RUMANDO GLORIOSAMENTE PARA 2016…

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– Terminou o Campeonato Paulista;

– O São José foi o campeão (89 x 86);

– O vencedor arremessou 18/27 de dois e 11/26 de três pontos;

– O perdedor 17/34 e 11/28 respectivamente;

– Ambos, dentro do padrão que vai se impondo, convergiram;

– 22/54 de três num jogo da elite é uma aberração técnica;

– Defesas exteriores inexistiram:

– Interiores provaram a inexistência de sistemas ofensivos para enfrentá-las;

– Os comentaristas continuaram na mútua rasgação de seda;

– Mas encontraram algum espaço para esclarecimentos:

– “Vence aquele que errar menos ou acertar mais”…

– “Tem umas coisas no basquete que só quem jogou entende”…

– “A verdadeira verdade do jogo acontece nos 3min finais, quando vemos os que sabem jogar jogando”…

– Melhor impossível, e viva a nova concepção do basquete tupiniquim, rumando gloriosamente para 2016…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

DESCULPAS, OPINIÕES E COMENTÁRIOS (?)…

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Desta vez não aconteceram arremessos espíritas, jogadores idiotas, absurdas bandejas adversárias, desleixos defensivos, acomodações em quadra, passes e perdas de bola inconcebíveis, enfim, como todos cumpriram relativamente bem suas instruções, o jogo foi vencido com boa margem de pontos, afinal, um técnico que não falha em suas concepções de jogo não pode se envolver nas falhas dos outros, aqueles que jogam e dão suas caras aos tapas de uma refrega bilateral, mas não a dele, protegida sob o manto de estratégias e vencedores currículos…

Mas que não conotam o fato “delas terem caído”, elas mesmas, as bolinhas (foram 12/28 contra 5/26 de seu oponente, totalizando um incrível 17/54), ficando as de dois pontos em 39/65 (18/35 e 21/30), demonstrando a que se reduziu a grande partida, uma frenética competição de tiro aos pombos, onde contestações sequer eram esboçadas, por ambas as equipes…

Sábado será definido o campeão das jogadas chifres, punhos, picks, ou simplificando, da artilharia externa, ou não? Sem dúvida que sim, bem, bem lá de fora, como determina o figurino tupiniquim, e até mesmo… o espanhol…

E como o malfadado figurino tem, mais do que nunca, se estabelecido e dado as cartas nesses pagos, um tremendo e absurdo 8/37 foi concebido pela turma rubro negra (seu oponente ficou nos 6/19…) no “histórico” jogo numa arena quase lotada, cujos torcedores puderam atestar um sem número de tiros de meta (afinal eram em sua maioria torcedores de futebol) perpetrados por uma equipe absolutamente incapaz de atuar no interior de um garrafão bem defendido, porém não inexpugnável, claro, se tivesse repertório ofensivo para uma equipe que desafia uma da liga maior, e que não é das melhores, mas suficientemente composta de jogadores com sólidos fundamentos para atuar dentro e fora do perímetro, além de ostentar uma defesa com mais sólidos ainda fundamentos, mandando os jogadores cariocas para muito além da linha limítrofe de seu domínio under basket…

Cada vez mais fico curioso com essa alquimia NBA/LNB, que somente nos seria benéfica se o enorme fosso técnico/tático entre as duas ligas fosse razoavelmente dirimido, o que jamais o será se não mudarmos na entrada, na base do sistema formativo nacional, onde a fundamentação básica seja passada por quem realmente entenda e saiba rigorosamente o que faz e onde chegar, para ai sim, termos jogadores (as) aptos aos sistemas ofensivos e defensivos de monta, preferencialmente diferenciados da mesmice existente, aqui, e por que não, lá fora também, dando um passo assíncrono capaz de equilibrar uma defasagem brutal e impossível de ser igualada se confrontada com a realidade que ai está estabelecida, formatada e padronizada por uma pseudo elite letalmente corporativada desde sempre…

Mas duro mesmo foi ter de aturar em rede aberta de televisão dois comentaristas que passaram toda a transmissão rasgando seda um para o outro, como se no firmamento do grande jogo pátrio somente eles tenham existido com qualificação de craques, com afirmativas tais como – “Se você mete bola não tem jogada”;  “E podem escrever contra, mas a maior vitoria que alcançamos foi o pan de Indianápolis, está determinado…”. Pena que se omita de reconhecer o Mundial de 63 no Rio, onde estive presente em todas as partidas (tinha 24 anos e já era técnico atuante), e no qual os maiores jogadores mundiais competiram, e mais, com uma equipe americana que viu sete de seus componentes se profissionalizarem, sendo um deles Willis Reed ser definido como um dos cinco maiores pivôs da NBA em todos os tempos, além de uma seleção brasileira que tinha jogadores que arremessavam de longa distância (não existia ainda a linha de três) tão bem ou melhor que os dois, sem, no entanto, se colocarem fora dos sistemas de jogo da equipe, e que defendiam feroz e tecnicamente de uma forma que a dupla jamais pensou em fazer, afinal de contas, “a melhor defesa é o ataque”, dolorosa lição para as gerações que os sucederam…

Amém.

