolutamente majoritária.  Deu no que deu, ou seja, a última classificação no paulista e a dissolução do acordo, onde somente dois jovens jogadores do Vitoria, que praticamente não jogaram, foram relacionados, e a equipe que tão bons resultados havia conseguido nas rodadas do returno do NBB2 foi simplesmente desfeita sem maiores contemplações. Eram bons jogadores, não inflacionados e pouco aproveitados nas demais equipes da Liga, mas compromissados com a proposta inovadora que expus a eles.

Mesmo assim, sugeri a você a remontagem daquela equipe, que mantida unida para o NBB3 se classificaria aos playoffs com certeza, e isso assegurei a você, pois praticavam um sistema de jogo diferenciado das demais equipes, quando venceu algumas das mais poderosas, inclusive a que viria se sagrar campeã do NBB2, e contava com uma base bastante sólida, experiente e comprometida  para desenvolvê-la.

Preferiu você investir numa nova direção, só que alinhada com o sistema único de jogo comum a todas as equipes, abandonando de forma definitiva todo aquele trabalho que se prenunciou forte e radicalmente inovador.

Mais uma vez a equipe foi mal, pois frente à realidade do sistema único pouco poderia contestar frente a equipes mais fortes no mesmo, apesar de contratar 17 jogadores, recorde na Liga, no intuito de reverter uma situação motivada por uma direção técnica totalmente equivocada.

Claro, que uma sucessão tão longa de maus resultados, com derrotas de mais de 60 pontos de diferença (recordes negativos na Liga, e agora repetidos na Sub 21) prejudicaria futuros possíveis patrocínios, que não se sentiriam incentivados a apoiar uma equipe pouco ranqueada, num mercado onde a exposição de uma marca junto a um projeto mais vencedor é condição básica no mesmo.

Então, sabedor que a grande maioria de jogadores daquela equipe se encontravam descompromissados com equipes para o NBB4, mais uma vez, e teimosamente, sugeri a você a remontagem da mesma, pois lá no fundo me incomodava o fato de não ter podido, ao menos, testemunhar um bom trabalho iniciado nas mais difíceis condições, como aquele no returno do NBB2, e inclusive sugeri o nome do técnico Washington Jovem para dar continuidade ao mesmo, pois como meu assistente, inclusive indicado por você, acompanhou todo o processo de treinamento orientado por mim na direção de um novo sistema de jogo. Você se negou (sequer respondeu ao meu email), e inclusive declarou na imprensa que o Vitoria se apresentaria com jovens egressos da sub 21 e uns poucos jogadores mais experientes, e sob a direção de um técnico americano, ou um paulista.

Com a perda do patrocínio a uma semana do inicio do NBB4, você se viu forçado a desistir do campeonato, desfecho este que jamais teria  acontecido se o projeto iniciado no returno do NBB2 tivesse sido continuado, ou mesmo logo após a dissolução da parceria com a Metodista, pois resultados mais objetivos teriam sido alcançados, e disso tenho a mais absoluta certeza, pois não costumo errar previsões nesse nível.

Enfim Alarico, sem jamais negar sua transcendental importância para o basquete capixaba, através o longo e penoso caminho percorrido para implementá-lo, não posso deixar de mencionar o erro estratégico cometido com uma equipe que tinha tudo para se firmar no altamente competitivo cenário da LNB, fato hoje reconhecido por muitos analistas do grande jogo, por força de sua ousadia em aceitar percorrer novos caminhos técnico táticos, e a mim em particular, quando você mesmo me reconduziu às quadras numa idade pouco ou nada valorizada dentro da dura e injusta realidade do país, a que retribuí com um trabalho diferenciado e certamente promissor, além de muito sacrificado e doloroso, mas que não encontrou de você uma resposta que justificasse a extinção do mesmo, além do meu sumário afastamento..

Fiquei imensamente triste com a ausência da equipe no NBB4, e confiando na sua inesgotável vontade de ajudar no soerguimento do basquete brasileiro, sugiro que reconsidere retomar aquele bom trabalho iniciado no returno do NBB2, a fim de que o mesmo seja completado com principio, meio e fim para o NBB5, já que fora do NBB4, e que foi o prioritário motivo que me fez continuar naquela equipe, recusando na sua presença e testemunho em São Paulo, o convite de uma das mais poderosas equipes da liga, e ficando no final , sem pertencer a nenhuma.

