UMA SIMPLES QUESTÃO DE TREINO E LIDERANÇA, DA BASE À ELITE…

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Pois é, basqueteiros de plantão, o que prevíamos aconteceu, a seleção Sub 19 masculina não se classificou no Mundial de Praga ao perder para a Rússia, somente vencendo uma partida das cinco disputadas, restando agora disputar do 9º ao 12º lugar na magna competição.

Se olharmos com alguma atenção os números deste jogo, fica evidenciado de cara um fator indiscutível, nossos jogadores mal sabem arremessar em cesta, e pasmem, dos dois pontos, já que dos três, era sabido de muito que nem desconfiam como executá-los com um mínimo de eficiência, mas dos dois? Nesse jogo contra os russos, arremessamos 24/58 de dois, 5/15 de três e 15/22 de lances livres, e os russos, 21/36 de dois, 10/25 de três e 10/17 de lances livres, ou seja, tivemos 22 arremessos de dois a mais e 10 de três a menos do que eles, que desta forma conseguiram 30 pontos de três, contra 15 dos nossos, e que muito poderiam ter sido compensados se convertêssemos pelo menos a metade dos 34 erros nos dois, e até vencido se soubéssemos defender um mínimo fora do perímetro de onde os russos chutaram 10/25 de três, já que ambos erraram sete lances livres.

Somemos a essa lamentável deficiência os 16 erros de fundamentos (e olhem que os russos erraram 21…), para vermos com clareza tudo aquilo que comento de longa data, o fato de não exercermos o pleno domínio dos fundamentos, numa preparação que prioriza a formatação e padronização de sistemas de jogo, em detrimento da ferramenta básica, que quando lembrada é para ser entregue a estrangeiros, aqui e lá fora, num tipo de planejamento voltado ao gasto interesseiro de verbas, que deveriam ser empregues na melhoria e treinamento de nossos jovens técnicos, através um bem planejado programa de formação, e não cursos expositivos de 4 dias de arquibancada, sem as exigências de estágios práticos por um bom tempo, com acompanhamento qualificado em seus locais de trabalho, única maneira de bem formá-los.

Mas não, se em muitos casos, nossas seleções de base são entregues a jogadores a pouco retirados das quadras e travestidos de técnicos, sem um mínimo de preparo e experiência didático pedagógica no campo das técnicas de ensino e aprendizagem, como se exigir que jogadores por eles orientados se caracterizem pela excelência na pratica dos fundamentos, que é a coluna mestra da pratica do grande jogo?

E por essa estrada poeirenta ainda transitaremos por longo tempo, talvez tempo demais para nos defrontarmos com a realidade olímpica daqui a poucos anos, onde, desgraçadamente veremos coroada a suprema ignomínia de sermos vencidos ante erros que teimamos em não corrigir, em nome do clientelismo, do apadrinhamento, da sedimentação de um corporativismo mafioso e absolutamente irresponsável, mas que gera continuísmos e vultosos lucros.

Mas temos obrigatoriamente de admitir que somente transporemos tantas e históricas deficiências, se pararmos um pouco que seja, perante a exigência maior de um movimento associativo dos técnicos, liderados por aqueles que realmente representam a classe, por sua tradição e reconhecido trabalho, e que sempre se negaram a erguer as bandeiras do oportunismo e do imediatismo midiático e enganador, daqueles que realmente conhecem, estudam, respeitam e amam o grande jogo, de verdade. É o que nos resta.

Amém.

Foto – Divulgação FIBA. Clique nas mesma para ampliá-la.

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OS PORQUÊS…

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Durante esse pequeno recesso contado no artigo anterior, recebi um email de um assíduo leitor me perguntando na bucha – Professor, por que motivo o senhor não dirige mais uma equipe do NBB, e mesmo da LDB, afinal são 41 equipes e não tem lugar para o senhor em nenhuma? Sinceramente não entendo os motivos, sejam eles quais forem. Por favor, me esclareça.

Bem, tenho nesses últimos anos, desde o NBB2, quando dirigi o Saldanha da Gama, também tentado encontrar os reais motivos para esse degredo, desde a conversa que mantive com um dos gestores da Liga durante o 1º Encontro dos Técnicos da LNB em Campinas após o NBB2, quando fui sutilmente instado a deixar de editar o Basquete Brasil que, na opinião dele não se coadunava com a função de técnico atuante, num equivoco brutal, pois foram os 49 artigos (e aqui o primeiro deles) que postei no dia a dia daquela inesquecível experiência midiática, um dos motivos de ali me encontrar, junto aos demais técnicos, para discutir o grande jogo e sua divulgação junto ao tão esquecido publico entusiasta do mesmo.