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PIMBA CATA PIMBA HISTÓRICA 2…

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Após o pimba cata pimba histórico 2 (13/39), o comentarista da TV anuncia enfaticamente que o técnico do Baurú se prontificava em sua volta ao país, de repassar aos técnicos brasileiros toda a experiência que vivenciou nesta breve temporada junto à matriz, com conhecimentos adquiridos sobre organização, administração, treinamento, fisioterapia, preparação física, sistemas de jogo, defesas, no que seria algo bastante importante para o basquete tupiniquim…

Bem, tudo isso seria formidável não fosse, por exemplo, a forma de como sua equipe atuou nas duas partidas na sacrossanta terra do grande jogo, assunto bem mais atual e interessante do que discorrer sobre uma estrutura que dispõe de 80 milhões de dólares (a dos Wizards) para a temporada que hora se inicia, talvez “um pouquinho” acima de todos os valores somados de todas as franquias do NBB, e ainda sobrando um baita troco…

Ou por outra, não atuou, sequer tentou, a não ser o pimba cata pimba 1 e 2 citados, gloriosamente presentes nos dois majestosos ( e semi desertos…) ginásios da liga maior, onde cometeram os seguintes e espantosos números:

– Dois pontos  –  43/86 – 50%

– Três pontos  –  24/82 – 29,2%

– L Livres         – 29/43 – 67,2%

– Erros Fund.   – 40 (21/19)          ou seja, uma equipe que não domina a arte do arremesso, e é falha nos fundamentos do jogo…

Mas algo a mais espanta nessa equipe, que ao apresentar seu sistema de ataque baseado nos arremessos de três, inclusive através seus pivôs ( Jefferson – 2/19; Hettesheimeir – 5/20; Mineiro – 1/3), seus armadores (Fisher – 1/3 e Boracin – 1/7), encontrou nos alas (Alex – 2/5 ; Day – 11/6) seus melhores pontuadores de longa distância, mas que em nenhum momento houvessem tentado um outro modo de atacar, pois bastariam ter trocado a metade das tentativas erradas de três por um jogo mais interiorizado, para  conseguir resultados melhores através os arremessos mais precisos de curta e media distâncias…

Somemos a tudo de errado taticamente que fizeram, os 40 erros de fundamentos (21/19), para termos um retrato fidedigno de como não jogar com critério e acima de tudo, bom senso, e mais ainda, na terra do grande jogo…

Descupe-me o técnico pela iniciativa de passar sua experiência pelo mundo encantado dos dólares em abundância, mas preferencialmente sua fala deveria ser dirigida aos fatores definidores de sua opção pelo jogo centrado nas bolinhas, da ausência efetiva dos pivôs junto das tabelas, da defesa erecta de seus jogadores, incapazes de se movimentarem lateralmente, e por conseguinte sendo batidos inapelavelmente em todas, todas as investidas dos americanos, poloneses, sérvios, e sei lá mais quantos nas duas partidas de uma pré temporada morna e pascácia, para eles…

Pois, vendo os números acima, perpetrados por uma das duas equipes que mais investiram em nomes, estrelas e prospectos para a temporada a ser iniciada no NBB, deixa pairando no ar uma grande e séria dúvida – serão eles os melhores jogadores para contribuir com os princípios técnico táticos de seu técnico, ou melhor, de sua comissão técnica elegantemente paramentada, serão?…

Tenho dúvidas, sérias dúvidas, ao ver dois de seus principais pivôs, arremessarem 7/39 bolas de três pontos, de uma distância 50cm maior do que o fazem nas regras FIBA, sem que nenhuma ação inibidora se fizesse sentir do banco, onde pareciam todos estarem na doce torcida de que elas caíssem, como se fosse possível na somatória distância/contestação a que eram submetidos, que obtivessem exito, num desgaste inútil de esforços em partidas de 48min de duração. Nada pode ser visto de jogadas internas advindas de um sistema efetivo, estudado e treinado de jogo, nada, absolutamente nada, e esse é o grande óbice, a monumental fratura a que está submetido o grande jogo entre nós, apequenado e estéril ante o reinado das bolinhas, das enterradas “monstro” (engraçado, não vi nenhuma acontecer…), e dos tocos monumentais, que sequer puderam ser compensadas em suas ausências de efetividade, por um jogo centrado, coletivo, participativo, não egoísta, compromissado e acima de tudo, estrategicamente bem pensado e coerentemente praticado, a fim de se constituir numa verdadeira e sólida equipe, e não um amontoado grupo de egos e candidatos a estrelas…de chutes bem la de fora, onde o drible, a finta, o passe são fundamentos de somenos importância, frente aos midiáticos esgares dos pombos sem asa…

É dessa lúgubre realidade que tenho medo para 2016, que está logo ali na virada de uma esquina decisiva para o grande jogo em nosso imenso e injusto país…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las e acessar as legendas.

