O (VERDADEIRO) MOTO CONTÍNUO…

Bem pessoal, agora que começam a pairar por sobre o mundo do grande jogo as nuvens carregadas e sombrias de um novo “seis por meia dúzia ao inverso”, custa nada voltarmos um pouquinho atrás para alguns artigos aqui publicados, e inclusive sugerindo uma quarta (hoje seria uma terceira) via para a sucessão na CBB, no estratégico momento em que se inicia mais um ciclo olímpico, muito mais importante para nós, já que os próximos Jogos serão realizados no Rio de Janeiro. Para que não nos esqueçamos de nossas responsabilidades frente a omissões imperdoáveis, decisivas e possivelmente definitivas, ai vai recapitulada toda uma sombria e velada novela, que nos ameaça com um devastador replay. Leiamos e nos conscientizemos que tudo o que advirá daqui para frente é de única e exclusiva responsabilidade dos basqueteiros desse país, pelo menos aqueles que se definem como tal.

Vamo lá então:

 

CRONOLOGIA DO ESQUECIMENTO (OU, RECORDANDO)…

sexta-feira, 19 de novembro de 2010 por Paulo Murilo

 

Pululam na rede comentários anônimos e raros não anônimos sobre as estripulias da administração central do nosso basquete, suas audaciosas manipulações, conluios políticos e parceiramentos excusos, além, muito além de um continuísmo para lá de escancarado, antiético e espúrio.

E os clamores se avolumam em cobranças ante a passividade consentida de federações e seus dirigentes, como se novidade fosse, apontando para a passividade e omissão da imprensa oficial e blogueira, como se todos fossem cúmplices do que ai está, cristalizado, ciclopicamente concretado, indelevelmente incólume.

Mas não é bem assim caros e camuflados críticos, ávidos em enumerar situações e comportamentos “agora descobertos e proclamados” em suas inéditas conclusões, esquecendo que da aceitação à constatação de um fato histórico, um tênue e capilar fio condutor tem de ser levado em prioritária consideração, o pleno conhecimento de seus antecedentes.

E são estes antecedentes, interesseiramente(?) omitidos e escondidos pelos que hoje cobram ações e atitudes, que passo a cronologicamente refrescar seus humores e cobranças, antítese de como sempre se comportaram, sob a proteção velada e pusilânime do anonimato.

Lembremos então:

GREG, CHAK & CARL… (12/11/08)

A ACLAMAÇÃO… (21/11/08)

EMERGINDO DAS TREVAS…(26/11/08)

GREG, CHAK & CARL II…(28/11/08)

A LUTA POSSÍVEL…(9/12/08)

RETORNANDO…(13/12/08)

O ÁS DE MANGA…(16/12/08)

A QUARTA VIA…(14/01/09)

PORQUE A QUARTA VIA?…(18/11/09)

SABE?…(25/01/09)

TROMBETEANDO O DESFECHO…(28/01/09)

RÉQUIEM PARA UMA ELEIÇÃO…(01/02/09)

MERITOCRACIA…(06/03/09)

GREG, CHAK & CARL, A FARSA…(14/04/09)

O PROFISSIONALISMO…(16/04/09)

MESMICE INC, LTDA…(19/04/09)

O CARA…(21/04/09)

É HOJE QUE…(04/05/09)

O PRIMEIRO DIA…(05/05/09)

E não ousem e nem venham mencionar posicionamentos lastreados pelas pérfidas e covardes sombras do anonimato, pois dezenove deles( entre muitos) ai estão acima, devida e lidimamente assinados por mim. Porque não fazem o mesmo, não assumem a luta aberta? O basquete, o nosso triste e mal tratado basquete, agradeceria suas embasadas, comprometidas e responsáveis adesões, se reais e seriamente o são.

Amém.

Foto – A ideal terceira via ante um retorno devastador. Clique na mesma para ampliá-la.

A MILENAR ARTE DO BLEFE…

Foi uma jogada de mestre, mestre no blefe, mestres que são desde que se aventuraram nos novos mundos na busca de riquezas, terras, súditos e poder. Não à-toa ainda professam a realeza, com pompas e circunstâncias.

