Amanhã às 9:30hs, a seleção masculina inicia sua derradeira caminhada pela vaga olímpica, somente alcançada se vencer o torneio em Riga, capital de seu principal oponente, a Letônia…
Será uma caminhada espinhosa, suada, e terrivelmente incerta, dada a característica básica de uma seleção que atua a décadas da mesma forma, técnica e taticamente, com um grau elevadíssimo de previsibilidade ofensiva, e uma inconstância defensiva histórica…
Centrar e priorizar seu arsenal ofensivo na chutação desenfreada de fora do perímetro, sem dúvida alguma pautará a escolha defensiva de todo adversário a ser enfrentado, onde as contestações atingirão o mais alto grau de intensidade por parte de oponentes, tanto os mais fracos, como os mais fortes, chave mestra para nos vencer, a não ser que mudemos drasticamente o foco principal de ataque, centrando no jogo interior, intenso e constante, deixando as bolinhas de fora como um suplemento de luxo, jamais como prioridade ofensiva, hoje o centrado objetivo acalentado pela imensa maioria dos analistas e cronistas do grande jogo, que foi se apequenando gradativamente por conta desta não estancada hemorragia, que nos tem levado ladeira abaixo no cenário internacional, que se debelada fosse, começando na formação de base, poderia nos soerguer do imenso buraco em que nos encontramos hoje…
Irmanada a essa possível mudança, mesmo que de uma forma mais forçada, o aumento substancial das funções individuais e coletivas de defesa, ajudaria muito na consecução de uma possível classificação olímpica, somente alcançada se atender aos requisitos acima descritos…
Mas Paulo, essa equipe formada às pressas, pouco treinada, e falhando em algumas convocações, com um comando atemporal, tem condições de atender tais requisitos? Talvez não, talvez sim, dependendo de um simples e tênue fator, a abdicação dos egos que a compõem, em troca de um espírito participativo e solidário, base inconteste do coletivismo formador de uma verdadeira equipe de alta competição, que é um degrau bem acima de uma composição “familiar”, como tem sido veiculada…
Seremos capazes de alcançar tal patamar? tenho sérias dúvidas, mas esperando estar enganado, torço para que o alcancem, bastando que cada um de seus componentes doem suas qualidades técnicas e táticas a serviço do bem comum, da equipe como um todo, e não tornando-a uma vitrine para projeção pessoal, como fizeram desde sempre muitos de seus integrantes, tanto dentro, como fora das quadras, nos levando a vala comum em que nos encontramos, lastimavelmente…
Precisamos jogar com intensidade defensiva, mesmo errando posturalmente, compensando com vigor e inteligência, velocidade e antecipação, e contestando os longos arremessos como um ato de fé… Ofensivamente, jogando preferencial e duramente dentro do perímetro adversário, mesmo enfrentando defesa zonal ou individual, tentando os curtos e médios arremessos, mais precisos, forçando os pivôs adversários às faltas pessoais, brigando incessantemente pelos rebotes, por todo o tempo, sem esmorecimento, retardando os contra ataques adversários, vencendo o inevitável cansaço, pois mais adiante, ao final da refrega o tempo de descanso advirá. Sugiro, por mais uma vez e veementemente que joguemos permanentemente em dupla armação, e três alas pivôs enfiados e transitando permanentemente no perímetro interno adversário, para de 2 em 2 e 1 em 1 somarmos um placar vencedor, com muito menor perda de tentativas, que normalmente doamos aos adversários nas vultosas falhas nos arremessos de fora, marca registrada de nossas equipes já a tempo demais…
Que ao menos um deuzinho, menos cansado e enfastiado com nossa mesmice endêmica, se predisponha a nos ajudar.
Amém.
Foto – Divulgação CBB. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.
Somente um tenebroso testemunho visual, que deve ser levado muito a sério, para que eu saísse do voluntário mutismo a que me impus, pela mais absoluta visão de uma hecatombe sistematicamente anunciada, discutida e mais do que confirmada pelos tristes e lamentáveis resultados que nos tem assombrado…
E que testemunho foi esse Paulo? Me argui o exigente amigo que não me dá folga em momento algum, desde o início deste humilde blog vinte anos atrás…
Ora muito bem, vamos aos fatos, direta, lógica e friamente. Comecemos com os números da partida que decidiu o NBB desta temporada, ai estão:
O que eles constatam, senão a definição mais exata de como se encontra o atual, moderno e internacional basquetebol brasileiro, onde as duas equipes finalistas, Flamengo e Franca, convergiram seus arremessos de campo contabilizando ambas 38/58 nos dois pontos, 16/59 nos três pontos ( 16/36 para o Flamengo e 16/22 para o Franca nos dois, e 3/32 e 13/27 respectivamente nos três), acrescidos dos 8/20 e 6/10 nos Lances livres, culminando com 30 erros de fundamentos (11 para o Flamengo e 19 para Franca), apresentando o fato inconteste de que as bolinhas cairam somente para o lado de Franca, que mesmo errando quase o dobro de fundamentos soube vencer a falha contestatoria de seu desgovernado adversário…