 

PIMBA CATA PIMBA HISTÓRICA, E O PAU DE SELFIE…

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Que demora é essa Paulo, perdeu o gosto de escrever? Não, nada disso, é que ainda não assimilei o “feito histórico” do Bauru no Garden, quando foi apresentada ao mundo nossa gloriosa concepção do grande jogo, como numa avant première para 2016, com seus pivôs de três, inóspito e deserto perímetro ofensivo interno, e um armador de bússola e lamparina na mão em busca de um companheiro com quem verdadeiramente jogar, e na ausência quase constante do mesmo, se realizar com um triplo duplo competente, apesar dos dois rebotes de bônus…

Realmente, conceber um 11/43 de três, não é para qualquer um, não é normal, mas é, isto sim, um absurdo sem tamanho ou forma, indesculpável, constrangedor, vergonhoso, pois confronta princípios básicos do jogo, subverte a lógica, compromete seus executores, ofende o basquetebol…

Dizer e afirmar que a equipe jogou bem, fez história, e outros piripaques midiáticos e ufanistas, somente confirma a que ponto de pobreza e deficiente conhecimento técnico, tático e, acima de tudo, estratégico, chegamos triunfantes, sob o teto, este sim, histórico, da grande arena nova iorquina…

Quando no intervalo do jogo, o técnico brasileiro afirmou ao repórter que sua equipe poderia surpreender e até ganhar o jogo, contra uma outra que começava sua pré-temporada, talvez ainda estivesse com sua memória focada em Indianápolis muitos anos atrás, ao lado de Oscar e Marcel, abastecendo-os a não mais poder para instaurar e deflagrar o reinado das bolinhas, que choveram naquela final (e continuam a chover até hoje…), levando a equipe americana a amargar sua primeira derrota em solo pátrio, e até derrubando o ginásio, como apagando a derrota de seus arquivos, mas que, em hipótese alguma pretendem derrubar mais um, contestando os longos arremessos, e jogando lá dentro, como devería também ter sido feito, ao menos tentado, por nós, claro, se tivéssemos sólidos fundamentos e sistemas ofensivos ousados, corajosos e proprietários na forma de jogar, e não o ridículo pastiche de jogo apresentado, na desenfreada chutação para lá dos 6.75m a que estão acostumados…

Fico imaginando o que pretende a NBA em nosso país frente a esse cenário técnico indigente, padronizado e formatado numa mesmice endêmica lamentável, corporativista e subalterna, enfeitada por uma mídia especializada, muito mais interessada nas coisa de lá do que de cá, ainda mais com o dólar valendo quatro a mais…

Então, o que pretende a NBA/LNB desencadear a favor do nosso basquetebol, o que? Implantar mais comércio, dançarinas, mascotes, canhões de camisas, malabaristas, butiques, e sei lá mais quantas “promoções”, ou de uma vez por todas, e às claras, influir no mercado de jogadores, e por que não, de técnicos também? Muita gente ri de orelha a orelha com tais possibilidades, afinal de contas, uma vez colonizados, sempre colonizados, e que as glorias do passado se percam nas calendas do inferno, para gáudio dessa turma que estabeleceu a existência do grande jogo coincidente a suas vindas ao mundo, onde passado é passado, e estamos conversados…

Mas, o grande jogo nada representa de evolutivo sem as bases do passado, sempre presentes quando se trata de formação de base, de renovação tática, de ensino como produto de pesquisa no campo didático e pedagógico, como estratégia de desenvolvimento desportivo, educacional e cultural de países sérios e comprometidos com sua juventude, e muito distante de políticas fajutas sob a égide de “pátria educadora”…

O que vimos incrédulos no Madison Square, foi a antítese do jogo, foi o resultado do que viemos fazendo nos últimos vinte ou mais anos, convergindo arremessos (foram 11/43 de três, 19/38 de dois, contra 8/20 e 30/58, respectivamente dos americanos), sendo incompetentes no trabalho defensivo de pernas ante jogadores afiados em seus fundamentos, e sendo absurdamente ausentes do jogo ofensivo interno, exceto para jogadores peitudos como o Alex e o Meindl em suas penetrações de bola dominada, e de um armador tecnicamente bom, porém abandonado numa ilha de ninguém…

Não apresentar nem um arremedo de sistema de jogo interno, apostando por todo o tempo nas bolinhas é absolutamente insano, irreal, contundente, deixando no ar uma incógnita para domingo, quando enfrentarão uma equipe bem mais forte e poderosa do que os Knicks, num ginásio onde a linha dos três tem a mesma distância da de Nova Iorque, e onde a desculpa de jogar 48min com rotação de três jogadores se perde ante a realidade de contar com sete na reserva, a não ser que tenham ido passear, e que no caso afirmativo, um pau de selfie resolveria a situação antes, durante e após o jogo, pois atrações e autógrafos não faltarão, inclusive do delfin…

Antes do amém Paulo, nada a dizer sobre a LDB, agora na fase de definições? Por curiosidade pincei de forma aleatória um jogo das estatísticas da LNB, e não deu outra, 43 erros de fundamentos no jogo Pinheiros e Ceará (23/20), restando somente um doloroso e lamentoso…

Amém.

