SÓ MAIS UM POUQUINHO…

Harden e sua saga.

Aí estão os playoffs, os daqui e os lá da  matriz, com suas excentricidades e adaptações aos tempos modernos, como as absurdas mudanças nas regras centenárias,  beneficiando a chutação de três do agora decadente Harden, com seu anacrônico step back, oportuna encomenda beneficiando seu arremesso de três, que começava a ser contestado, e a passada zero, instituída para acelerar penetrações concluídas  com enterradas cinematográficas, que claro, com um tempo rítmico a mais dos dois antes permitidos (cada tempo rítmico compondo uma passada), poucas seriam as chances de um defensor bloquear a investida, mudanças estas que comprometem seriamente a essência do grande jogo, transformando-o num handebol de péssima qualidade. Tais mudanças não têm encontrado boa aceitação de muitas arbitragens, daqui e lá de fora, que mantém as infrações de andar com a bola, num movimento que poderá desencadear a revisão das mesmas, o que seria excelente para o grande jogo…

Assistimos, também, que nada, ou pouquíssima coisa mudou em nossa forma padronizada e formatada de jogar, com as poucas licenças táticas contabilizadas em nome dos novos gênios das pranchetas, como, segundo relato de alguns comentaristas, jogar com dois armadores de ofício, e três pivôs leves e rápidos próximos a cesta, fosse algo de revolucionário nascido da excepcionalidade de suas cabeças, e não algo de há muito existente, por aqui mesmo, neste carente, espoliado e judiado basquetebol tupiniquim, alçado a sistemas de ponta criado pelas mesmas, sob o aplauso e a admiração de seus contumazes torcedores midiáticos, puxa sacos profissionais que são em sua esmagadora maioria, onde as corretas e pouquíssimas exceções pouco contam, mais que galhardamente existem e, por que não, subsistem…

O derrotado mural…

O que dizer, entretanto, das tentativas, cada vez mais exitosas, de um mercado mais bilionário a cada temporada, de transformar o mais completo e exitoso jogo de equipe, numa modalidade individual, onde seus grandes expoentes batem recordes continuamente, sem, no entanto, levar suas equipes ao pódio vencedor por sua atuação coletivista, heróis estes que projetam suas imagens humanizadas ou virtuais por sobre cidades e nações, envoltos em suas egolatras personalidades, que nada somam ao princípio coletivista e solidário que deveria emanar de suas equipes, balizando os caminhos a serem percorridos por uma juventude necessitada do apoio comunitario, fator básico e transcendental para suas vidas no futuro, como atletas e cidadàos…

Só mais um pouquinho de tempo nos separa da hora da verdade para o nosso basquetebol, afinal, o ciclo abreviado para Paris 24 está em curso, e competições classificatórias ao mesmo ocorrerão muito em breve, quando aferiremos quão geniais são nossos comandantes na direção de jogadores nacionais, sem os fundamentais estrangeiros que compõem suas equipes, atuando ou exemplificando uma forma de jogar negada aos nossos, pelo desconhecimento dos mesmos do ferramental que justifica e exequibiliza o grande jogo, desde sua formação de base, os fundamentos individuais e coletivos, sem os quais cabeças e genialidades jamais funcionarão, sejam os sistemas que forem, ofensivos e defensivos, tendo ou não as estrelas fabricadas a sombra dos pseudos ícones que habitam e festejam a grande matriz do norte, principalmente em nossas seleções…

Só mais um pouquinho para aferirmos o que nos espera, e para reforçar tal argumento, republico a seguir o artigo Daqui a Pouco, publicado em 30 de janeiro deste ano, num relato que deveria ser debatido com ardor e conhecimento, por todos aqueles que amam e admiram o grande, grandissimo jogo, neste imenso, desigual e injusto pais.

Amém. 

Fotos – Reproduções da Internet. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.  

DAQUI A POUCO…

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022 por Paulo MuriloSem comentários

Cinco abertos, chega e chuta, e estamos conversados…

No artigo Reféns aqui publicado recentemente, uma tabela contabilizava os últimos sessenta jogos do NBB, e o que ele representava de negativo para o nosso basquetebol de elite –

Vejamos agora o resultado dos seguintes sessenta jogos do referido NBB:

Arremessos de 2 – 1903/3652  52.1%

Arremessos de 3 – 893/2836    31.4%

Lances livres       – 1203/1684  71.4%

Erros de fund      –  1306           21.7 pj

Concluindo, para os 2 pontos, na média, converteram 31.7 e perderam 60.8 tentativas; Nos 3 pontos, 14.8 e 42.8, nos LL, 20.5 e 28.0, mais os 21.7 erros de fundamentos.

Comparemos agora com a tabela final do torneio Super 8 (7 jogos), finalizado no sábado, com a vitória do Minas TC sobre o São Paulo FC-

Arremessos de 2 – 251/482  51,5%

Arremessos de 3 – 147/432  33,3%

Lances livres       – 161/234  68,8%

Erros de fund     –  142         20,2 pj

As médias finais foram de 35,8 tentativas convertidas e 68,8 perdidas por jogo nos 2 pontos, 21,0 e 61,7 nos 3 pontos, e 23,0 e 33,3 nos lances livres, números condizentes com os da temporada regular em seus 120 jogos realizados.

Chegamos então a triste conclusão de que, na divisão de elite do basquetebol tupiniquim, os parâmetros de 70, 60 e 90 da elite internacional, está a muitas léguas de distância da nossa realidade, que decresce ainda mais nas divisões de base, principalmente na constrangedora teimosia do chega e chuta solidamente estabelecido…

Se considerarmos serem participantes do torneio, as oito equipes de melhores números na liga, poderemos exercer um pequeno estudo sobre alguns fatores que nos aflige:

– Estamos, como desde muito estivemos, muito mal nos fundamentos básicos do jogo, e de tal forma que, fica determinada a ofensiva em leque, ou seja, os cinco jogadores abertos, fora do perímetro interno, inclusive os alas pivôs, para, de forma avassaladora partirem para a cesta em largas e velozes passadas, a fim de sobrepujar defensores falhos e equivocados, quanto a correta maneira de brecá-los pela boa e eficiente técnica defensiva. Só que, mesmo tomando a frente do defensor, fatalmente encontrará coberturas eventuais, e nesse momento, os princípios técnicos de trocas de mãos e de direção se chocam com a dura realidade de não dominá-los, perdendo o controle da bola, e até das passadas. Com muita sorte, conseguirá uma falta pessoal a favor, ou desfavoravelmente, uma contra si próprio. Muitas e muitas jogadas dessas tem acontecido dentro do errôneo princípio dos “cinco abertos”, a grande arma do atual arsenal dos estrategistas de plantão, plenamente convencidos do poderio da armada americana/argentina que floresce a cada temporada nas franquias, em contraponto a fraqueza de nossos jogadores nesse quesito, onde se torna cada vez mais corriqueira a presença em quadra de quatro estrangeiros e um único representante nacional do “jogo que você nunca viu, o NBB”…

Espaço para embalar…E consequente bloqueio

E os caras estão dando as cartas de verdade, tornando uma falsa realidade a glória de muitos dos estrategistas de comandar uma equipe em que o idioma pátrio seja o menos falado, mesmo balbuciando muito mal os idiomas dos caras, que não estão nem aí para taís e insignificantes detalhes, quando o que importa é botar a bola embaixo dos braços, combinarem-se com seus pares, e barbarizarem ao seu modo, vencendo ou perdendo, dentro de um nicho de mercado garantido pela pobreza colonizada daqueles que os pensam dirigir, mas se comportam e agem como meros torcedores de beira de quadra, num erro estratégico que nos cobrará, em breve, um altíssimo preço…

Por acaso, o técnico da nossa seleção poderá contar com esse exército de estrangeiros meia boca em sua maioria no tremendo esforço para a classificação a Paris 2024? Sua solidificada proposta do chega e chuta (nos três artigos anteriores disseco essa proposta, inclusive com  fartos números), agregada ao princípio (?) da abertura em leque acima citada, ambas somadas a dura realidade de nossa carência maior, a defensiva, fundamento absolutamente desprezado desde a formação de base, gerando uma realista e justa apreensão, pelo simples fato de não possuirmos o domínio das técnicas básicas nos fundamentos do jogo, fator que sobra abundantemente nas equipes europeias, americanas, e por que não, argentinas também…

Internacionalmente nos apresentaremos com jogadores nacionais, pensando atuar como se estrangeiros fossem, abrindo em leque para os 1 x 1 de praxe, chutando com ou sem contestações, correndo, saltando e trombando mais ou menos próximos a eles, porém sem os conhecimentos fundamentais da base do grande jogo, e o pior, sem o salutar conhecimento e prática do fundamento maior, a arte de defender, defender, defender, que é aquele responsável pelo desenvolvimento de todos os outros, os ofensivos em particular, praticados individualmente, e acima de tudo, coletivamente…

Pensa realmente nosso head coach que possuímos tal tecnicismo atuando taticamente, como todas as equipes que enfrentaremos atuam em seu sistema único, enriquecido pelo pleno domínio dos fundamentos, mesmo em dupla armação e três alas pivôs ágeis e rápidos, porém sem o domínio daqueles, pensa mesmo?…

Acredito e temo que sim, pois se “atuam daquela forma e vencem, por que não nós também”, por que não? Afinal, parece que temos os melhores arremessadores de três do mundo, ou não? Grande parte de nossos jogadores acreditam piamente que sim, açodados e incentivados por nossos estrategistas, dirigentes, agentes, narradores e comentaristas, verdade ou ilusão?…

Veremos mais adiante, e já os vejo tropeçando em suas próprias pernas ao se verem marcados de verdade, anuladas suas tentativas de três ao se sentirem contestados e serem obrigados a alterar suas trajetórias, perdendo eficiência, e o mais emblemático, terem seus armadores (se jogar com dois), forte anteposição, sem ajudas, pois atuam no sistema único, onde um deles faz o papel de um ala (o tal armador 2), numa composição fajuta para não fugir do tal sistema, quando deveriam atuar o mais próximos possível, propiciando entre ajudas e bloqueios realmente eficientes fora do perímetro, enquanto os três grandes se situam no interno em constante movimentação, prendendo seus marcadores junto a si, em qualquer direção que se locomovam, criando espaços e brechas indefensáveis, a não ser com faltas pessoais…