Seus jornais festejam o resultado, que de alguma forma incrementa um sopro de otimismo num país destroçado pelo desemprego e economia pré-falida, afinal, uma medalha de prata olímpica nestes tempos de arrocho não pode ser desprezada, ou substituída por uma de bronze, menos midiática.

Mas como mascarar uma intenção de conhecimento de todos, de forma velada  ou mesmo transferi-la a um adversário que também se beneficiaria da derrota, a não ser através de um bem estruturado blefe?  Foi o que ocorreu.

            Começou de forma arrasadora, com seus titulares em pleno, atacando e defendendo com vigor e precisão, num primeiro quarto exemplar, de 26 x 17. Perto do final deste quarto, o técnico da seleção brasileira iniciou um rodízio inesperado, com a inclusão do Raul e do Caio na equipe, assim como o Larry, concorrendo para a ampliação do placar até o fim do mesmo.

Até aquele momento, ficou parecendo ser a equipe brasileira a responsável pela diferença negativa no placar, que a favorecia numa classificação eximindo-a de enfrentar os americanos numa possível semi final, que era também o objetivo espanhol a ser atingido….

No segundo quarto, mesmo com as equipes bastante alteradas, somente três pontos as separaram, em 21 x 18 a favor da brasileira, num parcial de 44 x 38 para os espanhóis.

Voltam os europeus com tudo para o terceiro quarto, menos na clara ausência de contestações aos arremessos de três, gerando um planejado equilíbrio no marcador, que foi de 22 x 19 para eles nesse quarto, ao mesmo tempo em que começou a arrefecer seu poderoso jogo interior, face a enérgica defesa dos reservas brasileiros ávidos na mostra de serviço, e por isso mesmo inconscientemente se contrapondo a uma derrota sutilmente manipulada e até desejada pela direção da seleção. Configurou-se então o perfeito blefe, aquele que responsabilizava o grande empenho dos reservas brasileiros, face aos desgastados titulares espanhóis, a improvável vitoria, quando até uma autêntica dupla armação e um triplo jogo de alas pivôs foi empregado nos três minutos finais da partida. O placar de 25 x 10 para a equipe brasileira, por si só conota a falência espanhola, mas não explica o fato de num espaço de dez minutos uma equipe tão poderosa e experiente perder por tanta diferença no quarto, a não ser que tal resultado a beneficiasse desde sempre.

Mas porque blefe, e num jogo de tal categoria internacional?

Blefe por tentar transferir totalmente a responsabilidade de uma derrota ao adversário também desejoso de perder, dando a idéia de que jogava para valer, e que somente uma atuação inesperada e previsível por parte de jogadores desejosos de provar o que valem, por participarem pouco ou quase nada nas rotações de seu adversário, culminaria numa produção vitoriosa, e para tanto concentrou nos minutos finais da partida uma falência defensiva sem tempo hábil à vista de todos para responder em pontos, e em conseqüência vencer um indesejado jogo.

A equipe brasileira jogou com correção técnica e tática, mas não atuou com sua equipe básica, inclusive poupando sua grande estrela, ao contrario da espanhola, que atuou completa e agiu na hora que lhe interessava perder, quando já havia plantado o álibi da inesperada e surpreendente eficiência dos suplentes brasileiros desejosos de se estabelecerem positivamente no âmbito de sua equipe.

Enfim, os espanhóis não desejavam e não queriam vencer, e atingiram seu objetivo, assim como os brasileiros não conseguiram perder mesmo atuando com suplentes, numa prova cabal de que o ideal de Coubertain de muito já deixou de ser levado em conta e consideração.

Tratemos agora de buscar a classificação vencendo os hermanos para começar, deixando a cor da medalha aos desígnios de um destino manipulado e falso por definição, pois o ouro, sem manobras e desídias, creio já ter um dono.

Amém.

Fotos – Reproduções da TV. Clique nas mesmas para ampliá-las.