Desejando seu pronto restabelecimento, subscrevo-me,

Paulo Murilo Alves Iracema

Professor, Técnico de Basquetebol e Editor do Basquete Brasil.

 

NOTA- Incluo o vídeo (clique aqui) do último jogo realizado em Vitoria no NBB2 contra o CETAF, onde podem estar embutidos alguns dos motivos responsáveis pelo meu afastamento, não só da equipe, como do basquete brasileiro. Vale dar uma olhada, como também, ouví-lo. PM.

Amém.

CAFÉ(AMARGO)DA MANHÃ…

Ligo meu computador nessa manhâ, percorro os blogs de basquete, e me deparo com essa noticia no site da LNB:

 

Bate-papo

LNB convida os principais jornalistas e blogueiros especializados em basquete para um café da manhã, no Rio de Janeiro com o presidente Kouros Monadjemi

Os principais jornalistas e blogueiros especializados em basquete foram convidados para, nesta quinta-feira, participar de um café da manhã com o presidente da entidade, Kouros Monadjemi, antecedendo o evento de lançamento da temporada 2011/2012, no Rio de Janeiro.

Participaram do bate-papo Sérgio Barros, da TV Globo, Rodrigo Alves, do Globoesporte.com, Byra Bello e Roby Porto, da SporTV, Guilherme Tadeu, Alfredo Lauria, Raphael Nunes, do Portal Basketeria, Rodrigo Capello, da revista Máquina do Esporte, Fábio Balassiano, do blog Bala na Cesta e Felipe Piazentin, do blog Planeta Cesta.

Além do presidente, outros representantes da LNB estavam presentes. O gerente executivo Sérgio Domenici, o gerente técnico Lula Ferreira e o gerente de comunicação Guilherme Buso também participaram do encontro. Completou a mesa o diretor de basquete do Flamengo, Arnaldo Szpiro.

Entre os assunto debatidos estiveram a organização para o NBB 2011/2012, calendário, arenas, além de sugestões para a evolução do campeonato e do basquete nacional.

“Essa é uma oportunidade ímpar. Ninguém faz isso. Nunca recebi convites como esse de outras entidades. E uma instituição começa pela transparência, sem isso a roda não gira”, disse Rodrigo Capello.

“A gente sabe que o público do basquete está muito ligado na Internet. E nesse público, a opinião dos blogueiros é importante. É muito bom que a Liga esteja buscando essa opinião da mídia. Debate é sempre importante e a Liga mostrou que está aberta a isso”, comentou Alfredo Lauria.

 

E o Basquete Brasil lá não estava para o café da manhâ, motivo? Isso ai minha gente, não foi convidado.

Para não ser injusto, recebi um convite genérico para participar da abertura do NBB4, mas nada mencionando o encontro com o Presidente da LNB para o café. Ai está o convite e a resposta enviada por mim.:

 

Assunto Re: Festa de abertura do NBB 4
Remetente paulomurilo@infolink.com.br
Para Lula Ferreira
Data Sex 02:00

On Thu, 3 Nov 2011 09:46:56 -0200, Lula Ferreira <lula@lnb.com.br> wrote:

Prezados amigos

A LNB se sentirá honrada com a presença de vcs na abertura do NBB 4.

Att

Prezado Lula, agradeço o convite, e farei o possível para comparecer ao lançamento de tão importante competição.

Parabéns pelo trabalho. Paulo Murilo.

Foi um convite idêntico a todos os técnicos, assistentes e diretores que participam ou participaram do NBB, e não um especifico a um órgão de divulgação jornalística para um encontro especial com o presidente da LNB.

Enfim, lamento ser o Basquete Brasil tão injustamente discriminado pela Liga maior do basquetebol em nosso país, mas nada que o faça desistir  de continuar a lutar pelo soerguimento do grande jogo, não tão grande para alguns. Vida que segue.

Amém.