Mas que nada, pois na concepção atual desses “gênios estratégicos”, sempre existirá um corner player para matar de fora, como acontece frequentemente com nossas fraquíssimas defesas, ao dobrarem sobre os que penetram, pois não dominam as técnicas de defesa 1 x 1, prato feito para as equipes estrangeiras de elite, que a executam com maestria…

E a pergunta que não quer calar inquire: Temos esses jogadores a nível dos que enfrentaremos?  Talvez uns dois, no máximo, porém irremediavelmente atrelados ao indefectível e profundamente burro sistema único, manipulado de fora para dentro das quadras, tendo pranchetas midiáticas e analfabetas na função de mensageiras de hieróglifos ininteligiveis que só funcionam na cabeça de uma turma absolutamente crente de que dominam o grande jogo, minúsculo para a imensa maioria deles todos, aos quais tentei alertar desde sempre em um artigo de a muito publicado, porém pouco levado a serio, infelizmente…

No entanto, uma conclusão pede passagem, a de que atuando em conformidade com as equipes do alto nível que utilizam o sistema único, porém dominadoras dos fundamentos básicos do jogo, jamais teremos chances de grande sucesso, já que altamente carentes no domínio dos mesmos, que é a base exequibilizadora deste ou de qualquer sistema de jogo, por mais simples que sejam, e que são resultantes de uma séria e poderosa formação de base e contínua aprendizagem e aperfeiçoamento nos mesmos, por toda a vida de um jogador…

Enquanto não atingirmos este patamar, urge que joguemos de forma diferenciada, profundamente coletivista, em ajuda constante, com conclusões mais próximas a cesta, logo, mais precisas, condicionando os longos arremessos a condição de complementos, e não básicos de uma equipe, como hoje ousam praticar, com resultados assustadores de tão ruins e perdulários, com acentuadas perdas de tempo, esforços físico e mental…

Quanto ao sistema defensivo, é preciso investir pesado na formação de base, assunto que defendi e aconselhei num recente artigo, e que mesmo carentes individualmente, passemos a defender na Linha da Bola, onde uma flutuação lateralizada compensa bastante falhas individuais, facilitando o posicionamento nos rebotes, pois seus princípios de cobertura se fazem bem mais coerentes e lógicos do que em flutuações longitudinais a cesta…

Atuando com dois armadores, jogando próximos, ajudando e interagindo juntos, alimentando continuamente os jogadores altos em deslocamento constante dentro do perímetro, mantendo seus defensores permanentemente no ! x1, garantindo dessa forma espaços cruciais, mesmo que pequenos, no âmago defensivo, propiciando conclusões perto da cesta, mais precisas e objetivas, com possibilidades reboteiras sempre presentes e atuantes, até mesmo para dificultar contra ataques adversários, possibilitando, inclusive, ótimos passes de dentro para fora, dirigidos aos especialistas de verdade nos longos arremessos, encontrando-os relativamente livres para conseguir bons resultados, colimando um princípio renegado por muitos, de que de 2 em 2 e 1 em 1, podemos atingir grandes placares, onde os tiranbaços de fora estariam restritos, por  sua baixa produtividade, como recurso complementar, e não prioritário, como estamos vendo a cada dia que passa…

Neste Super 8, venceu a equipe do Minas TC, título que, sem dúvida, deve ser comemorado, mas, que no entanto, sacramentou o novo ideário do basquetebol nacional, praticado por todos os integrantes da Liga, conceituando claramente o caminho técnico tático a ser trilhado daqui para frente, cujos reflexos, sem a menor das dúvidas, pautarão o comportamento dos jovens que se iniciam no jogo, e o mais impactante, definirá o comportamento de nossas seleções nos embates internacionais que nos aguardam…

Daqui a pouco estaremos frente a frente com a realidade classificatória, no masculino e feminino também, quando aferiremos, por mais uma vez, a quanto andamos na busca de um processo evolutivo que se esvai década após década, motivado por uma cegueira inconcebível, já se fazendo tarde, bastante tarde, um reencontro com nossas raízes, esquecidas raízes, que nos tornaram, no século passado, a terceira força do basquetebol mundial, o grande, grandíssimo jogo que teimamos em esquecer, nesse imenso, desigual e injusto país…

Que os deuses nos ajudem.

Amém.

`Foto – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.

DAQUI A POUCO…

Cinco abertos, chega e chuta, e estamos conversados…

No artigo Reféns aqui publicado recentemente, uma tabela contabilizava os últimos sessenta jogos do NBB, e o que ele representava de negativo para o nosso basquetebol de elite –

Vejamos agora o resultado dos seguintes sessenta jogos do referido NBB:

Arremessos de 2 – 1903/3652  52.1%

Arremessos de 3 – 893/2836    31.4%

Lances livres       – 1203/1684  71.4%

Erros de fund      –  1306           21.7 pj

Concluindo, para os 2 pontos, na média, converteram 31.7 e perderam 60.8 tentativas; Nos 3 pontos, 14.8 e 42.8, nos LL, 20.5 e 28.0, mais os 21.7 erros de fundamentos.

Comparemos agora com a tabela final do torneio Super 8 (7 jogos), finalizado no sábado, com a vitória do Minas TC sobre o São Paulo FC-

Arremessos de 2 – 251/482  51,5%

Arremessos de 3 – 147/432  33,3%

Lances livres       – 161/234  68,8%

Erros de fund     –  142         20,2 pj

As médias finais foram de 35,8 tentativas convertidas e 68,8 perdidas por jogo nos 2 pontos, 21,0 e 61,7 nos 3 pontos, e 23,0 e 33,3 nos Lances livres, números condizentes com os da temporada regular em seus 120 jogos realizados.

Chegamos então a triste conclusão de que, na divisão de elite do basquetebol tupiniquim, os parâmetros de 70, 60 e 90 da elite internacional, está a muitas léguas de distância da nossa realidade, que decresce ainda mais nas divisões de base, principalmente na constrangedora teimosia do chega e chuta solidamente estabelecido…

Se considerarmos serem participantes do torneio, as oito equipes de melhores números na liga, poderemos exercer um pequeno estudo sobre alguns fatores que nos aflige:

– Estamos, como desde muito estivemos, muito mal nos fundamentos básicos do jogo, e de tal forma que, fica determinada a ofensiva em leque, ou seja, os cinco jogadores abertos, fora do perímetro interno, inclusive os alas pivôs, para, de forma avassaladora partirem para a cesta em largas e velozes passadas, a fim de sobrepujar defensores falhos e equivocados, quanto a correta maneira de brecá-los pela boa e eficiente técnica defensiva. Só que, mesmo tomando a frente do defensor, fatalmente encontrará coberturas eventuais, e nesse momento, os princípios técnicos de trocas de mãos e de direção se chocam com a dura realidade de não dominá-los, perdendo o controle da bola, e até das passadas. Com muita sorte, conseguirá uma falta pessoal a favor, ou desfavoravelmente, uma contra si próprio. Muitas e muitas jogadas dessas tem acontecido dentro do errôneo princípio dos “cinco abertos”, a grande arma do atual arsenal dos estrategistas de plantão, plenamente convencidos do poderio da armada americana/argentina que floresce a cada temporada nas franquias, em contra ponto a fraqueza de nossos jogadores nesse quesito, onde se torna cada vez mais corriqueira a presença em quadra de quatro estrangeiros e um único representante nacional do “jogo que você nunca viu, o NBB”…

Espaço para embalar…
E consequente bloqueio

E os caras estão dando as cartas de verdade, tornando uma falsa realidade a glória de muitos dos estrategistas de comandar uma equipe em que o idioma pátrio seja o menos falado, mesmo balbuciando muito mal os idiomas dos caras, que não estão nem aí para taís e insignificantes detalhes, quando o que importa é botar a bola embaixo dos braços, combinarem-se com seus pares, e barbarizarem ao seu modo, vencendo ou perdendo, dentro de um nicho de mercado garantido pela pobreza colonizada daqueles que os pensam dirigir, mas se comportam e agem como meros torcedores de beira de quadra, num erro estratégico que nos cobrará, em breve, um altíssimo preço…

Por acaso, o técnico da nossa seleção poderá contar com esse exército de estrangeiros meia boca em sua maioria no tremendo esforço para a classificação a Paris 2024? Sua solidificada proposta do chega e chuta (nos três artigos anteriores disseco essa proposta, inclusive com  fartos números), agregada ao princípio (?) da abertura em leque acima citada, ambas somadas a dura realidade de nossa carência maior, a defensiva, fundamento absolutamente desprezado desde a formação de base, gerando uma realista e justa apreensão, pelo simples fato de não possuirmos o domínio das técnicas básicas nos fundamentos do jogo, fator que sobra abundantemente nas equipes europeias, americanas, e por que não, argentinas também…

Internacionalmente nos apresentaremos com jogadores nacionais, pensando atuar como se estrangeiros fossem, abrindo em leque para os 1 x 1 de praxe, chutando com ou sem contestações, correndo, saltando e trombando mais ou menos próximos a eles, porém sem os conhecimentos fundamentais da base do grande jogo, e o pior, sem o salutar conhecimento e prática do fundamento maior, a arte de defender, defender, defender, que é aquele responsável pelo desenvolvimento de todos os outros, os ofensivos em particular, praticados individualmente, e acima de tudo, coletivamente…

Pensa realmente nosso head coach que possuímos tal tecnicismo atuando taticamente, como todas as equipes que enfrentaremos atuam em seu sistema único, enriquecido pelo pleno domínio dos fundamentos, mesmo em dupla armação e três alas pivôs ágeis e rápidos, porém sem o domínio daqueles, pensa mesmo?…

Acredito e temo que sim, pois se “atuam daquela forma e vencem, por que não nós também”, por que não? Afinal, parece que temos os melhores arremessadores de três do mundo, ou não? Grande parte de nossos jogadores acreditam piamente que sim, açodados e incentivados por nossos estrategistas, dirigentes, agentes, narradores e comentaristas, verdade ou ilusão?…