Em tempo – As fotos mostram as varias etapas do jogo, indo da efetiva atuação ofensiva interior da equipe brasileira, à entrada de seus suplentes, assim como a ação também interior dos espanhóis e posterior ausência de contestações nos arremessos exteriores dos brasileiros, num explicito afrouxamento defensivo, até que nos minutos finais, após investidas efetivas de seus pivôs abre sua defesa em definitivo, inclusive à enterrada final do Spliter.

QUEM FAZ UM CESTO, FAZ UM CENTO…

Paulo, nada sobre a Iziane? Nada sobre o IOB (Instituto Olímpico Brasileiro)? Está perdendo a forma?

Caramba, não exagera cara, já publiquei tudo que teria de publicar sobre esses assuntos, não preciso ficar batendo em ponta de faca, tenho mais o que fazer.

Mas, para não deixar seus questionamentos pendurados na broxa, acesse os dois links abaixo, e acredito que atenderei suas criticas. Vamos lá:

http://blog.paulomurilo.com/2010/01/02/a-condicao/

 

http://blog.paulomurilo.com/2007/09/24/o-triste-deserto/

 

O primeiro artigo define sob meu ponto de vista, toda uma situação que deveria ter sido equacionada levando-se em conta um único fator, a ética desportiva, nada mais do que isso, a ética e seus princípios reguladores do comportamento básico do desportista.

O segundo descreve e demonstra a imensa distância que separa o discurso pretensioso e hipócrita da lamentável realidade do nosso “olimpismo”. Organizar um Instituto Olímpico Brasileiro, para preparar treinadores de alto nível, sem a base bibliográfica fundamental e cientifica (para desportistas, e não paramédicos…) cheira a mais um cabide de empregos para alcólitos e aspones que circundam o poder do desporto (?) nacional. Mas lembrando as palavras do meu velho pai e grande causídico (e não advogado bissexto…), “cada povo tem o governo que merece”. Mas lá no fundo somos culpados e cúmplices desse tenebroso carnaval. A omissão libera a existência de tudo isso, lamentável.

Amém.

OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA A FAMILIA 4 …

‘Spider’ perde a paciência, xinga Sonnen e garante: ‘Ele vai apanhar como nunca’

Rio –  A paciência de Anderson Silva parece ter acabado. Depois de ouvir muitas provocações do rival Chael Sonnen, o campeão dos médios perdeu a compostura e criticou fortemente o americano. Os dois disputam o cinturão no UFC 148, no dia 7 de julho.

Demonstrando estar cansado das provocações, ‘Spider’ decretou: “A falação acabou, a brincadeira acabou. Esse cara nunca mais falar m… de um lutador“.
O brasileiro continuou e xingou o rival de “marginal” e “imbecil”.

“Esse cara é um marginal, é uma escória do esporte. Esse cara não merece estar no UFC. É um cara que teve problema com doping, com a Justiça. Esse cara é um imbecil, e no dia 7 eu vou acabar com ele”, gritou durante conferência por telefone.

Sonnen escutava os insultos e surpreendentemente não reagiu. Sobre a luta do próximo dia 7, ‘Spider’ prometeu a vitória e garantiu que “vai quebrar o Sonnen por inteiro”.

“Eu vou bater nele de novo. Não tem muito o que ficar falando. Acabou a brincadeira. Ele vai apanhar como nunca apanhou. Tudo o que ele não apanhou da mamãe e do papai, ele vai apanhar de mim para aprender a respeitar o país dos outros. Por baixo, por cima, de lado, de pé, ele vai apanhar de novo. Ele vai engolir todos os dentes da boca dele. Muita gente vai ficar assustada com o que vai acontecer. Estou dedicado, preparado e designado a fazer algo que ninguém nunca fez no UFC: quebrar o Sonnen inteiro. Ele vai ficar com os braços quebrados, as pernas quebradas. Não vai conseguir sair sozinho do octógono”, atacou. (O DIA, em 25/6/2012).

