ANATOMIA DE UM ARREMESSO VI…

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O basquetebol, o grande jogo, surpreende até quando não está tão popularizado assim em terra tupiniquim, inclusive na teimosa e insistente dependência tática ( técnica nem pensar) de um único sistema de jogo, mesmo que tente dinamizá-lo substituindo um dos alas por um armador de ofício, e ensaiando aposentar os massudos pivôs, trocando-os por jogadores mais ágeis e flexíveis, mais velozes, enfim…

Por tudo isso, evoluímos um pouco na concepção de jogo, apesar de nos mantermos patamares abaixo no que se refere aos fundamentos, inclusive, e basicamente, nos arremessos, onde a maioria de nossos craques se consideram especialistas, principalmente nos de longa distancia, ai incluídos os pivôs, já que sem muitas oportunidades de serem acionados no perímetro interno, vão lá para fora exercerem suas habilidades, deixando os rebotes para, quem sabe, seus estrategistas de pranchetas em punho os disputarem…

E por conta dessa enxurrada de “talentos” na dificílima arte dos longos arremessos, ainda mais motivados pelas exibições galáticas dos Warriors, com o Curry no timão, é que uma prestigiosa Veja, publica uma matéria (vide fotos), onde um especialista discorre sobre as técnicas do grande jogador, concluindo ser seu maior trunfo a longa trajetória em seus arremessos, ultrapassando os maiores defensores, além, é claro, do melhor ângulo de penetração das tentativas, exatamente pela elevada trajetória que emprega nas mesmas…

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Legal, esclarecedor, bastando executar “jornadas nas estrelas”, como o Bernard, para se situarem no patamar de um, por exemplo, Curry…

Nesse ponto da explanação, exemplifico um pequeno conceito de precisão balística, reportando ao lançamento de um daqueles monstruosos foguetes Titãns que foram à lua, quando toda aquela força impulsionadora sofreria um baque fatal se um pequenino instrumento em seu bojo falhasse, o giroscópio, o reloginho que o mantêm equilibrado em sua trajetória ascendente e depois elíptica no preciso caminho de seu destino lunar…

Assim como os grandes foguetes, o arremesso também necessita de um controle, por assim dizer, giroscópico, no controle do eixo diametral em que a bola gira inversamente em torno do mesmo após o lançamento, e que se estiver o mais paralelo possível do nível do aro, e equidistante de seus bordos externos, mais preciso será o seu direcionamento, pois de nada valerão grandes trajetórias, alavancas e forças musculares se o mesmo não se encontrar alinhado o melhor possível ao aro destinatário. Logo, arremessar com eficiência não se trata somente de “treinamento extra”, milhares de tentativas, mas sim um pleno conhecimento das ações que compõem a grande arte do arremesso…

Sugiro, antes de concluir, que o leitor leia o artigo aqui publicado, Anatomia de um arremesso IV, onde as diversas formas de empunhar a bola visando um efetivo controle de direção da mesma é mostrado e exemplificado, tornando o conhecimento mecânico bem mais acessível. Leiam e prossigam, se interesse houver…

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Então, podemos regressar ao Curry na sequencia de fotos retiradas de arremessos durante jogos oficiais, logo, desprovidos de ajustes pictóricos e retoques gráficos. Podemos então observar que o jogador emprega a pega M3 que exemplifico e discorro no artigo sugerido, que foi retirado da primeira tese de doutoramento sobre o assunto no mundo (1992), Estudo Sobre Um Efetivo Controle Da Direção Do Lançamento Com Uma Das Mãos No Basquetebol, que defendi na FMH/UTL de Lisboa, na especialidade de Ciências do Desporto, e que teve muito poucos estudos extensivos desenvolvidos dai em diante, quem sabe, por ter realmente explorado, qualificado e quantificado o gesto estudado, sem deixar muitas margens para dúvidas, quem sabe…

Somente um básico detalhe ficou sem registro (talvez uma foto lateral da pega poderia esclarecer), o fato dele retrair o dedo médio, alinhando-o ao indicador e anelar, para aplicar toda a potência possível nos lançamentos, sem possibilidade de desvios, principalmente aqueles mais longos e velozes…

Logo, e concluindo, o grande jogador, assim como seu companheiro Thompson, que arremessa empunhando de forma semelhante, ao manter um rígido controle do eixo diametral da bola, em seu paralelismo e equidistância do nível do aro da cesta, alcança números de acertos assombrosos, facilitados pela longa e alta trajetória, possíveis pela sólida base tripla de lançamento, otimizados pelos mínimos desvios laterais como resultado de seu quase perfeito controle de direção, sem o qual, trajetória nenhuma o faria alcançar seu alto grau de eficiência…

Bem, caros leitores, também existe tecnologia e conhecimento em nossa terra, mas que infelizmente, tende a ficar pelos caminhos antagônicos ao mérito, mérito este que a turma lá de fora reconhece e recorre, mesmo que escrito em português…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e da Revista Veja. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Referências – Anatomia de um Arremesso

                          Anatomia de um Arremesso II

                         Anatomia de um Arremesso III

                         Anatomia de um Arremesso IV

                        Anatomia de um Arremesso V

JOGANDO A TOALHA?…

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Como  é Paulo, jogou a toalha? Quase um mês de silêncio numa hora em que muita coisa para lá de importante vem acontecendo? Desembucha cara…

Olha, seriamente pensei, e ainda penso, não de jogar a toalha, jamais o faria, jamais o fiz, mas me dar um tempo para cumprir um trato que fiz com meu filho basqueteiro, o André, designer desse humilde blog, de concluir um livro sobre histórias do grande jogo, com alguns artigos aqui publicados, e muitos outros inéditos, todos vividos e intensamente vivenciados por mim nos últimos cinquenta anos, dentro e fora das quadras…

