O QUE TODO PIVÔ DEVERIA SABER II.
Que o que vem se praticando nessa posição em nosso país é absolutamente inadimissível.Simplesmente perdemos a noção do que seja jogar próximo à cesta.O que vemos são homens muito grandes,alguns até exageradamente fortes,que abdicaram da posição mais estratégica do basquetebol,para virem pseudamente competir e rivalizar com os alas e armadores nas posições mais afastadas da cesta.Temos hoje em dia pivôs que arremessam da linha dos três pontos,e o que é pior,mal.E que por essa razão deixam de influir em sua maior capacitação,a luta nos rebotes ofensivos.Quando não vêm para a linha,se postam na lateral do garrafão,do lado em que se encontra a bola,e ao recebê-la,é claro,com forte oposição de seu marcador,inicia uma ação eminentemente física em direção à cesta,fazendo-a de costas e sem qualquer ajuda de seus companheiros,estáticos que ficam,como que antevendo uma obra de arte prestes a ser executada.É uma cena corriqueira,a daqueles dois homens imensos se empurrarem mutuamente sob os olhares dos demais.É o climax ansiado por toda prancheta que se preza,o ápice coreográfico de nossos estrategistas,que extasiados pelo modelo NBA,incutem em nossos subdesenvolvidos projetos de pivôs aquele exemplo de luta calcado nas diferenças políticas e raciais,e intumescidos de anabolizantes e outras
coisas que tais,num processo que já despertou as comissões de inquerito do senado
norte-americano,hoje imbuidas do desejo de verem erradicadas do desporto profissional
daquele país essas práticas nada condizentes com o espírito olímpico,mas perfeitas e
alinhadamente aceitas no mundo dos milhões de dólares.No nosso caso chega a ser ridiculo o esforço de imitação ante uma realidade de alguns mil reais em alguns meses
do ano,e o fugaz brilhareco de uns dois ou três naquele mundo diametralmente oposto
ao nosso,cultural e politicamente falando.E ai estão nossos pivôs,travando uma qualidade inata de velocidade e elasticidade com musculações e inchações que em nada
os beneficiarão no jogo bem jogado.Queremos jogar como eles,mas não possuimos a massa
critica que possuem,milhares de escolas de segundo grau,e centenas de universidades
alimentendo continuamente o sistema.Se hoje se voltam para os estrangeiros,deveriamos
pesquisar bem de onde são oriundos,para chegarmos a algumas conclusões elucidativas
sobre o papel exercido pela NBA junto aos jovens daquele mundo globalizado aos interesses comerciais e politicos dos Estados Unidos.No beisebol essa influência é mais antiga,principalmente para jogadores cubanos,venezuelanos,panamenhos e mais recentemente japoneses,todos paises cuja influência é de interesse americano.Mas algo
tem saido errado para nossos shaquiles,o fato de que,tanto os armadores,como os alas,
engessados pelo sistema do Passing Game,único utilizado em nosso país,preferem optar pelos arremessos desenfreados de três pontos,relegando os pivôs a meros espectadores de suas habilidades, fazendo com que os mesmos,por uma questão pontual,venham para suas zonas de influência em busca de maior participação,e por estarem sendo forçados a executar bloqueios muito distantes da cesta,inviabilizando os rebotes ofensivos.Se lá se encontram,porque não arremessar também de três pontos, ou penetrar de vez em quando para uma enterrada consagradora? Isso se não tropeçar ou chutar a bola na tentativa.Por tudo isso,pelo malogro do sistema usado,e pela obviedade das ações,
nossos indigitados pivôs pouco sabem nas conclusões embaixo da cesta,esqueceram de vez o gancho,trabalho de pés então, nem pensar.São muito fracos no arremesso de curta
e media distância,mascarados que são pelas enterradas e arremessos de três pontos.Nos
