A CONDIÇÃO…
(…) “Iziane garantiu ao senador José Sarney que, em se confirmando a não renovação do contrato do técnico Paulo Bassul, com a Confederação Brasileira de Basquete, ela aceitará convocação e voltará a vestir a camisa do Brasil. Segundo Iziane, no dia 14 de janeiro de 2010, ela e a diretora da Confederação Brasileira de Basquete, Hortência Marcari, têm encontro marcado na Itália, onde vão definir tudo sobre a seleção brasileira. “ O caminho da volta está aberto. Qual atleta que não sonha defender a bandeira de seu país? Quero voltar. Tenho muito a dar ao basquete brasileiro. Pelo que tenho conversado com a Hortência, em um brevíssimo tempo estarei de volta a seleção nacional”. ( site ImiranteEsporte.com )
Iniciar um novo ano com uma notícia desta é realmente devastador. Uma jogadora que numa competição olímpica se nega a retornar à quadra por não admitir a reserva, desrespeitando suas companheiras, seu técnico e sua função de jogadora de uma seleção nacional, e que agora define uma volta condicionada à não renovação do contrato do técnico Paulo Bassul, chega às raias do inacreditável. Logo ela, que meritoriamente atingiu o objetivo maior de todo desportista, de representar e defender o país numa competição internacional, balizando com seu exemplo as gerações que a sucederão, e que a tudo esqueceu ao se negar a cumprir seu papel de cidadã e líder? Como ousa agora impor condições de volta? Ou esqueceu que o caminho escolhido de livre arbítrio não concede qualquer possibilidade de volta, exatamente por ter sido trilhado em mão única?
Ou pelo contrário, quando sua presença redentora (assim se considera ao afirmar que tem muito a dar ao basquete brasileiro…) a torna imune ao preceito primeiro de todo jogador, a de honrar a camisa de seu país, ao preço que for, ao sacrifício que tiver de despender, respeitando-a, tanto quanto às suas companheiras e ao técnico na luta comum a todos?
E em se concretizando a dispensa do técnico ( que declarou recentemente que não se opunha à convocação desde que um pedido formal de desculpas fosse feito pela jogadora, numa declaração erronea e comprometedora, já que de acomodação…), que outro profissional aceitará tal situação antiética numa decisão absurda e unilateral, quem?
E se esse profissional assumisse o cargo, o que impediria que a mística da intocabilidade da camisa pátria fosse de novo negada, pela mesma ou outra jogadora “insatisfeita”, quebrando a magia que ela representa para os jovens do país?
Não, absolutamente não devemos admitir que uma situação deste porte se torne presente no exato momento que tanto precisamos de alento e esperanças. Não podemos e não devemos nos permitir pagar tão alto preço de testemunhar uma inversão de valores que nos aniquilará futuramente, pois a premissa defensora do formar “a melhor equipe possível” ( na cabecinha de alguns deslumbrados por “nomes”…) , não resiste ao inalienável fato de que devemos, isto sim, trabalhar o que temos de melhor, planejar e preparar com afinco e alta técnica as futuras gerações, professando o objetivo, a meta primordial, a defesa do bom nome e prestigio do país, representado pela suprema honra de vestir sua gloriosa camisa, sem jamais a desonrar e abandonar.
Este é o sonho que deve ser acalentado, e tornado realidade por aqueles poucos, muito poucos que o merecem conquistar.
Assim deve ser, assim será, em nome do bom senso e da justiça.
Amém.