Veremos mais adiante, e já os vejo tropeçando em suas próprias pernas ao se verem marcados de verdade, anuladas suas tentativas de três ao se sentirem contestados e serem obrigados a alterar suas trajetórias, perdendo eficiência, e o mais emblemático, terem seus armadores (se jogar com dois), forte anteposição, sem ajudas, pois atuam no sistema único, onde um deles faz o papel de um ala (o tal armador 2), numa composição fajuta para não fugir do tal sistema, quando deveriam atuar o mais próximos possível, propiciando entre ajudas e bloqueios realmente eficientes fora do perímetro, enquanto os três grandes se situam no interno em constante movimentação, prendendo seus marcadores junto a si, em qualquer direção que se locomovam, criando espaços e brechas indefensáveis, a não ser com faltas pessoais…

Mas que nada, pois na concepção atual desses “gênios estratégicos”, sempre existirá um corner player para matar de fora, como acontece frequentemente com nossas fraquíssimas defesas, ao dobrarem sobre os que penetram, pois não dominam as técnicas de defesa 1 x 1, prato feito para as equipes estrangeiras de elite, que a executam com maestria…

E a pergunta que não quer calar inquire: Temos esses jogadores a nível dos que enfrentaremos?  Talvez uns dois, no máximo, porém irremediavelmente atrelados ao indefectível e profundamente burro sistema único, manipulado de fora para dentro das quadras, tendo pranchetas midiáticas e analfabetas na função de mensageiras de hieróglifos ininteligiveis que só funcionam na cabeça de uma turma absolutamente crente de que dominam o grande jogo, minúsculo para a imensa maioria deles todos, aos quais tentei alertar desde sempre em um artigo de a muito publicado, porém pouco levado a serio, infelizmente…

No entanto, uma conclusão pede passagem, a de que atuando em conformidade com as equipes do alto nível que utilizam o sistema único, porém dominadoras dos fundamentos básicos do jogo, jamais teremos chances de grande sucesso, já que altamente carentes no domínio dos mesmos, que é a base exequibilizadora deste ou de qualquer sistema de jogo, por mais simples que sejam, e que são resultantes de uma séria e poderosa formação de base e contínua aprendizagem e aperfeiçoamento nos mesmos, por toda a vida de um jogador…

Enquanto não atingirmos este patamar, urge que joguemos de forma diferenciada, profundamente coletivista, em ajuda constante, com conclusões mais próximas a cesta, logo, mais precisas, condicionando os longos arremessos a condição de complementos, e não básicos de uma equipe, como hoje ousam praticar, com resultados assustadores de tão ruins e perdulários, com acentuadas perdas de tempo, esforços físico e mental…

Quanto ao sistema defensivo, é preciso investir pesado na formação de base, assunto que defendi e aconselhei num recente artigo, e que mesmo carentes individualmente, passemos a defender na Linha da Bola, onde uma flutuação lateralizada compensa bastante falhas individuais, facilitando o posicionamento nos rebotes, pois seus princípios de cobertura se fazem bem mais coerentes e lógicos do que em flutuações longitudinais a cesta…

Atuando com dois armadores, jogando próximos, ajudando e interagindo juntos, alimentando continuamente os jogadores altos em deslocamento constante dentro do perímetro, mantendo seus defensores permanentemente no ! x1, garantindo dessa forma espaços cruciais, mesmo que pequenos, no âmago defensivo, propiciando conclusões perto da cesta, mais precisas e objetivas, com possibilidades reboteiras sempre presentes e atuantes, até mesmo para dificultar contra ataques adversários, possibilitando, inclusive, ótimos passes de dentro para fora, dirigidos aos especialistas de verdade nos longos arremessos, encontrando-os relativamente livres para conseguir bons resultados, colimando um princípio renegado por muitos, de que de 2 em 2 e 1 em 1, podemos atingir grandes placares, onde os tiranbaços de fora estariam restritos, por  sua baixa produtividade, como recurso complementar, e não prioritário, como estamos vendo a cada dia que passa…

Neste Super 8, venceu a equipe do Minas TC, título que, sem dúvida, deve ser comemorado, mas, que no entanto, sacramentou o novo ideário do basquetebol nacional, praticado por todos os integrantes da Liga, conceituando claramente o caminho técnico tático a ser trilhado daqui para frente, cujos reflexos, sem a menor das dúvidas, pautarão o comportamento dos jovens que se iniciam no jogo, e o mais impactante, definirá o comportamento de nossas seleções nos embates internacionais que nos aguardam…

Daqui a pouco estaremos frente a frente com a realidade classificatória, no masculino e feminino também, quando aferiremos, por mais uma vez, a quanto andamos na busca de um processo evolutivo que se esvai década após década, motivado por uma cegueira inconcebível, já se fazendo tarde, bastante tarde, um reencontro com nossas raizes, esquecidas raizes, que nos tornaram, no século passado, a terceira força do basquetebol mundial, o grande, grandíssimo jogo que teimamos em esquecer, nesse imenso, desigual e injusto país…

Que os deuses nos ajudem.

Amém.

`Foto – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.


ABSOLUTAMENTE NADA…

O Prof. Sergio Machado, o grande Sergio Macarrão, medalhista olímpico em Tóquio, autor e editor do blog Kick da Bola, veiculou esse artigo em 21/5/2012, quando divulgou uma troca de mensagens entre mim e o Heleno Lima, onde comentamos as contundentes derrotas de nossos jovens sub 15 para argentinos e uruguaios, num final de ciclo olímpico para Londres, e o início de outro para a Rio 2016. 

De lá para os dias de hoje, após o ciclo Toquio 2021 resta uma pergunta – O que mudou em nossa formação de base ? Resposta? NADA…

* Colando do Professor Paulo Murilo

       Ressonância Magnética do Basquete Brasileiro

       Já citei aqui no blog, mais de uma vez, o Paulo Murilo, um dos ‘craques’ que formou a geração mais vitoriosa da história do basquete do Rio de Janeiro. Foi um tempo, onde a formação era espaço para professores. Quem ensinava sabia o que estava fazendo, onde queria chegar e como. Éramos todos meninos, Paulinho um pouco mais velho, mas já era técnico. Já era um dos ‘craques’. Epaminondas, Gleck, Barone, Paulo Murilo, Geraldo Conceição, Tude Sobrinho, Afro, Olímpio, Passarinho, entre outros, cada um em seu clube, formaram a geração que em 6 anos venceu 5 brasileiros de juvenis. (Assim como hoje, São Paulo dominava, e para surpresa do Brasil, o Rio acumulou essa série de títulos.) Heleno, também foi técnico de ponta no Rio, um pouco depois desses dias. Meu colega na faculdade, e profundo conhecedor de basquete.

      Recebi uma troca de e-mails entre os dois onde se comentava a recente derrota do Brasil para a Argentina no Sul-americano Sub-15 por mais de 40 pontos. Paulo Murilo fez um “triple double”, e por ele autorizado, publico aqui. Todas as loucuras que acredito, ditas dessa forma, nem parecem ser tão loucas assim. Parabéns Paulinho, obrigado. Como te disse, me senti muito melhor quando te li.

———- Mensagem encaminhada ———-

De: heleno lima <helenolima@hotmail.com>

Data: 19 de maio de 2012 13:57

Assunto: RE: BASQUETE ARGENTINO DA UM SACODE NA SELEÇÃO BRASILEIRA SUB-15 MASCULINA

Para: clippingdobasquete02@gmail.com

       Trabalhei muito nestas categorias. A diferença de um ou dois anos é muito grande. Diferenças desaparecem com o tempo à medida que ficam mais velhos. Nós levamos uma equipe com quatro jogadores de 15 anos, sete jogadores de 14 anos e um de 13 anos.

    Podem ter certeza isto explica tudo. Se foi estratégia foi errada. Não é possível que tenhamos somente quatro jogadores de 15 anos em condições de defender nossa seleção da categoria. Tem que haver uma explicação coerente a respeito disto. Levar uma diferença dos portenhos (Uruguai e Argentina) de 64 pontos não tem cabimento. Existe algo errado nisso. Gostaria de ouvir o Prof. Paulo Murilo que entende disso mais do que eu.  

       Prof. Heleno Lima

      O Clipping do Basquete do Alcir Magalhães veiculou a matéria acima, que culmina com o pedido do técnico Heleno Lima para ouvir minha opinião a respeito. Trabalhamos juntos no vencedor projeto do Olaria AC nos anos oitenta, com praticamente todas as categorias, do infantil à primeira divisão, com muita seriedade e competência, num tempo em que a formação de base, não só no Rio, como em muitos estados brasileiros, fluía e se desenvolvia, abastecendo as divisões superiores com jogadores bem treinados nos fundamentos e nos sistemas de jogo, com ótimos técnicos e professores, até o momento em que a modalidade se viu afastada dos clubes pela falta de incentivos e investimentos, até alcançar o estado de penúria em que se encontra.

    Some-se a esta realidade, outra mais perversa ainda, a decadência do ensino do basquete nas escolas superiores de educação física, que deixaram de oferecer três semestres da modalidade, assim como em outras, como o vôlei, o handebol, o futebol, a natação, o atletismo, passando-as a um mínimo insignificante, substituído-as por disciplinas voltadas às áreas médicas, como as fisiológicas, biomecânicas, psicológicas, etc., que passaram a ocupar as grades horárias prioritariamente, numa formação voltada à saúde, como resultado das anexações das escolas aos centros de ciências da saúde, em vez dos centros de formação de professores, onde estavam historicamente situadas. A realidade é que hoje a maioria destas escolas formam paramédicos de terceira categoria, fornecendo pessoal a academias e consultórios, como força de trabalho explorada pelas holdings do culto ao corpo que se espalham velozmente por todo o país, e com uma agravante a mais, com uma formação mais voltada aos cursos de bacharelato do que os de licenciatura, numa inversão absoluta de valores voltados ao processo educacional do país, com o abandono das escolas para a educação física e os desportos.

    Claro que a formação de base se ressente profundamente dessa formação nas universidades, refletindo tal despreparo didático pedagógico nas formações de base de todas as modalidades, que não encontram na maioria dos clubes os subsídios mínimos para suprirem tão vasta deficiência de ensino.

    Por conta de tal situação, ex-jogadores e até leigos são transformados em técnicos formadores, deficientes em tudo o que se refere ao processo educacional de jovens, mas sempre prontos ao sucesso rápido que os catapultem às divisões superiores e melhores salários, situações estas que os poucos convenientemente bem formados não conseguem equiparar, não só por serem minoria, como, e principalmente, por se tornarem onerosos por suas qualificações legais. Por conta dessa distorção, a maior parte dos jovens iniciantes ficam pelo caminho, e aqueles poucos que conseguem prosseguir o fazem eivados de defeitos e limitações, basicamente no instrumental mais precioso para a prática e o domínio do grande jogo, seus fundamentos.