Com um portfólio desse nível, todos ligados na TV, pois melhor programa para a família, impossível, ainda mais quando o nosso ícone campeão sugere a inclusão da disciplina MMA nas escolas, e como aula prática de como quebrar um adversário por inteiro, testemunharemos o enorme alcance deste exemplo na educação de nossos jovens, num espetáculo edificante e exemplar.

No fundo, no fundo, creio que merecemos tudo isso

Amém.

Foto – EFE. Clique na mesma para ampliá-la.

BLOOD SUNDAY…

Na edição de domingo (25/3/12), o jornal O Globo enfim assumiu o MMA como campanha prioritária na implantação desse “esporte” no país, com 4 matérias dispostas em vários cadernos da mesma:
– No primeiro caderno, uma publicidade em duas páginas do reality show The Ultimate Fight Brasil (foto).

– No segundo caderno, uma reportagem de página inteira sobre o lutador Minotauro (foto).

– No caderno Saúde & Bem Estar, testes médicos para melhoria cardiorrespiratória dos praticantes de artes marciais (foto).

– Na Revista de TV a reportagem “Eles não fogem à luta” (foto).

Fazendo coro à declaração do lutador Anderson Silva em entrevista na TV, de que seu maior sonho é ser considerado referência dos jovens brasileiros, alinha-se a grande organização na busca desse objetivo, para em breve futuro tornar e sedimentar a população jovem desse infeliz país, praticante e entusiasta da violência como objetivo de vida, tendo como exemplos os “gladiadores do terceiro milênio”, definição dada pelo divulgador máximo do outro “esporte” maciçamente patrocinado pela organização, a F-1.
Então, o que poderemos esperar de preparação desportiva de nossa juventude, nas escolas, nos clubes, nas universidades, visando uma educação plena em saúde, nas artes, nas disciplinas acadêmicas, até mesmo nas representações em 2016, indo além dessa etapa, visando um futuro melhor, fruto de uma educação plena e justa, e não sob a sombra de uma era onde homens eram lançados em arenas para se degladiarem em combates cuja única finalidade era a da submissão pela força e contundência física, hoje recriada sob a máscara de uma deformada visão do esporte, de uma mais deformada ainda visão de vida?
Por que não abrir espaços para colunas de basquete, vôlei, futsal, natação, handebol, atletismo, ginástica, judô, em vez de atividades mascaradas de esporte, com toda sua cruel realidade? Por que?
Blood Sunday, triste assim…
Amém.

Fotos-Reproduções. Clique duplamente nas mesmas para ampliá-las, e acione Ctrl-Shift-+ para ampliá-las ao máximo.

QUE SEMANA…

Foi uma semana desgastante, com uma tonelagem de jogos, na maioria das vezes decepcionantes. Mas antes de falar um pouco dos mesmos, algo tem de ser dito sobre a nossa irrefreável tendência (?) de transformarmos noviços em cardeais da noite para o dia, colocando-os na restrita faixa da genialidade, senão vejamos essa declaração:

(…)“Para mim isso é um motivo de muito orgulho e muita responsabilidade. Apesar da minha idade, me considero um técnico preparado para assumir o cargo porque só trabalhei com bons técnicos no Paulistano e nas seleções que estive. O Paulistano me deu todas as condições de fazer cursos, clínicas e me preparar para esse momento. Isso tudo é fruto de um trabalho”, disse o técnico ao site da CBB(…)

Como vemos, sua escolha ao cargo máximo que um técnico pode almejar, não foi o resultado de anos e anos de prática e reconhecimento majoritário nas mais diversas divisões, e sim pelos argumentos que ele próprio menciona na declaração acima, e o mais emblemático, indicado pelo técnico Magnano e pelo diretor técnico Vanderlei, onde um, estrangeiro contratado para dirigir a seleção olímpica, e outro, recente ex-jogador, numa função que revelou estar lá para aprender (declaração feita em sua posse no cargo), definem e decidem o quem é quem no basquete brasileiro, ante a passividade e silêncio dos demais técnicos , enclausurados em suas zonas de conforto e descompromissados do associativismo básico e fundamental para o soerguimento do grande jogo no país, posicionamento chave, se assumido, e bem ao contrário dos técnicos do país que nos tomou a dianteira  e primazia na America do Sul, onde, em hipótese alguma, um técnico brasileiro poderia agir como o campeão olímpico o faz em terras tupiniquins.

