O APOGEU DA MESMICE, OU O RENASCER DO GRANDE JOGO?…
E ai Paulo, que tal a convocação? Ora, vi como muito coerente, principalmente sendo avalizada por um estrangeiro cioso em manter vivo o seu prestigio de técnico vencedor e muitíssimo bem pago, onde o investimento maior recairá sobre os jogadores, se o tal comprometimento não se fizer presente, como sempre mencionou em suas entrevistas.
Manter os estelares da NBA, mesmo sendo do conhecimento de todos que realmente vivenciam os meandros do grande jogo ( no nosso caso será, ou estará mesmo grande?), que dificilmente acudirão ao serviço da seleção, ou por contusões, cirurgias, problemas contratuais ou de afirmação na liga, ou mesmo indiferença em defendê-la, é um excelente pré álibi frente a um possível fracasso na competição (argumento e artifício utilizado por seu antecessor espanhol), ainda mais se nossos adversários puderem contar com os nebebianos, como seus conterrâneos.
Selecionar um americano para a armação única, isso mesmo, ele jogará (se naturalizado, e tenho a certeza que a turma do vôlei que comanda o esporte nacional, que não perderia essa chance por nada, vai se empenhar ao máximo para que ele consiga a cidadania) com um armador (adoraria estar enganado…), com poder finalizador, em contraponto com o Huertas, mais servidor, ambos calejados no sistema que imperará na Argentina, já que a seleção diferenciada no último mundial já está classificada, e que jogava com dois, deixando o Alex, o Marcelo ou o Leandro (se for…), como armador emergencial, já que alas declarados e comprovados. Mas fica uma indagação, convocaria um americano se estivesse no comando de seus compatriotas? ( Respondam na “caixinha” ai de baixo…).
Os demais comporiam o cenário já conhecido e manjado, com suas jogadas chifres, punhos, cabeça, e sei lá mais quantas, em português ou castelhano, numa mesmice endêmica de conhecimento de todos os nossos adversários de ontem, de hoje, e por certo de muitos ainda amanhãs…), jogadores mais do que inclusos.
O problema a ser enfrentado, é que, pelo menos três de nossos adversários, mesmo jogando no sistema único, têm alguns jogadores de 1 a 5, melhores do que os nossos, principalmente nos fundamentos do jogo, e mais ainda, sabendo de ante mão que movimentos ofensivos e falhas defensivas encontrarão (sem surpresas…) quando nos enfrentarem. Argentina, Porto Rico, Costa Rica, Panamá, e mesmo o Canadá, já sabem de cor e salteado nosso comportamento técnico tático, agora mais do que comprovado ao tomarem ciência dos jogadores convocados.
Seria de transcendental importância que apresentássemos algo inovador na Argentina, mesmo que experimentalmente, como a dupla armação, com seu apoio permanente em toda a extensão do perímetro externo, a movimentação ininterrupta dos homens altos no perímetro interno, com sua conseqüente melhor seleção de arremessos, pela interação entre esses dois segmentos, a variação constante defensiva, sem pedidos de tempos para executá-la, as finalizações mais precisas a cada oportunidade de ataque, que somente é propiciada pelo jogo de 2 em 2, e não a sangria hemorrágica dos 3 pontos a qualquer preço, e finalmente, o fator inesperado e ousado de uma seleção diferenciada em sua forma de jogar, ante a padronizada sistemática que irá enfrentar.
Mas para tanto, nosso hermano necessitaria de profundos ajustes em sua relação de convocados, a começar pela armação, pois se não temos (é o que afirmam os experts, e que discordo veementemente…) jogadores suficientemente experientes para o sistema único de um armador, teríamos na dupla, onde a ajuda continua no levar a bola, atuação em toda a extensão do perímetro, e agilização do sistema defensivo, um suporte que em muito compensaria tal deficiência, já que na ajuda contínua a mesma seria vantajosamente compensada. Mas, Benite e Raul ainda não possuem a maturidade funcional, assim como o Nezinho peca pelo individualismo crônico, o Leandro, Marcelo e o Alex, também pecam nas qualidades ambilaterais exigidas para a função, sobrando tão somente o Huertas e o Larry, que dificilmente, por suas características o faria optar pela dupla armação, e mais ainda se o Larry não for, e a prova é que o Fúlvio, o Helio e outros bons armadores que temos sequer foram cogitados.