O XINGADO JOGO…

Como é Paulo, o Paulista na fase final, o Flamengo na Argentina, e você não dá o ar da graça? Cansou?…

Cansar não, o basquete jamais me cansou, agora enjoar de mesmice e violentos ataques ao vernáculo, isso sim, enjoa, e muito.

Quer uma simples prova? Recorde, ou reveja se possível, as duas últimas rodadas do playoff paulista. Numa mesma tarde dois jogos televisionados pela ESPN Brasil, e até ai tudo bem e elogiável, dois jogos seguidos, com transmissão e comentários de luxo, microfones e entrevistas pelos ginásios, e… agora o lamentável, nos pedidos de tempo das quatro equipes intervenientes: -”Será que não tem um FDP aqui para parar aquele cara?”- cobrava um dos técnicos de seus jogadores. -”Car…, veja a m… que estão fazendo, seus m…”- bradava um outro, inconformado com a nulidade de seu sistema exaustivamente treinado. –“Por…car…, o que pensam que estão fazendo? Car…”- gritava um terceiro revoltado com a passividade defensiva de seu super treinado grupo, finalmente um quarto-“Put…mer…, o que pensam que estão fazendo, PQP…!- E tudo isso ao vivo, a cores e em horário vespertino, sendo absolvidos pelo comentarista que via naqueles pedidos de tempo ações tecnicamente corretas, fora os xingamentos, mas que pelo ardor da disputa…

Lamentável ter de escrever sobre o que todos assistiram, e ouviram, principalmente os jovens, mas teimosamente o faço, pois foi o que se viu, e se repete na maioria dos jogos, inclusive agora no vôlei, quando as derrotas começam a freqüentar o dia a dia do segundo (?) esporte do país.

E pensar que são todos professores e técnicos experientes e consagrados, cujas mensagens, mesmo sob intensa pressão deveriam ser pautadas pelo que representam como professores e técnicos (principalmente na presença de microfones), e não da forma como foram emitidas.

Como condenar, e veladamente criticar o Magnano que proíbe microfones junto a si quando trabalha? Ah, fazem falta os comentários dele na orientação da equipe, afinal o publico precisa saber o que ele pede do grupo, cobram os narradores e comentaristas, que na verdade, e isso precisa ser dito, adoram contrastar seus conhecimentos com o que é dito pelos técnicos, num confronto de razões técnico táticas, quando sua função é a de relatar o que presencia e testemunha, e não o que faria se estivesse na direção da equipe.

Quanto ao Flamengo, o que dizer quando o Leandro é alçado a armador sem a companhia de um outro de ofício? Sabemos todos que pelo que ganha tem de jogar até por contrato, assim como as demais estrelas da companhia, e deu no que deu. Nem sempre rechear uma equipe de luminares garante títulos, e o Miami cansou de provar essa questão. Logo, sem maiores comentários.

E agora mesmo na serie final, com menos xingamentos é verdade, já que, como num acordo tácito, ninguém marca ninguém fora do perímetro, temos jogo com 53 arremessos de três e 27 erros de posse de bola, numa prova cabal de que nenhum palavrório de baixo nivel corrigirá tal hecatombe, e sim uma urgente e definitiva mudança nos padrões técnico táticos das equipes, como fruto de uma competente e profissional reformulação na formação de base, sem a qual nada alcançaremos de pratico na evolução do grande jogo entre nós. E tudo isso somente será possível se a classe onde alguns, emotiva e impensadamente, proferem xingamentos públicos e midiáticos, se unir em torno de associações de técnicos, cujos padrões éticos e objetivos fundamentados na pesquisa, no estudo e no comportamento publico e social, produzam conhecimentos voltados ao desenvolvimento dos jovens técnicos e jogadores, os maiores beneficiários dessa inadiável mudança, e ao basquetebol como um todo.

Precisamos acreditar que isso seja possível, precisamos muito.

Amém.

Foto-Divulgação LNB

UM BASTA NA OMISSÃO…

Tantos escândalos, tanta malversação de nossos parcos e suados recursos, tanta gente inapropriada e aventureira ceifando o sonho maior de uma educação de qualidade, que não precisa ser sofisticada, mergulhada em bits e bytes, e sim envolta em trabalho e competência. Houve um momento, um trágico momento, em que se negou à escola o desenvolvimento nas artes, na musica, nos desportos, que são aqueles fatores que promovem a educação, que ao lado instrucional dos currículos tradicionais elevam a qualidade de um povo, sedimentando o mais alto conceito de nação.