Claro que jamais aceitaria aquela sugestão, como não aceitei, mantendo o blog, ampliando-o nas discussões de caráter educacional, assim como discutindo política desportiva, cobrando dos poderes o sempre ausente apoio às causas da educação de qualidade, direito inalienável do cidadão (hoje, graças aos deuses, cobrado em praça pública pela juventude do país…)

E nestas discussões questionei veemente e indignadamente os descaminhos que apontavam para o acumulo de equívocos que se desdobravam em nome do esporte dito de alto nível, em detrimento da formação de base nas escolas e clubes do país, culminando com a terrível aventura olímpica, sorvedouro de sacrificadas divisas direcionadas aos ávidos bolsos daqueles que nem de longe se interessam por educação e cultura de um pobre povo, e sim os vultosos lucros que poderiam advir da ignorância do mesmo, mantido propositalmente à margem do processo educativo, facilitando a consecução da hábil manobra.

Também mantive o cunho critico à mesmice endêmica que nos tem dominado no aspecto técnico tático, discutindo, e até desafiando nossos técnicos para que mudassem seus posicionamentos, dirigindo-os a uma evolução formativa e competitiva de maior alcance, de maior desenvoltura.

Claro que desagradei a grande maioria, mas nem tanto quanto a determinados políticos, que inclusive tentaram me desqualificar, mesmo nos comentários do blog, tendo recebido as respostas que julguei merecedores.

E nesse ponto é que pude estabelecer as pontes de interesses contrariados, ligando as técnicas inovadoras do jogo que propunha, e a manutenção das criticas ao modelo político administrativo existente no cenário desportivo nacional, em contrafação a de alguns políticos, poderosos por manipularem grandes verbas governamentais, sempre almejadas por confederações e federações desportivas, em seus projetos milionários e de distribuição muito bem escalonada junto aos espertos e oportunistas de plantão, em troca de obrigatórias contrapartidas, entre as quais meu afastamento compulsório das quadras, com certeza…

Então, quando vi estampada no site da LNB, a foto da homenagem à personalidade do ano no basquetebol, dirigida ao político que de uma tacada destinou 14 milhões de reais a uma falida CBB, (aqui descrita no magnifico artigo do Fabio Balassiano no seu blog Bala na Cesta), garantindo a continuidade da terrível administração da mesma, assim como destinou mais alguns milhões para a LNB manter a LDB em função por mais três anos, porém mantida escondida numa remota cidade de Minas Gerais, sem imagens, mesmo pela internet, somente (in) visível através gélidas estatísticas, (que, aliás, mostram logo na primeira rodada o absurdo número de 155  erros de fundamentos nos cinco jogos realizados, com a media incrível de 31 pj, mostrando com precisão que em matéria de fundamentos as equipes estão muito mal treinadas e preparadas, principalmente quando na porta de entrada da elite do grande jogo, onde errar dessa forma é absolutamente inadmissível, numa realidade em que, sem dúvida alguma, pulularão pranchetas a granel, focadas na padronização e formatação do sistema único, pelas  mãos de  “estrategistas” de primeira viagem,  é que entendi a origem do veto, para o degredo injusto, cruel, pois tira de mim o direito ao trabalho, para o qual sou altamente qualificado, e no qual tanto poderia ajudar no soerguimento do grande jogo, numa ação pusilânime, covarde enfim.

Mas daqui desse cantinho, dessa humilde trincheira, onde corporativismo mafioso nenhum pode me atingir, continuarei a trabalhar pelo grande jogo, já anunciando a continuidade da Oficina de Aprimoramento do Ensino de Basquetebol na última semana de julho (de 26 a 28), que realizarei no inédito formato de receber em minha casa até três técnicos que se interessem em participar de um  prolongado fim de semana (de sexta a domingo), onde, como o ocorrido na primeira Oficina, mergulharemos fundo nas entranhas desse magnífico e complexo jogo, com somente um horário fixo a cada dia, o de começar, já podendo contar com um mini ginásio em minha residência, que fez muita falta na primeira Oficina, e que pretendo repetir, se interesse houver, a cada mês. No próximo artigo detalharei a Oficina.

Bem, creio que respondido o email do leitor, posso dar por encerrada essa discussão, face aos esclarecimentos dados, e certamente compreendidos, mas nunca aceitos por mim. Vida que segue…

Amém.

Foto – Divulgação LNB.  A personalidade do ano no basquetebol…

ME DANDO UM TEMPO…

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Me dei um tempo, desculpem, mas era preciso, não por cansaço, e sim para pensar melhor o blog, o basquete, a continuidade de um trabalho que desde sempre foi uns dos meus objetivos de vida, e que necessita de uma repaginação, de um caminho menos rude e ingrato, e que de certa forma premie um esforço muito grande em concretizá-lo desde seu nascedouro oito anos atrás, não com reconhecimentos ou honrarias, e sim com saúde, discernimento e bom senso para sua continuação.. Nesses dias de afastamento, colaborei intensamente com o III Congresso Brasileiro de Dança Moderna, organizado e dirigido por minha filha, Andrea, professora, bailarina e coreógrafa, que foi um retumbante sucesso na área artística do estado, assim como recebi a visita de meu filho caçula, João David, artista radicado na Irlanda com sua banda Late Train, aos quais dediquei todo o meu tempo de pai saudoso e orgulhoso, mais saudoso ainda ao deixá-los no Galeão de volta às suas vidas profissionais no exterior, onde também se encontra o André Luis, o terceiro filho artista na área do Web Design da firma americana Novica.