Quanto aos homens altos, a escolha de cincões pesados escancara a dimensão do sistema que realmente utilizará no Pré, o sistema único, engessado e terrivelmente controlado por sua prancheta olímpica, e espero honestamente, que ele ( e derradeira chance de classificação olímpica…) esteja certo perante sua escolha, sua opção, ou que mude para algo instigante, ousado e corajoso (o que duvido…), que ampliaria em muito nossas chances de classificação.
Resta-nos torcer, e é o que faremos fervorosamente.
Amém.
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Prof. Paulo, embora eu fique triste com a convocação do americano, não por ele mas pela situação do nosso basquete, afinal fiquei imaginando o seguinte cenario: Huertas se machuca, o tecnico olha para o banco e vé Nezinho, Raulzinho, Benite, ou qualquer um dos armadores que vem jogando em nossos estaduais e NBB’s, e ai a triste constatação o Brasil depois de Mauri não formou mais nenhum armador de nivel internacional, ou pelo menos um armador que de valor a posse da bola, que saiba colocar a equipe para jogar e demonstre uma boa leitura de jogo.
Nossos alas são meros corredores e chutadores, sem predisposição ou sequer fundamentos para fintas, cortes ou infiltrações, se perdem em movimentações(muitas vezes de costa para a bola) e em passes errados.
Nossos pivos não conseguem jogar de frente para a cesta e nem fora do perimetro, se perderam em enterradas e não sabem aplicar um simples gancho.
O pior e que nas categorias de base, vejo os tecnicos pegarem garotos com qualidade, e cobrarem deles que corram rapido para o ataque, e demonstrem vontade na defesa (façam faltas e se joguem no chão), se ficarem livres tem que chutar, a se vc não fizer pontos não interessa se vc esta bem ou não vai pro banco. Os garotos treinam quatro/cinco vezes por semana, mas não fazem sequer 2h30m de fundamento somando a semana toda, em alguns lugares quem da os fundamentos sequer os sabe.
Estou torcendo como sempre pela nossa seleção, precisamos muito ir a olimpiada, mas torcia ainda mais por uma mudança na formação de nossos garotos, para quem sabe na proxima geração podermos ter uma seleção repleta de varios bons valores nacionais.
Desculpe o exagero, um abraço,
Sim Fernando, você tem todas as razões do mundo para se indignar com a formação de nossa base, incompleta, omissa, e muitas vezes irresponsável. E agora vem a ENTB/CBB reinforçar esse esquema de faz de conta com cursos de formação de técnicos em 4 dias? Simplesmente deplorável, inócuo e comprometedor, sob qualquer análise que considerarmos.Perdemos nossa identidade, nossos valores, e custaremos algumas gerações para reconquistarmos o tempo perdido, e mesmo assim se mudarmos didático pedagogicamente tudo que ai está, tudo que tentam empurrar guela abaixo dos iniciantes candidatos a tecnicos.Mas como não há mal que sempre perdure, torçamos para que o bom senso torne a ser implantado na base, na formação de nossos jovens.
Um abraço, Paulo Murilo.
Mi siempre bien ponderado Paulo, y amables lectores de este blog.
Pensando en voz alta:
Las posibilidades de clasificar para los juegos olimpicos o para un mundial de un pais, aumentaran considerablemente si se realiza un excelente trabajo de las categorias de base, pues la salida , consecuencia o out-put del proceso son los equipos mayores.
Equipos de jugadores en formacion deben ser dirijido por entrenadores solidamente formados en Escuelas Superiores y conocedores del como orientar el proceso enseñanza-aprendizaje del basquetbol.
La esencia deberia de ser el manejar las dos alas de un pajaro: Dominio del contenido ( fundamentos, tecnicas, tacticas, sistemas de juego etc. ) y dominio del proceso metodologico ( Psicologia educativa,etc. ) .
Subrayare que los fundamentos del deporte se deben practicar intensamente sin interesar el nivel de los jugadores que se tenga, pues siempre existe un margen para mejorar las destrezas individuales, pues son estas las que a la larga deciden una situacion determinada en el partido.
El binomio organizacion y formacion de entrenadores es fundamental.
Gil Guadron
É caro Gil, “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, diz o mote popular. Um dia essa turma aprende o básico, o óbvio caminho de um candidato a técnico, e não como aqui nesse imenso e injusto país, onde um técnico com um ano de “profissão” é o head coach da base nacional e assistente da equipe principal, e tudo isso avalizado em um curso de 4 dias da ENTB/CBB, com o nível 3!!!!
Imagine agora os “níveis” 1 e 2 do dito cujo. É de morrer de rir, senão chorar…
Mas, “vamo que vamo” nessa muvuca (ou arapuca…) em que transformaram o basquete duas vezes campeão mundial, e três vezes medalhista olímpico. Simplesmente lamentável.
Um abração Gil. Paulo.
Professor Paulo, como está ?
Estou fazendo o curso técnico nível I da ENTB. Vem dentro do que esperava que iria encontrar. Depois lhe escrevo diretamente sobre isso Professor.
Hoje, vendo para escrever o que Del Harris, um dos palestrantes do curso disse sobre as finais de Dallas e Miami.
Começo dizendo que faltou qualquer análise sobre a dupla armação proposta por Carlisle. Aliás, em momento algum ele tocou neste ponto. Mas, por outro lado, Del Harris valorizou demais os ataques de forma coletiva e a participação de todos os jogadores na quadra, embora ressaltasse que Dirk Nowitzki ainda tivesse um volume maior ofensivo, muitas vezes sem ser algo forçado, apenas pelo fato de que ele é a bola de segurança da equipe.
Porém, ele ressaltou muito o trabalho ofensivo em grupo e a possibilidade de todos os jogdores terem a bola e saberem jogar sem a bola, além da troca de passes para achar o melhor arremessador.
Sinceramente Professor, não achava que ouviria isso de um tecnico que está dentro da NBA há 30 anos. Achei um progresso.
Ele também destacou Tyson Chandler como o diferencial para que este time tivesse uma defesa melhor do que anos atrás. Ressaltou as qualidades de Chandler como aglutinador do sistema defensivo.
Sobre o Miami, ele conferiu à derrota ao excessos do individualismo,
á falta total de jogo coletivo, às péssimas tomadas de decisões frente uma defesa zona, onde os atletas do Heat, em especial Wade e LeBron ficaram perdidos nos minutos finais das partidas sem conseguir realizar nada de efetivo, uma vez que o máximo que realizavam era um pick and roll na bola, porém com poucos segundos para o estouro da posse e logo, de facil marcação.
De toda forma Profesor, achei as análises de Del Harris maduras.
Será que uma visão diferente começa a surgir na NBA ?
Lembrando que ele comenta os jogos do Dallas em casa e trabalhou no Mavs por muitos anos.
Torço para que a visão dele seja a mesma de outros caras lá. Pois me pareceu uma visão muito interessante e muito diferente do usual.
Hoje, agora à tarde, teremos uma palestra sobre ofensiva. Verei se ele fará uma palestra melhor da que ouvi em 2006 do auxiliar do Pacers (curiosamente, auxilar de Carlisle na epoca), quando o jogo era extritamente pranchetado.
Um abraço Professor, ao final do curso, lhe escrevo para contar o que eu achei.
Ótimo testemunho o seu, prezado Henrique, mas não esqueça os rigidos preceitos éticos que vigoram na NBA, no basquete americano em geral, onde comentários técnico táticos são muito bem pesados e pensados antes de se tornarem conteúdos de palestras, ainda mais através um retired coach.
Mas sem dúvida alguma outros e arejados ventos começam a soprar naquele hemisfério, mas, como de norma mais do que conhecida, somente após alguns anos de utilização de novos conceitos é que a comunidade de técnicos admite mudanças, já que as mesmas envolvem muito estudo, e muitas verbas também.
Algo porém, já paira no ar, e os mais bem preparados poderão se benefiaciar decisivamente destes novos tempos.
Um abraço, Paulo Murilo.