Tais números retratam e confirmam a lamentável situação em que se encontra o grande jogo entre nós, onde a enxurrada dos longos arremessos impera intocável, assim como o abandono do jogo interno se torna, a cada temporada, inviável por opção, quando deveria ser prioritário face a boa fornada de bons pivôs que atuam na maioria das equipes intervenientes no NBB, que poderiam ser prodigamente abastecidos pelos inúmeros armadores estrangeiros (com maioria argentina), e uns poucos nacionais ainda existentes, e não transformados em finalizadores, penetradores e gerenciadores de bola, atuando num sistema único, aberto e em luta permanente com exigências táticas vindas dos estrategistas pranchetados e suas predisposições ao livre arbítrio, principalmente por parte dos estrangeiros, criando uma cisão responsável por sérios equívocos entre a manipulação de fora e as ações de dentro da quadra, numa surda disputa do quem é quem no efetivo comando das partidas…
Foi uma disputa entre os dois técnicos, digo, estrategistas assistentes da seleção nacional junto ao agora retornado croata, sendo um deles o técnico que o substituiu em sua primeira experiência no país, ambos profetas do sistema internacional de jogar o grande jogo, onde as ações coletivas sucumbem às ações individuais, decalcadas do modelo NBA, amplamente divulgado, e agora coroado neste jogo final, onde ações coletivas deixaram de existir, frente ao individualismo exacerbado, coroado e entronizado pelas equipes de Dallas e Boston. Por lá o placar passou dos 100 pontos, por aqui não chegou aos 70. Marcou-se melhor? Ou uma das equipes se deixou levar pela possibilidade de que a próxima bolinha cairia, a próxima que não vingava, a próxima, quem sabe a próxima…
Num dos tempos finais o técnico rubro-negro exaltava e conclamava pela possibilidade de que elas cairiam, na medida em que os jogadores acreditassem, e que tentassem sempre, e que abdicassem das penetrações que “não dariam certo”, e que “parassem de inventar”, exatamente as tentativas que seus jogadores buscavam confrontados pelas seguidas perdas nas bolinhas…
Deuses meus, jamais, em tempo algum assim falaria a jogadores, ainda mais se os ensinasse e treinasse exatamente na postura criativa, na exata leitura de jogo frente a situações que nunca são repetidas, e sim adaptadas aos comportamentos táticos defensivos do adversário, utilizando um sistema onde a criação e a inventividade fossem plenamente exercidas, por todos, e não por uns poucos investidos, ou auto investidos em donos do jogo…
No terceiro jogo da semifinal entre Franca e Minas, essa equipe atuou com dois armadores e três pivôs, mais alas pivôs pela grande mobilidade, vencendo a partida em Franca, só não o fazendo com mais sobras, pela insistência de um dos pivôs vir para fora do perímetro para arremessar de três pontos. No jogo decisivo, se voltasse a atuar daquela forma, e mantendo o referido pivô mais junto a cesta, poderia vencer a série, mesmo jogando na casa do adversário. Por qual motivo o técnico não repetiu o estratagema? Exatamente, por se apegar ao sistema único, do qual é utente de fé, e não arriscando algo que fugia de seus padrões aferrados ao mesmo…
Voltando ao jogo final, o que constatamos constrangidos, foram as sólidas e estrangulantes amarras que cerceiam o basquetebol brasileiro, transformando-o em um jogo tutelado de fora para dentro da quadra, ao bel comando (ou prazer?) de estrategistas amarrados e manietados a um sistema anacrônico e asfixiante, encordoando jogadores tal qual marionetes, onde jogadas são determinadas e expostas em pranchetas (as tais que “falam”), e comandadas ao lado das quadras, das formas mais exibicionistas, patéticas e constrangedoras possíveis, noves fora as pressões inadmissíveis às arbitragens, num espetáculo pífio e absurdo, mas que cai no gosto televisivo daqueles que nada entendem de um outrora grande, grandíssimo jogo…
Concluindo, esta final do campeonato mais importante do calendário nacional, vitrine da forma que praticamos o grande jogo, espelho para os iniciantes mais jovens, testemunhando uma equipe montada para vencer competições, arremessar 3/32 bolas de três pontos, com a primeira das 3 no terceiro quarto, sem que apresentasse uma saída para o impasse, que quando tentada em quadra pelos jogadores foi admoestada e reprimida num dos tempos pedidos a “não inventar”, quando deveria fazê-lo se fosse treinada de verdade, para ser criativa, e acima de tudo, inovadora e proprietária de um sistema de jogo conceitualmente criativo e inovador, fator básico que não será alcançado na seleção, exatamente porque a mesma espelhará o que aí está escancarado a cores e som estéreo, estratificando e pasteurizando essa forma equivocada de jogar o grande jogo, ofensiva e defensivamente, e principalmente, tratando displicentemente a ferramenta básica para sua prática, desde a formação de base, seus fundamentos…
Mas nem tudo está perdido caros e poucos leitores desse humilde blog, pois temos a suprema alegria de ver sequencialmente, em páginas inteiras a cores, matérias da mais alta qualidade sobre o campeonato feitiche da turma que dirige e se apossou do grande jogo (muito pequeno para todos eles) neste imenso, desigual e injusto país, o da gloriosa NBA, que decididamente se inseriu no cerne da educação desportiva de nossos jovens, que não perdem por esperar, pois a NFL já está em campo…
Viva a educação e o desporto nacional, e que os deuses( já mesmo cansados) nos ajudem.
Fotos e video reproduzidos da TV- Clique duplamente nas fotos para ampliá-las.
Amém.
Em tempo – Parabenizo a equipe de Franca pela conquista do NBB, pois soube aproveitar com competência as fraquezas de seu oponente, um Flamengo tropego e vitima de sua arrogância diretiva. PM.