            Sozinho então pude brindar os belos fins de tarde observados de minha varanda, e comemorar o levante de nossos jovens nas ruas das capitais, reivindicando melhorias e apoio na educação, na saúde e na segurança, bandeiras que sempre defendi aqui (aqui e aqui) e em muitos outros artigos nesse humilde blog, como que prevendo um dia em que o país não mais engoliria as mentiras e engodos de uma turma que tem em mente um projeto político que somente encontraria obstáculos frente a um povo educado, bem cuidado e seguro em sua faina de patriótico e profícuo trabalho, mas que necessitará postar sua luta balizado em propostas e projetos bem encaminhados sob lideranças honestas e tecnicamente bem preparadas.

Enfim, e aos poucos, os jovens saem à luta na fantástica tentativa de melhorar um país enorme e injusto, buscando apoio à educação de qualidade, à saúde digna e obrigatória, a melhores transportes e à segurança de todos, num belo e candente exemplo de nacionalidade e amadurecimento.

E num momento em que se desnudam os brutais desvios de verbas públicas em estádios e na organização de competições megalômanas e antipatrióticas, voltadas integralmente à riqueza de uma minoria oportunista disfarçada sob o manto do desporto, uma pergunta paira no ar, direta, incisiva – O que os Nusman’s têm a dizer, ou justificar, tão enigmaticamente calados e devidamente forrados que estão?

Amém.

Fotos – Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

 

           

           

MERCADÕES…

DSC_0044Tenho me preocupado em grande com os “mercadões” de técnicos e jogadores para a próxima temporada do NBB, me reportando aos tradicionais brechós de utensílios e roupas usadas, tão tradicionais nessa terra tupiniquim.

E não são sem propósito tais lembranças, pois o que vemos é o velho e carcomido travestido de pouco usado, quase novo, com pequenos reparos, recondicionado, etc e tal…

Terminam campeonatos e a novela desanda em capítulos mais do que óbvios e redundantes, quando jogadores são manipulados por agentes e empresários, de comum acordo com dirigentes e donos de equipes, num carrossel de interesses, onde suas formações passam ao largo dos técnicos, também alguns  em rodízio, que as recebem formadas de 1 a 5, faltando somente administrar os rachões de praxe, azeitar as jogadas chifres abaixo e acima, camisas, cabeças, 23, além de adquirir abastecidas canetas pilots e uma reluzente e midiática prancheta.

Com tudo em cima, comissões formadas, algumas recheadas de aspones que só servem para ajudar na pressão às arbitragens, desandam nos discursos proféticos e promissores, sabendo de antemão que a utilização arbitrária do sistema único por todos os envolvidos no sistema somente beneficiará aquelas equipes que contarem com os pretensos melhores jogadores dentro da mesmice endêmica de 1 a 5, mas que garantirá, por mais uma temporada, o emprego de toda a comunidade envolvida e previamente escalonada à revelia daqueles que deveriam liderar as escolhas, os técnicos, que se recolhem frente a uma realidade absurda, garantindo as escolhas de outrem, e se mantendo mais como administradores de segunda do que técnicos de verdade, independentes e prioritários nas mesmas.

Tem mais, com nuestros hermanos, que subjugados por uma crise econômica feroz, veem no mercado brasileiro boas oportunidades de trabalho, assim como americanos de décima quinta opção nas ligas internacionais, que aqui aportam como estrelas de primeira linha, que absolutamente não o são, para gáudio das eternas viúvas da NBA.

E com o circo armado, ante o lamentável  esquecimento de muitos  jogadores pátrios, alguns dos quais superiores a “nomões marqueteados”, e mesmo de jovens realmente promissores, todos órfãos de um melhor e mais atento preparo técnico e encaixe em outros sistemas de jogo além do indefectível sistema único, ficam marginalizados e desestimulados, muitos dos quais abandonam as quadras, num desperdício imperdoável e desalentador para o grande jogo.

Quanto ao aspecto tático e sistêmico, a mediocridade  que nos tem mantido atrelados ao sistema único de jogo, fio condutor de toda a situação acima descrita, tende, mais do que nunca, a se manter incólume em seu absolutismo castrador, e a prova contundente foram os números apresentados no jogo final entre Flamengo e Uberlândia, no qual a equipe carioca praticamente convergiu com 22/29 nos arremessos de dois pontos e 6/26 nos de três, contra 14/36 e 11/27 respectivamente dos mineiros, numa prova cabal do não estancamento da hemorragia dos três pontos, largamente presente na esmagadora maioria das equipes participantes, anunciando a manutenção postural das mesmas nessa competição, e óbvia continuidade para as próximas, pois se por um lado evoluíram um pouco no jogo interior e numa muito tênue tentativa de dupla armação, por outro, mantiveram a frouxidão defensiva fora do perímetro, permitindo a manutenção do reinado das bolinhas, como num recado incisivo de que sua continuidade será mantida sob o beneplácito de jogadores, técnicos e o incentivo midiático, sob a justificativa de que tal comportamento técnico (?) em conjunto com as enterradas, impulsionam a modalidade junto aos torcedores, ávidos pelas emoções advindas desse estilo de praticar o grande jogo, num erro colossal e irresponsável, principalmente no que concerne às competições internacionais, e ao péssimo exemplo dado aos jovens que se iniciam no jogo.