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A DERROTADA (!) CONVERGÊNCIA…

 

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Sobe a bola, e o primeiro arremesso desferido foi um de três, pelo Bauru, que dali em diante sofreu uma corrida de 12 x 0 por parte de um Real Madrid nada disposto a se submeter a um novo bombardeio de fora sem contestá-lo devidamente, na mais do que prevista situação de jogo a ser enfrentada, mesmo ante um adversário que repetia a convergência do jogo anterior (14/29 de dois pontos e 10/28 de três), nada mudando taticamente, como que apostando na reedição vitoriosa da ante véspera…

Foi quando da primeira bola recebida aberta pelo pivô de três, que contestado tentou a finta driblando para dentro e… andou bisonhamente, chegando ao final com 1/4 de fora, que somado ao 0/2 do outro ala pivô, ficaram bem distantes dos 9/17  do primeiro e vitorioso jogo. mas, como numa compensação nas bolinhas, o armador Fisher conseguiu 5/8 nas benditas, para marcar o posicionamento convergente da equipe, que em momento algum encontrou um simples arremedo de jogo interior, mesmo com os bons pivôs que possui, que quando abastecidos eram deixados sozinhos frente ao combate defensivo, tendo seus companheiros abertos e parados assistindo o massacre…

O Real, sem seus dois armadores titulares, um machucado e outro infantilmente expulso, encontrou nos outros dois (que como toda equipe que utiliza a dupla armação, os tem em dobro…) substitutos a altura, principalmente o Lull, brilhante em quadra, sendo merecedor da indicação de MVP da competição…

Concluindo, a equipe espanhola fez o que devia para vencer o jogo final, contestando os pivôs de três fora do perímetro, não se preocupando muito com as investidas dos mesmos à cesta, pois são fracos nas fintas e drible em progressão, e mesmo lá fora conseguindo bloquear, ou alterar trajetórias dos demais arremessadores não muito altos, caso do Day, Alex e Gui, e somente se preocupando bastante com as velozes fintas e penetrações dos excelentes jovens Meindl e Fisher, que se bem trabalhados produzirão bastante num futuro próximo, inclusive na seleção, além de trabalharem bem dentro do perímetro paulista, e arremessar de fora sem a qualidade contestatória que apresentou durante toda a partida…

Desta feita, a convergência foi fragorosamente derrotada, e o pior, sem uma opção tática que a suprisse, numa seria falha estratégica, pois concedeu ao adversário uma solução mais simples, objetiva e óbvia possível, o avanço defensivo, anulando os pivôs de três, além de deixá-los fora dos rebotes (41/21), e somente preocupados com os bons fundamentos do Fisher, Meindl e o inesgotável Alex…

Preocupações que tenho? A implantação da convergência como carro chefe técnico e tático do nosso basquetebol, a negativa teimosa e pouco inteligente da dupla armação, com seu potencial abastecedor do jogo interno, além do vasto incremento defensivo, e o vazio absurdo e constrangedor do garrafão dos adversários, por parte de nossos pivôs, abandonados à própria sorte por seus companheiros, que simplesmente não sabem como agir e se comportar dentro do perímetro ofensivo interno, todos preocupados, ou instruídos a se situarem abertos a espera de um passe de dentro para fora para… Aleluia, a sagrada bolinha, que como vimos (e veremos cada vez mais) nem sempre caem, ainda mais quando competentemente contestadas, e o pior, sem apresentar soluções internas que as substituam, obrigação de toda equipe de alto nível competitivo. Como vemos, são preocupações demais…

Amém.

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A VITORIOSA (?) CONVERGÊNCIA…

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E agora Paulo, quais seus argumentos sobre e contra a convergência tão debatida por você, e a dupla armação, diga ( ou justifique) lá…

É cara, frente a tão impactante resultado, e metendo 91 pontos numa equipe que não é qualquer uma, fica difícil, mas não impossível, explicar o que ocorreu de verdadeiro nesta partida surpreendente…

Vamos lá então, começando com um número que merengue nenhum ousaria sequer imaginar, ou seja, perder para uma equipe que arremessa 17/32 de dois pontos e 16/33 de três, onde dois de seus alas pivôs Jefferson e Hettsheimeir) atingem a marca de 9/17 lá de fora e 4/10 no garrafão, numa claríssima opção pelo jogo exterior, ao preço que fosse, o que levantou um comentário do Lulli, armador espanhol –  Eu acho que isso são desculpas, somos o Real Madrid e ninguém deve dar essas desculpas. Tivemos pouco tempo treinando todos juntos, mas jogamos juntos o ano passado. Sobre a marcação do pick and roll do Bauru, eles foram bem, alguns chutes de três caíram inclusive quando estavam bem defendidos – afirmou. Pelo comentário deduz-se que de forma alguma a sua equipe estava preparada pera enfrentar os pivôs de três de Bauru, sequer em pensamento, quanto mais na realidade de algo impensável para eles, que uma equipe atuasse numa decisão convergindo daquela forma, que quando vêem as bolinhas caírem, bem, fica muito difícil…

Mais do que clara a óbvia opção dos europeus para o segundo jogo, caírem em cima da dupla, obrigando-a a cortar para a cesta, onde seus fundamentos não são lá essas coisas, em contraste ao Meindl e o Alex que batem com vontade lá para dentro, permanecendo os dois grandões e mais o Gui, mais afeitos às bolinhas, e tudo isso sem contar com uma dupla armação poderosa, com o Fisher e o Boracin,em nenhum momento acionada pelo técnico Guerra, frente a permanente dupla espanhola,  em tudo e por tudo capaz de acionar os pivôs bem lá dentro, para ai sim, voltar a bola de dentro para fora na busca de arremessos, que não serão tão abundantes como o do jogo em que bateram os campeões europeus, que terão de contestá-las no nascedouro, se quiserem retornar com o caneco…