Paulo, os playoffs do NBB se encerraram e você mocó, por que, resolveu ignorar?…Não, claro que não, mas, agora quem questiona sou eu, comentar uma mesmice perene e inamovível, mesmo cercada de emoções a mil, e recheada de erros de fundamentos que assustam para valer?…
E mais, assistir incrédulo americanos meia boca “encerarem” a quadra, monopolizando a bola a seu bel prazer, sob a passividade defensiva fora e dentro do perímetro, numa permissividade inadmissível sob qualquer critério técnico que se escolha, mas que aufere vitórias e classificações improváveis, dignas de um basquetebol tatibitate, e que ainda engatinha à sombra de uma forma de jogar, que celeremente vem sendo substituída por algo ainda negado por aqui, arraigados que estamos ao sistema único, ao 1 x1, às bolas de três, à frouxidão consensual defensiva, na contra mão da busca pela velocidade, habilidade e criatividade, que são a resultante de um enorme domínio dos fundamentos individuais e coletivos do jogo por todos os jogadores, e não um ou outro diferenciado, como os meia bocas mencionados, numa carreata liderada por estrategistas que se repetem ad nauseum em pranchetas midiáticas e absolutamente inexpressivas técnica e taticamente, num carrossel de repetições e lugares comuns, de coisíssimas nenhumas…
E o pior, assistirmos a dissolução de equipes derrotadas pela má gestão técnica, pela escolha de “nomes” valorizados por espertos agentes, esquecendo no limbo da história jogadores realmente importantes, veteranos ou não, para uma equipe, para um sistema de jogo coletivista, diferenciado, ao largo da mesmice implantada de forma absurda e profundamente burra por um corporativismo que visa a manutenção do que ai está, imexível e garantidor de um mercado de trabalho tão, ou mais medíocre que suas anacrônicas capitanias hereditárias…
É duro saber de antemão o destino de bons e úteis jogadores que se matam numa Liga Ouro para classificar suas equipes, sabedores que sucedendo a classificação serão trocados por outros mais “ranqueados” para o NBB, segundo a “altamente qualificada” opinião de agentes, dirigentes e estrategistas de plantão, claro, todos afinados com a mesmice endêmica que defendem com o denodo de “donos do pedaço” que julgam ser…
Pena que nossa educação e conhecimento desportivo, do grande jogo em particular, seja tão canhestra, tão ignorante, fatores estes que poderiam ser decisivamente confrontados se ao menos uma equipe, bastaria uma somente, mesmo sem muita verba, sem muito apoio midiático, porém formada por jogadores de verdade, repito, veteranos ou não, competentes em seu labor, valentes e corajosos o suficiente para adotarem novas formas de jogar, de se comportar, de acreditar em algo inteligente e desafiador, reunidos em torno de um técnico que exigisse comprometimento nivelando a todos em torno dos movimentos básicos, como um barco onde remam numa mesma direção, com humildade de aprender, e o mais importante, reaprender e apreender ações e movimentos individuais e coletivos, para um pouco mais além, abraçarem um sistema de jogo proprietário, e não um decalque estúpido e retrogrado do que ai está implantado desde sempre…
Mais duro ainda é o fato de testemunharmos os comportamentos da grande maioria dos técnicos ao lado da quadra, nos pedidos de tempo, numa mistura de proposital teatralidade, ferocidade no trato com jogadores, ingerência desproporcional junto as arbitragens, ao não reconhecimento dos erros, sempre direcionados a equipe, aos juízes, nunca ao sistema que usam e abusam com seus chifres, polegares e canetas hidrográficas, todos pertencentes a elite do lugar comum em que nos encontramos, inclusive os brand news…
Mas como não há mal que sempre dure, quem sabe emergirá dessa densa penumbra, uma agremiação corajosa, sem medos de inovações, propensa a um passo além da mesmice vigente, que adote os fundamentos como base física e técnica no seu preparo, que resolva jogar muito além de um sistema único retrógrado e acomodado, que converse e discuta seus passos no dia a dia, onde os jogadores se respeitem ao trabalharem igualmente, numa permanente troca de valores e conhecimentos, quando descobrirão o portal de entrada na constituição de uma verdadeira equipe, que acerta e erra junto, paciente e madura, humilde e brilhante…
Paulo, você realmente acredita na possível existência de uma equipe assim? Claro que sim pois já dirigi por 49 dias uma desse naipe no NBB2, e que ainda poderia ser reunida, pelo menos alguns de seus componentes, afinal de contas as equipes midiáticas não querem, ou se interessam pelos jogadores que a compuseram, espalhados que estão pelo país, mas que se reunidos dariam um trabalho imenso para serem derrotados, e disso tenho a mais absoluta certeza, e sabe porque? Porque são muito bons, apesar de opiniões contrárias dos estrategistas de plantão…
Amém.
Foto – Do autor. Clique na mesma para ampliá-la.
5 comentários
Fabio/SP21.04.2015· Que os anjos digam “amém” e que esse desejo se transforme numa realidade concreta, caro professor.Será um “sopro” de vida inteligente numa modalidade cada vez mais acéfala, onde todos “pensam” igual, falam igual, dirigem igual… aproveito para fazer um desafio hipotético: que o senhor liste 12 jogadores subestimados do NBB que juntos formariam uma equipe assim como esses que estão fora qConte comigo sempre, EU ACREDITO!Grande abraço,Fabio
Fabio/SP21.04.2015· 12 jogadores reservas absolutos do NBB que seriam uma possível equipe de qualidade para a disputa do certame.AbraçosFabio
Basquete Brasil22.04.2015· Prezado Fabio, sim , é um desejo de longa data, de cinco anos para cá, alimentado pela esperança de dias melhores para o nosso formatado e padronizado basquetebol, onde a liberdade criativa, responsável e de livre arbítrio pudesse demonstrar suas imensas possibilidades técnico/táticas, abrindo um grande leque de opções que fariam um imenso bem aos jovens que se iniciam, dentro e fora das quadras. Mas sonhos nem sempre se coadunam com a dura realidade que cerca o grande jogo em nosso imenso e injusto país, por isso dificilmente se tornam realidade, infelizmente. Porém, temos de ir em frente, até quando pudermos, e os deuses permitirem. Quanto ao desafio proposto, creio que que não somente você, mas todos aqueles que realmente amam e entendem o grande jogo, saberiam listar muitos bons e relegados jogadores, veteranos ou não, que reunidos formariam não uma, mas varias equipes de excelente nivel, se bem treinadas e ensinadas por técnicos, e não estrategistas de ocasião. Obrigado pelo seu permanente apoio e consideração, o que muito me incentiva a continuar na luta. Um abraço, Paulo.