Muitos não desejam e aceitam tal conceito, uns para se manterem no poder, outros para utilizá-lo como massa de manobra para conquistá-lo, ambos traindo a nação que os acolhem.

Se quisermos atingir a verdadeira independência econômica, somente um caminho deverá ser percorrido, a educação quantitativa e qualitativa de nossos jovens, integral e generalista, plena de criatividade humanística e objetividade técnica e científica, no âmago da célula mater, a escola.

Os desportos lá vicejarão, como um direito inalienável, democrático e constitucional, onde as verbas encontrarão o ambiente propicio e ideal para sua correta aplicação, já que na posse de uma estrutura historicamente avessa à corrupção, onde o planejamento e o desenvolvimento de projetos fazem parte da estrutura acadêmica desde sempre. Equipamentos simples, bem estudados e de fácil manutenção embasariam o trabalho nesse campo, enriquecendo junto com as artes e a musica os tempos livres de nossos jovens, reforçando-os com alimentação sadia, e professores bem formados e dignamente pagos. Nosso país não pode mais continuar a ser o palco circense da corrupção e do desamor aos jovens. Basta de omissão.

Simples assim, senhores ministros da Educação e dos Esportes, unam-se nessa cruzada cívica, para o bem e o futuro do nosso país.

Amém.

Imagem- Enviada por Gabriel Domingos por email.

GALERIA DO HORROR II- MINISTÉRIO PREPARA “PLANO DE 10 ANOS”…

“2016 não é o objetivo final. É apenas o primeiro passo. O objetivo é transformar o esporte brasileiro”.

São palavras do secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte Ricardo Leyser, numa matéria do jornal O Globo de 30/9/11 (anexa).

Engraçado, para os demais setores da economia 2016 se afigura como o objetivo já em pleno processo de conquista, onde lucros vultosos começam a ser auferidos, desde as obras faraônicas, até os inúmeros segmentos comerciais, industriais e de serviços gerais, sem mencionar os políticos…

O esporte, que é a verdadeira finalidade de uma olimpíada fica para depois de 2016, se ficar, já que não prioritário para esse e os passados governos deste indescritivel país.

“Dentre todos os países democráticos, o Brasil é o único em que nem a direita e nem a esquerda desejam o seu povo educado. A direita o manteve ignorante desde sempre para se manter no poder, e a esquerda o quer mais ignorante ainda para usá-lo como massa de manobra para se manter no poder conquistado, pois um povo educado jamais se permitiria ser manipulado por nenhuma delas”. (Paulo Murilo em aulas de formação de professores na FE/UFRJ).

Porque investir em educação pública de boa qualidade, escolas, professores, esportes, artes, se bolsas de diversos matizes mantêm o povo controlado e submisso? Por que?

E pensar que bastariam 20% desta olímpica cornucópia financeira lançada num imenso buraco negro pela insânia e ambição de maus brasileiros, para alavancar o fator estratégico da educação de uma juventude simplesmente abandonada.

Ministério do Esporte? Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento? ONG’s dilapidando preciosos e sacrificados recursos de um povo mais sacrificado ainda? Verbas fantásticas alimentando partidos políticos? COB?

Bastaria investir parte destas inacreditaveis verbas na escola (projetam-se 23 bilhões!!), integrando o ensino curricular com o esporte, as artes, com equipamentos simples e funcionais, professores bem formados, treinados e decentemente pagos, para atingirmos a auto-suficiência de mão de obra qualificada, suporte fundamental do desenvolvimento de um país que se deseja poderoso e independente, além de nos alçarmos a uma verdadeira e autêntica condição de país olímpico. Fora disso, o criminoso absurdo que testemunhamos.

Assim como a herança do Pan Americano, 2016 retratará sem retoques o que as duas reportagens acima sugerem de forma contundente e trágica, e onde o esporte estará dando somente o seu primeiro passo, na palavra abalizada e técnica do secretario desportista (?).

Simplesmente lamentável.

Amém.