Mais o que mais me impressionou foi a verdadeira festa protagonizada pelo célebre Oscar, assistindo embevecido a continuidade de seu modo de atuar fundamentado nas bolas de três, onde convergências não importam, desde que elas caiam, ou sejam permitidas por defesas amorfas e preguiçosas, mesmo que compostas por campeões europeus, asiáticos ou marcianos…

Somente advirto que defender fora do perímetro exige mais técnica do que vontade e raça, exige sólidos fundamentos e banco a altura de titulares, o que os espanhois tem de sobra, conforme demonstraram na euroliga, duvidando muito que “banquem” de novo a liberdade que deram ao Bauru, que tem de se preparar para vencer na cozinha espanhola, e para tanto somente uma dupla armação que os sufoquem em todo o perímetro, permitiria que os rápidos pivôs lá sejam lançados em vantagem, para de 2 em 2, e eventuais, livres e equilibradas bolinhas possam sair em vantagem, a não ser que vejam liberados os espaços que encontraram, podendo repetir mais uma vitoriosa convergência,  que levou o Nocioni a comentar que nunca enfrentou na Europa ou nos Estados Unidos uma equipe que atuasse daquela forma, e que para tanto uns ajustes defensivos tem de ser providenciados.

Fico curioso no que vai dar, de verdade, mas não a ponto de repetir um comentário na rede que afirma não importar se o Bauru perca de 30 ou 40 pontos, pois já provou ser capaz de enfrentar os melhores…

Bem, como o técnico Laso diz estar no intervalo de um longo jogo, onde a vitória por mais de um ponto o torna campeão, prefiro acreditar que o bom senso tático, resultante de uma bem montada estratégia de jogo, se faça presente e atuante por parte dos paulistas, para ai sim, confirmar, ou não, se a convergência é a nossa proposta para 2016, no que seria … Digam vocês.

Amém.

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ANÁLISES E EQUÍVOCOS…

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Olhando bem essa primeira foto, constata-se o grande equivoco que ela representa, pois o grande Gasol nada representaria sem o apoio decisivo de seus armadores, isso mesmo, armadores no plural, que em determinados momentos da final eram três, todos abrindo os caminhos para a evolução triunfal do ala pivô, com seus arremessos curtos de alta precisão, seus ganchos tecnicamente corretos e as mil e umas bandejas, frutos de seu exemplar posicionamento nos rebotes, tudo isso no ataque, pois na defesa, sua velocidade aliada a de seus companheiros, antecedia as jogadas e ações dos adversários, que sucumbiam frente, não só ao grande jogador, mas ante toda uma equipe empenhada em…isso mesmo, defender, contestar dentro e fora do perímetro com antecipação, e por isso mesmo, vencer com todos os méritos…

Indo mais além, teria sido essa a foto que retrataria um jogador, não com um 4 na camisa, e sim um 14, conterrâneo nosso, que foi um dos dois únicos a tentar transformar um jogo coletivo em individual, estando um deles no limiar de encerrar sua carreira no Lakers…

A segunda foto, repete o que a maioria de nossos entendidos teima em negar, a inexistência de diferenças entre armadores,  onde 1 e 2 representam apenas posições dentro do sistema único, que é o ícone tático para essa turma, quando, na realidade de algumas das equipes de ponta no mundo FIBA, e uma ou duas NBA, exercem as mesmíssimas funções de armação, envolvendo o perímetro externo com o dobro de ações e soluções ofensivas, principalmente na alimentação do jogo interno, originando performances de alto nível de seus alas pivôs, como no caso lapidar do Gasol…

Sem esse apoio, inclusive de um terceiro armador utilizado inteligentemente pelos espanhois, o MVP do europeu não atingiria o nível que atingiu, também, magistralmente…

Olhando detidamente essa segunda foto, podemos avaliar o quanto ainda temos de avançar no entendimento e compreensão do grande jogo em nosso país, onde um Bebê é lançado por analfabetos de basquetebol, no colo de um técnico espanhol que o fez optar pelo pivô, quando ansiava a ala, tendo os mesmos 2,14m do Gasol, a mesma flexibilidade, velocidade e envergadura, mas não a opção de escolha (agora mesmo na matriz, deve estar sendo convenientemente malhado por fora e por dentro para ser mais um cincão…), pois afinal de contas, que espanhol gostaria de ver um brasileiro evoluir no mesmo sentido de seu herói?

E não seria esse o mesmo caminho do Caboclo, em oposição ao projeto canadense de formar seus futuros selecionáveis nos colleges americanos, enfrentando, quem sabe, a sanha dolarizada de aventureiros agentes? E quantos mais dos nossos percorrem, e ainda percorrerão tão equivocados trajetos, onde a grande maioria fica à margem do processo evolutivo do grande jogo?