Sergio Barreto Gomes25.04.2015· A grande decepção dos palayoffs foi o técnico Marcel . Não pelo desempenho ruim do seu time pelo qual muito pouco pode fazer em virtude da fragilidade do seu elenco. A decepção é muito mais pela sua postura evidenciada em um dos tempos que pediu no jogo contra o Brasília, confronto que eliminou o Pinheiros. Nessa intervenção, Marcel se dirigiu aos seus jogadores com ofensas, palavrões e gritos incontrolados. Desse jeito não vai muito longe como técnico.
Basquete Brasil27.04.2015· Prezado Sergio, creio não se tratar de uma decepção, e sim uma inadequação da equipe a um sistema de jogo pouco ou nada assimilado por jogadores calejados no sistema único praticado no país. Talvez, a forma e o didatismo apresentado pelo técnico, no intuito de implantar algo novo, diferenciado, tenha sido equivocado, mas nada que não possa ser revertido através ajustes pontuais, e muito trabalho, principalmente no plano individual, nos fundamentos, a fim de adequar a todos às exigências do sistema a ser implantado. Quanto às reações agressivas e destemperadas do mesmo, bem,é um problema a ser resolvido intimamente, e que somente a ele diz respeito. Um abraço, Paulo Murilo.
Estamos a dois meses do Torneio Pré Olímpico a ser disputado na Letónia, com somente uma vaga em disputa, fator limitante às nossas pretensões de classificação, principalmente ante a já proverbial teimosia em não admitir, sequer tentar, uma mudança na forma de jogarmos o grande jogo. A prova definitiva foi demonstrada no recém terminado Torneio das Américas, onde o Flamengo se viu derrotado pela equipe argentina do Quinsa, num jogo lapidar (de todos os argentinos, inclusive os nossos…), do quanto e teimosamente nos mantemos arraigados a um sistema único de jogo, e escravizados a um processo autofágico de jogo exterior, onde os longos arremessos de três pontos imperam absolutos, dos quais ainda penaremos por um longo tempo, afastados em que nos encontramos de uma tênue esperança de que algo de novo, impactante, e realmente evoluído para o futuro de um basquetebol carcomido, viciado e retrógrado que praticamos nos últimos trinta anos, emerja num sonhado horizonte…
Optamos consciente, abrangente e subservientemente pelo modelo NBA, que hoje se desenvolve absoluto em nosso imenso, desigual e injusto país, tanto técnica, como comercialmente, onde sua esmagadora influência se espraia, inclusive, em nossas escolas, focando a formação de base, um absurdo, frente às leis federais que as orientam. Matérias de página inteira focam nos interesses e profunda informação que emanam exogenamente de encontro aos nossos, inferiorizados no confronto econômico, cultural, político, e, em sua finalidade desportiva e educacional…
Por outro lado, algo largamente previsto, desenvolvido e publicado neste humilde blog, vem ganhando força no campo técnico e tático do grande jogo, principalmente nas universidades americanas, onde o retorno dos gigantes pivôs se fazem cada vez mais presente, só que repaginados física e tecnicamente, pois se apresentam esguios, atléticos, velozes e, acima de tudo, com pleno domínio dos fundamentos básicos, na proporção quase direta de alas e armadores. Em suma, a turma acima dos 2,15 m já emula com a turma da armação, fazendo ainda dueto, e até trincas com alas pivôs dentro do perímetro, exatamente como previ, desde o momento que estudei, desenvolvi e empreguei o sistema com dois armadores e três pivôs em constante mobilidade dentro do perímetro, numa odisseia de mais de quarenta anos dentro das quadras, da formação ao adulto, com uma aparição de onze jogos no NBB2, onde, num prazo de 39 dias consegui mudar, ensinar e treinar uma equipe falida, o Saldanha da Gama, com excelentes resultados, mas que ato contínuo foi aquele emblemático trabalho asfixiado pelo status vigente, comandado por um corporativismo mafioso que nos sufoca até os dias de hoje…
Agora mesmo, no site da LNB, um redator elege os três melhoresquintetos da temporada, onde todos se constituem de dois armadores e três alas pivôs, numa auto elegia de cunho próprio, onde o vértice criativo de tal tendência é soberanamente omitido, pois claro, estamos num país de memória próxima a zero, sob o comando de um mercado restrito, onde o Q.I. determina aqueles que podem usufruir do mesmo, a partir do momento em que sigam, caninamente, as leis que o gere…
A pouco foi veiculada a notícia da dispensa do técnico da seleção senior masculina pela CBB, assim como seu supervisor, e somente espero o mesmo para com toda a comissão técnica, pois seus componentes seguem (como deveriam fazê-lo) os mesmos princípios técnicos e táticos do titular, e em suas equipes de origem, estendidos às seleções, masculinas e femininas, da base ao adulto, num colegiado compromissado com a mesmice endêmica que nos tem assombrado desde sempre. Um novo técnico, assim como uma nova comissão deverá ser composta, para num breve prazo tentar uma classificação olímpica, mas que não terá o direito de repetir os mesmos erros dos últimos anos, adotando a mesmice mencionada, e sim um novo conceito sistêmico, algo instigante, ousado, corajoso, diferindo totalmente do que existe atualmente, não só aqui, como no restante dos países mais sérios em se tratando do grande jogo, pois se atuarmos como todos o fazem, perderemos, por não temos o mesmo preparo nos fundamentos que os fazem superiores. além do fator sistêmico evolutivo, agora inicialmente tentado nas universidades americanas, atendendo um pedido do Coach K quando assumiu a alguns anos atrás a seleção americana. O mais instigante é o fato de que este vislumbre técnico tático, e por que não, estratégico, tenha sido aqui desenvolvido, porém criminosa e covardemente descontinuado por um grupelho de estrategistas, compromissados, (as poucas exceções não contam) não com o nosso infeliz basquetebol, e sim com com a vassalagem colonizada regada a dólares que certamente jamais verão…
Paulo, um estrangeiro poderia ser a solução, não? Tantos que venham, fracassarão, e sabe porque? Não temos uma base razoavelmente sólida, não temos técnicos que sejam também professores na arte de educar, uma política desportiva, uma formação acadêmica de respeito. Um estrangeiro somente perpetuará nosso grande e injusto óbice, a falta de educação, a formal e a desportiva, porém nos conduzirá pelas trilhas do sistema único, só que em outro idioma, e como sempre abiscoitando dólares ou euros em profusão…
Então não existe solução? Para a formação de base, sem dúvida e com muito trabalho e planejamento sério e responsável, sim temos chance. Para a seleção a quarenta dias do Pré Olímpico, só uma mudança drástica, cirúrgica, pontual, ousada, proprietária, e acima de tudo radical, da comissão aos convocados, a bordo de um barco em que todos remem consciente e responsavelmente numa mesma direção, sem desvios, numa engenharia reversa que invoque nossos valores, nossa tradição, nossa coragem em mudar, PRA VALER!!!
