O ÁLIBI…
O Pré Olímpico bate às portas, e já saberemos se marcaremos, ou não, os passaportes para Londres, depois de 16 anos de sentida ausência nas quadras olímpicas.
Mas antes, e desde sempre, estabeleceu a CBB um roteiro da mais absoluta e deslavada incompetência, na teimosa e delirante mania de pré definir uma seleção que somente existe no imaginário de seus luminares, especializados numa espécie de álibi às custas de pretensas e conhecidas ausências de competições desse porte, pois contratos milionários não podem ser postos em risco pela aventura de defender um país onde o basquetebol é mercadoria de terceira categoria, tendo uma administração de quinta.
Viagens aos Estados Unidos, Canadá e Europa levaram nas classes executivas e hotéis de primeira linha, técnicos e dirigentes, com a missão redentora de ouvirem ao vivo e à cores, os testemunhos de tão importantes personalidades, quando um simples e objetivo email, convocando-os à defesa de seu país seria o caminho óbvio a ser tomado, pois ante a presença bajuladora, e a vinda após convocação, um único fator se faria presente, a efetiva vontade e disposição de participar.
No entanto, tais viagens encenaram um pastiche operístico, o de estabelecer para o público torcedor aquela que deveria ser a seleção ideal, real e reconhecidamente capaz (?) de nos levar a Londres, alimentado-o com falsas (porém bem articuladas…) ilusões, quando a realidade dos fatos apontavam na direção contrária, agora desmascarados, de que tal encenação simplesmente alimentava o álibi de um possível fracasso, perante o qual as culpas e desvios teriam de ser convenientemente justificados pelas ausências agora anunciadas através… email’s, numa desigual contrapartida.
Acredito firmemente que o técnico Magnano tenha se apercebido da situação que se desenhava à frente, e aproveitando o momento sugeriu a convocação do excelente Larry, mesmo sabedor dos prolongados trâmites por que passam aqueles que desejam a naturalização em nosso país (o jogador Shamell já a tenta a anos…), robustecendo o álibi a uma possível desclassificação olímpica, já que quatro jogadores básicos estariam fora da disputa, o Nenê, o Leandro e o Larry, além da impossibilidade médica do Anderson.
Pronto, consciências libertas ante uma possível derrota, já que grande parte do nosso pretenso poderio estará ausente, ficarão expostos à linha de fogo aqueles que atenderam a convocação, e que sei lutarão com a valentia e a técnica de que são possuidores, e que mesmo sub valorizados, sempre honraram a camisa do país, e cujo único álibi é estarem sempre presentes quando convocados.
Então, ficamos assim acordados, temos um substancial álibi se tudo der errado, afinal de contas, estamos “definitivamente” sem nossa força (?) maior, e um maior ainda, se “repentinamente” nos classificarmos.
Sem dúvida alguma é mágica essa palavrinha, álibi, ainda mais nas mãos de profissionais na arte de utilizá-la.
Amém.
ALIBI (á), s. m. Presença de uma pessoa em lugar diverso em que se perpetuou o crime de que ele é acusado; (p. ext.) justificativa ou escusa aceitável. (Do lat. Álibi.)
(Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa)
PS-Dirimindo qualquer dúvida, esse artigo foi postado às 0:42 da madrugada de 14/7/11.
Que tristeza, Professor.
A incompetência de quem administra o basquetebol é algo sem descrição.
Será que existe gente tão incompetente assim em outras àreas, com um poder tão grande de decisão sobre os rumos de uma empresa ou modalidade ? Será que o basquetebol é único o “premiado” ?
Não é possível pensar que exista mais gente tão incompente por aí.
E o pior, o que fazer para tirar esta gente sem condição de lá ?
Parece ímpossivel tira-los, pois sair por vergonha, é claro que não irão.
Um abraço.
Pior do que eles, sem vergonhas que são, foram os mais sem vergonhas ainda que os colocaram no comando do basquete brasileiro, todos macomunados num festim de mordomias e privilégios, moeda de troca inter pares. Triste sina, triste basquete, que jamais deveria ser humilhado como está sendo. Quem sabe um dia se cansem, ou mesmo se enfastiem com a propria obra, deixando um filete de esperança em dias melhores? Quem sabe…
Um abraço Henrique, Paulo.
Excelentes ponderações Professor,
Fico feliz que exista pessoas que debatam um assunto tão nebuloso com tanta veracidade e sem devaneios.