Sim, você tem razão, muitas coisas importantes estão acontecendo, e outras mais importantes acontecerão nesse ano olímpico em nosso jardim (para os nossos visitantes), triste quintal para nossas irreais, equivocadas e arrogantes douradas aspirações, resultantes de uma mais irreal ainda pátria educadora…

Então, vamos lá – Foi num recente jogo pelo NBB, que o comentarista do SportTv, mencionava ser o novo técnico do CEUB um fan da dupla armação, fator preponderante em sua equipe, fazendo jogar dinamicamente seus três homens altos dentro do perímetro, decrescendo bastante o jogo externo com as temerárias  bolinhas, e exercendo uma fluidez de jogo a “la Warriors”, que é uma “tendência mundial”, claro, agora reconhecida e aceita por vir da matriz, quando por aqui mesmo, e já por um longo tempo o desenvolvi e empreguei na teoria e na prática, mas, sabe como é amigo, santo de casa… ainda mais sendo eu…

Seguindo, jogo das estrelas americano, que não assisto mesmo, exceto o desafio de habilidades, o único momento sério das festividades juntamente com a competição de arremessos, que me interesso em particular (falo sobre ele no próximo artigo) e que em  momento algum, sequer passa pela cabeça de ninguém, cabalar a disputa, por exemplo, nos dribles, bem ao contrario do que vem ocorrendo sistematicamente no desafio tupiniquim, cujo maior vencedor “cabulou” sempre que venceu. Analisem as fotos atentamente, e tirem suas conclusões. Espero que no desafio desse ano as coisas afeitas às regras melhorem, e haja justiça nos resultados…

Também na internet, um vídeo que muitos consideraram ser a “enterrada”mais impressionante do ano, feita por um jogador colegial, que se eleva no ar por duas vezes, passando com o tronco acima do aro e por cima, literalmente, de seu marcador, realmente numa cena que impressiona. Mas, se analisarmos detidamente a sequencia (observem as fotos), vemos que o esperto atacante, ao investir para a enterrada frontal, se depara com um defensor que, para se proteger do inevitável impacto, cruza firmemrnte os braços protegendo o plexo, e o encara. Nesse momento, o atacante situa sua perna no peito do defensor, travando o joelho na interseção da clavícula e do pescoço de seu oponente,fixando seu pé direito nos braços firmemente cruzados do mesmo, catapultando-se em pleno salto para um outro em pleno ar, dando a impressão de uma elevação bem acima dos padrões aceitáveis de impulsão, porém de forma absolutamente irregular e perigosamente faltosa, não punida pelos árbitros, mesmo estando o defensor fora do semicirculo abaixo da cesta, fator que sequer camuflou o expediente utilizado…

Uma última observação, o fato inconteste do teimoso reaparecimento, e em grande, das convergências, principalmente em equipes que ponteiam o campeonato, numa nítida constatação de que o vício dos longos arremessos, incentivados pela ausência consentida das defesas continuam numa dolorosa evidência, e num momento em que nossos mais representativos jogadores na liga maior atuam cada vez menos, se machucam, são trocados, e não se encontrarão bem física e tecnicamente para a seleção olímpica, cujos futuros integrantes daqui mesmo se perdem na autofagia das bolinhas, dos armadores aos pivôs, numa demonstração tácita de incompetência interior, muito mais motivada pela ausência de sistemas de jogo que o desenvolvesse, e facilitada pela aberração defensiva que praticamos, tudo isso emoldurada por pranchetas multicoloridas e midiáticas, manejadas pela quase totalidade de nossos estrategistas, veteranos e brand news, na arte da competição de elite, que como vemos, definitivamente, não é para qualquer um, e logo mais adiante, com a direção de um hermano com as barbas de molho, veremos a consequência de tanta insensibilidade e  equívocos, o que nos espera na arena olímpica. Espero estar mais uma vez errado, mas nestes doze anos de Basquete Brasil, nunca errei, infelizmente…

Se não inovarmos técnica e taticamente, na tentativa de equalizarmos estrategias que enfrentaremos, temo por algo decepcionante e constrangedor, porém, la no fundo, com uma tênue esperança, torço honestamente para o melhor, ou pelo menos, para o aceitável, que vem no contraponto dessa desvairada orgia dos três, cujo expoente maior, o Curry, já começa a ser contestado. No próximo artigo desvendo um pouco os porques…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas. Notar que na sétima foto, no inicio da legenda leia-se Segundo.

 

VERGONHA NA CARA…

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Tenho visto jogos, alguns jogos pelo NBB, mais por teimosia, e uma vaga esperança de que algo de novo exploda de uma vez por todas essa mixórdia implantada pelo sistema único, com seus chifres, polegares, punhos, ombros, camisas, tudo misturado e unificado por jogadores destituídos de criatividade, algemados que estão pelas exigências táticas de pranchetas midiáticas, empunhadas por técnicos veteranos e novatos, como lanças medievais que os caracterizam, a ponto de vermos armadores superarem seus marcadores na armação inicial de jogadas, e absurdamente retornarem para viabilizarem os sonhos quiméricos dos estrategistas que os comandam (?), quando estabeleciam superioridade numérica de 5 contra 4, uma das bases fundamentais do grande jogo, claro, aquele bem pensado e jogado, e não esse que aí está, preso a uma mesmice endêmica de se lamentar desde sempre…