Começou hoje em São Paulo o Seminário “Esporte, Estado e Mercado: um diálogo necessário”, promovido pela LNB, como integrante da semana do Jogo das Estrelas, ao qual me inscrevi como ouvinte presencial, e ao qual me privarei de comparecer, ao perceber que o propalado diálogo será desenvolvido ( ou não) pelos componentes das mesas, todos do “primeiríssimo” time da educação física e do desporto nacional, quiçá da educação formal deste imenso, desigual e injusto país. logo, prolixo, inerme e vazio de verdadeiras e decisivas propostas de efetiva evolução no trágico cenário em que se encontra a educação neste país…
No entanto. colaborando com algumas colocações temáticas, reproduzo a seguir, uma participação minha no II Congresso de Direito Desportivo,de 17 a 19 de novembro de 2014, para participar de uma Mesa de Debates- Crise no Esporte Brasileiro no dia 18/1, promovida pela Associação Atlética Direito da UFSC, inclusa na programação do Congresso.
Terminou o suplício, com generosas doses de drama, reviravoltas, entregas, sacrifícios, e erros, muitos, foram 38 (16/22), com as alemães errando mais nos fundamentos, mas acertando cestas nos momentos decisivos, apesar da perda inacreditável de 18 lances livres (23/41), muitos por conta de sua melhor jogadora, Sabally, seriamente contundida em seu predominante ombro, e que o viu ser magoado por diversas vezes em despretensiosos contatos, num dos quais, por pouco, não aconteceu uma cena de “perturbação da ordem”, contornada com faltas técnicas e antidesportiva, mas sem fugir dos princípios éticos do jogo…
Importante afirmar que, a presença icônica dessa jogadora em quadra, numa situação real de entrega a uma equipe apenas razoável, mas que com sua presença dominante nos rebotes, na armação e nas conclusões, gerou um poderoso bônus que, ao final da refrega, deu às alemãs a classificação olímpica…
Do nosso lado, erros crassos nos passes, na condução de bola, e principalmente na escalação da equipe, quando uma segunda pivô Stephanie, com 2:04 m, foi atuar fora do perímetro, quando se atuasse permanentemente próxima da Kamilla (2:01m), assessoradas pela também muito alta Damiris, lá dentro da cozinha adversária, sem dúvida alguma equilibrariam e até superariam as grandes defensoras alemãs, sem a menor dúvida. Mas isso é outra história, triste história, pois para que tal atitude técnico tática ocorresse, teriam de ser ensinadas, preparadas e treinadas para ali atuarem, de preferência desde a base, por professores e técnicos conhecedores e preparados didática e tecnicamente para assim proceder, nos mínimos detalhes possíveis, em constante ligação com armadoras que realmente conhecem a arte de fazê-lo, e não como definidoras em bandejas severamente bloqueadas pelo gigantismo defensor, ou arremessos inconstantes e desregulados de três pontos,sempre contestados, ansiados quase como uma prece, por estrategistas de ocasião e analistas equivocados…
Enfrentamos três equipes que jogaram dentro de nossa defesa, explorando-a, pendurando-a, dominando preciosos rebotes ofensivos, e arremessando de curta e média distâncias, onde os valores estatísticos superam em muito os de longa distância, e que mesmo assim, tentaram com algum sucesso suas benditas e complementares bolinhas, porém jamais considerando-as como prioridade de jogo…
Algo, no entanto chamou a atenção nessa competição, a presteza no condicionamento físico de nossas três adversárias, atléticas, enxutas, bem preparadas e condicionadas para uma competição de tiro extremamente curto como essa, em confronto desigual com uma equipe inferior nos fundamentos básicos, porém bastante alta, mas fragilizada em sua condição física e atlética, onde o excesso de peso era tristemente flagrante em algumas jogadoras, algumas das quais sequer jogaram, numa inconcebível falha convocatória para um torneio de tal dimensão…
Concluindo, urge em caráter absolutamente prioritário que se reformule o ensino do grande jogo desde a base, através um bem estudado e escalonado projeto, onde o condicionamento técnico, principalmente nos fundamentos, seja administrado por reconhecidos professores e técnicos, meritoriamente preparados, e não alçados por influentes Q.I.s, como de praxe, num movimento que reencontre os caminhos que fizeram do basquete feminino um orgulho para o desporto nacional…
Muito ainda poderiamos discorrer sobre esse jogo, mas peço licença para não ir além, pois nada mais constrangedor do que a repetição de algo que se nega a evoluir, se apegando como náufrago a uma única boia disponível. Dessa forma, afundam todos, sem comiseração, inclusive dos deuses…
Amém.
