O QUE NOS FALTA TREINAR II.

Dando prosseguimento à utopia vista no artigo anterior,eis-me ao final de quatro semanas exaustivas nos fundamentos,com uma pléiade de 15 jogadores,cinco armadores,cinco alas e cinco pivôs,todos prontos para o inicio de mais duas semanas,nas quais os sistemas defensivos e ofensivos seriam treinados em tempo absolutamente integral.Destes,ao final seriam dispensados um de cada posição,pois a equipe,delineada com dois armadores sempre na quadra e dois para o revezamento,duas duplas possiveis de alas numa combinação de quatro fatores,três pivôs e mais um que poderia também exercer as funções de um ala emergencial,estaria pronta para uma série de jogos,e muito mais treinos entre os mesmos.Mas quais os sistemas seriam adotados basicamente?Defensivamente,o de marcação individual na linha da bola,linha esta sempre originada na bola,em qualquer situação que esteja na quadra,e direcionada ao aro da cesta.O atacante de posse da bola sempre marcado dentro do principio clássico,ou seja ,entre o atacante e a cesta,rigidamente, agressivamente,e os defensores restantes,flutuando em direção à essa linha imaginária,numa atitude posicional que permite a marcação do pivô,ou pivôs pela frente,sempre,e dando aos atacantes somente duas prerrogativas,os passes em elipse,ou o retardo dos mesmos,pois um corte para a cesta se tornaria temerário pela anteposição de defensores em flutuação lateralizada,e nunca longitudinal à cesta como as defesas em massa no garrafão.Os passes em elipse,se bem provocados e incentivados teriam pronta cobertura e até antecipações,pois os defensores os enfrentariam em deslocamentos lineares,bem,ou tão sintonizados com a velocidade dos passes elípticos.É um sistema defensivo de dificil treinamento,mas de eficiência devastadora,e que valeria à pena ser tentado e adotado.Na possibilidade de passagem para uma defesa por zona,fosse dentro do perímetro,fosse quadra inteira,uma equipe bem treinada na linha da bola com flutuação lateralizada daria aos principios zonais todas as respostas de coberturas e antecipações às ações ofensivas,fossem elas quais fossem ,principalmente se utilizassem o Passing Game.
Ofensivamente,com a utilização de dois armadores interagindo em torno do perimetro da cesta,e em constantes ligações com os três homens altos,fossem alas e pivô,ou dois pivôs,ou mesmo três,desde que se movimentassem permanentemente dentro do perimetro,no âmago da defesa adversária,em trocas sucessivas de posições,em cruzamentos com velocidades variáveis,sempre do lado oposto em que estivesse a bola,criando com essas ações coordenadas espaços para os passes em movimento e consequentes arremessos de media e curta distâncias.E a mais e decisiva atitude ofensiva,a permanente presença
de no minimo três atacantes junto à cesta,garantindo supremacia posicional nos rebotes ofensivos,e retardando os contra-ataques do adversário na perda dos mesmos.
Os armadores jamais estariam fora do fóco das ações ofensivas,assim como guarneceriam
permanentemente o equilíbrio defensivo,e estariam sempre em posição para um ataque
provocado por uma retomada da bola.Finalmente,com a presença maciça de atacantes junto á cesta,passes de dentro para fora do garrafão dariam a oportunidade de arremessos de três pontos com tempo hábil para um bem equilibrado disparo.Enfim,
vislumbrariamos algo de novo nesse deserto de idéias que vêem empobrecendo nosso basquetebol década após década,numa espiral descendente que nos faz prisioneiros do espectro dos 24 segundos em cada ataque,pois ora nos precipitamos com tentativas de arremessos antes dos 16 segundos,e até menos,ou extertoramos até o limite para executarmos verdadeiros acintes apelidados de tiros de três,quando,e em muitas situações de decisão simplesmente perdemos a posse da bola.Armadores que dominam e evoluem no perimetro,e alas e pivôs que se apresentam permanentemente dentro do garrafão,são atitudes técnicas que precisamos resgatar com urgência.E de repente,
testemunho ser esta uma realidade possível,que uma comissão técnica retorne aos principios que sempre nos fizeram temidos e respeitados no passado,agora com novos e
renovados meios,tecnológicos,por que não,mas sem pranchetas mágicas,coreografias que não se materializam e laptops que não jogam.E testemunhando tais conquistas e progressos,posso acordar de minha utopia e vestir a camisa de meu país para torcer
como ninguém,pois técnicos também torcem e vibram quando presenciam um jogo bem jogado,quando vivenciam com seus pares dias melhores.



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