Reproduções- Clique duas vezes nas mesmas para ampliá-las.

Leitura complementar – Galeria do Horror (6/11/2010)

O PROFESSOR…

PAULO MURILO

Cumprimentando a todos os/as professores/as no seu dia, aproveito para reafirmar a importância desta profissão no seio da sociedade, reproduzindo carta de um pai ao professor de seu filho.

PEDRO RODRIGUES

 

 

UM PAI AO PROFESSOR DE SEU FILHO

“Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.

Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.

Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.

Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.

Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.

Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.

Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.

Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.”

Abraham Lincoln, 1830

Recebi esse email do Prof. Pedro Rodrigues de Souza, dileto amigo de muitos anos, e que repasso com prazer aos leitores do blog, muitos dos quais professores como nós, torcendo para que os dirigentes desse continental país venham um dia a reconhecer o valor estratégico desses abnegados profissionais.

Amém.

FOTO-Professores Paulo Murilo, Helio Demoner e Pedro Rodrigues (Vitoria,ES 2010)

A EQUIVOCADA BASE…

  1. Clayton 11.10.2011

Caro Professor Paulo Murilo,

Dias atrás levei as alunas de minha escola para uma competição escolar, são meninas com faixa etária de 12 anos.
Não pude participar do congresso técnico, um professor representante da escola foi, no entanto, não foi acatada a sugestão de a competição ser no formato de Basquete 3, conforme a sua sugestão tempos atrás.
Porém, ficou decidido que não poderia ter marcação pressão na saída de bola, dessa forma, somente marcação depois do meio da quadra.
No jogo, o professor da equipe adversária, meu amigo por sinal, ficou revoltado porque meu time não estava fazendo marcação por zona, e acabou inclusive sendo expulso do jogo pelas insistentes reclamações.
Ao termino do jogo, conversamos, e disse a ele que a única orientação que eu tinha recebido era sobre a não marcação sob pressão, e minhas alunas nem saberiam jogar em zona.
Não me recordo se li aqui no blog, mas me parece que nas categorias de base é melhor aprender a marcação individual, pois quando nas categorias maiores, o atleta terá dificuldades de realizar com eficiência a marcação, o Professor compartilha dessa opinião?
As meninas jogaram sem posições pré-definidas, jogaram livres pela quadra, apenas enfatizei a importância de todas voltarem para realizar a marcação. Para minha surpresa, no segundo ano que participamos ganhamos de uma escola com tradição no basquete, tudo a base de pequenos jogos, basquete 3, sem focar na realização de exercícios sem muita conexão com a realidade do jogo. Me parece que está dando resultados…
Abraços!

Recebi esse comentário ao artigo O Futuro… de 8/10/11, e que bem demonstra o estágio em que se encontra a formação de base em nosso país, e vindo de uma cidade de tradição no basquete como Sorocaba.

O Prof. Clayton, que participa bastante com as discussões aqui no blog, nos coloca de frente a um dos maiores fatores de nossa fragilidade nos fundamentos, a mais completa ausência de uma orientação fortemente baseada em conceitos de ensino e aprendizagem voltados ao crescimento físico, nervoso e mental gradual dos jovens que se iniciam na pratica desportiva, agraciados com regras adaptadas às suas condições de maturidade que seguem ritmos pessoais diferenciados, mesmo dentro de suas faixas etárias, no que se constitui na verdadeira missão de uma ENTB compromissada com essa tão critica necessidade ainda bem ausente.

Por muitas vezes aqui publiquei artigos que defendiam adaptações às regras do jogo, a fim de compatibilizá-las com as limitações inerentes a cada faixa etária dos jovens alunos, respeitando-as e desenvolvendo-as dentro das naturais exigências de cada uma delas, numa progressão coerente e acima de tudo, responsável.

Dentre as necessárias adaptações destaco:

– Adequar a altura das cestas e tamanho e peso da bola para os mirins e infantis, no sentido de tornar o ato técnico de arremesso e controle de bola dissociado do fator força sobrepujando a técnica de execução.

– A proibição das defesas zonais até a categoria infanto juvenil, se bem pretendermos desenvolver as técnicas defensivas como um fundamento prioritário ao desenvolvimento do jogo no país.