Fotos – Reproduções da TV e da divulgação FIBA. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.
Ontem perdemos um jogo que poderia ter sido vencido, se dispuséssemos de um mínimo de conhecimento tático no aspecto coletivo, e visão estratégica em alguns e importantes momentos do jogo, fator este explorado cirurgicamente pela técnica sérvia, mesmo quando acuada no marcador, provando na prática o que teimamos demonstrar na prancheta,,,
No aspecto tático a equipe sérvia se utilizou de uma dupla armação, liderada por uma jogadora, Anderson, veloz, pequena e esguia, porém de uma lucidez aguda e oportunista, de drible fácil e fintas desconcertantes, defensora implacável, emoldurando uma qualidade de passe dentro do preciso modelo da escola de onde advém, a base americana, com suas schools, colleges and universities, distribuindo e colocando suas companheiras em condições de jogo, explorando ao máximo suas pontuações, além da própria, com seus decisivos e marcantes 30 pontos!!
Estrategicamente, dispôs a excelente técnica, suas pivôs nas posições onde mais rendiam, principalmente a canhota Stankovic, com seu jogo milimétrico e coletivista bem no miolo da defesa brasileira, fazendo duplas e muitas vezes trincas com suas companheiras dentro do perímetro, enquanto do lado oposto, nossas jogadoras abriam em leque em torno do perímetro externo. para “aplaudir”, ou mesmo “torcer” para que uma de nossas pivôs. solitariamente, enfrentasse a sólida defesa sérvia. ou servisse uma delas para o salvador arremesso de três (foram 6 em 31 tentativas- 19,4%). A boa comentarista e ex -armadora da seleção brasileira, Helen, lamentava pesarosa, que em nenhum momento de tais jogadas, uma companheira cruzasse ou auxiliasse a pivô cercada e pressionada pelas sérvias, tornando a conclusão da ação profundamente contestada…
Mesmo perante um desfecho nada improvável de vitória brasileira, apesar dos enormes erros diretivos, a equipe sérvia fez jogar a Anderson por 35:34min, exigindo da mesma seu esforço máximo, pois esse papo de minutagem bastante aplicado em nosso país, sempre soou falso para mim, ainda mais quando está em jogo uma classificação olímpica,..
E para fechar o número de equívocos, continuamos a tentar arremessos de três com o placar a 3, 4 pontos de diferença, quando de 2 em 2, e 1 em 1, poderíamos, inclusive, obter pontos preciosos e vencedores, mas para tanto seria necessário que nossas jogadoras fossem ensinadas a atuar dentro do perímetro (como ensiná-las se não tem quem as ensine?), onde os deslocamentos e precisos passes abrem espaços preciosos para as conclusões de curta, e até médias distâncias, e não esses imprecisos, aventureiros e midiáticos tiros de fora, ineficientes ante os de dentro do perímetro, que são aqueles que vencem jogos, fazendo dos longos um complemento, e não um sistema básico de jogo…
Daqui a pouco enfrentaremos a Alemanha, que como toda equipe europeia é alta, forte e atlética, e por conseguinte, veloz e resistente, o que a torna perigosa e determinada, afinal, a vencedora desse jogo carimba o passaporte para Paris…
Já nem peço nada aos deuses, somente sugiro que tente iluminar a mente de nossos luminares estrategistas, o que, tenho de reconhecer, é difícil pacas…
Amém,
Fotos – Reproduções da TV. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las.
Por se tratar de um jogo de seleção brasileira, saio do mutismo que vem progressivamente me assaltando, frente a medíocre realidade do nosso indigitado basquetebol, prisioneiro e vítima de uma sistematização técnico tática e formativa, que tem, inexoravelmente, nos lançado no limbo de um colossal buraco, exaustivamente por aqui discutido há décadas, dia a dia, mês a mês, ano a ano, sem uma resposta, por tênue que fosse, no enfrentamento de uma chaga, cada dia mais difícil de ser curada, face às equivocadas lideranças até aqui escaladas para orientar o grande jogo por um caminho evolutivo e libertador de uma mesmice endêmica que, fatalmente, nos privará de voltar a pertencer ao restrito rol dos líderes do grande jogo no cenário internacional…
Jogou a seleção feminina no pré olímpico de Belém, e perdeu para uma Australia longe das qualidades que a tornaram campeã mundial, mas que ainda se mantêm qualificada nos fundamentos básicos, e numa postura físico atlética de altíssima qualidade, enxuta, frente a uma seleção pátria fragilizada em seus fundamentos, tanto individuais, como coletivos, e primando com algo constrangedor, uma forma física deficiente, e em muitos casos raiando a obesidade, restritora da velocidade e da capacidade saltadora e defensora, assim como da resistência necessária a uma competição olímpica, onde, dentre os dezesseis membros que compõe sua comissão técnica, nenhum deles é um nutricionista, certamente o profissional de maior importância num plantel que prima pela robustez excessiva, e mesmo assim sob um projeto a médio prazo a ser desenvolvido mesmo longe da seleção, e que caso não fosse levado com seriedade, privaria as jogadoras de posteriores convocações…
Some-se a tal precariedade, com os contumazes erros nos passes, nos dribles, nos arremessos, nos rebotes e na postura defensiva, e teremos
um fiel retrato do que aflige nossa esforçada seleção…
Se olharmos o jogo pelo ângulo técnico, podemos atestar com precisão quão inferior ela se portou nos embates mais decisivos, nos rebotes, onde a flexibilidade e atleticismo australiano superou nossa robustez nos mais decisivos momentos, mesmo possuindo jogadoras de mais de 2 metros em quadra, que se viram bloqueadas, inclusive nos arremessos, e pela marcação frontal, somente factível por jogadoras atleticamente superiores, mesmo não sendo as mais altas…
No plano tático, ainda teimamos jogar com as cinco abertas, projeto somente vencedor através armadoras velozes e aptas fisicamente, os mesmos princípios para as pivôs, e uma ou outra ala melhor dotada daquelas valências, como foi o caso da valente Leila, que soube enfrentar as australianas de igual para igual. Nossas pivôs são muito altas, muito jovens, e o mais instigante, pouco atléticas, tornando-as menos velozes e mais suscetíveis a embates físicos mais exigentes. Enfim, uma seleção que tem a obrigação de ser melhor e convenientemente preparada nos fundamentos e no controle atlético e alimentar, fatores que, se bem planejados, substituirão com apreciável folga, as midiáticas e absurdas pranchetas, ainda mais a 00,9 segundos do final do jogo, num inacreditável apêgo a mesma…
Quem sabe logo mais contra a Sérvia, no jogo mais importante nessa competição, possamos evoluir taticamente, pois tecnicamente a balança não ajuda…
Que um deus de plantão possa nos ajudar, quem sabe,,.
