A DUPLA (E EFICIENTE) ARMACÃO DO UBERLÂNDIA…
Dificuldades no trânsito, mesmo num sábado, mais dificuldades ainda para estacionar o carro próximo ao Tijuca, e pronto, chego ao ginásio no início do quarto final do jogo entre Flamengo e Uberlândia. No placar, 59×59, antevendo um final duro e emocionante.
Encontro meu filho, preocupado com minha demora, e pergunto como estava vendo o jogo, basqueteiro que é. “Pai, que baita time esse do Uberlândia, jogando em dupla armação, com um Valtinho cadenciando o jogo, dois pivôs leves e muito rápidos em constante movimento, e um Robert Day preciso, constante, e anulando o Marcelo de forma contundente.”
Com esse relatório, se inicia o quarto decisivo, mas não antes de cumprimentar o Paulo Sampaio, técnico campeão da LDO, o José Geraldo, com quem trabalhei no Barra da Tijuca por muito tempo, tendo sido o primeiro técnico do meu filho André, ali presente, um surpreendente Meneses, grande diretor de basquete do Botafogo nos anos sessenta, a quem não via de longa data, o Cicero Tortelli, campeão mundial em 63 e presidente da AVBRJ, e o Marcio Andrade, técnico dos bons, todos presentes na famosa “curva do pipoqueiro” daquele mítico ginásio ( pareço até os comentaristas da ESPN e Band).
Foi um quarto perfeito do Uberlândia, marcando com precisão e força, principalmente na contestação dos arremessos de três rubro-negros, e cadenciando o jogo com um perfeito trabalho de dupla armação com o Collum e o Valter, acionando os pivôs Cipolini e Gruber, e um instigante Day se deslocando aleatoriamente pelos perímetros, pontuando com presteza e defendendo com maestria.
A equipe mineira se impôs jogando muito rápido quando precisou, e cadenciada por principio, arremessando 8/16 nos três pontos, 25/40 nos dois, errando somente dois lances livres (15/17), além de conseguir oito rebotes a mais que seu adversário, que para um jogo desse nível é muita coisa.
No intervalo entre os jogos, no bar do TTC, escuto do Marcio Andrade o comentário de que o sistema de dupla armação e pivôs móveis tinha sido a constante do jogo mineiro, e que cada vez mais esse sistema estava se revelando surpreendente e altamente eficiente, e que minha persistente insistência sobre o mesmo estava se tornando numa oportuna realidade. Fiquei feliz com o comentário, pois representa uma diferente opção de jogo, frente ao sistema único presente de forma absoluta entre nós nos últimos vinte anos. Um outro senhor vem me parabenizar pelo artigo Os Americanos que publiquei aqui no blog, pois levantou uma vasta discussão sobre a massiva presença desses jogadores, ocupando vagas que poderiam ser preenchidas com jovens promissores nacionais, tão pouco considerados pela maioria das equipes da LNB. Mais ainda feliz fiquei por constatar a forma espontânea das manifestações sobre os artigos aqui publicados, demonstrando que pouco a pouco idéias, discussões e sugestões vão alcançando significativa penetração no mundo do basquete brasileiro, abrindo oportunidades de evolução e busca de um efetivo soerguimento do grande jogo entre nós, torcedores incondicionais que somos desde sempre.
Ao voltar para à quadra, para o segundo jogo, me encontro com o velho amigo Ary Vidal, lembrando a ele o nosso Seminário em Abril (que vai ser amplamente divulgado, tendo como título – 50 anos de Educação Física e Desportos) comemorativo ao cinqüentenário de nossa formatura na ENEFD/UB (atual EEFD/UFRJ), sendo sua presença “tão importante, como obrigatória”. Sorrindo responde – “Estaremos todos lá”.
Mais tarde um pouco, comento o jogo entre Tijuca e Franca, um assunto que merece reflexão e paciente análise, depois de duas prorrogações. Estou cansado.
Amém.
Foto- Fernando Azevedo
Blah, Blah, Blah.
Ah… DUPLA ARMAÇÃO!!
Sério? só isso q tu tens a dizer sobre Basquete… que triste.
No momento só isso que tenho a dizer, o que é mais do que suficiente para o seu enorme conhecimento. Se quiser algo a mais, são 899 artigos publicados, mas não para qualquer um, que fique bem claro. Democraticamente respondo a todos que aqui comentam, inclusive a grosseiros como você, Ike…que triste.
Paulo Murilo.
Professor,
Gostei muito do artigo.
Só acho válida uma ressalva: quem deu o toque final para o Uberlândia encontrar este padrão de jogo foi um treinador uruguaio, porque na mão de Chuí o time jogava muito diferente.
Também é válido dizer que o técnico argentino quem está se esforçando para fazer um jogo de garrafão no Flamengo, apesar da rebeldia e do anarquismo do Marcelinho Machado, que insiste em seus velhos vícios.
Enquanto isto, no jogo de fundo, sobre o qual o senhor ainda escreverá, meu Deus! Que show de horrerores foi o duelo entre Tijuca e Franca. E com um dos mais vencedores entre os treinadores brasileiros nas últimas décadas sentado no banco, já cansado e sem a mesma energia, é honesto que seja dito, mas carregando toda uma escola de pensamento técnico-tático de basquete junto com ele.
Um abraço
Marcel Pereira
Olha, prezado Marcel, seu depoimento está correto sobre o Uberlândia e o Flamengo, e mais certo ainda sobre o jogo de fundo. No artigo que publiquei hoje abordo o assunto em conformidade com algumas de suas observações, muito bem colocadas. Um abraço, Paulo Murilo.
E na NBA cada dia que passa mais times estao usando a dupla armaçao…
E outras mais equipes também usarão Gustavo. Aqui, óbviamente, nos calcanhares da NBA muitos dos nossos estrategistas também aderirão à moda, afinal, o que dá certo deve ser copiado…
Simples assim, copiar. Agora, estudar, adequar, pesquisar, nada, dá muito trabalho…
Um abraço, Paulo Murilo.