     Outro e incisivo fator define tal situação com grande precisão, a padronização formatada de cima para baixo no preparo daqueles poucos egressos de uma formação altamente deficiente, por parte de federações alinhadas com uma confederação mentora de um único sistema de jogo, cuja maciça divulgação se faz através de clínicas e de cursos patrocinados por uma ENTB totalmente voltada ao mesmo, onde o planejamento, a aprendizagem e fixação do sistema suplanta em muito o ensino, que deveria ser maciço, dos fundamentos,  no que deveria ser o objetivo central a ser alcançado, pois nivelaria todos os jovens jogadores, independendo de funções, estaturas e posições, no pleno conhecimento das técnicas individuais e coletivas que os tornariam aptos aos sistemas de jogo que mais adiante conheceriam e treinariam, sempre respeitando suas individualidades e amadurecimento físico e emocional, variantes que oscilam de individuo para individuo.

     Por tudo isso caro Heleno, é que sempre me insurgi contra esta situação altamente irresponsável, e muitas vezes criminosa, por parte daqueles que ousam querer implantar formatações e padronizações em crianças e adolescentes, da forma mais absurda e, torno a afirmar, irresponsável possível.

    Os 64 pontos acumulados por nuestros hermanos, refletem essa catástrofe, com a mais séria das consequências, por se tratar do futuro do grande jogo, da categoria competitiva inicial, e que não merece ser tratada de forma tão abjeta. Se mudanças têm de ser feitas, é por aí que deverão começar, pela entrega da formação a pessoas qualificadas, altamente qualificadas, as mais qualificadas que possamos recrutar, de uma comunidade que pertencemos, eu e você num passado não tão distante assim, a comunidade daqueles que real e responsavelmente conhecem, estudam, pesquisam, divulgam e ensinam o basquete como deve ser ensinado. E você, como eu, sabemos que existem esses profissionais, só que nunca lembrados, sequer consultados, por quem deveria fazê-lo.

    Heleno, frente a esta realidade, o que mais dizer?

    Amém.

Foto – Reprodução da TV. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.

*

Postado há 21st May 2012 por Sérgio Macarrão

REFÉNS…

Em um artigo publicado em 26/11/21, Sob Nova Direção, inclui uma tabela sobre os primeiros sessenta jogos do NBB, agora reproduzida

Contrariando firmemente a grande parte da mídia dita especializada, que conota 60% para os arremessos de 2 pontos, 40% para os de 3, e 70% para os lances livres, quando para o nível internacional, 70, 60 e 90 são os números aceitos e reconhecidos, além do número de erros não ultrapassar os 12/14 por jogo, vemos que estamos muito, muito abaixo do aceitável em se tratando de confrontos internacionais de peso, e não aqueles em que os adversários não atingem um mínimo de qualidade, como Ilhas Virgens e Jamaica, para os quais ousamos perder recentemente em outra classificatória similar: 

Os números finais( 60 jogos) espelham com nitidez esse enfoque:

Arremessos de 2 –  2236/4396   50,8%

Arremessos de 3 –  1103/3318    33,2%

Lances livres       –   1447/2071   69,8%

Erros de fund      –    1628            27,1 pj

Entendendo melhor, para os 2 pontos, na média, a cada jogo dos sessenta tabulados, as equipes converteram 37,2 tentativas e perderam 73,2. Nos 3 pontos, 18,3 e 

55,3, e nos LL 24,1 e 34,5, mais os 27,1 erros de fundamentos.

Vejamos agora o resultado dos seguintes sessenta jogos do referido NBB:

Arremessos de 2 – 1903/3652  52.1%

Arremessos de 3 – 893/2836    31.4%

Lances livres       – 1203/1684  71.4%

Erros de fund      –  1306           21.7 pj

Concluindo, para os 2 pontos, na média, converteram 31.7 e perderam 60.8 tentativas; Nos 3 pontos, 14.8 e 42.8, nos LL, 20.5 e 28.0, mais os 21.7 erros de fundamentos.

A competição continua, e se contabilizarmos mais dados semelhantes, pouco fugiremos das duas tabelas acima, principalmente se as compararmos com os índices de aproveitamento de 70, 60 e 90% exigidos para as altas competições internacionais, pois afinal de contas, é de encontro a elas que deveriamos caminhar a cada ciclo olímpico…

Muito bem, até concordo que são parâmetros para lá de exigentes, mas que não perdoam os 52.1, 31.4, 71.4% e os 21.7 erros por partida. se quisermos avançar técnica e taticamente no concerto internacional, ainda mais no olímpico…

Sem a menor dúvida, tais números espelham com rigor a realidade técnico tática do grande jogo entre nós, da base a elite, num comportamento praticamente padronizado, formatado que vem sendo nas últimas três décadas, onde a imposição do modo NBA de atuar, tornou-se um rígido e inflexível dógma seguido, aplicado e desenvolvido pela esmagadora maioria dos técnicos nacionais, e que agora, finalmente, explodirá nas seleções brasileiras, associado ao “chega e chuta” de invencionice tupiniquim, num preito autofágico que nos levará ao prana supremo, ou aos confins de um inferno que nem Dante visitaria…

Produto de uma pobreza para lá de franciscana, o “chega e chuta”, prestes a alcançar o estado da arte preconizado pela nova direção da seleção nacional, cujo líder já anunciou em rede que jogará como a NBA, pois afinal de contas afirma – “ganham todas as competições da forma como atuam”, tentando cristalizar paleontologicamente um sistema que somente se sustenta na realidade em que vivem, jamais a nossa, que ainda terá de saber administrar a pobreza atávica em que vivemos, bem antes de tentar galgar àquela realidade acima do equador…

Quando tínhamos personalidade própria, jogamos de tal forma diferenciada, que nem mesmo a turma lá de cima nos vencia com facilidade, perdiam também, inclusive grandes competições, mundiais, num singelo exemplo de coragem e técnica pessoal e tática de jogar o grande jogo, e não como hoje, quando simplesmente participamos, copiamos servilmente, e olhe lá…

O nosso formidável “chega e chuta” só se torna possível ante o vazio defensivo, fundamento individual mais do que básico, e para muito além, coletivo, mas que passa despercebido na formação de base, ante a presença castradora das defesas zonais, artifício e artimanha de técnicos/agentes, mais interessados em vitórias enriquecedoras de currículos, do que a formação competente e estratégica de bons jogadores, de jogadores de verdade. E é o que se testemunha nos jogos da liga de elite, o cúmplice conluio inter pares pela fragilização defensiva, estabelecendo os duelos de midiáticas bolinhas de três, com a participação de todos, onde o último a acertar desliga a luz do ginásio, indo saborear a “grande vitória”, enaltecida e deificada por uma mídia tonitruante e absurdamente ignorante, com muito poucas exceções, do que venha a ser basquetebol;;;

Ou será que acreditam em fragilidade defensiva por parte de europeus, americanos e…hermanos? Que acreditam na força dribladora de nossos craques, que necessitam atuar o mais longe possível da cesta, por não dominarem seu instrumento de trabalho, uma volúvel, inconstante e fugaz bola, em ações diversionistas, no intuito de terem muito espaço para partir em velocidade supersônica (a turma de fisiologistas garante que sim…), sobrepondo ao raciocínio e a inteligência, e muitas vezes duelando com a bola que pretensamente julgam dominar? Poucos, muito poucos temos atuando por aqui com esse domínio, em sua esmagadora maioria, estrangeiros, pois o “porraloquismo” (desculpem, não encontrei termo melhor) não é propriedade somente nossa, e a turma de fora prova a cada jogo essa certeza…

Fugimos do perímetro interno como o diabo da cruz, mais por inabilidade pessoal e covardia diretiva, do que o puro e nada saudável desconhecimento do que venha a ser jogar dentro da cozinha do adversário, terreno sagrado e somente penetrável por aqueles que gabaritam o jogo de 2 em 2 com a precisão dos bem formados, qualificando cada ataque com perdas recuperáveis, ao contrário do arrivismo inconsequente dos magos dos 3 pontos, com uma imprecisão matemática, mecânica e estatística em tudo e por tudo superior as tentativas de curta e média distâncias.,com perdas de precioso tempo incontornáveis. Mas como todos em quadra, de um lado ou de outro, rezam pela mesma cartilha, equilibram as perdas e os ganhos, numa ciranda dantesca de assistir, num pastiche mal ajambrado do que venha a ser o grande jogo…

-”Me cheira a prorrogação, que venha uma, duas, quantas vierem melhor”, ululam narradores, rezam comentaristas, ansiando ação, emoção, mesmo que técnica e tática inexistam no calor da refrega, fatores menores ante a digitação de likes e sinos, ante abraços aos fãns e lembranças a parentes, encontros para almoços, churrascos, ou um fraterno chopp, pois basquetebol pode ficar para depois…

Nos jornais, nas transmissões, a NBA dá as cartas, como se fosse do interesse nacional as bodas do provecto Lebron, os triples do Curry, as opiniões políticas do Paul George, etc e tal, nada a ver conosco, que pagamos uma assinatura para ler e se inteirar da campanha do Bulls, que ja  despachou o único brasileiro de sua equipe, mas festeja sua camisa, que só perde em vendas aqui, para a do Lakers, assuntos de transcendental importância para o nosso escanteado basquetebol, que não merece constar em página inteira, sequer a menção de sua liga maior, a tal NBA/nbb, lamentável…

Falam e trombeteiam sobre “basquete moderno”, “novos caminhos e filosofias”, “nova direção”? Por que não novos rumos para a formação de base, aumento significativo de carga horária de disciplinas desportivas nas escolas de educação física, subtraídas que foram pelas da área biomédica, atrasando em três décadas a formação de bons professores e técnicos, hoje substituídos coercitivamente no planejamento e comando por fisiologistas fazedores de atletas saltadores, corredores e trombadores, porém profundamente carentes do pleno domínio dos fundamentos desportivos, tornando-os reféns de pranchetas que exigem deles movimentos básicos individuais e coletivos que, simplesmente desconhecem, e o pior, não encontram praticamente ninguém gabaritado para ensiná-los (afinal, fica bem mais prático e fácil a troca das “peças”…), caracterizando a verdadeira tragédia por que passa o desporto neste imenso, desigual e injusto país…

Por tudo isso cada vez mais me afasto do grande, grandíssimo jogo, sem abandoná-lo jamais, resguardando uma sutil fresta de esperança em dias melhores, onde ainda possamos exercer algo que se aprende, se apreende em toda uma vida, a de amar incondicionalmente a arte de ensinar a ensinar, que tanto nos tem faltado, de verdade. Quem sabe um dia acordemos, um dia quem sabe…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV e do O Globo. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.