Finalmente, posso asseverar que o desafio que lancei aos técnicos para que buscassem novas formas de jogar e atuar não encontrou receptividade na prática, provando que a cristalização da mesmice endêmica é no fundo a base que mantêm o status quo responsável pelo sólido corporativismo vigente, confortável mantenedor de empregos, posições e trocas pós temporadas, unindo todos os envolvidos no processo em torno do interesse maior, deixar tudo como está, sem atropelos e divergências, num compadrio que elimina toda e qualquer tentativa de mudança, mesmo que  para melhor, dispensando a trabalhosa, porém benéfica, reestruturação do pensar basquetebol como deve ser pensado, ainda a tempo de enfrentarmos o grande e definitivo desafio para 2016, principalmente na formação de base, a fim de aliviar o constrangimento colossal que nos poderá alcançar se não mudarmos urgente e estrategicamente de rumo.

Em tempo, sugiro uma passada nesse vídeo, onde o prazer de assistir um basquete diferenciado (originando meu desafio) se junta a um resultado alentador no sentido coletivista, ofensivo e defensivamente falando, assim como uma magnifica performance individual do jogador Muñoz (28 pontos), sem que abdicasse em nenhum momento da liderança dividida pela dupla armação, num exemplo tácito e definitivo da real possibilidade de jogarmos o grande jogo de forma diferenciada do dominante  sistema único, ou “basquete internacional”, ou mesmo, o “basquete FIBA”, como é rotulado. Vale a pena assistirmos e nos deliciarmos com a prestação técnico tática de jogadores nada midiáticos, porém plenos de conhecimento do grande jogo e da forma mais precisa e bela de jogá-lo nos idos do NBB2.  Fico imaginando, divertido,  como reagiriam os globais ao narrá-lo e comentá-lo…

Amém.

Foto – Divulgação da LNB. Clique na mesma para ampliá-la.

Foto – O grande e lúcido armador Muñoz.

 

 

 

O BESTIALÓGICO…

(…) BNC: Poderiam explicar o porquê de se investir em seleção adulta, e não apenas no fomento das categorias de base? Qual é a razão?
RICARDO LEYSER: O governo brasileiro tem a meta de projetar o país entre as potências esportivas mundiais a partir dos Jogos Rio 2016. Para isso, lançou o Plano Brasil Medalhas 2016 e desenvolve outras ações visando a assegurar as condições necessárias para que as equipes disputem em igualdade de condições com suas maiores concorrentes. Os Jogos Olímpicos não são disputados pelas categorias de base, ao contrário, os países enviam seus principais atletas e seleções. O Brasil se prepara para ir aos Jogos com seus melhores representantes, inclusive no basquete. O governo federal investirá no basquete adulto tudo que for possível para que as seleções tenham o seu melhor desempenho. Isso não exclui investimento nas categorias de base. Dois dos convênios com a CBB se destinam a preparar as seleções sub-19 feminina e masculina, incluindo participação da seleção feminina sub-19 no Mundial da Lituânia de 18 a 28 de julho deste ano, e da masculina sub-19 no Mundial da República Tcheca de 27 de junho a 7 de julho. Os convênios para custear a Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol e adquirir o software de monitoramento também vão servir a todas as seleções. São ações com impacto na base. Lembramos que a preparação da seleção sub-19 feminina que conquistou a terceira colocação no Campeonato Mundial de 2011 foi fruto de convênio com o Ministério do Esporte. Por fim, o edital de chamada pública tinha como foco o esporte de alto rendimento e a preparação olímpica, o que obviamente implicava em acolher projetos direcionados à preparação das equipes adultas das modalidades. (…)

 

Quando li essa matéria do Fabio Balassiano em seu Bala na Cesta não acreditei, simplesmente não acreditei ante tamanho bestialógico, e o pior, governamental.

De todas as respostas dadas por esse político, que de educação física e esportes e sua destinação estratégica na educação cidadã de um povo, basicamente de seus jovens, rigorosamente nada sabe, e que ainda tem o desplante de esfregar sua ignorância na face da nação, separei a resposta acima, onde afirma – “Os Jogos Olímpicos não são disputados pelas categorias de base, ao contrário, os países enviam seus principais atletas e seleções. O Brasil se prepara para ir aos Jogos com seus melhores representantes, inclusive no basquete.” E onde os países vão buscar suas seleções senão na formação de base? Mas nós não, e veremos onde iremos parar em 2016…

No entanto, ele, seu triste partido, seu ministério, secundado por um COB aterrador, terão garantido a riqueza das empreiteiras, dos conglomerados internacionais que geram a informação, a hotelaria, a administração e marketing desportivo, e por fora e por baixo dos panos as generosas comissões e o desvio dos bens e valores públicos perpetrado por maus brasileiros, criminosos que são ao marginalizarem a educação básica dos jovens, a saúde e segurança do povo, maquiando sua ignomínia com falsos e discutíveis legados, proteladores da justiça e do verdadeiro e sustentável progresso da nação. Mas um dia, um glorioso e ansiado dia, veremos renascer o bom senso e o amor aos jovens, a desprezada formação de base, sustentáculo de países, aqueles mesmos que aqui estarão em 2016 representados pela resultante de seu mais sagrado investimento, seus jovens, sua formação de base. Quanto a nós, estaremos à sombra de discursos e declarações como as proferidas por esse cara. Que os deuses nos protejam.