Como no jogo de ontem entre Flamengo e Bauru, classificado de exemplar pelo técnico vencedor, mas que contou com com uma enchente de 20/49 nos arremessos de três e nada menos que 25 erros de fundamentos, entre outros senões, como a mais completa inabilidade ofensiva da equipe paulista, que lastima ter sido forçada ao jogo 5 x 5 (como denominam os ataques coletivos de meia quadra), quando seu forte é o contra ataque e o jogo 1 x 1, omitindo entretanto sua maior falha, a ausência defensiva nos perímetros, o que liquidou suas pretensões…

E capitaneado pela sempre mencionada mesmice endêmica, vai nosso basquete se afundando cada vez mais, tática e tecnicamente (principalmente nos fundamentos individuais e coletivos), no momento em que deveria estar convincentemente lastreado e preparado, a fim de enfrentar as agruras de uma olimpíada caseira que se avizinha celeremente…

Foi então que relendo alguns artigos aqui publicados, sugiro um em especial, pois bem poderia ter sido escrito hoje, sem perder um parágrafo, uma simples vírgula, na confirmação do que passamos, continuamos a passar, e passaremos até um dia que reconheçamos que o que nos falta é vergonha na cara, até quando?…

Amém.

Foto – Divulgação LNB

 

O INÍCIO PROMISSOR (?)…

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Paulo, para variar, uma pergunta inédita – Como você projeta o nosso basquete para 2016, o ano olímpico aqui em nossa casa?

Olha cara, não o projeto, e sim prevejo densas nuvens de continuidade do que ai está, desde sempre…

Claro, com algumas novidades no pedaço, como a enxurrada de novos head coaches credenciados no nível III pela exigente e qualificada ENTB (aquela dos cursos de 4 dias…), no comando de equipes da elite do LNB, e que após observar a maioria deles em alguns jogos do NBB, posso, com alguma precisão, defini-los como reais continuadores da atual escola brasileira, a do sistema único formatado e padronizado em todas as faixas etárias do basquetebol em nosso país, onde:

– Os jogadores continuam a ser definidos em posicionamentos de 1 a 5, vício enraizado unilateralmente pelos “conhecedores” da modalidade, avalizada por uma mídia especializada que teima em rotular posições e habilitações técnico táticas sobre algo que definitivamente pouco entendem, nem poderiam, pois quase nada conhecem do verdadeiro grande jogo, atrasando, bloqueando até, o seu natural desenvolvimento, já que influentes na formação de opiniões “conceituais” junto aos que se iniciam na prática, ou mesmo na apreciação da modalidade;

– Jogadas padrão formam o arsenal de todos eles, onde chifres pluridirecionais, punhos idem, camisas, picks com ou sem rolls, infinitos passes lateralizados, polegares para cima e para baixo, bloqueios afastados do perímetro, defesas 2-3, 3-2, algo que definem como mistas, transições que não encontram qualquer embasamento técnico que as definam, ah, e as pranchetas midiáticas que tudo espoem a uma boquiaberta plateia de incautos jogadores e telespectadores a pretensiosa magia que julgam possuir através os equivocados e ininteligíveis garranchos nelas grafados,e tudo isso envolto pelo ridículo e comprometedor gestual ao lado da quadra, acompanhado pela sempre presente pressão aos árbitros, numa ode aos que os antecederam na nobre posição de líderes e comandantes que todos julgam ser e  merecer por mérito (?);

– Nos jogos assistidos, nada, absolutamente nada de inovador nos sistemas táticos foi sequer esboçado, nos levando à constatação óbvia de que, por força do corporativismo vigente, nada mudará, nada evoluirá no nosso indigitado basquetebol, a não ser a colossal mesmice em que se debate;

Então, como nada mudou , tanto de fato, como de direito, continuamos na tentativa de implantar um autofágico reinado, o das bolinhas, uma tendencia exercida por muito poucos especialistas nas grandes equipes mundiais, inclusive na NBA, mas que em terras tupiniquins se tornou regra geral, em que todo jogador, desde a base (?), se auto define como expert no mais difícil e seletivo dos fundamentos, o longo arremesso, aquele que exige o mais alto, preciso e estrito grau de direcionamento, com tolerância próxima aos 0,2 graus de desvio, fator que define o especialista do arrivista…

Quanto aos técnicos atuantes, veteranos e novos, sugiro a releitura do artigo 1000 publicado nesse humilde blog, onde os desafiei, e continuo a desafiar (lastimavelmente não me é permitido competir com os mesmos…), a mudarem algo no grande jogo que teimam em manter, numa aterradora mesmice técnico tática, que, infelizmente se fará representar na competição olímpica desse ano, na qual nossos experientes representantes na  liga maior, a NBA, mais trajam elegantes ternos ao lado dos bancos do que atuam, e os mais jovens são remetidos à Liga D, todos com muito poucos minutos de quadra, exatamente quando necessitariam estar em forma para a competição olímpica caseira. O hermano vai ter uma trabalheira daquelas, fator que os agentes da turma estrelada se lixam, na medida que os dólares 4/1 encham seus bolsos…

No feminino, no qual atuei a muitos anos atrás, tendo sido técnico campeão nacional de seleções adultas e formação de jovens, optei pelo masculino por ter sido no mesmo toda minha formação básica, teórica e prática, o que não retirou de mim a capacidade analítica em ambas as categorias, tornando-me perfeitamente apto a tecer comentários sobre as mesmas. Então, posso dizer o seguinte sobre a crise que se abateu entre a CBB e a LFB –  Trata-se de uma antiga disputa de egos, onde uma comunidade especialíssima, a da formação de base feminina, trabalhando a décadas nas condições mais precárias, se vê,mais uma vez (lembrem-se da imposição técnica da CBB do Brito Cunha no Mundial 94 e sucedânea Olimpíada) submetida aos caprichos políticos e de escambos, justamente na vitrine olímpica caseira, onde resultados cedem espaço precioso a currículos de técnicos com fortíssimos QI, garantidores de bons empregos quando cessam os esgares pós olímpicos, pois mais adiante outros acontecerão, e se repetirão as injustiças, até um dia que se unam de verdade, todos os responsáveis pelo feminino, todos os responsáveis pelo masculino, a fim de botar para correr esse insidioso corporativismo que esmaga e humilha o grande jogo em nosso país, e para o qual, mérito é algo a ser combatido e posto de lado, desde sempre…

Amém.