Somente espero que a tendência convergente da equipe que dirige no NBB4( no recente jogo contra Bauru, entre outros tantos, o Paulistano cometeu um 17/26 nos arremessos de dois pontos, e 13/33 nos de três…), não seja transposta à seleção, no que seria mais um capítulo da tragicomédia em que vem sendo transformado o basquete nacional.

E para deixar muitos de nossos técnicos de água na boca, alguns inclusive se sentindo redimidos de seus “conceitos” de jogo, assistimos incrédulos o maior (já que compresso num mata-mata devastador) desfile de bolinhas de três visto e assistido em cadeias nacionais dos irmãos do norte, pela maioria esmagadora das 64 equipes intervenientes no célebre March Madnesss da NCAA. No entanto, classificaram-se para as quartas de finais, o Sweet Sixteen, aquelas equipes que jogaram preferencialmente dentro do perímetro interno, com um, dois e até três homens transitando velozmente junto às cestas, provando de forma definitiva que bolinhas de três, midiáticas, empolgantes e endeusadas, não levam as verdadeiras equipes às finais, pois ainda veremos no Final Four aquelas que salomonicamente transitarão entre o jogo externo e interno, e que de uma forma geral, se aplicarão defensivamente, fora do perímetro. À partir de quinta feira aferiremos a veracidade desse posicionamento.

Finalmente, num jogo que nos foi privado após alguns minutos de iniciado, entre as equipes de Uberlândia e Flamengo, por um de tênis, onde dois estrangeiros se pulverizavam a golpes de tacape, bem a gosto de quem não ama jogos coletivos, mas adora a “gemeção orgástica” de alguns e muitas jogadoras, num desrespeito acintoso e desleal a muitos e muitos pagantes de um canal a cabo, que de forma alguma poderia agir como agiu pelo fato de ter chovido em Indian Wells, e somente retomando o basquete nos minutos finais de uma prorrogação, na qual, e por mais uma vez, ante uma diferença contra de dois pontos, preferiu o jogador Collun de Uberlândia afetuar dois dos três arremessos sucessivos e finais dos três pontos, quando havia tempo suficiente para uma escolha junto à cesta, através uma penetração sua, ou um passe a seus pivôs, levando o jogo para uma segunda prorrogação. Mas não, a “filosofia” implantada que contradiz a conceituação científica e matemática de que arremessos de dois são mais precisos que os de três, tem de ser prioritária junto a um basquete aventureiro e descompromissado com a precisão e a técnica.

Nada pude ver sobre a Liga América porque não tenho a Fox Sports, assim como a Liga Feminina, que desisti por enquanto para não me estressar de raiva.

Mas lá no fundo, ainda guardo uns rasgos de esperanças em dias melhores para o grande jogo, não só entre eles, mas entre elas também…

Amém.

Fotos-Sites UOL, NCAA, CBB. Clique nas mesmas para ampliá-las.

(L)INSANIDADE…

Assino dois jornais, O Globo e a Folha, prerrogativa de aposentado com um pouquinho mais de tempo para vastas leituras. Mas penso seriamente em desfazê-las, pois muito pouco de esportes elas contem (futebol não conta…). Política e Mundo podem ser acessados pela Internet, e Arte também. O duro é você bem cedo abrir o jornal na sessão de esportes e dar de cara com a sensação do momento em ¾ de página, o Lin de New York.