Mas a foto ai está, mostrando a premiação do quinteto titular da competição maior européia, com três armadores e dois alas pivôs, para desespero da turma adepta do 1 ao 5…

Mas o mais emblemático, é a força descomunal que os analistas especializados exercem no sentido de deificar um só jogador, como se ele fosse, sozinho, capaz de vencer todas as partidas, mencionando sua genialidade funcional e atlética, quando na realidade, na mais objetiva das realidades, faz o mesmo parte de uma geração brilhante de armadores e alas, tão habilitados em pontuais ações de pivô como ele, sem o brilhantismo e a perceverança catalã que ostenta, mas que distante do coletivismo de sua equipe, pouco representaria ao final dos embates. Logo, o grande MVP Gasol é o mais legitimo produto de um conceito de jogo que por aqui a maioria não aceita, sequer ousa tentar, já que escravizados a um sistema que anula a livre iniciativa, a criatividade, amarrados a lideranças coercitivas e emparedadas em pranchetas midiáticas…

Quando me estendo nesse assunto, talvez por ser um dos raros técnicos que o tenha praticado de verdade dentro das quadras tupiniquins, da formação de base a elite, tentando divulgar a dupla armação e a tripla ação interna de alas pivôs ágeis e velozes, exatamente próxima ao que acabamos de assistir no pré europeu, sucedendo a vitoriosa caminhada do coach K e suas seleções americanas (as femininas inclusive), culminando uma revolucionaria e estratégica mudança de conceitos de jogo, é pelo fato inconteste de que sempre acreditei na livre iniciativa, no livre pensar, e consequentemente no poder da criatividade e da improvisação consciente, aquela adquirida pelo pleno domínio dos fundamentos do jogo, embasando sistemas ofensivos e defensivos frutos de uma mais consciente ainda leitura de jogo, alma mater de uma verdadeira equipe em busca de coesão e autêntico coletivismo…

Uma terceira foto espelhando um belo trabalho de duas décadas de dedicação a base e brilhantes resultados decorrentes de um coerente planejamento a longo prazo, em oposição às mesmas duas décadas de fracassos e criminosa omissão na direção do nosso indigitado basquetebol,infelizmente…

Amém.

Fotos – Divulgação FIBA. Clique nas mesmas para ampliá-las.

BEM MAIS DE VINTE ANOS ATRÁS…

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OLYMPUS DIGITAL CAMERALeio alguma coisa na rede de alguém que afirma que não podemos nos submeter a técnicos veteranos que atuam sob sistemas de mais de vinte anos atrás, assim como não seria de bom alvitre destinar aos mais jovens a  tarefa de liderar equipes adultas, concluindo que a turma da meia idade é a mais apta e preparada para fazê-lo com possibilidades reais de sucesso…

Ou seja, sistemas de jogo parecem ter prazo de validade para um certo tipo de gente focada somente no aqui e agora, realidade de suas vidas  contidas  e dissociadas da história, dos exemplos de antanho, que originaram tudo que ai poderiam estar, mas que na verdade, não estão, propositalmente esquecidos por aqueles que não admitem ter havido vida antes das suas, mediócres que são…

Sou de uma geração de ontem, onde convivi com os melhores, onde aprendi mais que ensinei, ouvi mais do que discursei, aprendi e trilhei o caminho das pedras, valorizado pelas muitas derrotas, valorizando com humildade as poucas vitorias, a grande escola dos verdadeiros vencedores…

As grandes revoluções apregoadas aos ventos do hoje, já o eram mais de vinte anos atrás, quando a dupla armação, os pivôs mais ágeis e velozes do que os pesados e lentos cincões iniciavam as mudanças que ai estão, fundamentadas no ontem, e não fruto de geração espontânea como querem e divulgam alguns oportunos estrategistas e midiáticos profissionais…

Então, gostaria de recordar algo bem recente, não de vinte anos atrás, e sim de pouco mais de cinco, claro, para aqueles que se interessam de verdade pelas técnicas e táticas do grande jogo, sugerindo a leitura de um artigo aqui publicado quando dirigia o Saldanha da Gama, e logo a seguir um outro na forma de um vídeo, ambos elucidando uma realidade profundamente fundamentada em conceitos de jogo de ontem, elevados a época como algo realmente inovador, e que é considerado hoje como revolucionário…

Seria instigante e revelador, se após a leitura do artigo O quadragésimo sexto dia (artigo 700), pudesse o video Vencendo as limitações de um grande jogo, ser narrado e comentado pelos jornalistas do sportv, quando descobririam um mundo de situações de jogo, em tudo e por tudo, superiores técnica e taticamente aos melhores jogos da atualidade do NBB, e mesmo de nossas seleções, onde o modernismo decantado de hoje, se vê ante concepções mais avançadas de um ontem pleno de ineditismo, criatividade e ousadia…

Então, como explicar seu aniquilamento  puro e simples, estando ali, na figura de uma humilde equipe recheada de belos, porém marginalizados jogadores, atuando de uma forma proprietária, instigante e revolucionária, como, e por que?…

Como estaríamos hoje se aquele excelente projeto tivesse tido continuidade, ao contrário das capengas adaptações do mesmo ao sistema único, como se fosse possível miscigenar conceitos díspares, tanto na concepção, como na efetivação, violentando a ambos, irreconciliáveis que são?…

Lembro como se fosse hoje o último jantar no I Congresso de técnicos do NBB em Campinas, quando o técnico Guerra se levanta e dirigindo-se a todos diz – Se em quarenta e poucos dias esse cara pega uma equipe perdedora e vence equipes de ponta, como será quando tiver toda uma pré temporada pela frente? Se cuidem…

Não precisaram se cuidar, sequer se preocuparem, pois o afastamento foi duro e radical, que nem o excelente trabalho pode contemporizar, pois técnico e muitos daqueles jogadores foram devidamente esquecidos, como deveriam ser, afinal de contas, onde já se viu jogar com dupla armação e três pivôs móveis, Onde? O surreal é o que tentam jogar hoje em dia, mas de forma fragmentária e sem o consequente coletivismo avidamente perseguido…

Então pessoal que abomina o passado e seus veteranos, saibam e aceitem o fato de que dupla armação e três homens altos transitando ininterruptamente dentro do perímetro (a modernidade universal…) é coisa de mais de vinte anos atrás, e aplicado por quem entendia o grande jogo de verdade, e ainda entende desde sempre, pois eram e continuam sendo professores e técnicos, e não estrategistas de ocasião…

Fiquem, se quiserem, com o artigo e o jogo, mesmo sem a narração e comentários dos televisivos, mas, como puro exercício, imagine-os descobrindo, ou redescobrindo o óbvio…

Amém.