Amém.

Foto – Bala na Cesta. Pena que o clicar na mesma não a minimize na medida de sua relevância.

 

UM INCERTO 2013…

E olha 2013 logo ali na esquina pessoal, bem na esquina onde nosso indigitado basquete decidirá que caminho escolherá até 2016, que menos 2013 = 3 anos, isso mesmo, três anos para se firmar de uma vez por todas, ou se afundar com pouquíssimas possibilidades de volta, a continuar sob o mando dessa turma que ai está,  que no fundo odeia o grande jogo, e teme que o mesmo volte a ocupar seu devido lugar na preferência popular.

Hoje mesmo, um dos mais prestigiados jornais do país, publicou um caderno retrospectivo sobre as Olimpíadas, e nas páginas centrais também publicou o calendário desportivo para 2013 (foto), e adivinhem qual a única modalidade omitida? Acertaram, o basquetebol!

Porque nem num mísero calendário o grande jogo merece ser mencionado, por quê? Ainda mais num encarte que festeja nossos feitos olímpicos, para o qual nosso basquete se classificou após 16 anos de afastamento, por quê?

Boa pergunta, para respostas nada convincentes, ou por acaso um de vocês tem algo a dizer, não os da segunda foto, mas vocês que amam e respeitam o grande jogo?

Então voltemos à turma estampada na tal segunda foto em volta do atual presidente da CBB, e candidato à reeleição, todos felizes e sorridentes pela esmagadora maioria num colégio eleitoral de 27 integrantes. Conte quantos são e imagine quem está praticamente com o poder nas mãos? O grego melhor que um presente, ou o seu pajem por mais de 12 anos, quem?

Pois é, cada um deles comanda uma federação, cujo poder se resume, em sua esmagadora maioria, única e exclusivamente pelo voto, pois realizações técnicas e competitivas praticamente inexistem na maioria delas, e que o usam e barganham magistralmente no grande bazar em que se transformou o desporto nacional, onde as exceções de tão poucas, não contam, nem interferem no resultado final…

Quanto ao progresso, planejamento, desenvolvimento, estudos, pesquisas, projetos para alavancar o grande jogo no país, ora, o que importam, para que servem se como está cumpre com galhardia e sobras aos primários intentos da maioria sorridente? Mudar para que? Seis ou meia dúzia dará no mesmo, ou não? Uma terceira via? Nem pensar, desconjuro, sai pra lá…

Meus deuses, se nem numa retrospectiva jornalística o basquete é mencionado, e se um grupo sorridente e festeiro envolve o mandatário do nada, absolutamente nada, na esperança, não, na certeza de benesses e mordomias em troca do poderoso e decisivo voto, por quê perder tempo com mudanças e incertos amanhãs, por quê? Fiquemos com o certo, o palpável, o negociável, no escambo dessa triste e dolorosa realidade.

Amém.

Fotos – Reproduções do jornal O Globo e Divulgação CBB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

RESPONDENDO AO MARCOS…

  • ·  Marcos Gordinho- Hoje-

Caro professor. Será que o desenvolvimento do basquete em nosso país passa tão longe da possibilidade de adotar os moldes americanos onde valorizam a formação e evolução no ensino médio e no universitário? Qualquer jogador americano mediano (para não dizer medíocre) se destaca apenas por ter respaldo em sua formação como atleta nas categorias mais básicas. O atrelamento da evolução esportiva ao curriculum escolar é tão difícil que vemos jogadores como Neymar e outros abandonando a sala de aula com respaldo do mesmo ministério que julga exploração do trabalho infantil se o garoto ajudar seu pai em um comércio ou pequeno negócio da família durante algumas horas do dia. O que falta para se implementar um projeto piloto que force utilizar grandes jogadores quando muito jovens ainda a se manterem atuantes dentro do sistema educacional? E realmente uma liga de desenvolvimento poderia ser bancada no Brasil de hoje?

            Recebi esse comentário aposto ao artigo Os Conceitos Modernos de Basquete, enviado pelo leitor Flavio Marcos de Natal, RGN, e que coloca com propriedade um dos mais emblemáticos problemas vividos pelos jovens que praticam esportes em nosso país.

Jogar? Estudar? Os dois? Ou…

Por que não os dois, porque não? O que impede e quais os empecilhos, quais as verdades omitidas para que essa dualidade seja impossibilitada em nosso país?