Paulo, é noticia de basquete! Mas que basquete é esse, que para ver um jogo ao vivo, como gosto e sempre gostei, tenho de dar um pulinho até a Big Apple, fora as roupas de lã, hotel, botas forradas e…dólares no bolso. Isso, dólares, que é a moeda que os Lebrons e Dwaines da vida ganham aos montões, mas eu, como professor os tenho muito poucos, e mesmo assim, se tiver de gastá-los o farei para visitar o filho caçula que não vejo a mais de ano, em Dublin.

E a TV, não vale?

Subliminar, ou mesmo atingido diretamente no queixo, sinto que estamos sendo “preparados e amaciados” para a entronização pesada da NBA no país, onde até suas camisas, largamente encontradas nas lojas, vendem a grande ilusão aos nossos jovens prospectos de jogadores, em vez das nossas do NBB, raras, ou mesmo inexistentes no grande varejo, e a bola da vez econômica nos concedendo o status de mercado promissor para a grande liga.

¾ de página para o Lin, que até pouco nem os americanos conheciam é dose, e já vejo correspondentes nossos sendo enviados para entrevistá-lo, pois afinal, as colônias orientais abundam no país, além da nossa herança de colonizado contumaz.

Enquanto isso, nossos Silvas e Paixões lutam por verbas minguadas e miseráveis, pois afinal de contas têm de estar preparados para 2016, ou não?

Na contrapartida de doses tão fartas de publicidade (paga?…), mínguam até as notinhas de rodapé, para quando muito somente publicar os resultados da rodada, e nada mais. Colunas especializadas? Nem pensar, a não ser para “esportes” educativos e de pratica popular e acessível, como MMA, e F1,

É extremamente grave que o grande jogo seja “incentivado” dessa forma exógena e invasiva no seio de nossa juventude, enquanto solidificam um vôlei, cujos lideres de forma alguma desejam o soerguimento do basquetebol. Lutas de controle estrangeiro, assim como a F1 também são contemplados regiamente pela mídia, e até pelo governo, e por que não o basquetebol? Afinal, como país do momento, nada melhor do que investir no seu amanhã olímpico, onde, de preferência, um “Dream Team” se consagrará.

Sinto enorme receio pelo futuro do grande jogo entre nós, frente a tanto descalabro e omissão, ante tanta falta de amor às nossas tradições, e falta de patriotismo.

Amém.

Foto-Reprodução. Clique duplamente na mesma para ampliá-la.

ARTIGO 900 – O RETRATO DE UMA TRISTE REALIDADE…

Quero dedicar esse artigo, o de número 900, a todos aqueles que trabalham pelo grande jogo neste imenso e injusto país, mas que apesar de toda sorte de obstáculos e incompreensões, continuam a lutar e perseverar dentro, e muitas vezes além de suas possibilidades profissionais e econômicas, pelo soerguimento da grande paixão de suas vidas, o basquetebol.

O email que recebi do Prof. Jalber Rodrigues da cidade de Cataguases em Minas Gerais, ilustra com propriedade a verdadeira situação do basquete feminino no país, servindo de parâmetro a uma profunda reflexão sobre o esporte de base no limiar de uma Olimpíada que será aqui realizada em 2016.

 

Jalber Rodrigues
basquetebol-kta.blogspot.com/
jalber.rodrigues@gmail.com
189.83.17.232

Enviado em 06/01/2012 (2 days ago) as 10:51 pm (2 days ago)

Professor,estou um pouco afastado dos comentários, mas não da leitura. Por anos acompanho a luta incansável pelo soerguimento do basquete no Brasil através de excelentes artigos publicados aqui no blog. No masculino as coisas são difíceis… imagine como é no feminino…fazer base no feminino ainda nem se fale… trabalhamos muito duro, muito mesmo para fazer o mínimo… as meninas não tem expectativa nenhuma… porque e para que se dedicar ao basquete? como fazer com que as meninas trabalhem forte? Como competir com as baladas, com a internet e com a desconfiança dos pais de que “jogar bola não leva a nada”? Não conseguimos nem vincular a educação ao esporte? As críticas são sempre duras e mais pesadas… mas corretas… porém ferem a quem se doa ao máximo e não consegue respaldo, apoio, credibilidade… se o basquete feminino de São Paulo está nessas condições imagine o resto do Brasil? imagine no interior de Minas? Precisamos de ajuda professor!! Precisamos de ajuda! Queremos ter excelentes meninas praticando o fino do basquete… mas precisamos de ajuda professor! Sugestões?!
Desculpe o desabafo e abraço professor!