 Fotos – Reprodução LNB e arquivo pessoal.

QUEM?…

Canada vs Brazil at the FIBA Americas Women 2015E ai Paulo, como está essa saúde septuagenária, em forma? E o imbróglio no feminino, como você que lidou com o mesmo no alto nível, como vê nossas chances em 2016, como?…

É cara, não está nada fácil, principalmente com o embate de egos voltados às glórias olímpicas, com suas vultosas benesses em grana e prestígio, não importando os resultados, que prevejo catastróficos se continuarem nesse caminho sem volta. Quanto aos 76 anos, de encontro aos gloriosos 80…

O novo técnico, que sempre foi ligado ao feminino, sem dúvida alguma se pautará pelo que sempre propugnou e fez acontecer, com muita correria e arremessos mais velozes ainda, e, claro, dando a defesa o que sempre aplicou, velocidade horizontal e zonas pontuais, já, que segundo opinião dos que “entendem”do grande jogo no país, resta pouco tempo para a preparação, que deve priorizar jogos com equipes mais graduadas, a fim de que “ganhem” experiência internacional para o grande embate…

E é aí, caro amigo, que a porquinha torce singelamente seu rabo, pois se trata de um engano, de um equívoco monumental, já que nesse tipo de “preparo” nada mudará na forma delas todas atuarem, nada mudará na forma delas arremessarem, nada mudará na forma de como se comportarão tática e tecnicamente, nada aprenderão e apreenderão como se defender individual e coletivamente, como executar um bloqueio convincente e suficiente contra defesas de verdade, e não o que praticam nos rachões de praxe, e nos jogos preparatórios, internacionais de preferência, pois nada atrai mais nossos estrategistas fixos ou de plantão, do que apor carimbos variados em seus passaportes, nada, absolutamente nada…

Tudo bem Paulo, você está sendo enfático demais, então, o que deveria ser feito nesses seis meses decisivos antes da grande competição aqui em casa, o que?…

O que? Mudar tudo, absolutamente tudo, do preparo, aos sistemas, aposentando essa turma de preparadores físicos metidos a pesquisadores, que as fazem correr mais do que a bola, mais do que o raciocínio técnico, mais do que as dimensões da quadra, que se fosse nas medidas do Handebol, ainda assim sobrariam em velocidade e falta de tirocínio tático. Também aposentaria psicólogos que através os últimos anos pouco ou nada somaram para a real evolução das jogadoras, assim como pontes de ligação entre as mesmas e a direção, técnica, inclusive. Falta comando, falta decisão, falta criatividade, e acima de tudo, coragem em caminhar num outro sentido, por caminhos que desse a elas sistemas proprietários, somente praticado por elas, e não a mesmice institucionalizada, formatada e padronizada por todos aqueles que por colecionarem alguma jogadas, acham que dominam o grande jogo, mas que na realidade, face ao tatibitate em que vivem e agem, nada acrescentam de novo ao nosso indigitado basquetebol, o feminino em particular…

Exatamente por faltarem seis messes, é que se impõe uma radical mudança, pois em caso contrário, atuando em conformidade com seus adversários de qualidade sistemática, sucumbirão, como tem acontecido nas últimas competições mais graduadas. Todas são jogadoras tarimbadas na mesmice universal, dos chifres, punhos e não sei mais quantas denominações ridículas e amorfas, frente ao represado caudal de energia e boa vontade em progredir por outros caminhos, e não nessa mixórdia em que sempre foram exigidas sem a fundamentação mínima adequada, daí sua fragilidade nem um pouco pontual…

Nesses seis meses têm de mudar comportamentos individuais, seria e energicamente, nivelando a todas num mínimo de domínio técnico que for possível, para aí sim, enveredarem nos fundamentos coletivos, nos princípios clássicos de defesa, na capacitação ampliada de leitura de jogo, alcançada e dominada pelo embate diário tendo os fundamentos como instrumental a ser conquistado. Arremessos? Meus deuses, arremessos são ações técnico mecânicas que necessitam de auto conhecimento, não só “pratica voluntária”, e sim pleno conhecimento do que fazem, e como fazem os mesmos acontecerem, numa conquista paulatina e eficiente sob seu total controle…

Jogos internacionais? Poucos, o suficiente para se testarem no que aprenderam, no que apreenderam de pratico, de eficiente, enfim,, para se sentirem donas de algo seu, e não copia canhestra e dolorosa do que fazem seus adversários, lastreados em fundamentos sólidos e conscientes…

Puxa Paulo, é muita coisa para pouco tempo, não acha? Para quem pouco sabe concordo, mas para um técnico, um professor de qualidade, absolutamente não, só que para este, frente a um intransponível barreira corporativista, jamais permitiriam um passo dessa dimensão, que é um passo para muito poucos, com a coragem e o conhecimento necessário para fazê-lo acontecer, daí, nos preparemos para o que resultará do planejamento CBB para o feminino (será que para o masculino também?…) na Arena da cidade olímpica…

Agora, me diga se você conhece alguém aqui no país com cultura esportiva para trombar com essa realidade?  Sim, conheço um…

Amém.