Amém.
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Tenho assistido alguns jogos do NBB e da Liga Américas, uns poucos da NCAA e um ou dois da NBA e do europeu, além de raríssimos assuntos publicados sobre o grande jogo, na escassa “mídia especializada” que cobre o nosso indigitado basquetebol…
No entanto, tenho publicado cada vez menos sobre o que vejo e testemunho, por conta do brutal impacto de uma mesmice endêmica que aos poucos, cirurgicamente, vem corroendo o cerne de uma modalidade que um dia foi grande, imensa na preferência de um povo cada vez mais ausente dos ginásios, trocando-a por outras mais medalháveis, midiaticamente mais palatáveis, comercial e economicamente…
Doloroso é assistir um “NBB que você nunca viu”, com jogos acumulando inacreditáveis 45 erros de fundamentos (Franca x Vasco), e 43 (Franca x Brasília), num campeonato com média de erros de 28 por jogo, bastando conferir nas estatísticas dos jogos, editadas pela Liga. Já nem toco mais no fator artilharia de fora, hábito para lá de cristalizado na maioria de nossos jogadores, convictos que estão na liderança mundial desse difícil fundamento, exclusivo de muito poucos altamente especializados jogadores,,,
Mais doloroso ainda, é a constatação final, de que, enfim, atingimos o prana técnico tático do grande jogo neste imenso, desigual e injusto país, quando as seleções nacionais de todas as categorias professam o mesmo sistema tático, imutável, rígido, atreladas a influência direta e coercitiva de fora para dentro da quadra, encordoadas tal como marionetes, por técnicos, estrategistas, sei lá o que representam, decidindo a cada ataque o que e como fazer jogadas pseudas e exaustivamente treinadas, o que é uma deslavada mentira, e sim fazer acontecer os toques geniais através as “pranchetas que falam’, com seus ininteligíveis garranchos e desconexos rabiscos, expostos e jogados na cara de incrédulos jogadores, e mais incrédulos ainda incautos telespectadores, num português eivado de “eu quero”, “exijo”, noves fora os palavrões, assim como num inglês e num portunhol de araque, por conta dos muitos estrangeiros contratados pela maioria das equipes, levados a crer por inacreditáveis comentaristas, estarem testemunhando uma obra de arte criativa, quando na dura realidade testemunham um colossal e irresponsável embuste…
Embuste Paulo? Sim, embuste, porque numa mísera e primária observação, nota-se, com clareza, que os jogadores estrangeiros e a maioria dos nacionais, pouco atentam, e mesmo compreendem as mensagens, brilhantemente expostas nas mágicas pranchetas e no discurso anárquico e irreal que ouvem com postura blasé, quando ouvem…
Somemos a todo esse horror, às atuações hilárias e circenses dessa turma ao lado das quadras, querendo jogar no grito, bailando e correndo por todo o tempo de jogo, como que cercando galinhas, inclusive coagindo arbitragens, insuflando torcedores, forçando mostrar trabalho e empenho, num esforço que deveria ocorrer exclusivamente no treino, que dissociado de plateia, nada soma de apelo mercadológico, mas que no frigir dos ovos, é o definidor de lideranças, o verdadeiro motor na construção de uma equipe de verdade, e não esse circo que aí está…
Mas é o “basquete que você nunca viu”, onde a emoção comanda o espetáculo, mesmo que a técnica fique comprometida, apesar dos 16 argentinos, e muitos americanos, que não estão nem aí para os gênios das pranchetas, fazendo o que querem nas quadras, abiscoitando seus dólares,e inclusive agora dando início ao premio “craque do jogo”, mesmo perdendo o jogo, bem ao gosto do que fazem na matriz, que de há muito tenta transformar um jogo sofisticado de conjunto, numa reles competição individual, onde a proliferação do jogo de apostas encontra seu provimento maior, fator esse que nos trará enormes contratempos, que um breve futuro nos dirá. Então, como defini-lo, como?…
Basta observarmos os quintetos iniciais, com cada vez mais estrangeiros que nacionais, num lesa-pátria que preenche a vaidade de muitos estrategistas, ostentando o palpável fato de comandar americanos e argentinos, arranhando guturalmente seus idiomas, o que muito pouco importa, frente a realidade de que não estão nem um pouco preocupados com tão ínfimo pormenor, fazendo o que querem no campo de jogo, afastados que se colocam frente ao que presenciam vindo de rabiscos pranchetados e “instruções” numa língua estranha, para logo improvisarem ao seu bel prazer e vontade, preferentemente entre eles próprios, num arremedo de clube do bolinha lamentável…
Todo este impacto sócio, técnico cultural nos coloca de frente com uma situação de transcendental importância, nossas seleções em busca de uma classificação olímpica, suas convocações, treinamento e preparação técnico tática, pois se fundamentadas pelo que realizamos em nossas ligas, pouco, ou nenhuma chance teremos naquelas competições, e o pior ainda, nada, absolutamente nada legaremos aos mais jovens, frente a dura realidade do que vem praticando desde sempre, um basquetebol anacrônico, fundamentado na desenfreada chutação de fora, inclusive por seus pivôs, e pela mais completa ausência de sistematização tática ofensiva e defensiva, posicionamento estratégico frente à realidade do basquete praticado por países que, de forma geral, priorizam os fundamentos em sua formação, da base a elite, sem exceções…
Até quando daremos provimento e cobertura a esse autofágico festim, até quando? Estamos no limiar da impossibilidade da volta ao bom senso, sacramentando a debacle final, negando às futuras gerações uma saída honrosa, digna de nossa tradição vencedora de três mundiais e quatro medalhas olímpicas, em tudo e por tudo oposto ao que vimos e testemunhamos nas três últimas décadas, onde a qualidade e o mérito se fez refém da mediocridade e do oportunismo atroz e mercadológico…
Sinto e pressinto uma enorme vontade de parar, diria mesmo, de bater em ferro de ponta, e só não o fiz por honestamente acreditar que exista ainda uma tênue e fugidia nesga de luz no final desse infindável buraco em que lançaram o grande jogo, vivido em sua imensidão por minha geração em mais de seis décadas, o qual vejo fenecer por baixo e esmagado por abomináveis e ridículas pranchetas e canetas hidrográficas, discursos inócuos e ilógicos, estertorando na vontade final de ver renascer a inteligência e o verdadeiro amor por seus valores de grande, grandíssimo jogo, daqueles que o mereceram e ainda o merecem de verdade.