O que mais podemos acrescentar, meus deuses. Como e de que forma poderemos ajudar perante um quadro tão cruel como esse? Como?

Amém.

OBS-Clique na foto para ampliá-la.

PRESENTE DE NATAL…

 

PRA QUEM?

 

Rodapé – Espaço que o mesmo  jornal

reserva para as noticias do

basquete nacional, quando

o faz…

 

OBS- Clique na imagem duas vezes

para ampliá-la (O Globo, 25/12/2011).


OCTAGON, UM PROGRAMA PARA TODA A FAMÍLIA 3…

Um foi “estrangulado” e saiu desacordado, com um corte profundo na testa causado por uma cotovelada. O outro teve o braço quebrado. Duas brigas feias em boate? Não, esporte.

( Zuenir Ventura no O Globo de 14/12/2011)

No mesmo jornal, em 12/12/2011, a foto acima assim é descrita – DESACORDADO, LYOTO é amparado pelo juiz após ser estrangulado.

E na outra foto – FRANK MIR aplica a chave que fraturou o braço de Rodrigo Minotauro.

Incluo outra para que o leitor grave bem a imagem de um atleta(?) de olhos vidrados, inerte, desacordado em seu local de disputa (trabalho?).

Dias atrás o locutor polivalente Galvão Bueno, em transmissão aberta, assim descreveu aos brados que o caracteriza, os momentos finais de uma luta – Outra esquerda, outra esquerda, esquerda, esquerda, acabou…Brasiiiil!-

Mas em momento algum deixou transparecer qualquer preocupação pelo fato de que, a cada pancada dada livre e sem defesa alguma na cabeça do prostrado lutador, seu cérebro se chocava violentamente nas paredes internas de sua caixa craniana, desacordando-o violenta e perigosamente, para gáudio de uma audiência mais insana do que a luta em si, agora elevada a atração maior no desporto pela emissora que se auto designa como a líder dos princípios educacionais da juventude brasileira.

E mais promoções estarão por vir, em arenas cada vez maiores, financiadas por falsos mecenas, envoltos soturna e indevidamente pelo manto do desporto, locupletando-se da ausência cultural que nos asfixia proposital e criminosamente com o discurso da redenção de nossos jovens através da pancada institucionalizada, fazendo coro a um Dana White em sua afirmação de que em pouco tempo veremos o MMA superar o Futebol no país, nesse infeliz e desorientado país, afirmação aquela que não ousou externar em seu país de origem, mas apoiado pelo campeão Anderson Silva que afirma ansiar ver o MMA incluído no currículo de nossas escolas. Lamentável.

E endossando essa barbárie, prefeituras e estados apóiam com louvor o já denominado programa para toda a família, que unida em suas gerações, presentes aos espetáculos, torcem e vibram pelo sangue derramado, pelas fraturas e estrangulamentos, até que um dia a arena seja real e ansiadamente denominada como o reino dos gladiadores do terceiro milênio, definição majestosa e insana de seu maior propagador.

Melhor impossível.

Ave Cesar.

Fotos-Clique nas mesmas para ampliá-las.

PS- [20:03:46] Jay Raw:

Charles Chaplin – O Ditador

[20:04:35] Paulo Murilo Alves Iracema: Oi João, vou olhar

[20:11:47] Paulo Murilo Alves Iracema: João meu filho, você pode não acreditar, mas no momento, no exato momento em que terminei o artigo de hoje seu MMS chegou com esse link, que incluirei no artigo, pois é um libelo contra a violência, um rasgo de esperança nesse mundo convulso e indefeso. Obrigado, o artigo agora foi completado.

Octagon, um programa para toda a familia…

Octagon,um programa para toda a familia 2…