O PROFISSIONALISMO…
Enfim, o candidato falou, e como falou na reportagem do Adriano Albuquerque no BasketBrasil. Se o relato captado pelo excelente jornalista estiver rigorosamente transcrito, o que depreendo que esteja, numa atitude inteligentíssima, jamais na história deste país (está na moda…) um candidato tenha atentado contra o idioma pátrio como este cidadão atentou. Desde já, no caso de sair vencedor no próximo 4 de maio, me preocupa o teor de ofícios, memorandos, relatórios, discursos, apresentações, ou mesmo singelos bilhetes grafados da forma como se apresenta ao público basqueteiro, bem próximo à indigência linguística.
Mas Paulo, deixa de ser ranheta, o cara já tem um staff altamente profissionalizado a seu dispor, onde um copy desk de alto nível terá seu assento garantido! Tudo bem, tudo bem, concordo, ainda mais quando o cara passou o tempo todo nos últimos 12 anos aprendendo com o chefe ( como os chupins…), a equacionar (?) problemas e desafios que terá pela frente, advogando uma premissa miraculosa, o profissionalismo (no qual já provou ser um expert…) .
Massificação do basquete? Profissionalismo, uai!
Administração da CBB? Profissionalismo, tchê!
Departamento Técnico? Profissionalismo, ora!
Relações Exteriores e Interiores? Profissionalismo, ta?
Marketing? Profissionalismo, é claro!
E de entremeio, solidificando as federações, para o qual depende o basquete nacional, relegando a um segundo plano os clubes, descaradamente expondo a base que pseudamente o garantirá na eleição, numa demonstração do tratamento que será dispensado aos mesmos, logo eles, que são a base federativa, que elege paraquedistas como ele, e que criminosamente abrem mão do poder que possuem, com ou sem procurações em mãos.
E enaltece os grandes nomes do basquete brasileiro, conclamando-os a uma cruzada edificante, mas esclarecendo que não farão parte de cargos de direção, talvez comissões, aquelas mesmas que se caracterizam pelo voluntariado, pois a profissionalização já tem seus donos.
E o maior deles, cuidará do marketing, mas também poderá dar seus pitácos em outras áreas, a técnica, por exemplo, onde veríamos, para o orgasmo cobiano, um voleibolista ensinando basqueteiros a jogar. Edificante, pois não?
Já se insinua contra os baixos recursos governamentais, argumentando serem necessários muitos mais, pois afinal de contas a entourage que o sustenta também advoga o mágico e profícuo profissionalismo, produto a ser alimentado por cofres e suas exclusivas chaves, e não por projetos e planejamentos que são omitidos no presente, e no futuro também, com toda certeza.
No entanto, mesmo sob a égide de um profissionalismo megalomaníaco e retórico, num discurso de estadista das sombras, deixa escapar , não muito sutilmente, seus métodos de campanha, quando candidamente, explicando que por serem legais procurações no processo de voto em assembléias, nada a opor se as mesmas caissem em mãos de 10 juízes de basquetebol da federação por ele dirigida, para votarem a seu favor numa espúria e absurda mudança estatutária que o garantiu até junho (a eleição seria em janeiro), na presidência da FGB, após a eleição na CBB. Os diálogos novelescos deste triste acontecimento transcritos pelo Adriano são simplesmente inacreditáveis se ditos por um destes vereadores analfabetos que polulam no cenário político do país, e muito mais por um postulante ao maior cargo diretivo do grande jogo, minimizado e aviltado ante a ameaça palpável de tal liderança.
Mas levantem o olhar e alimentem as esperanças basqueteiros do meu país, do meu infeliz e mal tratado país, pois uma lufada, não, uma rajada poderosa de ventos vindos do sul, travestida de uma sigla poderosa e deslumbrante, varrerá o atraso e o imobilismo que nos tem ferido de morte nos últimos 20 anos, centrada e alicerçada num novo tempo, num novo mote – O PROFISSIONALISMO – unguento para todos os nossos males e vazios, mas infelizmente ( que é o preço a ser pago ) somente para alguns, e para aquele que se auto determina como “político profissional”.
Se cada povo tem o governo que merece, por que não o basquete?
Do meu humilde canto, humilde trincheira, continuarei a discutir, ensinar, divulgar, sugerir técnicas e sistemas, ensino e didáticas, planejamento e estratégias, como sempre fiz, profissional que sou por formação, estudo e pesquisa, e não por esperteza, oportunismo e carreirismo.
Amém.
PS- Não deixem de ler a reportagem do Adriano no BasketBrasil, mas o façam com calma e parcimônia, com frieza e ojetividade.