– A extensão do tempo de posse de bola para 40seg para mirins e infantis, e 35seg para infantos, no intuito de reforçarmos os fundamentos defensivos, inclusive sob o aspecto físico mental, base para as demais formas e conceitos defensivos mais sofisticados, além do evidente reforço nas concepções ofensivas pela maior permanência da posse de bola, quando a leitura progressiva de jogo encontrará um sólido campo de experimentações e natural evolução.

– Nas divisões iniciais, a obrigatoriedade de participação no jogo de pelo menos um dos quartos, e nunca mais de dois quartos sucessivamente, magistral regra do minibasquete, que promove e reforça o principio de equipe desde o inicio do processo de ensino e aprendizagem do grande jogo.

Enfim, muito ainda poderia ser dito e discutido em torno de um tema tão básico e apaixonante como esse, no que seria o combustível inesgotável de uma verdadeira associação de técnicos voltada para o desenvolvimento efetivo do grande jogo, onde a participação de todos contribuiria para tal fim, tendo como começo a vontade férrea de atingi-lo. Enquanto afastados e dissociados dessa magna função, nossos técnicos podem ser considerados, também, responsáveis pelo atual e fragmentado estágio na formação de base, sem a qual não iremos a lugar nenhum no conceito interno, sequer no internacional.

Eis o grande desafio que se apresenta, e que julgo absolutamente inadiável.

Amém.

FOTOS-Enviadas pelo Prof. Washington Jovem de Vitória,ES, num bom trabalho de formação de base.

OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA FAMILIA 2…

Em sua coluna no O Globo de 24/8/2011, Zuenir Ventura, no seu Papo de Velho escreveu:

Por falar nisso, a gente sabe que está ficando velho quando se choca vendo a foto de um rosto deformado por pancada—olhos e nariz inchados, hematomas, corte profundo—e a notícia em tom comemorativo: “ Lutador brasileiro desfigura rosto de adversário americano no UFC.” Custo a entender que o estrago fora feito praticando um esporte que é o que mais cresce no mundo e no Brasil, onde quase a metade do público é feminino. Procuro me informar mais e descubro no Google outras reportagens e vídeos. Em um, que é saudado como “combate épico”, um lutador desfere um pontapé na cara do outro. São dois brasileiros famosos e a cena mostra como um deles, Anderson Silva, acertou “um chute frontal no queixo do compatriota Vitor Belfort”. O texto fala com empolgação em “chute espetacular”, “cinematográfico”, e eu, por fora, fico sem entender, já que para mim “chute espetacular e cinematográfico” é o que alguém dá na bola, não no queixo do outro (um detalhe: o lutador estirado no chão, inerte, parece desacordado, mas continua recebendo socos na cabeça. Pelo menos mais dois).

O velhinho aqui, desatualizado, gostaria de saber se as jovens aficionadas, que são muitas, sonham com seus filhos fazendo carreira nesse esporte.

E assim como o velho colunista, velho que também sou, professor voltado a educação de jovens através o esporte por mais de 50 anos, não consigo aceitar tal degeneração de um conceito educacional e formativo em nome do mesmo.

(…) Queremos fazer negócio no Brasil. Mas, agora, estou pensando apenas no UFC Rio—disse Dana.—Mas sei que outros talentos vão explodir depois de sábado. Falei com governantes brasileiros. Queremos ajudar a desenvolver isto.(…) Dana White, presidente do UFC ao O Globo de 26/8/2011.

 

(…) Ainda não somos superestrelas. Mas o evento no Brasil é um caminho para alcançarmos espaço—disse Anderson Silva.

–É uma oportunidade excelente para o povo brasileiro ver de perto o MMA, o segundo esporte do país—emendou Minotauro (…) O Globo de 26/8/2011.

 

E sob o co-patrocínio do município do Rio, amanhã, sábado, na Arena da Barra, teremos a suprema oportunidade de apreciar a preços módicos, o futuro do esporte brasileiro, aconselhado inclusive pelo Anderson Silva a fazer parte do currículo escolar de nossos jovens, num autêntico e inspirador programa para toda a família. Imperdível!

Melhor, impossível.

 

PS- Clicando nas imagens, e ampliando-as através ctrl-shift-++, poderemos apreciar em toda a sua dimensão a grandeza educacional desse formidável esporte(?).