bloqueios invarialvelmente cometem faltas,pois o executam ante armadores e alas adversarios,mais leves e mais velozes do que eles,o que os forçam a se deslocarem faltosamente na ação.Enfim,uma catástrofe,e que vem se repetindo ano após ano.Na maioria das vezes ficam a meio caminho da ala e do pivô,sem saber muito a respeito
destas posições.Devemos sempre lembrar que o pivô é o ùnico jogador que atua basicamente de costas para a cesta,fator este que deve ser abrandado sempre que possivel,preferencialmente fazendo com que receba a bola em movimento,para dar ao mesmo maiores oportunidades de drible e finta no espaço restrito em que atua.No entanto,essas oportunidades se tornam escassas dentro do sistema vigente,já largamente discutido e renegado por esse blog em muitos artigos aqui publicados.Então
o que falta aos nossos pivôs?Como para os demais jogadores,muito,muitos fundamentos,
principalmente de drible curto,fintas especificas,saltos no tempo da bola para melhores rebotes,assim como permanente movimentação visando colocação adequada para
os mesmos e para a recepção antecipativa dos passes a ele endereçados.Um pivô de qualidade tem de aprender a receber passes em movimento,ação que em muito prejudica
o oponente defensor,e cria um espaço maior de manobra ofensiva.Defensivamente,um pivô
que é treinado com tais exigências,intue que a antecipação é a melhor arma defensiva,
disposição esta que fará com que desenvolva a marcação pela frente do pivô adversário
como uma atitude lógica e de maior eficiência.É uma disposição corajosa,a defesa frontal,mas fundamental para o sucesso defensivo de qualquer equipe bem treinada.Em nosso país,infelizmente não vemos pivôs sendo marcados pela frente,TODO o tempo,como
deveria sê-lo,num sistema de linha da bola com flutuação lateralizada,e não longitudinal à cesta,como é praxe entre nos.Por tudo isso torna-se dificil aceitar um
sistema de jogo que anule nossas principais qualidades,e que force a todos cooptarem
atitudes e comportamentos extranhos à nossa natureza criativa e improvisadora.Um sistema,qualquer um,que utilize dois armadores,em muito qualificaria as ações de alas
e pivôs,pois priorizariam suas qualidades de velocidade e raciocínio ante reações do
oponente,o que somente seria possivel com a movimentação de TODOS os jogadores,
antítese do que expús no inicio do artigo,quanto a imobilidade dos mesmos ante uma
ação isolada do pivô.Enfim,podemos concluir que fundamentos é necessidade e obrigação
de todo jogador,seja em que posição atuar,que estatura tiver,que categoria pertencer,
do mirim ao adulto,de seleção estadual a nacional,dentro ou fora da temporada.E que também seja necessidade e obrigação dos técnicos o ensino dessas técnicas,pois ao contrário,bem ao contrário do que alguns apregoam,jogadores SEMPRE podem ser corrigidos e ensinados, a não ser que não saibam corrigir e ensinar,o que não duvido
muito,perante o que nos é dado observar na atual realidade de nosso basquetebol.Esse
é o nosso VERDADEIRO problema,pois como Federações,CBB e NLB,cujas existências sempre
estiveram,e estarão presentes no dia a dia do desporto nacional,com seus bons e maus
dirigentes,nossos técnicos involuiram perigosamente no tempo,e como dirigente não forma nem dirige tecnicamente jogadores,cabem àqueles a verdadeira missão de fazê-lo.
E por não cumprirem esse papel,é que nos encontramos na atual situação.Ao assumirem
tal responsabilidade,mudarem padrões e sistemas,trabalharem arduamente os fundamentos
teremos de volta nossa verdadeira posição de destaque no cenário mundial.Muito além
das pendências entre CBB e NLB,a grande modificação terá de ser estabelecida DENTRO
das quadras,pois é de lá que emergem aqueles que jogam o jogo.Escrivaninhas,cofres e
politicas de terceira categoria não fazem nem evitam cestas,e se estas estão por fazer e serem evitadas,sabemos bem quem são os culpados.O resto é conversa fiada.