Foto – Divulgação FIBA.

 

DE FAMIGLIAS E CAMALEÕES…

P1120456-001P1120546-002P1110654-001Tirei (ou fui tirado…) um tempinho para tentar concluir as obras aqui de casa, inclusive já planejando o redimensionamento da sala de dança da minha filha (70m2, com um pé direito de 4m), para incrementar as aulas práticas nas futuras oficinas de basquete, que pretendo restabelecer à partir de março vindouro…

Mesmo assim, não me desvinculei totalmente do grande jogo, assistindo alguns pela TV e Internet, e me informando diariamente através os blogs e a mídia especializada, dos quais retirei alguns tópicos que discuto a seguir:

– Tudo comentei a respeito da LDB, concluindo ser a mesma totalmente falha na sua proposta de promover uma jovem geração de jogadores em um torneio patrocinado integralmente com verba do ME, quando a mesma poderia ser orientada aos fundamentos do jogo, e a novas propostas técnico táticas, que visassem promover uma substancial e estratégica mexida na mesmice institucionalizada no basquete tupiniquim, formatado e padronizado no sistema único e na inestancada hemorragia das bolas de três, além do caudal de erros nos fundamentos, que atingiram neste e nos demais torneios que o antecederam, marcas vergonhosas e constrangedoras para um basquete que tenta se soerguer da vala em que teimosamente ainda se encontra, Mas num artigo do Fábio Balassiano no Bala na Cesta de dois dias atrás, o competente jornalista reitera absolutamente tudo que venho publicando a respeito da LDB, num artigo conciso e bem escrito, como numa síntese do que venho discutindo desde a primeira versão do torneio, que rapidamente vem se transformando num campeonato entre equipes de jogadores que já pertencem à LNB, retirando espaço daqueles que realmente necessitam jogar para evoluír, e não correrem atrás de títulos enriquecedores de currículos de técnicos, clubes e dirigentes, claro, com verba pública facilitadora de tudo (exceto a aridez de público nos ginásios)…

– Também tenho acompanhado alguns jogos do NBB, inclusive testemunhando a grande “evolução” do camaleônico técnico do Paulistano (definição dada pelo Fábio…), a qual defino tão somente com uma observação que venho fazendo a tempos, em três detalhes, utilização de armação dupla competente, jogo interno de alas pivôs, liderado por um repaginado Caio, afinado física e tecnicamente, e pedidos de tempo olho no olho, intimista, incisivo e confiante, relegando a inefável prancheta a uma pontual participação, e que quando definitivamente abandonada, poderá afirmar de si para consigo mesmo, agora sou um verdadeiro coach. Até lá…

– Ainda deu tempo para acompanhar a refrega CBB/LFB, quando a mentora em hipótese alguma deixaria de mão a preciosa arma política que representa uma seleção nacional, mesmo correndo o perigo de uma efetiva (se fosse corajosamente tomada) reação por parte da LFB, lutando pelos direitos técnicos da mesma, mesmo sabendo que o aspecto formativo, de responsabilidade da CBB, pouco ou nada seria incrementado, como vem ocorrendo nos últimos quinze anos, e que de uma forma definitiva, é o epicentro de toda a decadência da modalidade no país. Formação de base é como instalação de fundamentais redes de água e esgoto nas cidades, que por correrem embaixo do solo, não atrai o interesse politico, sempre voltado ao megalópico, ao midiático. Escolher um técnico ligado a casa, faz parte do processo mantenedor do corporativismo, tão bem estabelecido pela LNB em suas equipes, o que de certa forma mantém o equilíbrio entre as famiglias que lideram o grande jogo no país, onde cada uma domina e comanda seus feudos, suas capitanias hereditárias, onde o novo se torna perigoso, detestável, e que precisa ser afastado coercivamente, sem maiores explicações, dando graças ao velho jargão, “manda quem pode, obedece quem tem juízo”…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e Internet. Clique nas mesmas para ampliá-las.

SINUNDER…

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– Um jogador americano atuando aqui na terra tupiniquim, postou em seu facebook o texto abaixo, claro, logo desmentido pelo técnico que supostamente o agrediu, o que não duvido nada, pois seu histórico no trato com jogadores o torna bem capaz de ações deste tipo, numa lamentável rotina de maus tratos e desrespeito aos mesmos. Mas é um técnico da LNB, logo, imputável…

 

Taaj Ridley em Ginasio Sorocaba Lsb.

21 de novembro às 11:00 · Sorocaba · Editado ·

Good Morning,

To the many individuals who have been asking me what is the reason for my departure from LSB; there are many reasons but I will sum it up to keep things short. It started 3 months ago during the Mogi game in Sorocaba when the coach hit me in the face with a computer speaker because I told him I did not understand what he was saying in Portuguese. After this incident I did not react, I calmly removed my uniform and walked to my house. My time here playing for LSB has been up and down due to the coach but my teammates have always helped me remain positive and helped me keep my head high. Another incident occurred when the coach was upset that I wore a bandana to practice, which I wear on a daily basis, and threatened to shoot me and have a person invade my home at night while I was sleep. The final incident occurred yesterday during the game versus Macae; the coach was upset about me slapping his hand hard after team announcements so he proceeded to slap me in my chest, which I took like a man, then when he noticed it did not phase me, he slapped me in my face in front of my team and fans of LSB. All of this on top of not being paid for the past 2 months. I have been disrespected many and many times by this man but I have always kept a good spirit and remained positive. I have always remained a great teammate. It brings me to tears every time I think of my 3 year old brother watching the game yesterday, waving at the computer screen, and me not playing one minute when I know I worked hard and deserved to play.

Once again I would like to thank the city of Sorocaba and the fans of LSB, you are all tremendous people. I would like to thank my teammates, my brothers, you guys deserve the best and I wish you the best throughout the rest of the season.

When you come to another country to give your heart and effort for a game you love, you should not be harmed physically by an individual who is suppose to protect you.

Thank you friends and family. I love you all

 

– Crise na CBB (mais uma?), com matérias midiáticas sobre os gastos do seu presidente e esposa pela Europa, mas nada, absolutamente nada do que me cansei de publicar quando de sua eleição avalizada pelos responsáveis por tudo o que vem a baila agora, aqueles presidentes de federações que o elegeram, todos, absolutamente todos que, ávidos também pelas boquinhas inerentes a seus “cargos de sacrifício”. num moto contínuo, que continuará a sê-lo até o momento que tenhamos vergonha na cara para exigirmos as mudanças legais para evitar tanto descalabro e roubalheira, onde a incompetência técnica soa menor perante os acintes políticos econômicos que vigoram desde sempre,,,

 

– NBA se associa (?) ao portal do Sportv para divulgar sua marca com mais sofreguidão do que vinha se comportando até agora. Claro que a turma da casa se sente no Éden com a subida de padrão, pois aqueles jogos madorrentos e medíocres do NBB (só transmitiram unzinho até agora…), sendo substituídos pelos da matriz, sem dúvida nenhuma, para essa turma, se torna algo sedutor, afinal de contas, lidar com milhões é outra coisa. Pena que não transmitam em inglês, para ser completo o serviço…

Não seria a hora da LNB dar um chute na bunda dessa empresa a serviço de um jogo que nada tem a ver conosco, e que nem as regras da FIBA aceitam? Por que não tentar um canal aberto, por menor que seja, a fim de tentar um soerguimento sólido e nacional do grande jogo entre nós, por que não Ou os dólares falam mais alto?…

 

– Finalmente a refrega da LFB contra a CBB, o que custou tempo em demasia para ser deflagrada, reivindicando o controle técnico das seleções nacionais, o que concordo plenamente, com uma ressalva, a de que invistam em preparo fundamental das jogadoras, todas elas, da base às seleções, sendo entregues a técnicos e professores que realmente conheçam e dominem o grande jogo, e não “estrategistas” de ocasião com suas pranchetas de araque e a arrogância que os caracterizam desde sempre. Para 2016, uma seleção fortemente embasada nos fundamentos do jogo, em tudo, e por tudo, superariam “estratégias fajutas” de quem somente pensa e age em função de currículo, aquele que aufere vultosos contratos, principalmente na CBB…

 

– Paulo, e a LDB, nada?  Nada, já que servindo de escada para jogadores que já pertencem as equipes do NBB, que claro, auferem um longo campeonato financiado totalmente por dinheiro público, que deveria ser revertido no preparo daqueles jogadores que labutam para subir de patamar, mais que patinam à sombra das “estrelas”, além de se submeterem, agora em escalada semi final à carreira, às mesmices de sempre, onde chifres, punhos, picks e as demais jogadas do sistema único, os lançam no lugar comum formatado e padronizado que os caracterizam, ontem, hoje, e num infindável amanhã. Tenho muita pena de todos eles, que atingem a média de 25 erros de fundamentos a cada partida de suas equipes que disputam o torneio. Mas tudo bem, a grana governamental patrocina o de sempre, infelizmente…

– Mas o título do artigo Paulo, Sinunder? É que a mesmice técnico tática é tão presente e exasperante, que até nos tempos pedidos (e me torço de rir com eles…), os estrategistas empurram tanta sapiência e gráficos ininteligíveis sempre com uma, ou várias ressalvas entre uma e outra “tática”, na figura do sinunder, faz a outra, e sinunder voltem a anterior, e sinunder, sinund, sinu, sin…benza meus deuses…

Amém.

 

76…

P1030972-003Ontem foi meu aniversário, que incrivelmente ainda comemoro, claro, com muito menos empenho social, porém o suficiente para um singelo e recôndito almoço com minha filha, sem a presença física de seus dois irmãos, ambos no exterior, mas bem próximos através a tecnologia do skype, para minha, também singela, felicidade…

Lá se vão setenta e seis anos, seis, compulsoriamente afastado da quadra, mas sempre presente fora dela, me mantendo atualizado, até um pouco demais, no dia a dia desse humilde blog, que me obriga prazeirosamente ao estudo, na busca incessante dos sistemas ideais, mesmo que impossibilitado de os verem na prática…

Porém os tenho visto, aos poucos, homeopaticamente, em algumas equipes da elite (?), na dupla armação, na substituição dos cincões por jogadores mais ágeis, rápidos, flexíveis, atuando dentro e fora do perímetro, melhorando seus fundamentos, com melhor leitura de jogo, mesmo que ainda bastante travados taticamente por técnicos travestidos de estrategistas, encordoando a todos a manoplas como marionetes descerebrados…

E por conta desse comportamento, temos assistido algumas pérolas de como não dirigir e liderar equipes, numa avidez de demonstrar sapiências de que não são absolutamente possuidores, pois imberbes, apesar de arrogantes, nas minúcias e entranhas do grande jogo, alguns recentemente promovidos e já deitando cátedra, de uma forma que aqueles conhecedores de verdade jamais o fizeram, jamais…

Nas duas últimas semanas assisti alguns jogos do NBB, da LSB e um da NBA, que me fez dormir, tendo desligado a TV na manhã seguinte ao acordar. Estranhamente nenhum deles teve méritos de me remeter ao teclado para alguns, mesmo poucos comentários, a não ser um do São José, que perdeu para o Caxias embaixo de uma enxurrada de piruadas de jogadores lesionados, dentro e fora do banco, dirigido por um assistente de um dos técnicos estreantes, ausente no jogo. Desde a muito descrevo esse tipo de jogador que agindo dessa forma, se prepara para daqui a um pouco empunhar uma prancheta, afinal, sua enorme experiência jogando, parece o qualificar para a direção, tática de preferência, quando alguns outros valores de menor monta, ou mesmo insignificantes, como conhecimento amplo teórico da modalidade, seus fundamentos estudados ao máximo, sua estrutura organizacional, grupal, mental e comportamental, fosse de somenos importância perante sua transcendental vivência como jogador, mais ainda se galardoado e apoiado pela mídia especializada, que o qualifica como mito, ícone, logo, pronto para dar seguimento a seus conhecimentos, pronto para o comando…

Num ledo e constrangedor erro conceitual, estrutural, profissional dos grandes, porém dissimulado pela mesmice imperativa que os cercam e protegem, cerceando o desenvolvimento do grande jogo, ávido e carente de criatividade, ousadia e, acima de tudo, conhecimento básico e necessário para inovar, para romper a mediocridade institucional que ai está, correndo célere para o desastre iminente, que está logo ali em uma das esquinas de 2016…

Mas como, mesmo na presença iminente de grandes desastres, algo tênue e fugaz às vezes aparece, se consultarmos as estatísticas do NBB 8, vemos um decréscimo bastante evidente na “chutação de três”, com jogos cada vez mais decididos “lá dentro”, de 2 em 2, de 1 em 1, como deve ser ante a precisão maior na curta e media distâncias, otimizando as extenuantes e difíceis movimentações de ataque, reservando às bolinhas de três seu verdadeiro significado, como um arremesso recursal, executado por especialista, nas condições de passes de dentro para fora do perímetro, e não se constituindo o sistema básico de uma equipe, seja de que nível for, da base a elite…

Pretendo daqui para diante me fixar em análises de alguma partida que revele algo mais do que a mesmice institucionalizada que nos oprime e envergonha, assim como me planejo para retornar em grande aos artigos técnicos, dos fundamentos individuais e coletivos, até os sistemas ofensivos e defensivos, que afinal de contas sempre foi a função maior e estratégica deste humilde blog, um dos responsáveis (talvez o maior…) pelo meu afastamento das quadras, ao me negar a abjurá-lo em função das enormes resistências ao mesmo, por sua independência e democrática luta, e me indispondo indignadamente a participar do corporativismo vigente, originando covardes contra partidas,  que insulta e humilha o grande, grandíssimo jogo entre nós, tão premente a novas ideias, mesmo partindo de veteranos técnicos e professores, aos quais muito me honra pertencer em suas companhias desde sempre.

Amém.

Foto – Eu e minha filha Andrea.

 

SEIS POR MEIA DÚZIA…

 

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Que tal as inovações Paulo, te agradaram, são realmente promissoras?

Você só pode estar de brincadeira, ou não? Quando o técnico estreante declara que sua equipe foi excepcional com somente 10 dias de treinos para adquirir sua “filosofia” de jogo, e a mesma apresenta ao final uma convergência assustadora, arremessando 10/31 de três pontos e 16/28 de dois, em tudo e por tudo dando continuidade a “filosofia” de seu antecessor, pode-se conceituar de tudo, menos que algo tenha mudado de verdade, a ponto do comentarista da TV afirmar que se fosse o técnico de Bauru não tiraria essa característica dos jogadores da equipe, e focaria na defesa, para vencer os jogos…

Legal tal testemunho, não? Somente esquece que alguém neste vasto deserto de ideias e concepções de jogo, pode ter a iniciativa de fazer sua equipe defender de verdade, dentro e fora do perímetro, como os americanos o fizeram nas duas partidas de sua pré temporada contra os paulistas. Logo, incidir na premissa de que esse é o caminho do grande jogo entre nós, cheira, e muito mal, a uma tentativa mal ajambrada de tornar o reinado das bolinhas a nossa nova “filosofia” de jogo com vistas a 2016, o que seria realmente trágico, indesculpável, imperdoável…

Mas caro Paulo, está ai o Steph Curry fazendo história com sua forma de jogar, pontuando e pulverizando recordes “com um sorriso nos lábios”, derretendo suas pitonisas midiáticas tupiniquins, ao ponto de preconizarem uma nova era do basquetebol, que nunca mais será o mesmo depois dele. Meus deuses, falaram o mesmo quando do aparecimento do George Mikan, do Wilt Chamberlain, do grande Jordan, e o basquete continua sua saga solidamente escudado nos fundamentos do jogo, onde o arremesso é a cereja do bolo dos mesmos, que de quando em vez faz nascer um talento em seu quase pleno domínio, como o Oscar, o Riva, o Bird, e agora o franzino Curry , que mais cedo ou mais tarde deverá ser marcado, e que mais adiante será substituído por um mais talentoso, pois no final das contas, a evolução do grande jogo depende exatamente disso, o revezamento dos talentos através as décadas de sua gloriosa existência…

Steph Curry, domina com quase perfeição um dos aspectos mais sensíveis do arremesso, principalmente os de longa distância, que inclusive foi o ponto crucial de minha tese de doutorado defendida em 1992 (Estudo sobre um Efetivo Controle da  Direção do Lançamento com uma das Mãos no Basquetebol, na FMH/UTL), onde fica bem claro os rígidos limites nos desvios dos mesmos, somente dominados por uma ínfima parcela daqueles jogadores (as) que o praticam, e cuja precisão vai muito além do “treinamento voluntário”, como define Marcel de Souza, pois determinados parâmetros de pegas e empunhaduras definem os verdadeiros padrões de excelência direcional necessária ao sucesso das tentativas, e que mais apuradas se tornam sob assédio defensivo e variações de corridas, partidas e paradas exercidas pelo jogador em uma dura partida…