O IMPRECISO E TEMEROSO AMANHÃ…

Num determinado momento do terceiro quarto da decisão do NBB, entre Flamengo e São Paulo, com a partida ainda indefinida, num ataque rubro-negro, a bola é lançada de dentro para fora do garrafão para as mãos do ala pivô Mineiro na linha dos três pontos, absolutamente livre de marcação, com livre arbítrio para mais uma das dezenas de bolinhas em que sua equipe vem se notabilizando, inclusive com pleno aval e flagrante incentivo de seu estrategista, preferiu partir para a cesta e concretizar uma “bola de segurança” (termo utilizado pelo comentarista) de dois pontos, numa bandeja um tanto decepcionante para o enfastiado narrador, que se preparava para mais um rugido narrativo de mais uma bola magica de grande distância, ou mesmo uma“ enterrada monstro”, aquela jogada que afirmam fascinar os torcedores, definidora do sentido sensacionalista do jogo em sua concepção midiática. Preferiu o jogador a opção mais segura, a simplória bandeja, garantidora de mais dois pontos para sua equipe, aspecto intrínseco aos arremessos de curta distância, no que fez e agiu muito bem, com simplicidade e alta eficiência…

Relembro aquele momento como algo realmente marcante daquela decisão, quando em três jogos a equipe carioca liquidou seu oponente estrelado, porém ineficiente defensivamente, nos quais, se a ação do Mineiro tivesse sido mais emulada e explorada pela totalidade de sua equipe, teria vencido com folgas, não passando pelos sérios apertos nas duas partidas iniciais, por conta dos 81 arremessos errados de três pontos…

Escrevo agora, depois de algum tempo, pressionado pelo amigo insistente e cobrador, que sem tréguas me exige textos e mais textos, e para quem não importa se me sinto à vontade para escrever ou não, cansado, e por que não, enfastiado com a mesmice endêmica que assaltou de vez o grande jogo em nosso país, e com uma absurda agravante, a implantação escancarada da convergência entre os arremessos de dois e três pontos, com a flagrante supremacia das infames bolinhas…

Números? Pois não, aí estâo (boa rima) nos três jogos: 

Flamengo – 2 pontos – 52/92 (56,5%)

                    3 pontos – 45/126 (35,7%)

                     Lances livres – 32/39 (82%)

                     Erros – 20 (6,6 pj)  

São Paulo- 2 pontos – 59/120 (49,1%)

                   3 pontos -28/80  (35%)

                    Lances livres- 43/51 (84,3%)

                    Erros – 20 (6,6 pj)

Numa simples aritmética, o Flamengo errou 40 bolas de dois pontos e o dobro de três pontos, num desperdício brutal de energia e ineficiência pontuadora, onde os índices razoaveis para equipes da elite se situam nos 70% para os arremessos de 2 pontos, 50% para os de 3, e 90% para os lances livres, testemunhamos quão abaixo nos encontramos no concerto internacional, pois bastaria que optasse para os dois pontos em pelo menos metade das tentativas frustradas de três, elevando substancialmente os índices de arremessos, para vencer no mínimo por vinte pontos cada uma das três partidas, ou não? Façam as continhas…

 Inadmissível caro redator, sem o espetáculo das bolinhas do meio da quadra, as tais que elevam o espetáculo em conjunto com as enterradas e tocos estratosféricos, que atrativos ofereceriam os embates no NBB, pois afinal de contas são elas que ensandecem os narradores, que encantam os analistas, que estremecem as arquibancadas, mas que no frigir dos ovos nos destinam a sonhar com as olimpíadas vindouras, pois a dura realidade dos oponentes internacionais que defendem de verdade, que destinam seus longos arremessos aos verdadeiros especialistas dessa difícil e seletiva arte, e pensam o jogo, lendo-o com vastos conhecimentos de causa, nos relegam ao rol de perdedores contumazes e teimosamente aferrados ao lugar comum da sistematização única, onde jogadores, técnicos, dirigentes, agentes, empresários e mídia quase em geral, se misturam coloidalmente ao interesse comum, o de manterem seus empregos, posições e desconfiável prestígio, sombreados pela liga maior, milionária e inalcançável em seus desígnios mercantis, através um modelo que somente se torna factível embasado em milhões de dólares, talvez bilhões, deixando-nos as migalhas e sonhos etéreos e fugazes…

Agora mesmo dois dos “futurosos” craques nacionais pedem desligamento da seleção que tentará uma vaga para as Olimpíadas de Tóquio, com dedo flagrante de agentes que visam somente lucros, por menores que sejam, em seus “investimentos” nos mesmos, sabedores que são da fragilidade técnica de seus agenciados para o nível daquela liga maior, mas que poderiam ajudar uma seleção mais fragilizada ainda, por serem representantes de uma escola mambembe onde o “chega e chuta” se tornou a moda a ser seguida e implantada, e está sendo, estando aí para quem quiser ver. Vencerão? Um desconfiado talvez é o meu prognóstico, que poderia ser mudado e confrontado se algo de absolutamente novo fosse apresentado por essa seleção, o que duvido, pois o aludido chega e chuta parece que veio para ficar, e não será um lúcido Mineiro, com sua simplória (porém convincente) opção pela mais simplória ainda bandeja, que modificará o vício avassalador da chutação midiática de fora, com ou sem marcação, sendo armador, ala ou pivô, afinal a “representatividade midiática” é para ser degustada, conquistada e, como todas as falseadas glórias, esquecidas, se não fruto de uma concepção genuína de equipe, que no momento que atravessamos não está vindo ao caso, trágica e infelizmente…

Assisto pela TV peladas inomináveis na NBA, onde cestinhas e recordistas não ganham jogos, mas auferem triples e blocks galáticos, assim como uma LBA, a liga africana patrocinada pela matriz, apresentando uma decisão de campeonato de fazer corar e chorar mesmo aqueles que desgostam do grande jogo, influencia que já se espraiou pelo Oriente e Ásia, mas tropeça na resistência europeia, que se mantida por mais algum tempo, abalará o monopólio americano, equilibrando as conquistas técnico táticas, porém jamais a supremacia econômica, riqueza esta que tem arrastado seus melhores jogadores para suas franquias, sem no entanto, conseguir desqualificá-los ou modificá-los como jogadores da mais alta técnica naquele pormenor básico, decisivo e inegável, os fundamentos do grande jogo…

A pandemia se estende, negacionada por um governo simplesmente criminoso, quando somente agora consegui a segunda dose de uma vacina ainda distante de meus três filhos, obrigando-os ao forçado enclausuramento, e home offices  desgastantes e sacrificados, numa rotina onde a disciplina os tem moldado decisivamente para um amanhã  pavimentado por dúvidas, advindas de uma liderança nacional absurda e imoral. Torço ardentemente por eles, por todos os jovens desse imenso, desigual e injusto país, que merecem todas as oportunidades possíveis se lhes forem destinadas as ferramentas necessárias, educação, saúde e segurança para usufruírem dias melhores, merecedores que são.

Amém.

QUANDO O NADA REPRESENTA TUDO…

Brilhantes, históricos jogadores e a camisa símbolo desterrada.

Minha gente basqueteira, vejam esse artigo publicado em 9/3/13 aqui nesse humilde blog, lembrado por um leitor mais atento, e que reporta a um assunto “do momento” por que passa o grande jogo, nesse imenso, desigual e injusto país, e que nem a atual administração das nossas CBB e LNB ousaram modificar, ou simplesmente focar junto às cabeças pensantes ainda existentes (são poucas, mais aí estão ao relento…), que realmente conhecem e entendem o grande jogo, nos níveis municipais, estaduais e federal…

A continuar esse desmonte proposital e interesseiro, do que realmente embasou técnica, tática e estrategicamente o outrora, brilhante e vencedor basquetebol brasileiro, bem sabemos onde iremos mergulhar, bem mais fundo que o poço em que nos encontramos, frente a tanta ignorância institucionalizada…

Logo mais, pelas semifinais da NCAA, poderemos constatar os passos modificadores de tudo que aí se estabeleceu como “basquetebol moderno”, quando equipes raramente ultrapassam os 20 arremessos de três, atuam fortemente no perímetro interno, defendem vigorosamente nos dois perímetros (fruto das regras de 40″ nas high schools, e 30″nas universidades, fatores que ampliam sobremaneira a intensidade defensiva), e onde a predominância dos fundamentos básicos se faz presente em todas as equipes, em todas as posições de seus integrantes, indistintamente…

Então, frente a tantas evidências da mais absoluta falta de bom senso, ecoa num vazio inescrutável, a seguinte pergunta – Mudou algo, o que mudou? Ouso responder daqui dessa humilde trincheira – NADA!

Amém.

Foto – Divulgação CBB.