O VITÓRIA DO ALARICO…

Fiquei muito triste com o relato do Doutor Alarico Duarte sobre a situação da equipe do Vitória para o NBB4. A ausência de patrocínios por parte do empresariado do Espírito Santo põe em risco total a participação, não só do Vitória, como do CETAF, a dois meses do inicio da competição, no que seria um brutal retrocesso naquela modalidade tão querida do simpático e torcedor povo capixaba.

No entanto, gostaria de tecer algumas ponderações a respeito, já que dirigi a equipe no returno do NBB2, num trabalho aqui minuciosamente relatado, e que marcou profundamente todos aqueles jovens técnicos, que ao acompanharem aquela sofrida saga, puderam testemunhar através os relatos do dia a dia da equipe, e mais adiante vídeos de seus principais jogos, os formidáveis progressos técnicos alcançados, assim como a grande contribuição tática com a introdução do sistema de dupla armação e três alas pivôs móveis, cujas influências se fazem sentir até hoje em suas divisões de base, muito bem preparadas e dirigidas pelo professor Washington, meu assistente na época.

Infelizmente, aquele projeto inovador voltado a uma equipe composta por jogadores subvalorizados  pela mídia nacional, foi erradicado quando do NBB3, onde uma falida e improvável parceria com a Metodista de São Paulo, originou uma série de resultados de triste memória, como a última colocação no Campeonato Paulista, a não classificação para os playoffs no NBB, e os recordes negativos de contagem alcançados naquela competição, fatores que certamente colocaram os patrocínios para a equipe numa faixa de rejeição para o próximo NBB4.

Mas algo tem me chamado a atenção, além do impacto promovido por aquela equipe no NBB2, sempre lembrada com admiração, o fato de que aqueles excelentes (apesar de esnobados pelas grandes equipes) jogadores, que não tiveram, assim como eu, a oportunidade de treinar e jogar, com principio, meio e fim, numa competição de tamanha importância, ainda poderem ser reunidos, pois, com a exceção do Casé, não estão ligados a equipes da LNB, e sim disputando campeonatos regionais, que não os impossibilitam de participar da mesma, e tenho quase certeza ( desculpem a ousadia…) de que aceitariam o desafio, após a instigante experiência que tiveram no NBB2 pelo Saldanha da Gama, se seguramente contratados para realizá-la, e em concordância ao projeto técnico tático original. E como as restrições ao meu nome( a começar por esse humilde blog…) são de escalão superior(?), que o Washington pudesse desenvolver o projeto de onde foi interrompido e retroagido à mesmice de amarga memória, pois não conheço mais ninguém que tivesse a coragem de desenvolvê-lo, e com potencial probabilidade de romper com o que ai está sacramentado a mais de 20 anos.

Não seria um projeto caro, talvez bem inferior ao R$ 1,5 milhão, projetados pelo Doutor Alarico, mas rico em possibilidades e empenho, já que preenchido e defendido por excelentes jogadores, que provaram serem unidos e participativos. Amiel, Roberto, De Jesus, Rafael, João, Muñoz, André, quem sabe o Casé e o Gaspar, o Matheus e os mais jovens da terra, formariam um time a ser respeitado, pois proprietários de um sistema de jogo que somente eles professariam e praticariam, logo, diferenciados das restantes equipes. Se provaram isso no pouco que puderam jogar com o mesmo, por que não agora, mais experientes, vividos e calejados, naquela que seria a última tentativa de emergirem dessa terrível mesmice, por que não?

Faço votos para que o Vitoria e o CETAF superem tantas dificuldades, mas indo um pouco mais além do que somente se fazerem presentes na disputa, ao desenvolverem novas formas de jogar o grande jogo, com audácia e coragem, o que duvido muito possa vir a ocorrer nas demais equipes, preocupadas que estão em nomes, ribaltas midiáticas, e o sistema único. Precisamos investir e mudar conceitos, e quem sabe, o modesto Vitoria possa dar o salto providencial, aquele ensaiado com méritos no NBB2. Assim espero, como renitente torcedor que sempre fui, sou e serei do grande jogo.

Amém.