Ora, prezado Marcos, num país em que nem a direita, e nem a esquerda querem o povo educado, pois dessa forma se mantêm no poder quando “eleitos”, o que esperar em termos de educação ampla, justa e democrática para uma população com tantas carências?

Mesmo agora, quando passamos por uma demanda absurda de mão de obra qualificada, privilegiamos a contratação de estrangeiros para supri-la, em vez de estabelecermos uma verdadeira política educacional no país, na qual, sem dúvida alguma, as artes, a música e os desportos estariam firmemente ao lado da formação acadêmica, na busca de uma educação integral, e de alta qualidade.

Os desportos, a educação física, atividades básicas na formação dos jovens sequer seguem um projeto, por mísero que seja, para sua implementação e desenvolvimento, atingindo um estágio atual de atividades opcionais, que na prática as tornam dispensáveis, principalmente nas escolas. Então, num cenário tão devastador, o que esperar em formação de base desportiva, e porque gastos no preparo de professores e técnicos de boa qualidade? Desporto e olimpísmo são na verdade de alto, altíssimo interesse das obras faraônicas, das verbas colossais, das inesgotáveis empreitadas de lucratividade impensável a um país sério, a um país preocupado com o bem estar de seu povo, da educação de seus jovens, estabelecendo verdadeiros e sólidos padrões de progresso e justiça social.

Sim, prezado Marcos, educar um povo privaria essa escumalha que nos corrompe e humilha do poder escuso e imoral a que estão regiamente ligados desde sempre, desde que nos foi imposto o regime das capitanias hereditárias, e já fazem mais de 500 anos.

Um povo educado não se permitiria estar sujeito a tanta podridão, tanta corrupção, tanta pobreza, de corpo, mente e alma.

Um povo educado não permitiria o comando e a influência de indivíduos como o ai de cima, jamais, jamais.

Prezado Marcos, sinto muito, mas ainda teremos de evoluir muito, sofrer muito, chorar muito, até que num dia, num futuro qualquer…

Que os deuses nos ajudem.

Amém.

Foto – Reprodução do O Globo de 6/10/2012

GALERIA DO HORROR III…

(…)”Já observo gente que pode me suceder, mas por enquanto, eu sigo o que generais e estrategistas do passado fizeram: lidero as minhas tropas (…).

 

            Trata-se de uma declaração do presidente do COB em uma entrevista publicada no O Globo em 11/10/2009, e que serviu de fundo ao artigo Galeria do horror – “A educação já está bem encaminhada”… aqui publicada em 6/11/2010.

Como vemos, o “general” no comando de uma hoste de 200 funcionários enviados a Londres antes e durante a olimpíada, a fim de angariar insumos e experiências a serem implementadas na Rio 2016, extrapolaram suas funções num escândalo de alcance mundial, e que culminou com o afastamento compulsório de dez deles do COB, de forma definitiva.

Remunerados por generosas verbas públicas, não tiveram suas identidades reveladas por ordem do “general e estrategista”, numa comprovação definitiva do absurdo corporativismo que cerca as administrações do desporto nacional.

Mas a pergunta persiste e tem obrigatoriamente de ser respondida, em respeito aos mais legitimo dos direitos cidadãos deste enorme e ainda desigual país, seu inalienável direito de saber o destino de seus impostos – Quem são, seus nomes e suas funções, pagos que sempre foram com o suado dinheiro de todos os brasileiros cumpridores das leis do país.

Como auto definido “general e estrategista”, o presidente do COB têm a obrigação de fazê-lo, sem desculpas e protelações, afinal, eram seus comandados e liderados…

Amém.

Acessem também GALERIA DO HORROR II.

Foto – Reprodução da pág.14 do O Globo de 22/9/2012.  Clique duas vezes na mesma para ampliá-la.

A VERDADE (MAIS DO QUE) VERDADEIRA…

Tirei alguns dias para ler, somente ler, de tudo um pouco, até bulas de remédio…

Visitei a grande rede, daqui e lá de fora, escrevi mais um capítulo do meu interminável livro, agora com a promessa do meu filho André em publicá-lo, inclusive condicionando o término da página do CBEB (da qual e mesmo desse blog, é seu o projeto gráfico) após entregar a ele, pelo menos meio livro pronto (uma boa chantagem técnico/emocional é isso aí…).

No entanto, e para não perder o tino jornalístico, vi-me diante de duas matérias relevantes, fundamentais mesmo, em sua importância para o grande jogo, a matéria do Guilherme Tadeu do Basketeria (É hora de mudar dentro de quadra), e a entrevista do Magnano publicada no O Globo de 19/9/2012 (vide foto), com alguns trechos veiculados no Lance Livre do Byra Bello.