O FATOR TÉCNICO…

sábado, 9 de março de 2013 por Paulo MuriloSem comentários

Técnica, táticas, sistemas, estratégias, jogadas, todo um mar de (des) conhecimento que cercam atitudes, discursos, posicionamentos, omissões, vazios testemunhos, vazias conclusões…

A CBB tem um antigo/novo presidente, que não seria mais novo/antigo do que seu oponente perdedor, iguais, xifópagos da mesmice administrativa que nos vem esmagando nos últimos 20 anos, e com uma resultante técnica que dificilmente será ultrapassada, o continuísmo técnico tático que aí está,  formatado e padronizado desde sempre, da formação de base às seleções, expurgando qualquer resquício de algo novo, instigante, ousado, corajoso, que o confronte e rivalize…

A LNB, com sua LDB recém finda, projeta um futuro mais amplo para os jovens abaixo dos 22 anos, porém um fator tem de ser encarado com rigor, ou seja, a proibição de todo aquele jogador, independendo de idade, que fazendo parte de equipes da LNB em seus NBB’s façam parte das equipes da LDB, quando aí sim, estaremos promovendo o desenvolvimento daqueles que aspiram lá chegar, e não utilizando os já graduados na liga superior, para auferirem títulos que perdem em valor se comparados com a verdadeira finalidade de uma liga de desenvolvimento, a de propiciar o amadurecimento de novos valores, que é o fator técnico que realmente importa para o soerguimento do grande jogo…

Mas algo tem de mudar, tem de ser redimensionado no cenário da técnica formativa da base, e das equipes ranqueadas, onde declarações equivocadas podem rapidamente desencadear o fator técnico agora exposto, senão avaliemos o testemunho do técnico do Flamengo após a fácil vitória de sua equipe contra a Liga Sorocabana, numa matéria de Fernando H.Lopes para o blog Bala na Cesta de 8/3/13, comentando o fato de sua equipe ter arremessado mais bolas de três pontos do que de dois, numa convergência de arremessos que grassa célere e perigosamente em algumas equipes da liga maior:

(…) O técnico José Neto, por sua vez, disse que não se preocupa muito com a quantidade excessiva de chutes de fora da equipe (para se ter uma ideia, só o ala Duda tentou 10 bolas longas, acertando três). “Tivemos uma quantidade grande de arremessos de três, mas todos foram bem trabalhados. Não me preocupo com a quantidade e sim com a qualidade. O dia que tivermos dois arremessos de três e 500 de dois forçados, aí sim, vou ficar incomodado. Temos ótimos arremessadores de fora e procuramos explorar bem isso”, afirmou o comandante rubro-negro (…).

Convenhamos ser um argumento completamente destituído da mais ínfima lógica, já que todo o trabalho para que os longos arremessos eclodissem se restringiram ao “chegar e chutar”, ou simplesmente trocar dois ou três passes circundantes e arremessarem, ante a mais completa ausência defensiva externa, em vez de aproveitarem a circunstância da maciça presença defensiva no perímetro interno, para desenvolverem um eficiente jogo de pivôs, mesmo como preparação para embates mais fortes no futuro, quando realmente precisarão desse tipo de ação, frente a defesas bem postadas (…) O dia que tivermos dois arremessos de três e 500 de dois forçados, aí sim, vou ficar incomodado (…)

Bem, nesse caso, incomodada e de forma grave deverá ficar sua equipe, que se privada dos longos arremessos ante defesas de verdade, tiver de atuar no âmago do perímetro interno sem o domínio e o conhecimento técnico e tático necessários, como ocorre, não só com a sua, mas na grande maioria das equipes da liga, que absolutamente pouco sabem como jogar “lá dentro”, e que pensam saber jogar “lá de fora”…

O fator técnico é o grande enigma que teremos de solucionar para que nosso basquetebol volte às grandes competições com boas margens de sucesso, tanto as nacionais, como, e principalmente, as internacionais. Até lá, seria prudente e de bom senso que certas declarações ficassem presas ao sábio e inteligente mutismo…

Amém.

Fotos – O Presidente reeleito da CBB e a reunião da Comissão Técnica da LDB discutindo a nova forma de competição .

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UMA OBJETIVA REFLEXÃO SOBRE O GRANDE JOGO (ARTIGO 1600)…

Sobre a matéria publicada neste humilde blog, A Crônica de uma Vida, em 10/7/18, dois comentários traçam com fidedignidade e precisão o atual momento do basquetebol brasileiro, valendo a pena uma reflexão argumentativa sobre os mesmos, podendo originar um bom e esclarecedor debate sobre nossas pretensões no plano internacional do grande jogo…

2 comentários

  • João
  • 12.07.2018
  • Treinador..Desculpe ser importuno, mas para sua análise:
    Verificando um levantamento dos nossos atuais atletas “selecionáveis” e suas atuações , certifiquei-me que é pouco provável que o Brasil consiga realmente algum resultado expressivo no cenário mundial daqui para frente…vejamos:
    Na faixa dos 35 anos,.. os que estão queimando o último cartucho temos o Larry,Huertas,Marquinhos, Leandrinho, Varejão, Nenê, Alex, JP Batista, Olivinha, Murilo,Guilherme…um grupo considerado forte, mas que não conseguiu passar da fase de grupos na olimpíada do Rio.
    Mas é na faixa dos 25 a 31 anos que estão a maioria dos jogadores que fazem parte do futuro do nosso basquete, Raulzinho,Benite,Felício,Léo Mendell, L.Bebé, Caboclo,Scott Machado, R.Mineiro, Cauê Borges,Elinho,Gui Deodato,Rosetto, Derek,Renan…e podemos colocar neste grupo o Yago com 19 e o Lucas Dias com 23 anos.. destes jogadores quem tem realmente um destaque.?..jogadores com grande potencial e talento a nível internacional ,a ponto de impactarem dentro de uma seleção ?
    Comparando com as principais equipes, não temos um time em reais condições de brigar pelas primeiras colocações contra as melhores seleções do mundo, atualmente estamos fora do Top 10 da FIBA…
    Urge um trabalho muito sério de desenvolvimento total das categorias de base do basquete nacional..abraço Treinador.
  • Basquete Brasil
  • 12.07.2018
  • Prezado João, nada a desculpar, somente agradecer pela sua colocação “chave” porque passa o grande jogo neste imenso e injusto país. O levantamento feito por você, mostra uma realidade técnico tática comum a todos os jogadores apontados, independendo se acima ou abaixo dos 30 anos, se em fim ou início de suas trajetórias pelas quadras daqui e lá de fora, já que todos, absolutamente todos, professam e praticam o sistema único desde a formação de base, orientados por técnicos, daqui e lá de fora, utentes do mesmo sistema, formatado e padronizado pelo mundo, com poucas exceções, fator este que projeta uma indiscutível evidência que reporto desde sempre nesta humilde trincheira, a de que num universo em que todos jogam de uma forma semelhante, vence aqueles que, em cada posição estabelecida de 1 a 5, que é uma marca indelével do sistema em questão, tiverem os jogadores mais preparados nos fundamentos(que não é a nossa realidade formativa), constituindo as melhores equipes, que somente poderão ser vencidas por adversários que se utilizem de sistemas divergentes, tornando-os proprietários de algo antagônico ao que pratica a esmagadora maioria dos jogadores e das equipes daqui, e lá de fora também. Sempre defendi essa colocação, inclusive colocando-a em prática quando na direção do Saldanha da Gama no NBB2, em continuidade ao que ensinei e treinei jogadores e equipes por 50 anos, com mais do que evidentes sucessos ante adversários pseudamente mais fortes pelos plantéis que possuíam. Já postei inúmeros artigos sobre este assunto, e só posso concluir afirmando convictamente que, independendo dos jogadores e suas idades, apontados por você( veja a realidade do futebol neste mundial com seus veteranos ditando o ritmo de jogo), a equipe nacional que defenderão, obteria bons resultados se radicalizasse seu preparo, desde os fundamentos, até a constituição de sistemas proprietários, absolutamente antagônicos a mesmice endêmica que praticam, assim como, seus últimos técnicos estrangeiros, todos adeptos do sistema único, ou não?
    Exceto os americanos, que inovaram(?) com o Coach K, não vejo mais ninguém jogando de forma diferenciada, e sabe porque João, pelo fato da mais absoluta ausência de coragem e preparo para ousar outros caminhos na busca do inusitado, do realmente novo, pois é bem mais cômodo professar uma globalização pétrea e profundamente burra, mas garantidora do emprego de todos.
    Enfim João, mudar não é para qualquer um, é para os melhores.
    Um abraço, e obrigado pela “chave”…
  • Amém.

Com esse artigo alcançamos a marca de 1600 publicados nesses 16 anos de Basquete Brasil. Que os deuses nos ajude a prosseguir,,,

DIAS MELHORES…

Eis-me de volta a dois dias do fechamento desse tenebroso 2020, que se os deuses ajudarem, será substituído por um 2021 pleno de esperanças e recuperação da saúde física, mental e econômica de um povo sofrido e maltratado por um governo ignóbil e criminoso, porém democraticamente eleito pelo mesmo, que espero tenha aprendido a diferenciar o joio do trigo de uma vez por todas…

Tenho tentado acompanhar o NBB, mas o sacrifício é enorme pelo descalabro em que tornaram o grande jogo praticamente irreconhecível, pois dói, e muito, assistir um descerebrado corre corre, com arremessos insanos de fora, trombadas por dentro e uma média de erros de fundamentos de 28 por partida, complementados pela mais comezinha ausência defensiva, hoje trocada por “faltas estratégicas e inteligentes”, emoldurando um quadro aterrador, onde três, e até quatro estrangeiros (americanos meia boca em sua maioria), ouvem com ar blasé as perorações “altamente técnicas e estratégicas”, esboçadas em pranchetas de araque, para logo após se reunirem combinando ações próprias deflagradas pelo “extraordinário” sistema de 5 abertos, matreiramente escolhido pelos estrategistas de plantão, por se basear sequencialmente no 1 x 1, fator “mamão com açúcar” para os gringos se esbaldarem, lembrando suas históricas peladas em parques espalhados em suas maiores cidades, e no meio dessa espantosa empulhação, um punhado de bons armadores argentinos, que aos poucos vão aderindo a loucura geral, principalmente pela ausência de uma liderança técnica que estabeleça sistemas e comportamentos coletivistas, que é o mínimo que se espera de uma equipe bem treinada e orientada, e mais, devidamente ensinada no trato com os fundamentos, e exemplarmente, no trato com o instrumental básico do jogo, a até agora massacrada bola…

Toda essa parafernália enaltecida aos berros histéricos de narradores absolutamente ignorantes do que se passa nas quadras, confundindo e enganando espectadores que ainda amam o grande jogo, não esse ai, onde comentaristas falam e falam sem explicar uma linha sequer do que venha a ser um jogo bem jogado, mas pródigos em beijos, abraços e lembranças de ouvintes que não estão nem aí para o que veem, na medida que se sintam reportados e lembrados na telinha…

Por tudo isso rareia em mim a vontade de assistir a uma pelada profissional apresentada como o “NBB como nunca se viu”, e não vi mesmo, pois sou de um tempo em que jogavamos, e venciamos praticando basquetebol, e não esse pastiche de terceira categoria que aí está…

Oito anos atrás publiquei o artigo Um tiro no pé, que reproduzo a seguir, e onde podemos constatar que nada, absolutamente nada mudou de lá para cá, numa antevisão do horror que conseguiram, os estrategistas de plantão, implantar no que há de pior e retrógrado no grande jogo em nosso país, carente e empobrecido de criatividade, espontaneidade e improviso consciente, e não essa coisa pasteurizada, formatada e padronizada, por quem, na triste realidade, odeia o grande, grandíssimo jogo, por não o entender em sua essência e genialidade. Eis o artigo, com o qual desejo aos poucos que aqui ainda se preocupam de verdade, um próximo ano repleto de esperanças em dias melhores, com muita saúde e paz no coração.