Curry é um desses talentos, dentro de uma modalidade que renasce e se recria por todo o tempo, em torno de suas bases e estruturas, em torno dos fundamentos do grande jogo, o que é algo monumental…

Desculpem, voltando ao jogo, o que saltou aos olhos foi a manutenção da mesmice técnico tática que permanece intacta e pétrea, com armadores nominados e muito bem pagos errando passes bisonhos, desarmando em vez de armando, confusos e perdidos num jogo com 15/49 arremessos de três, numa partida recheada de bons pivôs, esquecidos pelos paulistas e mal servidos pelos cariocas, ambos perpetrando 26 erros de fundamentos, quando bastou uma das equipes marcar um pouquinho melhor, para vencer um jogo insosso e repetitivo…

Sistemas novos, nem pensar, mas sim novos jogadores 1, 2, 3, 4 e 5 substituindo os 1, 2, 3, 4 e 5 que saíram, como se as simples trocas auferissem novos conceitos de jogo, numa ciranda de pseudo especializações que se repetem a cada ano, e já estamos no oitavo, véspera de uma olimpíada caseira, que nos ameaça com uma extrema vergonha, se não apresentarmos uma nova concepção de jogo, mas em hipótese alguma sequer parecida com a que ai está, soberana e autofágica, ainda mais quando nossos jovens sedimentam no exemplo do Curry a sua forma de ver e sentir o jogo, o que exigirá uma competente orientação dos professores e técnicos na direção correta e sensata dos fundamentos individuais e coletivos, sem os quais sistemas de jogo se tornam inócuos…

Enfim, toda a minha ansiedade exposta no artigo anterior se perdeu ante a realidade do que assisti, um verdadeiro seis por meia duzia do NBB anterior, e que temo ter continuidade, alimentado pelo corporativismo que se apossou do grande jogo em nosso país, solene, absurdo, injusto, e acima de tudo, cruel…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

INCONTROLÁVEL ANSIEDADE…

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Faltam poucas horas para o início do NBB8, e estou ansioso pelas novidades, aquelas que nos meus 76 anos de vida (daqui a poucos dias…) não tive chances de testemunhar, pelo menos nesses tempos de “basquete moderno”, tão enunciado e divulgado pela mídia altamente especializada, como a nossa tupiniquim…

Sentar-me-ei daqui a pouco, com pipocas, ou não, na frente de minha velha 29 pol, já que a modernosa 40 LED jaz inerme pelas obras aqui em casa, para, deslumbradamente assistir a nossa retomada ao cume do grande jogo…

Claro, sei que assistirei, não só neste jogo inaugural, com as equipes mais ranqueadas da liga, como nas demais que se sucederão, o verdadeiro Novo Basquete Brasil, recheado de inovações técnico táticas, com os atletas tinindo nos fundamentos do jogo, apresentando sistemas ofensivos e defensivos de ponta por seus renomados estrategistas, na época mais do que certa, quando nos umbrais do ano olímpico que se aproxima célere de todos nós, que enlevados testemunharemos em estéreo, HD e deslumbrantes cores, ao fim do sistema único, responsável por duas importantes situações, a de nos ter lançado no esgoto cruel e criminoso da mesmice institucionalizada, liderada por um corporativismo mafioso, e a agora radiante realidade dos novos tempos, onde a prancheta retornará ao que foi destinada desde sempre, a taboa de anotações, e não musa inspiradora de garranchos e rabiscos ininteligíveis de coisíssima alguma, cedendo sua majestosa presença a verdadeiros e prestimosos diálogos entre técnicos e jogadores, olhos nos olhos, com precisão, justiça, educação e, acima de tudo, consideração de parte a parte…

E mais, muito mais, quando assistiremos técnicos contidos e focados em suas equipes, nas equipes adversárias, procurando encontrar detalhes que poderão, ou não, ajudar a turma que se esvai na quadra, na busca de bons resultados coletivos, e não bailando grotesca e ameaçadoramente ao lado das quadras, numa exibição pífia e ridícula para sua figura de líder (?), somada à beligerância proposital e planejada contra árbitros e demais componentes técnicos dos jogos, e mesmo com seus próprios comandados…

Mas, acima de qualquer julgamento, testemunharemos o renascer de um basquetebol pré agônico, insultado pelo mesquinho Q.I., pois afinal de contas novos e arejados técnicos terão vez, e para os quais chifres, punhos, camisas, hi low’s, picks, nada representarão quando utentes da dupla armação, do jogo intenso, criativo, corajoso,interior e de frente para a cesta dos bons homens altos que possuímos, todos prestimosa, coerente e competentemente preparados nos fundamentos individuais e coletivos, e não nos rachões de praxe, como de antanho…

E para coroar tanta novidade, teremos a honra de assistir árbitros não microfonados, discretos, porém atentos e cônscios de sua maior contribuição para o grande jogo, a aplicação justa e precisa das regras do jogo, simples assim…

Enfim, como nem tudo possa parecer perfeito, ainda teremos análises e comentários despropositados e voltados a uma pretensa publicidade positiva da modalidade, onde a maior conquista, a “monstra conquista” seria o relato jornalístico e direto do que realmente se passa na quadra, e não na sua concepção do que seria uma verdadeira, limpa, justa e brilhante partida do grande jogo, o grandíssimo jogo…

Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique na mesma para ampliá-la.