Li o seu artigo antes do anúncio da indesponibilidade da naturalização do Larry. Confesso que tinha as mesmas idéias, mas o cenário( trágico diga de passagem ) nunca tinha ficado mais claro.
Acho, enfim, que o Brasil não precisa usar de tais subterfúgios, acredito piamente que os atletas disponíveis tem jogo para nos levar para as Olimpíadas.
Abs.
Concordo com você quanto a qualificação de nossos jogadores para o Pré, Will, mas somente se o Magnano subverter bastante a mesmice técnico tática de nossa seleção, talvez o único argumento que a coloque em supremacia ante as seleções rivais, e para tanto a dupla armação e a escalação de pelo menos dois de nossos pivôs deva ser priorizada, e ainda, a possibilidade, perante tais perspectivas, de uma convocação de armadores de oficio, que temos muito bons, a fim de iniciarmos a campanha com quatro deles (duas duplas, ou no minimo três deles)na equipe. Creio que ainda temos tempo suficiente para um enfrentamento qualitativo entre os atuais selecionados(Huertas, Raul, Benite), com jogadores como Valter, Helio, Eric e Rafael, todos bem mais experientes, ofensiva e defensivamente do que, por exemplo, o Raul, numa posição onde a vivência é primordial. Claro, que na opção da dupla armação, pois se, infelizmente, optar pela armação de um homem, o que ai está poderá dar para um gasto sobejamente conhecido por todos os nossos concorrentes na Argentina.
Um abraço, e obrigado pela audiência, Paulo Murilo.
Não é a primeira de Leandrinho e Nenê, já pediram a dispensa várias vezes, se o Brasil ficar com uma das duas vagas, Magnano não deve chamá-los pois o grupo do Pré-Olímpico deve ter prioridade,
Shamell não consegui e Larry também não conseguiu, a notícia acabar de sair, a burrocracia brasileira é conhecida,
Arthur e Nezinho, Magnano e a CBB não queriam, mas se esqueceram que eles são Terceiro Sargento do Exército, temporários mas são,
que ingressaram no exército justamente para os Jogos Mundiais Militares e logo neles ficariam de fora, não ficariam nem que o Comandante do Exército tivesse que obrigá-los e mandasse ir buscá-los, pois estava certo que assim faria.
Falta de Patriotismo que o Leandrinho e o Nenê tem de sobra, no Exército Brasileiro não falta tem a dar e nunca vender.
Caro Paulo Murilo
não se se lembra de meu primeiro comentário quando falei de “jogadores que nem respeitam sua própia pátria” me referia, a quase pretenciosa previsão de mais algumas dispensas, contusões misteriosas(não sou médico e não possa afirmar se o Jogador Anderson está realmente contundido, porem é estranho).Então na minha humilde concepção não tem oque se discutir sobre a fragilidade da nossa federação.
Estou vendo a hora que vamos disputar campeonatos como paises a exemplo de Trindad & Tobago, com 3 ingleses como titulares.o senhor acha mesmo que não podemos formar jogadores como vemos na base de Argentina,Servia, Turquia, Russia e outras seleções como assistimos nas finais no Mundial sub-17?
P.S.:Peço encarecidamente, não desanime de sustentar este blog, tão Incrivel como o Basquete Brasil, e se depender do fã #1 do blog a sua doença de espirito em relação ao nosso, sofrido e amado basquetebol não vai durar.Desculpe não ter comentado antes os estudos para o Colégio Naval e os treinos estão me consumido.
Concordo com suas colocações, prezado Elton Araújo, mas devemos salientar que os técnicos Magnano e Bial já acertaram a participação dos jogadores em ambas as seleções sem maiores prejuizos. Quanto ao patriotismo, decresce na medida dos interesses econômicos em jogo. Infelizmente é uma realidade desses novos e conturbados tempos.
Um abraço, Paulo Murilo.
Não se preocupe, prezado João Vitor, que enquanto tiver energia e saúde o blog permanecerá firme nessa trincheira, sempre presente na luta pelo grande jogo. Muito mais agora com o breve lançamento do CBEB(Centro Brasileiro de Estudos de Basquetebol), um blog voltado aos novos técnicos, cujo trabalho na base tem de ser desenvolvido através estudos, informações, bibliografias e debates. Será a extensão acadêmica do Basquete Brasil, e espero que atinja o mesmo grau de comprometimento e respeitabilidade que alcançamos no meio basqueteiro.
Um abraço, Paulo Murilo.