A MENSAGEM DA HAKA…

Quando a Haka ecoou no ginásio, de estalo pressenti que uma imparável tempestade de arremessos de fora estava prestes a marcar indelevelmente a partida, no momento em que a seleção brasileira aceitasse o repto maori, onde velocidade extremada, acompanhada de uma desenfreada chutação de fora, marca registrada das equipes “all black”, chamava a turma tupiniquim para um temeroso festim, que poderia nos ser desfavorável, e quase o foi, não fosse a providencial entrada no terceiro quarto de um jogador, o Alex, que, com sua experiência defensiva e liderança inconteste, arrumou e orientou a contestação fora do perímetro, assim como organizou um rebote defensivo disperso nos dois quartos iniciais, fatores que “premiaram” a seleção com 50 pontos da turma do Pacífico, número comprometedor para qualquer defesa que se preze, apesar de também auferir outros 50 com seu ataque mais interior do que as bolinhas de praxe, ou seja, até aquele momento havia aceito o repto…

No terceiro, corrigida  e estabelecida a contestação mais rígida das bolas de fora, assim como compactando o rebote defensivo, pode a seleção abrir um pouco no placar, já que a recíproca não era a mesma por parte dos valentes maoris. Mas nada que recomendasse bem a nossa produção frente a números preocupantes, tais como – 35/81 arremessos de 2 (17/44 e 18/37), 26/74 de 3 (14/38 e 12/36), e 48/59 de LL (26/30 e 22/29), num equilíbrio acentuado, somente quebrado de leve nas duas bolas de 3 a mais, para uma contagem final de 102 x 98, num jogo em que a NZ teve 18 erros nos fundamentos contra 8 nossos, um bom número que deverá ser melhorado se quisermos avançar na competição, assim como um substancial abrandamento na volúpia das bolinhas (chutar 38 numa competição deste nível raia ao grotesco), energizando muito mais o jogo interior, veloz e de movimentação constante, já que enfrentaremos defesas poderosas que marcam técnica e fisicamente, sem hakas desafiadoras…

No mais, ficou bem clara a inadequação num nível mais elevado, de um jovem armador, o Yago, assim como um errático Didi, bom, porém inexperiente jogador (bem clara a atitude de sua franquia da NBA, mandando-o para a Austrália para ganhar experiência e mais adequados fundamentos), assim como o Caboclo, jogador mais glorificado estética do que tecnicamente, fazendo valer a opinião do técnico que o treinou no Toronto junto ao Bêbe, de que não entendia jovens tão atléticos não serem ensinados, preparados e treinados nos fundamentos básicos do jogo, que para o primeiro, empunhar a bola com uma das mãos ao pivotear pode parecer domínio superior, não fosse mais do que um dispensável exibicionismo. Na armação internacional anos de cancha é fator transcendental, aspecto que deve ser prioritário numa convocação para um mundial, assim como a escolha de alas experientes, jovens também, onde a rotulação quase que obrigatória da liga maior, se constitua em passaporte , um selo de qualidade discutível, se visto e analisado de forma mais objetiva e isenta de fatores econômicos e políticos…

Sob tais aspectos, não se entende a não convocação e aproveitamento de jogadores como o Meidl, o Lucas Dias, o JP Batista, os armadores Derik e  Cauê Borges, fortes e com boa estatura, em idade próxima a ideal para a posição, e como muitos adoram, pontuadores também, além de bons e sólidos defensores…

Amanhã nos defrontaremos com a Grécia, muitos pontos acima da Nova Zelândia, principalmente no aspecto defensivo, quando poderemos avaliar com mais precisão os acertos ofensivos e defensivos tão propalados na seleção, quando gostaria muito de não presenciar um jogador tomar ( ou sendo mais condescendente, pedir emprestado…) a prancheta do técnico, para didaticamente expor uma ação tática, que claro, não foi sequer esboçada, num jogo, onde o tão decantado e deificado piquenrol não foi executado uma vez sequer, e não precisava ante a barragem de chutes de três deflagrada a não mais poder…

Fico na torcida para que o bom senso prevaleça, numa atitude enérgica defensiva, e numa ofensiva paciente, interior, com seletividade mais aprimorada nos chutes de fora, e acima de tudo, na luta sem tréguas pelos rebotes lá e aqui, indistintamente, e que de 2 em 2 e 1 em 1, torne o jogo mais inteligente e produtivo…

Amém.

Fotos – Reproduções da TV.



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