A matéria do Guilherme confirma e afirma definitivamente o processo de nivelamento técnico tático em que se encontra o basquete nacional, nivelamento este que a longo tempo descrevo como a “mesmice endêmica” que nos confina a uma formatação e padronização imposta e coerciva de cima para baixo, e mais recentemente reforçada através os cursos de nivelamento da ENTB/CBB, numa exposição precisa e conclusiva, onde os por quês de sua manutenção junto aos técnicos de elite se mantêm intocada, tanto no aspecto tático, como no econômico, equalizado pela aceitação corporativa da classe. Trata-se de leitura obrigatória para o correto entendimento da estagnação por que estamos passando a mais de duas décadas, e cuja conseqüência maior desaguou na contratação de técnicos estrangeiros em nossa seleção, começando pelo espanhol Moncho Monsalve  , e agora o excelente argentino Ruben Magnano.

Mas algo me deixou profundamente preocupado com a entrevista do argentino, sua já não mais velada tendência gerencial voltada a projetos visando ciclos olímpicos, quando sua função, por si só, reconhecidamente difícil, é de orientar tecnicamente a seleção masculina principal, e participar, como consultor das seleções de base da CBB.

(…)“Qual o lugar em que o menino vai, se quer fazer esporte? É clube ou a escola? Como nós da CBB podemos fazer um trabalho para que mais crianças joguem basquete sistematicamente?”(…)

(…)“O esporte é um braço direto da educação. Pode-se transmitir valores por ele. Falo da formação do garoto. Outra coisa poderia ser a música, a cultura, mas o esporte agrada a todo menino. O que melhor para formar uma pessoa?”(…)

Desculpe coach, mas isso é problema a nível ministerial, pela elaboração de uma política, voltada, não só aos esportes e artes na escola, e sim para educação em geral, condição inadiável para a manutenção e evolução das metas progressistas do povo brasileiro, e sem a qual nada alcançaremos num breve futuro que se avizinha inexoravelmente, e o ciclo olímpico escancarará tal e estratégica situação político educacional, e numa brevidade que pode se revelar irreversível.

(…) “A estrutura interna do basquete argentino é uma das cinco melhores do mundo, fácil, pela quantidade de instituições, pela escola de técnicos, com mais de 30 anos, que capacita profissionais anualmente, pela liga nacional muito forte. Em Córdoba, há mais de 300 clubes jogando mini-basquete, cada qual com 50 crianças. Dali, podem sair jogadores, árbitros até dirigentes, os pais que acompanham seus filhos(…)”

Perfeito coach, mas é uma realidade em seu país, realidade esta que nos mesmos 20/30 anos atrás era de pleno domínio nosso quanto ao grande jogo, do qual nos afastamos, mas nada impede que o retomemos, se quisermos, se nos predispusermos ao soerguimento por que tanto lutamos. Agradecemos a honesta e sincera lembrança, mais sua função nesse país é outra, muito bem paga e até agora melhor executada.

No próximo ano acontecerá a eleição na CBB, e seja qual o vencedor, qual a função a ser delegada ao Magnano, a de técnico ou a de gestor?…

Acredito que tenhamos excelentes nomes para gerir nosso basquete, esquecidos e marginalizados pelas últimas e equivocadas gestões na CBB, mas que poderão, enfim, ser resgatados de um limbo criminoso e irresponsável a que foram relegados nesses mesmos e tenebrosos 20/30 anos de mediocridade, tanto fora, como, e principalmente, dentro das quadras.

Quebrar de vez os grilhões impostos pela mesmice endêmica, não só é obrigação nossa, e sim um verdadeiro ato de sobrevivência no grande jogo, e o bom argentino sabe disso em seu importante papel de técnico da equipe principal masculina do país. É o suficiente…

Amém.

Foto – Reprodução fotográfica. Clique por duas vezes na mesma para ampliá-la.

CARO COLEGA…

Puxa vida Paulo, de repente você dá um branco, fica mudo e esquece que um blog de respeito tem de ser atualizado dia após dia, e que… Pera lá, respeito nada tem a ver com tempo, ou o tem, ou não, por isso ainda me dou o direito de pensar, ponderar, amadurecer, sintetizar, para ai sim, escrever algo com substância, embasamento, e por que não, respeito a quem se dá a graça de lê-lo para depois comentá-lo, criticá-lo, aqui mesmo, ou de si para consigo próprio.

Cansa em demasia uma situação imutável, monocórdia, evoluindo para trás, repetindo idos erros, como uma doença crônica, aceita por hábito, tolerada por indolência, adotada por submissão, por covardia, sem a mínima vontade de erradicá-la, já que enraizada no solo da incúria, da patológica condescendência.

Em hipótese alguma veremos revertida a situação que se desenha no triste horizonte do nosso mais triste ainda basquetebol, pois o continuísmo do que aí está se robustece na (des) troca de meia dúzia por seis, sacramentada no ciclópico concreto em que se baseia a diretiva do desporto nacional, onde os beija mãos, os beija faces, sacramentam os princípios das sicilianas famiglias, com seus códigos, suas benesses, suas trocas, suas obedientes hierarquias.

