ESCOLA DE TÉCNICOS…
Em uma recente entrevista dada ao Correio Braziliense, o ex-técnico da seleção brasileira masculina, Lula Ferreira, assim analisou a eliminação do torneio Pré-Olímpico : “ A eliminação da Seleção Brasileira masculina do torneio pré-olímpico reflete a grande distância do nosso basquete com o praticado no cenário mundial.
É preciso um trabalho para que possamos nos aproximar dessa realidade externa.
E isso passa por uma participação de todos os setores, dos técnicos, árbitros e dirigentes, inclusive, e não apenas dos jogadores.
As mudanças que se defende são uma somatória de ações.
A prioridade para essas mudanças seria criar uma escola nacional de técnicos.
Todo técnico, desde os que dirigem escolhinha até os que atuam em equipes profissionais, deveriam passar por esse curso de capacitação, onde seria implantada uma maneira única de formação de jogadores, de formação de equipes pautada no jogo coletivo, onde a estrela seja o time e não o jogador.
Nossa cultura é o contrário disso(…).
É bom lembrar a Argentina, que ficou 40 anos sem disputar uma olimpíada.
Depois se organizou, formou uma boa geração e hoje é campeã olímpica”.
Mas se o Brasil tem potencial, porque está a tantos anos fora das olimpíadas?
“Porque o cenário do basquete mundial é altamente competitivo.
A FIBA faz um campeonato mundial com 24 países. Nas olimpíadas são só 12.
O corte é muito profundo e a concorrência muito grande”.
São argumentos que desde muito suscitam discussões sem fim, e que ao final não levam a conclusões aceitáveis. Mas um ponto, talvez o mais importante é o que aborda a escola de técnicos. Para o técnico Lula, uma única maneira de preparo de jogadores e equipes é a que deve ser implantada, e que todos os técnicos deveriam seguir esta orientação.
Mas, não é o que já vem sendo implantado de muitos e muitos anos, através os famigerados cursos de atualização que a CBB promove em muitos estados, nos quais seus técnicos de seleções, impõem sem comiseração esse método único?
E não é dessa forma coercitiva que buscam nos estados uma novíssima geração de moças e rapazes e até adolescentes, para “implantarem” sistemas de jogo muito antes dos mesmos dominarem um mínimo dos fundamentos?
E que afirmam ser correta e cientifica essa forma de preparo de equipes de base, quando os mais primários princípios didático-pedagógicos desmentem tais afirmativas?
E que tal sistema único é a copia fiel e sem adaptações de um modo de jogar e agir, fruto de uma globalização colonizadora?
Tantas e tantas perguntas, que não podem ser respondidas com uma simples colocação de que uma escola de técnicos deva sacramentar tal realidade, infeliz e abjeta realidade. Exatamente aquela que nos lançou no poço sem fim em que n os encontramos.
Por esta e outras razões, uma escola de técnicos tem de ser a óbvia extensão de uma associação nacional de técnicos, autônoma, e apolítica, onde um vasto leque de sistemas, ofensivos e defensivos; onde técnicas de ensino bem fundamentadas em sólidas bases didático-pedagógicas estabeleçam os caminhos a serem seguidos através experimentações, adequações personalizadas,analises, pesquisas e estudos de grupos, sólidos conhecimentos de estratégias, e táticas, fatores estes que só podem ser alcançados pela abertura multifacetada de todo e qualquer sistema, e não a adoção pura e simples de uma única maneira de agir, de produzir, e principalmente, de pensar.
Tais declarações, advinda de um dos coordenadores das famigeradas clinicas cebebianas, tornam muito sérias as pretensões do grego melhor que um presente, de fazer da CBB a mentora da futura escola de técnicos( também a associação de técnicos…),cuja organização, implantação e divulgação, fatalmente será entregue a essa mesma turma que empobreceu o grande jogo entre nós, com suas indefectíveis pranchetas, sistema único de jogo, secundarização dos fundamentos ante tal sistema,e lapitopis caipiras.
Que os deuses se apiedem dos jovens praticantes e técnicos do nosso país.
Amém.
O Brasil, neste instate em que se movimenta em todos os setorss,em busca de sua identidade, não pode deixar de, tambem no setor esportivo,iniciar uma nova caminhada. É importante que o País ocupe,nessa área, o grande destino de um povo que não ama apenas o futebol,mas que tem nos esportes em geral uma das maiores motivações.
Concordo com você Roberto,mas para tanto, o governo teria de estabelecer a Educação como prioridade absoluta em suas politicas desenvolvimentistas. Será que essa é a intenção deste atual governo? Duvido, pois sua continuidade jamais passaria pelo crivo de um povo educado e culto. Um abraço, Paulo Murilo.
Caro Paulo Murilo O Brasil com sua palida insiginificancia nas olimpiadas de Pequim não seria a hora dos Professores,não so de educação fisica darem um rumo na politica esportiva,do nosso amado pais. Um abraço, Fico aguardando resposta.
Sim Roberto, caberia aos professores esta importante função, não os profissionais de educação física,essa triste figura acoitada pelos crefs da vida.Quando em 1972, eu e o Alfredo Gomes de Farias eramos acessores da Maria Lenk,diretora da EEFD na época,fomos informados por ela que sairiamos do CFCH/UFRJ para o CCS/UFRJ,dando inicio a um ciclo destrutivo da ed.fisica como parte integrante da formação escolar,abrindo caminho para os bacharelatos e autorizações em massa de todos aqueles que praticavam a ed.fisica irregularmente e sem licenciatura,através os crefs estaduais,instituindo a massa critica que os mantem como “donos” deste enorme e rentável mercado de trabalho, principalmente no desenvolvimento extra-muros da escola,no que caracterizaram como “culto ao corpo”.Nos dois nos insurgimos,e logo após a transferencia o Dep.de Metodologia da Ed.Fisica se manteve na Fac.de Educação do CFCH, que de tal forma se manteve firme,que dai para diante os alunos da EEFD vinham e continuam vindo concluir sua licenciatura na FE/CFCH/UFRJ.No momento que as escolas de educação física retornarem aos centros formadores de professores, abandonando essa atual formação paramédica, estaremos dando um passo decisivo para a melhoria da ed.fisica nas escolas,colocando de lado essa ingerência criminosa de crefs, que nada tem a ver com politicas educacionais, e tudo a ver com os interesses da industria milionaria do culto ao corpo no pais.É isso ai caro Roberto.Um abraço,Paulo Murilo.
GOSTEI DO BASQUETE MUITO LEGAL RSRSRSRR