Fotos – Arquivo pessoal. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

DISSE TUDO…

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Inacreditável, a Venezuela venceu a Copa América, uma impossibilidade tornada realidade, um milagre desse imprevisível grande jogo, e muitas outras adjetivações espocaram na rede, na tentativa de explicar algo que o Giancarlo Gianpetro em seu Vinte Um matou com um certeiro, irretocável e brilhante artigo (leiam-no agora antes de prosseguir), ao qual agregaria dois ou três detalhes bem pessoais, mas nada que alterasse a sua análise exemplar…

Primeiro, a constatação definitiva da utilização da mais pura dupla armação pelas quatro equipes semifinalistas, e por conseguinte o incremento do jogo interno das mesmas, salientando que a nossa seleção atuou com armação de um homem só, numa oposição ao realizado em Toronto, e claro, por opção do técnico hermano…

Segundo, a defesa integral venezuelana, com dobras sucessivas e contestação presente em todas as situações ofensivas de canadenses e argentinos, provando na pratica o principio que ensaiamos em Toronto, frustrado nessa Copa com a presença amorfa do Marcos e do Guilherme decompondo o sistema defensivo do hermano…

Terceiro, bem, se ainda não leram o artigo do Giancarlo, está tudo lá…

Amém.

Fotos – Divulgação FIBA América. Clique nas mesmas para ampliá-las.

 

MACACO, DESCULPE, ORANGOTANGO VELHO E EXPERIENTE…

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Fiz direito as contas do tempo que lido com o grande jogo, quando tudo começou em 1948 no Grajaú TC, onde o conheci pela primeira vez, e como estou com 75 anos, lá se vão, hum, façam as contas…

Até os 13 anos o assistia fascinado, torcendo e aprendendo a amá-lo, dia após dia, até que tentei praticá-lo na escolinha do grande Geraldo da Conceição, lá mesmo no GTC (Geraldo ainda ensina em Brasília aos 90 anos, fantástico…), e depois no CRVG com o célebre Fu Manchú, que reencontrei em Belo Horizonte no Brasileiro Juvenil de Seleções em 68, quando dirigi a equipe de Brasília, vencedora da chave dos perdedores (5o lugar), levando a Taça com o nome dele, que muito doente ainda pode comparecer para entregá-la, num reencontro emocionante…

Mas pouco produzi como jogador, principalmente pela baixa estatura, e o interesse mais voltado para as técnicas e táticas do jogo (isso aos 14/15 anos…), aspecto esse que me abria um amplo leque de possibilidades de estudo e descobertas. Mais adiante, cursando a ENEFD, pude sedimentar o sonho de abraçar a técnica, que já praticava na Escola Carioca de Basquetebol, criada por mim e pelo Luis Peixoto, pai do Peixotinho, nossa primeira cria, e onde floresceu o Paulo Cesar Motta, ambos chegando a seleções brasileiras…

Dai para diante foi um torvelinho de emoções, fortes emoções, trabalhando na base e na elite, em clubes de renome, como Vila Izabel, Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense, Olaria, Barra da Tijuca, seleções cariocas, brasilienses, estagiando, por concurso, em universidades americanas, dando clinicas pelo DED MEC em estados brasileiros, lecionando em escolas de ensino primário e secundário, universidades, aqui e na Europa, onde me doutorei, para finalmente ter uma breve e instigante experiência na LNB (NBB2), também me graduando na ECO/UFRJ em Jornalismo, e finalmente, a criação deste humilde blog em 2004, um dos motivos que provocou minha interdição na direção de equipes, entre outros mais recônditos, na Liga Nacional…

Pois bem, porque todo esse preâmbulo a um simples artigo, por que?…

Primeiro, para lembrar a muitos que 56 anos antes do meu despertar para o grande jogo, ele já era cultuado, admirado, amado, e praticado com fervor pelo mundo, o tornando o desporto coletivo mais divulgado dentre todos,desde sempre, logo, com toda uma história técnica e tática a ser observada, aprendida e apreendida por todos aqueles que, realmente, o quisessem compreender e entender toda a sua dimensão de esporte maior, ainda mais se desejasse ensinar e divulgá-lo às gerações sucedâneas através seu/meu  parco conhecimento, numa humilde constatação de sua riqueza técnica e cultural…

Segundo, para lembrar a outros muitos também, que julgam e agem como se o grande jogo tenha sido criado quando de suas vindas ao mundo, numa atitude arrogante e presunçosa, passando a ideia de que o dominam total e enfaticamente, num posicionamento falseado e muito distante da realidade do que pensam e julgam conhecer, pois copidescar e “interpretar” articulistas estrangeiros não vale na maioria das vezes, absolutamente não vale, mas…