E vem o governo, travestido de profundo conhecedor do esporte como meio de educação e cidadania, transmutando tão solenes princípios em interesses grupais ligados ao desporto de elite, do culto ao corpo, do interesseiro e lucrativo marketing, dos profissionais (?) que deságuam na maré oportunista da atividade física, com seus profundos(?) conhecimentos sobre a matéria, dos políticos de ocasião, dos áspones a eles ligados, em vez de tomar a mais simples de todas as providências, não só pela obviedade, mas  pela emergência de um país que tenta evoluir, mas se debate nos limites da capacitação profissional, ou mesmo pré-profissional, alocando em conjunto com as artes, a musica, as habilidades manuais e intelectuais, uma educação física e desportiva no seio mater da escola, complementando e suplementando o futuro de uma juventude carente e abandonada, reserva intelectual de uma nação que propõe colocar-se  ao nível das grandes potencias, mas que ainda persiste na dependência político econômica de grupos, de oportunistas, de velhacos, de famiglias, pois um povo educado em muito limitaria a influência de tais e dantescos segmentos.,

Como vê amigo, quando lemos no microcosmo do grande jogo em nosso país, que bolsas serão distribuídas aos atletas de elite, num elevado quantitativo monetário, a fim de que preparadores físicos, terapeutas, psicólogos, fisiologistas, nutricionistas, e não sei mais quantos “istas”, na maioria absoluta sequer praticantes de algum segmento esportivo, sejam devidamente pagos por seus profundos conhecimentos (?) na área, podemos aquilatar para onde, por mais uma vez, iremos parar, ainda mais que nos currículos das escolas e cursos de educação física, as disciplinas desportivas cedem cada vez mais seus espaços nas grades horárias àquelas atividades que serão aquinhoadas pela cornucópia governamental.

Pesquisa esportiva? Meus deuses, desde que o segmento das “dobrinhas cutâneas” desaguou nas escolas de educação física, técnicas de desporto coletivo, individual, artístico, com seus uniformes e vestimentas tradicionais cederam lugar ao jaleco imaculadamente branco, que o desporto nacional enveredou pela pesquisa (latu, stricto, doutoral) das biomédicas, onde o como arremessar, lançar, chutar, empunhar, ensinar, desenvolver, transmitir os processos de ensino e aprendizagem praticamente deixaram de existir, pois afinal de contas, o segmento (ou pseudo…) da saúde se encontra muito acima do brincar, do jogar, do competir, do integrar, do coexistir, do conhecer, respeitar e amar seu corpo, integrando-o ao espírito, à mente, à comunidade em que vive, participa, enobrece, e ajuda a crescer.

Sim, caro colega, se desejamos ardentemente ir adiante, crescer e dar um recado bem intencionado a este tão mal tratado mundo, somente o poderemos fazer, realizar, através da escola, e somente através dela, de mais nada, de mais ninguém, pois é a célula mater de quem anseia o progresso, e mesmo daqueles que cinicamente a esquecem, trocando-a por bolsas, estádios, obras faraônicas, placas nominadas de suas pobres e miseráveis importâncias, que ousam impune e criminosamente substituir, e mesmo aniquilar o futuro da nação, seus jovens, e sua escola.

Se no caso do grande jogo, hoje penamos o triste papel que temos protagonizado na base do mesmo, tudo que acima descrevemos nos levou a tal ponto, principalmente na formação dos novos técnicos, muito mais versados como paramédicos de terceira categoria em sua formação acadêmica, do que conhecedores mínimos dos desportos, relegados a ínfimas parcelas de horas aulas em sua formação, em nome, bendito nome dos interesses da saúde, aquela que ao se licenciarem, ou bachalerarem, os relegará ao auxilio suplementar dos verdadeiros donos e patronos do desporto nacional. Quem?… Adivinhem…

Então, prezado, como classificaremos em graus de formação, pratica e acumulo de experiência uma ENTB/CBB, com seus cursos de 4 dias, associada e ligada intimamente aos princípios de um CONFEF  e seus CREF’S formalizando “provisionados” a metro? Como?

E após tão competente formação, sabe para onde canalizarão esses provisionados, e mesmo os carentes formandos de cursos superiores, senão para assumirem equipes do alto nível, das seleções de base, e nunca onde deveriam estar, que poderiam estar, se política desportiva existisse nesse desigual país, onde? Isso mesmo, na escola, e também nos clubes, na base de uma pirâmide que política, maldosa e criminosamente, sempre nos foi apresentada ao inverso, de ponta cabeça, desde sempre…

Culpa do nosso retrocesso no grande jogo?  O abandono da formação de base nos clubes, na escola, na deficiente formação acadêmica dos técnicos, da ausência de uma associação de técnicos, da omissão daqueles que detiveram o poder de mando, liderança, e não o exerceram, somente se locupletaram, dando inicio a um corporativismo que é mantido a qualquer preço, mesmo que subserviente, em nome e defesa de um seleto mercado de trabalho, onde o mérito é substituído pelo imperioso e seletivo Q.I.,  em detrimento daqueles que realmente conhecem e dominam a arte de ensinar o grande jogo, e de como ele deve ser plenamente jogado.

Que os deuses, todos eles, indistintamente, nos ajudem.

Amém.

Foto – Conferência de abertura do 3o Congresso de Treinadores da Lingua Portuguesa, Lisboa, Julho de 2009. Clique na mesma para ampliá-la.