Que os cansados e extenuados deuses nos protejam e ajudem no legitimo anseio de podermos enfrentar essa engessada turminha no campo de jogo, onde as verdades verdadeiras sào ditas e postas de frente, e não essa enganação corporativada que aí está…
Amém.
Em tempo: Quem sabe poderíamos ter tempo de nacionalizar uns dois argentinos e outros tantos americanos para disputar a vaga olímpica, no que seria o sonho dourado da turma que se apossou do destino do grande jogo entre nós. Que tal?
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Paulo Murilo Ainda me restam poucos suspiros Broca, que logo cessarão…
Lauriberto Brocco Broca os meus cessaram há algum tempo. Respeito todos, porem como nao concordo, nao vou ficar batendo em ponta de faca, caio fora, até por que estou com problemas de saude.
Paulo Murilo Vai passar Broca, vai passar, e ao final não ha mal que sempre dure, Saúde Broca.
Paulo Murilo Sem duvida alguma é um assunto dificil e árduo de tratar, mas é preciso ser encarado de frente, ao preço que for. Quem sabe Vendramini, acordem a tempo de ajudar o grande jogo a se soerguer dessa ruina reinante. Um abraço para você.
Comissão completa, a mesma que se anuncia como a mais gabaritada neste imenso, desigual e injusto país, dona de um QI monumental, a tal ponto que irradia às divisões inferiores toda a sua pujança e sabedoria, dando as cartas de como instituir toda uma programática formativa, da técnica ao condicionamento físico, da administração a gerência multidisciplinar, de como formar gerações de incautos jovens, mas claro, claríssimo, formatando-a, padronizando-a e globalizando-a, como sendo o ápice glorioso do soerguimento do grande jogo tupiniquim…
“É mentira Terta, é mentira? Claro que não Pantaleão”…
Desculpe dizer, é a mais abjeta mentira que aos poucos, infelizmente a conta gotas, sutilmente despenca por nossas esperanças em dias melhores, cada vez mais próximos da pá derradeira de cal em seu insepulto cadáver…
E com uma instigante novidade, o revezamento de prancheta, numa astuta delegação de comando, no momento em que a vaquinha deitou (copyright Zé Boquinha), numa atitude evasiva às responsabilidades do cargo. Lamentável…
Já escrevi e postei às toneladas a respeito neste humilde blog, não só sobre seleções nacionais, como de todo basquetebol de base, onde, indignado com tanta empáfia e equivocados posicionamentos técnico táticos, ignorância didático pedagógica, o vejo sofrer e agonizar irremediavelmente…
Sinto anunciar pesaroso que Consumatum Est, C’est fini, Finito, Acabado, The end, faltando só a cremação do grande jogo, pequeno para essa gente que simplesmente não sabe o que faz, ou lá no fundo,bem o sabem…
Infelizmente me vi obrigado a testemunhar este desastre, mudando, inclusive, de canal no Youtube, preferindo um site chileno, comedido e justo, aos estertores nacionalistas e ufanistas de uma turma que pode saber algo de outras modalidades, mas de basquetebol…
Não devo me estender mais, bastando postar duas imagens e uma planilha final, testemunha de tudo aquilo que dolorosamente expús “exaustivamente” por mais de 50 anos dentro das quadras, e 19 anos de Basquete Brasil, tendo mais dolorosamente ainda uma triste certeza, a de errar muito pouco, cada vez menos, que se por um lado me torna mais e mais confiável, por outro, cada vez mais triste por não me ser permitido ajudar de verdade o soerguimento do grande, grandíssimo jogo, neste imenso, desigual e injusto país, vítima eterna da politicagem e do autofágico e desumano QI institucionalizado…
Amém.
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Porém, temos de ir em frente, até quando pudermos, e os deuses permitirem.
Quanto ao desafio proposto, creio que que não somente você, mas todos aqueles que realmente amam e entendem o grande jogo, saberiam listar muitos bons e relegados jogadores, veteranos ou não, que reunidos formariam não uma, mas varias equipes de excelente nivel, se bem treinadas e ensinadas por técnicos, e não estrategistas de ocasião.
Obrigado pelo seu permanente apoio e consideração, o que muito me incentiva a continuar na luta. Um abraço, Paulo.
Um abraço, Paulo Murilo.