Amém. 

O TIRO NO PÉ…

sexta-feira, 22 de junho de 2012 por Paulo Murilo5 Comentários

Meus amigos, do que adianta defender uma tese provada no campo de jogo por anos e anos, de que de dois em dois pontos podemos vencer jogos, atingir contagens elevadas, defender com mais precisão, agilizar tanto o jogo interior, como o exterior, dotar os jogadores do poder decisório em quadra, item tão temido por tantos técnicos, por aprenderem e apreenderem a arte da leitura de jogo, por sedimentarem no dia a dia dos treinos os fundamentos do jogo, ferramenta visceral para a execução dos sistemas ofensivos e defensivos, pela aprendizagem ao diálogo sobre o que treinam e jogam, entre si, e com seus técnicos, numa mútua relação de confiança, respeito e consideração, professando uma autêntica dupla armação, e uma corajosa e diferenciada ação interior através uma tripla utilização de alas pivôs, rápidos, ágeis, flexíveis, e acima de tudo plenamente participantes do jogo, e não coadjuvantes de uma interminável hemorragia de arremessos de três pontos, que tanto empobrece nossa autofágica maneira de jogar o grande jogo.

Foi o que ocorreu, pela milionésima vez no jogo com a Venezuela, quando de dois em dois pontos endurecemos um jogo perfeitamente ao nosso alcance, para numa falha sucessão de bolinhas de três, propiciarmos contra ataques venezuelanos que esticaram o placar além dos 20 pontos.

E o que dizer do jogo da Sub 18 contra os americanos, que jogaram dentro de nós, enquanto treinávamos a pontaria de fora, sem falar na brutal diferença na postura fundamental de seus jogadores, frutos de uma escola que nos negamos a praticar, trocando um tempo precioso de formação por formatações e padronizações de sistemas de jogo, numa opção equivocada e absurda.

Senhores, utilizar uma dupla armação adaptada ao sistema único é praticamente um tiro no pé, pois retira do foco da ação exterior um dos armadores, que ridiculamente vai executar bloqueios dentro do garrafão, e de encontro aos grandes pivôs, enquanto seu companheiro de armação se vira sozinho e sem balanço defensivo presente, além de somente poder contar para uma jogada incisiva com um dos alas, claramente inferiores nos fundamentos básicos de drible e passes, pela ausência do outro armador. O resultado se reporta aos passes de contorno, num crescendo inócuo e destituído de penetração aos pivôs, que por conta de uma movimentação sagital se postam de costas para a cesta, quando deveriam atacá-la de frente e em veloz movimentação, situando-se dessa forma um tempo adiante dos defensores, que é a arma mais letal para superá-los.

O que poderia dizer ou acrescentar a mais, frente a resultados tão medíocres por repetitivos, e tão solidificados por padronizações e formatações?

Nada, se frente a uma realidade imutável, sólida e corporativista.

Tudo, se uma fresta, por tênue que fosse, de repente, se abrisse para algo de novo, iluminando caminhos abertos pelo diálogo, pelo trabalho conjunto daqueles que realmente conhecem e amam o grande jogo, e que comungassem princípios e conhecimentos entre jovens e veteranos técnicos e professores, no reencontro de um destino rompido e violentado pela mesmice endêmica que tem ferido de morte nossa maior riqueza, a criatividade inata de nossos jovens, enclausurada que se encontra nos limites de uma lamentável prancheta.

Mantenho uma contida esperança, de que nossa seleção olímpica possa vir a romper alguns desses grilhões, apresentando um jogo voltado ao perímetro interno, através um pleno domínio no externo, equilibrando ações voltadas ao coletivismo defensivo e ofensivo, onde arremessos de media e curta distância, mais precisos e eficientes, se sobreponham definitivamente às aventureiras bolinhas, lastreado por um sistema defensivo ousado e corajoso, base verdadeira de uma equipe de alta competição. Que assim seja, torço e espero.

Amém.

Foto-Divulgação CBB. Clique na mesma para ampliá-la.

EM TEMPO- Agora,  oficialmente na America do Sul, estamos em quarto…

5 comentários

  • Rodolpho
  • 25.06.2012
  • Professor, apesar de ser um pessimista (ou realista) com relação à Seleção Brasileira, duvido muito que o Magnano repita os erros da seleção no sul americano.
    Mesmo desfalcada, a seleção marcou muito bem e foi contida nas bolinhas durante o pré-olímpico. A tendência é melhorar o que deu certo, principalmente com a chegada dos reforços da NBA, que entram em vagas de jogadores sem condições técnicas ou táticas de disputar uma posição decente em Londres.
    Obviamente o nível dos adversários será muito superior, mas nossa seleção tem bons nomes (quantas seleções tem um garrafão do nível de Nenê/Varejão/Splitter?), o que me leva a crer que podemos chegar nas quartas de final sem sermos taxados de azarões.
    Pra um país com um campeonato nacional novo (4 anos) e de nível tão baixo, com a maior parte dos seus participantes ainda em nível amador, além, é claro, da vergonhosa situação das categorias de base, ficar entre os 8 primeiros do mundo é um prêmio a cada atleta e membro da comissão técnica, que, mesmo sem apoio da CBB (muitas vezes com a confederação atrapalhando) conseguirão chegar a Londres numa condição privilegiada.
    E quando o Brasil chegou entre os 8 melhores de um Mundial ou Olimpíadas?
    E quando o Brasil chegou entre os 8 melhores de um Mundial ou Olimpíadas sem depender de milagres do Oscar (as vezes com Marcel)?
    Faz muito, muito tempo.
    Espero que o sucesso nas Olimpíadas (acredito nisso plenamente) não seja usado como mérito da CBB, pois não será. Será tão e somente mérito de cada jogador (e sua família) que sabe o que é conseguir chegar no nível mais alto do esporte sem apoio algum de sua pátria. E ainda sim criticado quando (realmente) não pode participar de alguma competição.
    Professor, poderemos vê-lo comandando algum clube num campeonato estadual adulto esse ano???
  • Basquete Brasil
  • 25.06.2012
  • Não esquecer as três medalhas olímpicas de bronze (Londres, Melbourne e Toquio), e os dois mundiais no Chile e Rio de Janeiro, todos conquistados pela geração que antecedeu a do Oscar, prezado Rodolpho. Não esquecer também que a FIBA relacionou o Brasil como a quarta potência no Basquetebol do século 20, somente atrás dos Estados Unidos, União Soviética e Iugoslávia.
    Sim, já fomos referência mundial no grande jogo, condição perdida pelas absurdas e criminosas gestões na CBB dos últimos 25 anos.
    Muito será o trabalho para o soerguimento do basquete no país, e quem sabe um bom papel em Londres ajude nesse esforço.
    Um abraço, Paulo Murilo.
  • Basquete Brasil
  • 25.06.2012
  • EM TEMPO – Rodolpho, não respondi a sua pergunta feita ao final do comentário – “Professor, poderemos vê-lo comandando algum clube num campeonato estadual adulto esse ano???”
    Mas o faço agora.
    Somente me verão dirigindo uma equipe em qualquer campeonato, municipal, estadual ou nacional, se for convidado, o que duvido muito que aconteça. Relatar treinamentos e jogos visando um maior conhecimento por parte dos jovens técnicos brasileiros, como fiz ao dirigir o Saldanha da Gama no NBB2, através relatos diários no blog, mantê-lo atuante e combativo ano após ano; propor na teoria e na prática intensa, novos caminhos técnico táticos para o nosso basquete; lutar com denodo pela urgência de um associativismo por parte dos técnicos de forma ampla e irrestrita; contrariar interesses de Cref’s e entidades que monopolizaram e lotearam o desporto nacional, minimizando e quase extinguindo o esporte como parte integrante do processo educativo nas escolas, canalizando toda uma juventude para os corredores e salas de mega academias; se negar a deixar de escrever e publicar nessa humilde trincheira em troca de possíveis colocações no mercado de trabalho; tudo isso são os reais fatores impeditivos ao meu exercicio profissional de técnico de basquetebol, apesar de muito necessitar economicamente do mesmo, face ao grande dispêndio financeiro que passei a enfrentar quando da quase perda de minha casa num processo espúrio e criminoso, além da conceituação de velho e ultrapassado, que é o estigma por que passam os profissionais acima dos setenta anos, independendo de sua formação e qualificação, neste nosso injusto e cego país.
    Mas sigo em frente, atuante e atento ao mundo que me cerca, pleno de esperanças e fé em dias melhores para todos nós que amamos o grande jogo.
    Não, prezado Rodolpho, me verem em quadra de novo é assunto proibido, pois dependeria de quem, assim como eu, propugnasse por algo antagônico ao que ai está. Logo…
    Um abraço, Paulo Murilo.
  • Rodolpho
  • 27.06.2012
  • Professor, o basquete há de pregar uma peça na gente (como a vida sempre faz) e muitos que querem o bem do jogo não esperam a hora de te ver no seu lugar, que é no comando de alguma equipe com estrutura decente.
  • Basquete Brasil
  • 27.06.2012
  • Amém, prezado Rodolpho, amém.
    Paulo.