Terceiro, para relembrar algo de muito serio que teimo em publicar sequencialmente nessa humilde trincheira, o fato inconteste de que sempre existiram bons, alguns ótimos, e péssimos dirigentes , e fui testemunha da ação de muitos na direção da modalidade no país, porém com uma fulcral diferença relacionada aos dias atuais, a existência a época de grandes e verdadeiros técnicos e professores de basquetebol, na base e na elite, garantidores de gerações com eficiente formação nos fundamentos, e brilhantes na direção das equipes da elite, onde apresentavam sistemas de jogo proprietários, evoluidos, inéditos, e acima de tudo, corajosos e criativos,,,

…Muito diferentes da mesmice endêmica que vem nos assombrando a duas obscuras décadas de mediocridade e compulsivo corporativismo, estendido ao comportamento formatado e padronizado entre os jogadores de todas as faixas etárias, e por que não, consubstanciados pelo apoio da maioria da mídia especializada, a que sabe como ninguém discernir sobre as técnicas do grande jogo, sem, no entanto, jamais explicá-las à luz de seus significados táticos e estratégicos, num en passant cansativo de 5 x 5, 1 x 1, exaustivamente treinadas jogadas, box one, punhos, chifres, picks, zona 2-3, e outros mais chavões repetitivos que nada esclarecem, e nem são cobrados, já que o padrão é o mesmo para todos, desde os posicionamentos de 1 a 5, até a utilização do sistema único por todos, indistintamente, da base a elite, e por que não, nas seleções também, alcançando como resultado o nível em que se encontra o grande jogo entre nós…

Com as escolas de educação física diminuindo a cada dia a carga horária da aprendizagem e pratica dos desportos (substituindo-as pelas da área biomédica…), incapacitando seus licenciados e bacharéis ao competente ensino dos mesmos, com cada vez mais ex jogadores sem o minimo e adequado conhecimento didático e pedagógico assumindo a formação de base, e crefs provisionando leigos para a mesma função, com uma ENTB esquematizada ao continuismo do que ai está, pouco ou nada avançaremos no soerguimentp do basquetebol nacional…

Então, não se trata somente de más administrações, que como afirmei antes, as tivemos boas, ótimas e péssimas desde sempre, mas nunca, em tempo algum tivemos por tanto e seguido tempo um conceito técnico tático de tão baixa qualidade como agora, fruto da coisificação proposital e corporativista de uma geração de técnicos compromissada com o que de pior puderam e quiseram imitar da matriz do norte, sem sequer tentar adequá-la a uma realidade econômica, social e cultural diametralmente oposta a nossa, sob qualquer critério que se possa avaliar e comparar, levando ao desastre em que nos deparamos inermes e fragilizados…

Por tudo acima exposto, façam o favor de racionalizar tentativas de  querer unir má administração com técnica de jogo, como ação e reação de um mesmo principio, de um mesmo conceito de fato, um conjunto indissolúvel de ações geradoras do produto vigente, ao não esquecerem que dirigentes não formam, treinam e desenvolvem jogadores, seja na base, seja na elite, ou mesmo num processo de massificação da modalidade, que por conta e risco da formatação e padronização implantadas coercivamente pelo corporativismo técnico vigente, e que oblitera toda e qualquer tentativa de evolução que fuja do existente, explica com sobras o descalabro técnico do grande jogo aqui implantado , e onde a mesmice endêmica vigora e reina absoluta, no âmago da nossa cruel realidade…

Iniciei, desenvolvi, estudei e pesquisei o grande jogo convivendo com essa imutável realidade, que somente transmudou o jogo quando da implantação abusiva e deletéria do Q.I., desalojando o mérito como a forma correta e justa visando o progresso, com seus resultados muitas vezes vencedores, e não contumazes perdedores como agora, onde uma péssima administração se torna justificativa de fracassos técnicos, numa inversão de valores assustadora, pois não responsabiliza direta e contundentemente aqueles que fazem também o grande jogo acontecer, os jogadores, os técnicos, e uma mídia enaltecedora da mediocridade tupiniquim, contrastando com sua feérica bajulação e endeusamento de uma cultura antítese da nossa, sob qualquer critério analítico que se queira mencionar, formando a coluna mestra de tudo aquilo que pulsa e acontece de injustificável nas quadras desse enorme e injusto país…

Concluindo, o momento trágico por que passamos, apesar da enorme falha administrativa existente, se origina basicamente na falência do aspecto técnico, tático e estratégico do jogo, que nem uma maravilhosa administração anularia, já que dominada por uma clã compromissada e comprometida com um triste e desalentador corporativismo, e com a manutenção da mesmice endêmica em que afundaram, todos, inclusive os gringos, que se fecham a qualquer iniciativa de mudança, do surgimento de algo que ponha em risco seu retrógrado posicionamento, ferindo de morte o grande jogo, grandíssimo jogo, sendo esse o maior dos obstáculos que trava seu soerguimento e desenvolvimento, que se continuado nos levará por um caminho sem volta, não mais para 2016, já perdido, mas sim, para os subsequentes ciclos olímpicos dessa infeliz “pátria educadora”…

Amém.

Foto – Veiculada para internet.