A SÍNDROME DOS 40…

E aí fulano, 42% nos 3 é bom? Claro, beltrano, é um número muito bom para bolas de 3 pontos, que aliás, é uma marca registrada dessa grande equipe…

Legal. formidável, encorajador para os mais jovens se iniciarem nesta autofagia desenfreada e tosca de um basquetebol absurdo e capenga. São comentários deste quilate nas transmissões de um “NBB que você nunca viu”, os também responsáveis pela “pelada descomunal” em que estão selando o infausto destino deste infeliz e mal jogado ex grande jogo entre nós, e sem contar os outros números que já ultrapassam os 40 erros em uma só partida, como Minas 105 x 100 Brasília, onde ambos os contendores perpetraram 20 erros cada, ou 40 atentados contra os fundamentos num único jogo. Mais algumas rodadas e outras mais equipes deixarão essas marcas para trás, com certeza, pois a insânia não tem freios, ainda mais com as incendiárias pranchetas os comandando (ou tentando comandar)…

Vamos aos números “ideais” dos comentaristas, 40% para bolas de 3, ou seja, se a equipe acertar 4 em 10 tentativas, estará OK, e aí me pergunto, e as outras 6 tentativas, ficam no vazio? Mas como nunca arremessam menos do que 20 (algumas equipes vão além dos 30), o número de ataques falhos cresce matematicamente, e se for emulada pelo adversário (os famosos duelos), aí a coisa ( ou o simulacro de jogo) fica absurdamente ridículo. Somemos ao despautério os imperdoáveis números de erros de fundamentos, e teremos o que em forma de jogo, o que? Isso mesmo, uma enorme e condenável palhaçada, aplaudida e incensada como obra da mais alta emoção, vibração, e por que não ENGANAÇÃO, o termo correto, sem dúvida…

Dos 40 anos muitos jogadores já se aproximam, ou mesmo superam, fazendo a mesma coisa, ano após ano, sem que ninguém os corrijam, ou pelo menos tentem corrigir, já que prontos e polidos, amestrados posicionalmente de 1 a 5, bitolados, formatados e padronizados pelo figurino corporativista de seus estrategistas, voltados aos títulos e currículos, todos remando um barco de timão rompido, volteando num moto contínuo que não leva a lugar nenhum, numa mesmice endêmica e letal…

Mas que chutam e chutam como ninguém, de longe, muito longe, onde a mecânica não importa se as bolinhas caem (comentário feminino de ontem), pegas corretas então nem falar, são detalhes supérfluos, pois com a profusão crescente de tentativas uns 40% de vez em quando premia vitórias retumbantes, porém com um detalhezinho “esquecido”ou não mencionado por ignorância mesmo, o de não serem contestadas, não em 40%, mas sim em 90/100%, vamos falar a verdade, o óbvio ululante!!!…

Ninguém vem marcando ninguém de a muito tempo, tapeiam, enganam, fazem faltas estratégicas, usam os braços, quando as pernas são a base de qualquer defensor bem treinado, logo escolado na função defensiva, que é o fundamento mais importante do grande jogo. Porém lá na frente metem pra valer, ou pensam que metem, até se defrontarem com equipes argentinas e europeias (já nem menciono as americanas para não parecer covardia), e aí nem os 40% atingem, com as desculpas de que não era o dia ou simplesmente “hoje não caíram”…

E os 60% de bolas perdidas (só as de arremessos de 3, noves fora os erros de fundamentos), por que não trocadas pelas de 2 pontos, muito mais precisas, porém exigentes na aproximação, impossíveis sem o domínio dos fundamentos básicos, nosso criminoso tendão de Aquiles, olvidando gerações passadas que o dominavam, hoje enviados ao limbo das impossibilidades por não ensinados como deveriam sê-los? Tenho publicado e comentado os incríveis números de cada LDB realizada, com as médias de erros de fundamentos na faixa dos 28 por partida realizada, para mais adiante se ufanarem de uma seleção nacional disputar uma America Cup com a maioria dos jogadores egressos e “formados” na mesma, mas omitindo a liderança de um Caio formado na escola argentina, errando um mínimo aceitável pela idade e experiência. Se o técnico croata, substituir muitos %’s de puxação de ferro por uma extensa e dura preparação nos fundamentos do jogo, passarei a acreditar em melhora substancial do grande jogo entre nós, espelhando para os mais jovens como se deve encarar uma modalidade com princípio, meio e fim, e não se escudando e escondendo deles os princípios básicos do jogo. fazendo-os optar pela artilharia de fora, a correria descerebrada, o faz de conta defensivo, e o mais básico de tudo, a leitura inteligente e de custoso e sacrificado aprendizado, seus fundamentos, sem os quais, jamais jogarão o basquetebol de verdade, e sim um assemelhado desprovido de criatividade e improvisação consciente, pois só improvisa quem sabe, quem conhece e domina o grande, grandíssimo  jogo, aquele que marcará indelevelmente suas vidas, claro, claríssimo, se bem ensinado e treinado, como sempre deveria ser, para um percentual mínimo de 70%, pelo fundamento que for, e não os 40% trombeteados e deificados por aqueles que não tem a menor noção do que ele representa na cultura desportiva mundial…

Amém.

Fotos – Reprodução da TV e arquivo particular.

A GRANDEZA DO GRANDE JOGO…

Esperei por 15 anos, desde que edito e publico este humilde blog, ter a oportunidade de assistir uma seleção brasileira atuar com uma dupla armação de verdade por toda uma partida, num rodízio entre quatro armadores, como nesse jogo contra o Panamá, compondo duplas que variassem conforme as necessidades e exigências táticas dentro do campo de jogo, e me vi compensado ao testemunhar quatro jovens armadores exercitarem a quase esquecida arte do improviso, da criatividade, onde o surpreendente Caio encontrou no Yago o companheiro ideal para produzir um basquetebol ágil, ousado e magnificamente autoral. George e Alexey necessitam ainda exercitar essas novas funções, díspares e antagônicas do que produzem desde suas formações de base, o que será possível se corretamente ensinados e dirigidos, não sendo absolutamente surpresa o Caio ter se adaptado mais fielmente ao sistema adotado pelo croata, por sua formação no basquetebol argentino, onde os fundamentos e a boa leitura de jogo são exercitadas desde a formação de base, em clara anteposição ao que é feito, e muito mal feito em terra tupiniquim…

Logo, nenhuma surpresa pela desenfreada busca pelos armadores platinos, com nossas franquias valorizando-os bem acima da média, depreciando bastante nossos jovens aspirantes da função, mesmo que bitolados pelo indefectível sistema único padronizado e formatado desde sempre. Fossem os mesmos ensinados e orientados na criação e improvisação fundamentadas numa correta e objetiva leitura de jogo, e os teríamos tão bons ou melhores que os hermanos, como os tínhamos num passado não tão distante assim, varridos nessas qualidades pela plêiade de estrategistas que resolveram tutelar o grande jogo de fora para dentro da quadra, com suas absurdas jogadas semaforizadas e de passo marcado, registradas nos ininteligíveis hieróglifos postados em suas mais absurdas ainda midiáticas pranchetas…

Porém, um hiato ainda persiste, intocado e de distante compreensão por parte da maioria dos estrategistas nacionais, e porque não, pelo croata também, o fato da não correta e perseguida conexão entre as ações efetuadas pelos armadores no perímetro externo, com os alas pivôs em permanente deslocamento pelo interno, simbiose que quanto mais presente e perfeita, maiores serão os resultados alcançados, fator básico e irrefutável na busca do coletivismo criativo e altamente eficiente, onde a progressão pontual de 2 em 2 e 1 em 1, destinando as conclusões de 3 como detalhe complementar, e não prioritário de um eficiente e vencedor sistema ofensivo de jogo, diminuiria bastante a incidência de erros nos arremessos, pelas menores distâncias em que se concretizariam, otimizando cada ataque realizado, em anteposição aos muitos e muitos perdidos sem pontuação, face a desenfreada artilharia de fora que tantos prejuízos vem causando ao basquetebol nacional…

Quando no artigo anterior propus a visualização de dois jogos lá postados, como uma prova inconteste da utilização do sistema com dois armadores e três alas pivôs, comprovando na quadra e nos resultados ali alcançados, o fiz como uma proposta da exequibilidade do mesmo, ontem ensaiado em Buenos Aires, porém ainda muito distante “do como” conectá-lo à prática, pois o ensino e o treinamento do mesmo exige uma larguíssima experiência detalhista, somente alcançada por uma específica didática fundamentada em muitos anos de estudo, pesquisa, e decidida vontade e competência em torná-lo realidade prática de jogo, na qual a criatividade constante e o improviso responsável e muito bem pensado e elaborado, alcance uma leitura imediata de jogo quando no enfrentamento de situações que jamais se repetem, antítese do que a enorme maioria dos nossos estrategistas buscam alcançar sem a mais absoluta chance de conseguí-lo, sabem porque? Porque atuam num mundo onde tudo se copia, e muito mal, onde contam com a cumplicidade da maioria dos jogadores, concordes com a mesmice técnico tática em que convivem ano após ano, mudando de franquias para exercerem os mesmos papéis, até a chegada de alguns nas seleções, para fazerem e exercerem o mesmo desde sempre, o de executores contritos do sistema único e da hemorragia dos três, fatores que nos tem lançado ao fundo de um poço, na contramão do vôlei, com sua sempre inovadora forma de ensinar, treinar e preparar jogadores nas técnicas mais evoluídas, sendo referência para outros países, que aqui vem se atualizar, pois não pararam no tempo, fornidos por um vultoso patrocínio de um banco que se iniciou no marketing esportivo no basquetebol, modalidade que o perdeu por injunções políticas, e que não soube buscar outro que pudesse vir alimentar seu progresso técnico tático administrativo, sendo lançado aos braços de um corporativismo interesseiro e retrógrado, porém garantidor do pequeno e seleto nicho empregatício que restou daquela debacle…

Enfim, nos tempos atuais observamos com curiosidade algumas proposições como essa na jovem seleção que nos representa na Cup America, mas ainda destituída de uma verdadeira, autêntica e provada forma diferenciada de jogar o grande jogo, no que vejo de pronto seu ponto fora da curva, o desconhecimento de como exequibilizar tão árduo e necessário projeto de preparo de equipes, da formação a elite, numa mudança radical do que se faz e pratica atualmente, conhecimento de muito poucos neste imenso, desigual e injusto país, e um deles, desculpem a imodéstia, sou eu, Prof. Paulo Murilo, 81 anos e com muita saúde ainda para demonstrar com sobras as proposições acima descritas, provadas teórica e praticamente em mais de 55 anos de quadra, e jamais sobraçando pranchetas, nenhuma, somente referendando e respeitando o mágico mundo do treino, onde as verdades verdadeiras acontecem, longe, bem longe dos midiáticos holofotes, que tanto atraem todos aqueles que julgam conhecer o grande, grandíssimo jogo, mas que sequer o entendem em sua grandeza, tornando-o pequeno por sua mesquinhez e curta, e talvez inexistente visão…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV,